Talvez ela estivesse no fim da fila, quando o Criador distribuiu pelas mulheres, os milagrosos “pós” de estrogéneo, que lhe haveriam de dar aquele ar doce, meigo, esbelto e sedutor, com que elas nos arrebatam. Ainda por cima, negra! Mas o que é que a jovem Semenya podia fazer, a não ser contentar-se com o que sobrou para ela? Desenvolver outros atributos, pois claro!
Especializou-se em correr! 800m! Aos 18 anos, em Berlim, deixou “pregadas” as adversárias, ganhando a corrida com uma vantagem impressionante! “Arrasou” a concorrência! Mas, como não tinha um sorriso bonito para oferecer a quem lhe haveria de reconhecer a superioridade, foi lançada a pública suspeita: seria, de facto, uma mulher, ou um homem infiltrado?
Imaginem agora o que se passa na cabeça de uma miúda de 18 anos que, certamente, gostaria muito de ser bonitinha, ainda por cima, levar com esta!!!
Havendo suspeita, a IAAF deveria ter sido mais cautelosa a tratar do problema, fazendo-o em privado. Suspeitas públicas, só se houvesse já certezas! Porque raio terá a rapariga de mostrar a sua “documentação anatómica” a todos os que a olharem de lado?
Não está certo!
Até parece que ressurgiram as vontades que fizeram a vida negra a Jess Owens, há 63 anos atrás. Querem agora uma versão feminina!? E Berlim volta a ser o palco.
A IAAF, enfim, lá tem os seus “doutos varões, com as suas razões subidas” a fazerem coisas destas. Até podem ter razão, mas poderiam ter tido uma forma mais airosa de lidar com a situação.
8 comentários:
Concordo plenamente com seus apontamentos F.A.
concordo com tudo que escrevestes. por mais que as aparências gerem suspeitas, isso deveria ser tratado de forma mais privada e não abrindo publicamente. pode causar um grande constrangimento à atleta.
Também escrevi sobre o assunto no meu blogue.
Mas não formei ainda uma opinião; não até estar dissipada qualquer sombra de dúvida.
De qualquer das formas penso que todos partilhamos da sua opinião, tão bem aqui expressa, de que o assunto deveria ter sido tratado pela IAAF com maior (total seria ideal!!!) discrição e sigilo.
Cumps
RM
Olá Fernando!
Gostei da sua opinião, e estou plenamente de acordo. A actuação da IAAF e COI é de lamentar, ao poderiam ter sido mais discretos e brandos nos comentários, porque nestes casos é preciso actuar com muito cuidado e serenidade (porque não foi averiguado mais cedo),não tem nada a ver com a ideia de doping ou fraude, afinal é uma miúda de 18 anos, o que pensará ela acerca desta polémica, é uma autêntica humilhação nos tempos de hoje,que poderá ter marcas e consequências danosas e até prejudicar a vida desportiva.
Ainda mais indigndo fiquei ,com os comentários do porta-voz do IAAF, que veio a público, afirmar que se não confirmar a feminilidade da Semenya, será obviamente desclassificada, e se acontecer o contrário? Onde fica a moral e os danos...
Afinal tudo seria mais simples, se não tivesse ganho categoricamente não haveria investigação nem tanto alvoroço.
Um abraço!
fernando não tomei conhecimento do caso por completo.
de tal forma que, de plano, acho que foi uma maldade que fizeram a garota.
infelizmente a sociedade adora rótulos.
então...
valeu!
nadaos
Por acaso viram a reportagem com os pais da atleta, eles são de uma etnia/raça com dialecto próprio e enquanto a mãe mostrou a sua tristeza e clamou racismo por dizerem que a filha era um homem, o Pai, qual Pai do "PataJaguar", ver "apokalypto", disse para quem quis ouvir: Esta atitude é uma ofensa grave à nossa raça... A minha filha é uma menina...
Relembro aqui Maria Mutola, da mesma etnia desta rapariga, que (com o devido respeito, sempre admirei os seus feitos atléticos), não seria a 1ª escolha para convidar para um jantar romântico...Não pela cor da pele, tenho imensas amigas de tom de pele mais bronzeado que o meu, mas sim por ter musculo a mais para o meu gosto.
O que eu digo é que, tal como Mutola, durante uns anos ninguém vai ganhar á SUL-AFRICANA
E só para concluir: As outras não tomam nada...por acaso!!!!
Caro Fernando
De facto o assunto foi tratado de forma indiscreta o que indicia preconceito ( não sabemos se pela cor da pele, origem, ou género). Durante muitos anos as potências do atletismo mundial utilizaram tratamentos hormonais, anabolizantes, esteróides e outras substâncias ou processos que inflacionavam o rendimento dos atletas ( sabemos hoje de coisas horripilantes, sobretudo nos países do antigo "bloco de leste", mas também nos EUA)e a IAAF não teve a mesma atitude tão "determinada" como neste caso, isto apesar das fortes suspeitas e/ou quase evidências das "aldrabices".
Uma coisa penso que não devemos cair, naquilo que me parece ser o "racismo a fazer o pino".Pensar que a IAAF teve este comportamento porque a referida atleta é negra, dá sempre espaço a um discurso auto-justificativo do "não consigo porque não me deixam".
Isto de escrever comentários no trabalho não dá, estou há 3hrs a fazer isto. Ufa, estou prestes a afogar-me no cenário de sonho dos burocratas, um "mar de papéis".
Uma pertinente visão dos factos tão ao jeito do FA. Desculpa não me alongar mais, mas glugluglu...
Abraço
Nem mais, Fernando; nem mais!
Exactamente o meu sentimento.
Assino por baixo.
Um abraço.
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