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sexta-feira, 29 de abril de 2011

Apresentada a 6ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro

… Depois de procelosa tempestade,
Nocturna sombra e sibilante vento,
Traz a manhã serena claridade,
Esperança de porto e salvamento…

(Os Lusíadas, 1.Canto IV)


 Gostei de ter estado, na tarde de ontem, na apresentação da 6ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro, que decorreu no Museu da Electricidade, em Lisboa.

A mesa, presidida pelo Director da Prova, Paulo Costa, estava composta por representantes de várias entidades ligadas ao Douro e ao Desporto : Confraria dos Enólogos do Vinho do Porto, Região de Turismo do Douro; Museu do Douro; EDP; Comissão Intermunicipal do Douro Vinhateiro; Liga Portuguesa Contra o Cancro; Rosa Mota e o Prof. João Campos.

O acto teve início com a apresentação de um excelente vídeo com paisagens soberbas daquelas margens altas, rendilhadas de socalcos feitos no xisto, que constituem um património inigualável e uma das mais antigas regiões demarcadas. E uma legítima vaidade indisfarçável, transparecia dos olhares daqueles que se têm esforçado por promover a região e que consideram esta Meia Maratona um importantíssimo veículo que conduza a tal objectivo.

Todos falaram e todos faziam as suas intervenções convergir no grande potencial que esta Prova possui.

Gostei do que vi, não propriamente pela solenidade do acto ou pela eloquência dos oradores - que eram muito bons - , mas sobretudo porque, depois dos incidentes ocorridos na última edição, com a tristemente célebre falta de água, a Organização conseguiu superar-se e submeter-se, de novo, ao desafio, não se deixando abater pelo desânimo em que poderia ter caído. Espera-se, pois, que a 6ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro, a realizar no dia 22 de Maio, para bem da Corrida Popular em Portugal, seja uma excelente Prova. “Bela” será, de certeza.

Dizia o escritor: “Vinde.Vinde ver este Douro maravilhoso”.

“…E correi ou caminhai, nas suas margens e deleitai os vossos olhos!” (acrescento eu…).

domingo, 24 de abril de 2011

24º Grande Prémio da Páscoa - Constância


Com o Mário Lima, na Partida...

.. Com o João Hébil, na Chegada
(Fotos de Leonor Duarte)
 Constância continua a exercer sobre nós um certo fascínio a que é impossível resistir.


Mesmo antes de ali se realizar uma Corrida das mais simpáticas que há por aí, a simples visita àquela Vila já tinha um não-sei-quê de cativante. A confluência dos rios, as margens altas de verde, os jardins, as ruas pitorescas, vestidas de flores para a festa anual, a evocação constante do Poeta.

Com a Corrida, passou a existir mais uma forte razão para a visitar. Corrida que, mais que uma competição, passou também a ser uma manifestação de solidariedade, de amizade e de emocionante homenagem. Assim foi nas últimas 3 edições e, pela minha parte, assim continuará a ser nas futuras.

O Zêzere vinha com uma forte corrente de águas barrentas (descarga da barragem?) e, às  “cavalitas” trazia muitas canoas (devem ter outro nome - em inglês(!) - estas embarcações) de diferentes cores que, à chegada, deixavam os seus tripulantes apeados e eram transportadas, em carrinhas, ao local de onde tinham partido.

Para nós, a partida era onde elas tinham chegado e pusemo-nos a correr pela estrada 5Km para lá e os mesmos 5 para cá, num total de 10km, muito agradáveis de fazer. Classifiquei-me em 340º, com o tempo oficial de 45,20.

Depois da Prova, seguiu-se o 4º Encontro Blogger, no Restaurante Ti Coimbra, organizado pelo Nuno Romão, que constituiu um grande momento de confraternização entre os cibernautas que ocupam muito do seu tempo a ler e a escrever sobre Corrida. Foram mais de 50 convivas que se juntaram num restaurante de excelente qualidade e muito simpático…até no preço. No dizer de todos os presentes, foi uma grande escolha a do Nuno Romão, a quem felicito pelo sucesso desta “Operação Relâmpago” a que me referirei no local próprio.

Constância fica sempre no coração de quem a visita e com esta verdadeira Prova “SCUT” organizada pela Câmara Municipal, esta autarquia dá grandes lições. Haja quem as aprenda.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

34ª Maratona de Madrid

Gostava de não ser repetitivo nas considerações que tenho feito acerca desta grande Maratona que é a de Madrid. Mas tenho que dizer qualquer coisa.


Bem sei que há quem não morra de amores por ela, porque tem uma subidas violentas que quebram o ritmo, que a parte mais difícil é precisamente a partir dos 30, etc. Mas tudo isso dou de barato para poder repetir a experiência em cada ano e correr na linda cidade que é Madrid.

Tem, também sido notória, alguma quebra no seu “glamour” (fruto da crise?) com o empobrecimento do kit do corredor mas, acima de tudo, na escassez de pontos de animação que, há uns anos atrás, seria uma das suas principais características. Há também quem se queixe da falta de abastecimentos sólidos durante o percurso. Não é o meu caso, pois, por norma, não os utilizo.

Mas vamos lá a ver se consigo pôr ordem no muito que tenho para contar:

Chegado de véspera ao Hotel da Organização, o Convencion, permitem-me que faça o check in muito antes do meio dia e assim, poder libertar-me da mala. Depois, vou no autocarro (“infiltrado” nos atletas VIP), até à Expomaratona situada na Casa de Campo. No sítio do costume, lá estava o stand da Runporto, onde levantei o meu dorsal. Uma voltinha pela feira e encaminho-me para o Pabellon de la Pipa onde ia ser servida a massa, decidido a vir embora se a fila estivesse muito grande. Estava ainda por abrir e, em 10 minutos, estava a almoçar! Surpresa, pois nunca dantes isto me tinha acontecido.

Apanho o Metro e volto para a zona central, a fim de dar uma voltinha e regressar ao Hotel.

No dia D, ao tomar o “desajuno” encontro o Carlos Pinto Coelho, que ia estrear-se nesta Prova e combinámos ir juntos para a zona da partida. No elevador, encontro a Sara Moreira e a Anália Rosa que, simpaticamente, acederam a tirar uma foto comigo. Aparece então o Jorge Teixeira com quem tenho o prazer de trocar um abraço e umas breves palavras .

Eu e o Carlos estávamos decididos a ir a pé – como sempre fiz - até à partida (ainda são mais de 2km), mas se havia autocarro para transportar os corredores, não havia necessidade de iniciarmos o “aquecimento” tão cedo. De boleia, pois claro. E por lá ficámos, a fazer horas, à espera de ficarmos rodeados de gente que nos abrigasse de uma brisa fresca de mais, para a roupa que tínhamos. Mais uma “portuga” orgulhosamente assumida no seu equipamento, que era conhecida do Carlos e que se juntou a nós. Era a Graça Roldão, de quem já tenho lido algumas coisas que ela escreve no fórum, logo, pelo menos virtualmente, também já era minha conhecida. Foi um prazer estarmos ali a ocupar o tempo de espera que assim passou muito mais depressa.

Dos céus vêm - a favor da gravidade - os paraquedistas, a dar-nos o mote para a nossa corrida, essa disputada com os pés assentes na terra, (mas a cabeça, por vezes, bem mais próximo da lua) ao longo de 42 duros Kms. Duros não. Ninguém nos obrigou a fazer tal esforço.

Dado o tiro arranque,o desejo de boa prova e demorámos apenas 50 segundos a passar pelo pórtico, precisamente no momento em que uma avaria no compressor que o sustinha, o deixava “desfalecer” sobre os atletas que, de braço no ar, o iam empurrando para cima. Foi coisa breve, pois, uns metros à frente, olhando para trás, vimos que ele estava novamente a subir e tudo regressava à normalidade.

Mais uma vez - e mal - os balões azuis, marcadores de ritmo, estavam todos juntos, independentemente de marcarem para 3 ou para 4 horas ! Tendo partido a escassos metros da meta e a andar a 5m/km, só apanhei os balões das 3,45 aos 7! Nessa altura, vejo um outro a uns 50m e dado o andamento que eu levava, pensei que deveria ser o das 3,30. Alcancei-o, mas não era o que eu pensava. Era outro balão das 3,45 que se tinha “tresmalhado” e um grupo de atletas, numa “espanholada” meio exaltada e apontando o cronómetro do pulso, diziam à atleta que o transportava que o que ela estava a fazer era um completo disparate, pois iludia os mais incautos. Parou e esperou pelos outros que, também esses, iam depressa demais.

Andei sempre uns segundos abaixo dos 5m/km e à Meia, ia com tempo para 3,30, que aguentei bem até aos 35km, mas a verdade é que o balão das 3,30… nunca o vi. Penso que deverá existir um maior cuidado nesta matéria, quer em termos de posicionamento na partida, quer no ritmo que seguem.

Cerca dos 25 km, ouço um cumprimento de um atleta que me ultrapassava :- “Força BANIF”! Retribuí o cumprimento. Curiosamente, era um companheiro do BPI, cujo nome me escapa, da mesma forma que ele me “escapou” e nunca mais o vi, eheh.

Como já referi acima, fiquei um bocadinho triste com a falta de animação: uma gaita de foles à entrada de um túnel, por volta dos 20(?), uma banda em cima de um camião da coca cola por volta dos 32 e o resto era por conta do público e acompanhantes dos atletas, que não se cansavam de incentivar, exibindo cartazes “Força Papi, tu puedes” e frases deste género, que mesmo não sendo connosco, sentimo-las como se fossem, pois estamos no mesmo barco.

De facto, a partir dos 30, as coisas complicam-se em qualquer maratona, mas nesta, isso sente-se mais, pois surgem umas rampas demolidoras, para não falar na última delas, dos 39 e meio aos 41 e picos, antes de entrarmos no Jardim do Retiro dos Jerónimos, onde está a longa recta da meta, ladeada de baias metálicas que seguram um público que não se cansa de aplaudir.

Tempo final: 3, 34,47, bem melhor do que contava no momento da partida, mas bem pior do que cheguei a imaginar por volta dos 25km. Mas tinha que ceder um bocadinho de forma controlada, para que não surgisse o estoiro e arrastar-me penosamente até à meta. Acho que me mantive sempre em prova apesar da quebra dos últimos kms. Já sei que nunca consigo fazer a Maratona em split negativo (é assim que se diz?).O melhor é dizer que demoro sempre mais tempo na 2ª parte. Mas isto tem uma explicação: é que uma pessoa tem que arriscar um bocadinho se acha que se preparou minimamente e quer pensar numa marca. Embora eu tivesse pensado nas 3,40, também acreditava que poderia fazer um bocadinho menos. E consegui. Fiquei contente por ter feito menos 5 minutos que no ano passado.

Gosto, particularmente da forma como está organizada esta chegada : muito espaço; “controladores de penetras” nos últimos 200m ( e são tantos os que são convidados a sair!. À minha frente, duas raparigas que andaram nos 3 últimos km próximas de mim, ora passavam elas, ora passava eu, resolveram fazer um sprint para me deixarem de vez para trás e eu, numa atitude de cavalheiro, até nem fui à “luta”. Estas moças, dizia eu, foram barradas e convidadas a sair e assim, vim eu a ganhar “na secretaria”, eheh); Dão-nos de imediato água, isotónico e uma coberta de plástico para evitar a hipotermia (improvável com o tempo que fazia, mas pronto…); medalha. Depois, sempre com espaço para descontrair as pernas vamos para a zona onde compridas mesas têm de tudo o que nos possa fazer falta. Assim o estômago aguentasse: ele é sumo de frutas, ele é isotónico, cervejinha boa, coca-cola, pistachos…


Caminhando a passo, em sentido contrário, por fora das grades, ia vendo os muitos que ainda vinham chegando: as bandeiras, as lágrimas de emoção, as crianças correndo ao lado dos pais, os aplausos, o sorriso vitorioso de gente esforçada. De gente que faz!

domingo, 17 de abril de 2011

34ª Maratona de Madrid


Com duas das nossas Meninas de Ouro (Anália Rosa e Sara Moreira,que iam participar nos 10Km) antes de nos deslocarmos para o local da partida

A que se juntaram os meus amigos Jorge Teixeira e Carlos Pinto Coelho

Ora cá estou de volta, após mais uma edição da Maratona de Madrid.
Para ser franco, gostei do meu desempenho, embora a partir dos 35 Km as coisas tenham piorado. No entanto, tive a consciência de que me "mantive" sempre em prova, ao contrário de outras maratonas em que, por absoluta incapacidade de uma progressão digna, me vou deixando arrastar com o objectivo único de completar a distância. Sem ser essa a minha intenção, as 3,30 estavam ao meu alcance até aos 35km. Aliás, aos 25, até dava para 3,28 !!! mas, como seria de esperar tinha de haver uma moderação controlada de andamento, antes de um estoiro que seria sempre de evitar. Terminei com o tempo real de 3,34,57, como pode ser visto aqui .
Depois, gostava de dizer mais qualquer coisa, mas hoje não, muito sinceramente, ainda não estou com disposição.
"Inté".

quinta-feira, 14 de abril de 2011

IV Encontro Blogger



Pois é, amigos. Está a chegar mais um momento em que a "virtualidade" com que aqui lidamos, possa dar lugar a uma "realidade" em que usufruamos, nas nossas vidas, dos fantásticos benefícios que a net nos tem proporcionado. Vou lá estar e apelo a  todos os que possam estar, que se "alistem". Será um enorme prazer rever amigos e conhecer outros que a cibernética  gerou.
Visitem o Blogue Oficial deste IV Encontro e...apareçam.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

35ª Maratona de Paris




Esta é para encher o peito aos meus amigos e companheiros da notável e gloriosa equipa da ACB, que este fim de semana estarão na Cidade Luz, a fazer a 35ª Maratona de Paris e a quem desejo uma excelente Prova.FORÇA ACB, TORÇO POR VÓS.


Paris en colère

Mireille Mathieu

Que l'on touche à la liberté
Et Paris se met en colère
Et Paris commence à gronder
Et le lendemain, c'est la guerre.
Paris se réveille
Et il ouvre ses prisons
Paris a la fièvre :
Il la soigne à sa façon.
Il faut voir les pavés sauter
Quand Paris se met en colère
Faut les voir, ces fusils rouillés
Qui clignent de l'oeil aux fenêtres
Sur les barricades
Qui jaillissent dans les rues
Chacun sa grenade
Son couteau ou ses mains nues.
La vie, la mort ne comptent plus
On a gagné on a perdu
Mais on pourra se présenter là-haut
Une fleur au chapeau.
On veut être libres
A n'importe quel prix
On veut vivre, vivre, vivre
Vivre libre à Paris.
Attention, ça va toujours loin
Quand Paris se met en colère
Quand Paris sonne le tocsin
Ca s'entend au bout de la terre
Et le monde tremble
Quand Paris est en danger
Et le monde chante
Quand Paris s'est libéré.
C'est la fête à la liberté
Et Paris n'est plus en colère
Et Paris peut aller danser
Il a retrouvé la lumière.
Après la tempête
Après la peur et le froid
Paris est en fête
Et Paris pleure de joie.

domingo, 3 de abril de 2011

29ª Corrida dos Sinos -Mafra


No retorno, mais uma vez "apanhado" pelo amigo Luis Parro
Mais uma vez, estive em Mafra, numa das clássicas em que tenho um maior número de presenças, notavelmente simbolizadas numa quantidade de sinos coloridos. Desta vez, é verde claro.
Os 15 Km da Prova foram completados por 1337 atletas, tendo eu feito o tempo de 1,09,18 (1,09,03 t.real) que me deixou bastante satisfeito.
Os resultados completos podem ser vistos aqui.
Relativamente à Prova, que continua a ter uma excelente Organização, constitui um importante local de encontro de corredores vindos de todos os cantos do País e fica-se sempre com uma grande vontade de voltar.
Parabéns aos Amigos de Atletismo de Mafra, que desde o início têm assumido as rédeas da Organização e a todos aqueles que participaram nesta Grande Festa da Corrida.