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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

4º Nocturno das Lampas


Está feito o 4º Nocturno das Lampas e o resultado, se fossemos apenas julgá-lo pelos comentários que tivemos oportunidade de ler, foi um grande sucesso!


Este treino, que passou a constituir uma espécie de complemento da versão oficial da Meia Maratona de S. João das Lampas, tem vindo a revelar uma adesão progressiva e verdadeiramente surpreendente : -19; 36; 68; 130. Estes os números de presenças nas 4 edições realizadas e que nos fazem pensar estarmos perante um evento com enorme potencialidade e que também é fruto da nova mentalidade na forma de ver a Corrida : Não é preciso prémios; não é preciso chegar primeiro; não é preciso esforçar-se acima do razoável; todos ficam com a agradável sensação de saírem vencedores; não há adversários mas sim companheiros que partilham dos mesmos gostos. Confraterniza-se.

Tratando-se de um grupo de amigos – e, felizmente, numeroso – valorizaram muito mais essa oportunidade de encontro do que as falhas verificadas. Ninguém exigiu nada de nós e por isso é que dá a sensação de que tudo correu bem, e essa apreciação que é feita é altamente estimulante para pensarmos no 5º Nocturno, associado à 37ª MMSJL.

Mas estamos perante um dilema: limitarmos as inscrições (e isso, no nosso entendimento, é contra-natura, pois quanto mais gente o evento tiver maior será a sua dimensão e, no fundo, é isso que nos dá mais entusiasmo) para podermos continuar com o formato que temos vindo a adoptar, ou não limitarmos as inscrições e adaptarmo-nos ao número de presenças conseguido.

Estamos mais inclinados para a 2ª hipótese, mas não queremos “estragar” nada, antes pelo contrário, existem melhorias significativas a fazer que, educadamente, não nos foram apontadas, mas nós sabemos que temos que fazê-las.

Não negamos que esta iniciativa tem na sua génese, a promoção da MMSJL e, seja por coincidência ou não, é desde que existe o T.Nocturno que se tem registado um aumento substancial de corredores na Prova de Setembro, pelo que achamos ser uma boa aposta . Mas essa aposta só fica ganha enquanto os nossos convidados forem mostrando aos seus amigos que existimos aqui ,no meio do mundo rural, e gostamos muito que nos visitem e que percorram os nossos caminhos.

Querido(a)s amigo(a)s, “sem querer” - e graças a vós- a MMSJL passou a ser 2 eventos. Procuraremos que qualquer deles, em cada ano, saia dignificado e nunca venha a defraudar quem criou expectativas a nosso respeito.

Dito isto, resta-nos deixar aqui bem expresso o nosso GRANDE BEM HAJAM a todo(a)s quanto(a)s estão connosco neste “sacerdócio” que é promover a Corrida na região saloia.

Grande Abraço.

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

4º Nocturno das Lampas



Após longa pausa – desculpada, em parte, pela “virose” do cidadão, sabiamente tratada pelo amigo Xavier - eis-me de volta a este espaço, que se apresenta agora de fatiota nova.


Durante o meu silêncio, o mundo continuou a girar e muita coisas aconteceram. Muitas Corridas houve por aí sem que delas tenha dado qualquer nota, nem mesmo daquelas em que participei. Mas ainda quero falar da Meia da Vasco da Gama, da 9ª Maratona do Porto e da 38ª Meia Maratona da Nazaré, pois nestas ... alinhei.

Mas aproveito o regresso para vos falar do 4º Treino Nocturno das Lampas, que vai ter lugar na próxima 6ª Feira, às 21h e cujas inscrições já se encontram encerradas por se ter atingido o limite que tínhamos estabelecido, que era de 120. Este treino, não é mais nem menos do que a Meia Maratona de S.J.Lampas, em versão nocturna, não competitiva, que será concluída com um convívio no local da chegada.

Vai ser uma festa bonita, estou convencido, nem que seja pela quantidade de gente amiga de que estarei rodeado.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

"Cidadão doentinho"

Estou grogue ?
Ou fizeram-me algum truque?
Que a “freguesia” do blogue
Passou-se p’ro facebook !

“-Estás grogue !-
Disse-me a rapaziada,
“-Que vimos fazer ao blogue
Se não tens escrito aqui nada?”

Desgraça !
P’ra aumentar a confusão,
Um sftware de má raça
Pôs de cama o “cidadão”.

E agora?
Tem que haver algum remédio
Se os leitores se vão embora
Morre o “cidadão” de tédio.

E eu tento
Só com xarope caseiro
E com mal cheiroso unguento
Pôr o cidadão lampeiro

Não sei
É se eu irei conseguir
Pois as massagens que dei
Pouco mais fazem que rir...


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

TNLO-Trail Nocturno Lagoa de Óbidos -50Km


Óbidos, por ser a vila que é, por ter os amigos que lá tenho, pela viagem no tempo que nos proporciona e pela singularidade dos seus trilhos nocturnos, merecia, sem a menor dúvida, que lhe prestasse o meu humilde tributo, estando presente no seu TNLO, na versão ultra, de 50 Km.


Desta vez, os dorsais eram levantados no Pavilhão Gimnodesportivo, pois a realização em simultâneo da Feira Medieval, complicava, de certa forma, o acesso à parte alta do interior da muralha, onde tem sido nos anos anteriores e que é também o local da chegada.

Por volta das 18,30, faço uma refeição ligeira com umas coisitas que fui buscar ao supermercado, mesmo ali ao pé do pavilhão; dois dedos de conversa com a malta amiga (e quantos lá estavam que não encontrei?) e preparar a “”trouxa”. Para começar, vi que tinha deixado os géis em casa. Enchi os 3 frasquinhos do cinto com powerade, uma garrafa de água na mão e uma bolsinha com lenços de papel (para não ser como na UMA) umas línguas de gato e um cubinho de marmelada.

Na verdade, não havia necessidade de levar nada, pois a Organização, com toda a vasta experiência que tem, sabe o que é que os atletas precisam e tinham previsto vários pontos de abastecimento, os primeiros só com água e, lá mais para a frente-25, 32, 40- com tudo o que era preciso (água, coca.cola, marmelada, biscoitos, melancia, etc).

A partida simbólica foi feita lá em cima, permitindo que a enorme avalanche de gente com frontais na cabeça, invadisse as ruas de Óbidos, para espanto do muito público que ali se encontrava na visita à Feira Medieval. Junto à porta da Vila, é então dada a partida que punha a funcionar o cronómetro. Já era noitinha e os frontais já iam ligados na sua maior parte. Contorna-se a muralha pelo Sul e, o bater dos pés de mais de 600 atletas (da curta, de 25Km e da longa, de 50Km) na terra batida, fazia levantar uma grande nuvem de poeira.

Tinha combinado com os meus amigos da ACB irmos juntos, mas rapidamente nos perdemos uns dos outros. Já não sabia quem é que estava à frente nem atrás de mim.

O caminho tinha algumas variações em relação aos anos anteriores e, quando chegámos à Lagoa, já tínhamos muito mais quilómetros percorridos. Vieram depois as “maldades” do Serrazina, obrigando-nos a percurso tipo “treino dos comandos”: atravessar canais com os pés dentro de água, carreiros em canaviais de piso incerto, charcos, lodo. Depois areia. Muita areia. A terrível duna, arribas, descer à praia, passar entre rochas, trepar arenitos, saltitar por entre arbustos, desviar-nos de raízes, procurarmos os pontos reflectores que, à menor distracção, perdíamos; entrar no eucaliptal -que rico cheirinho(!) O trambolhão ao tropeçar num galho que saía do chão .

Alternando a marcha (nas subidas) com a corrida (nas descidas e na horizontal), lá fui avançando. Sem relógio, que é assim é que me tenho dado melhor. Assustei-me um bocadinho quando vi corredores que correm mais que eu, só aos 32 é que apareceram junto a mim. Achei que teria mesmo que abrandar e não tentar ir com eles.

Enfim, lá fui gerindo e comparando com o meu grau de cansaço no ano passado e, de facto, sentia-me agora bastante melhor.

Lá está o Castelo. Aproximo-me e, já estava prevenido, que o último km seria feito através de um desvio do caminho mais curto. O que não sabia é que me iam fazer subir até à muralha, para depois me fazerem descer e subir novamente!!! Ah Serrazina, Serrazina! Quantas pragas te terão rogado nessa altura?

Lá está, finalmente, a portinhola ogival. A porta da consagração da minha primeira aventura de 50 Km, ao cabo de 6h39m09s.

Bem bom. Não senti qualquer reacção adversa ao nível do estômago, embora tenha evitado aquelas comidinhas que havia na mesa e de que tanto gosto, por receio que me caíssem mal ( como me aconteceu em 2011). Bebi somente um isotónico de sabor a limão, fresquinho, da Gold Nutrition, que me soube pela vida. Encho mais um copinho e venho andando, calmamente, até à base, onde tinha o carro. Visto roupa seca e arranco para casa, onde cheguei quase às 6 da matina.

Estava superado mais um objectivo, que me deixou mais confiante e cheio de satisfação por ter conseguido.

Quanto à Organização ela representa a excelência do Trail em Portugal, sem nada a apontar (claro que as “maldades” são sentimentos muito momentâneos, que depois acabam por ter efeito contrário na apreciação final que fazemos, dando ao feito, uma dimensão bastante maior. Parabéns ao Serrazina, Miranda, Nunes e todos os outros que estiveram ligados ao UTNLO e que, graças à sua entrega, o coroaram de êxito. Parabéns também, a todos os outros que enfrentaram o desafio.

Venha o 5º UTNLO. Só espero continuar com saúde para poder voltar. Obrigado a todos.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

UMA 2012



Com o meu amigo estreante Paulo Neves, que se portou à altura.
(Foto de Lúcia Oliveira)

A gloriosa equipa da ACB (Foto de Lúcia Oliveira)

E pronto. Já está (Foto de Zé Carlos Melo)
 A vontade de fazer um relato deste Melides-Tróia de 2012, é enorme, mas a grande dificuldade está mesmo em saber por onde começar. Pelo princípio! OK, mas qual? Desde que começou a preparação? Desde que me decidi quanto àquilo que precisava de levar? Desde que saí da casa, às 4,30? Desde…?

Chegado a Melides no autocarro da organização que apanhei em Tróia, fui levantar o dorsal e fazer a selecção do material que me acompanharia até Tróia. Num recanto da enorme passadeira de madeira que nos leva à praia, estava ali o meu amigo Carlos Pinto Coelho a preparar-se. Foi ali mesmo que arreei a mochila e fiz o mesmo. Ver se não me esqueço de nada: Dorsal na camisola, protector solar na pele exposta (pois o dia anunciava calor), ir bebendo água para ficar hidratado para uma hora, pelo menos; Colocar um cinto com 3 “frasquinhos” de 1 dl com bebida energética, uma bolsa com uns géis; calçado como se fosse para uma prova de estrada; chapéu na cabeça, óculos de sol. Na mão, uma garrafa de água. O resto da “trouxa” era para enfiar num saco e entregar na carrinha da organização.

Ainda deu para ir tomar um cafezinho no bar da praia.

Depois, vem o compasso de espera, as fotos da praxe com o pessoal da ACB e com outros amigos, o habitual briefing com as principais recomendações e pronto, era só aguardar pelo tiro da partida .

Ei-lo. Calmamente, lá fomos avançando na areia solta. Rapidamente, fomos descendo na direcção da água, tentando maior firmeza no piso: Passos curtos, joelhos semi-flectidos, respiração controlada, sem pressa, lá fui avançando. Escolhi uma faixa intermédia, pouco pisada e onde o pé pouco afundava. Quanto mais económica fosse a corrida, maior era a probabilidade de sucesso. Ah… e não levava relógio.

A “cólica” começou a incomodar, logo por volta dos 3Km. Ai o caraças!!! Não valia a pena adiar por muito mais tempo aquilo que mais tarde ou mais cedo, acabaria por acontecer e faço então um DRAT (Desvio de Rota para Alívio da Tripa), subindo e ultrapassando a “aresta” que separa o plano horizontal do plano inclinado, o que me permitia deixar de ser visto na minha “privacidade”. Neste primeiro contra-tempo, a primeira falha :- remexi a bolsa e nada de ver os lenços de papel, que são obrigatórios. Valeu-me um velho panfleto de uma corrida, que ali tinha ficado esquecido. 3 ou 4 minutos depois, retomo a trajectória e o ritmo de passada que levava e que me permitia ultrapassar vários corredores que, entretanto tinham passado. Mas…nada de entusiasmar! Havia tempo de progredir, mas o importante seria manter a frescura o mais possível.

Chego-me junto ao António Almeida e ainda fomos juntos algum tempo. Foi aqui que tive a única informação quanto ao tempo feito, quando ele me diz : “Eh, pá 18,5Km em duas horas!? Não vai mau!”, ao que eu respondi que, lá mais para a frente, de certeza que viria a pagar a factura.

O sol ia aquecendo, o António deixou-se ficar num ritmo mais suave e eu, sabendo que ele corre bem mais que eu, comecei a achar demasiada ousadia da minha parte. Mas sentia-me bem, apesar de ver ao longe aquele pórtico intermédio tão pequeniiiiiino! E corria, corria…e não o via “crescer”. Não podia fixar-me nele, mas sim distrair a mente e apreciar a paisagem ou, simplesmente, pôr os olhos na areia, cabisbaixo, à espera que o tempo – e a distância - passassem. Vai um gel, dos três que tomei (de maçã, que me caiu que nem ginjas). Finalmente, alcancei-o. Ufa! Pouco depois, começo a sentir pela frente uma brisa “abençoada” que muito ajudou a retemperar o corpo, mesmo soprando de frente. Mas era uma brisa, nada comparado àquilo que aconteceu em 2011 em que tínhamos de inclinar o corpo para vencer a forte ventania que nos travava a progressão. Agora não. Era fresquinha e sabia bem.

Dão-me duas garrafas de água (a que eu levava na mão, desde início, tinha-a feito durar até ali). Uma em cada mão, lá vou eu, sem fazer qualquer paragem.

Às tantas, comecei notar uma quebra no ritmo e a sentir um certo “chamamento” daquelas águas. Surge o dilema: Ou continuo a correr, mesmo agastado a ver até onde é que consigo ir; ou faço uma paragem por vontade própria, refresco-me com um mergulhinho e retomo a corrida com outra disposição. E acabaria de vez com aquela ideia do “apetecia-me era um mergulhinho, apetecia-me era um mergulhinho…”. Ganhou o mergulho. Aos 37,5, logo após o controlo…espera aí que eu já te digo : tiro o cinto, os óculos, o chapéu e “lá vai ele ao banho”. Li em qualquer sítio que era contraproducente, ir ao banho durante a prova, mas a verdade é que, naquelas condições de temperatura, achei uma excelente solução. E resultou. Para além de reduzir a temperatura corporal (e a consequente necessidade de hidratação) , permitiu-me bochechar com água do mar, combatendo de forma tão simples, a instalação de uma hipotética hiponatrémia, seguindo um conselho de “tradição” do amigo António Miranda. Depois disto, não senti quebra no andamento. Antes pelo contrário, aumentei o ritmo e ganhei vários lugares e, quando chego à última curva, vejo o pórtico. Talvez mais um Km. Subo, na areia solta os últimos 50m. O relógio da meta indicava 4,48,01! Agora sim, tinha curiosidade em saber o tempo, mas pela forma como me tinha corrido a prova, comparada com as anteriores, tinha um palpite que andaria abaixo das 5h. Estava feita a minha 8ª. Lá vêm as felicitações de amigos e, como não podia deixar de ser… as náuseas (que também vêm sempre “felicitar-me”). O repouso, as bebidas, a fruta, a conversa e ir vendo a chegada vitoriosa e feliz dos outros companheiros de jornada.

Terminada a prova ouvem-se os comentários e compara-se com a nossa própria apreciação. Mas isso será matéria para um novo apontamento.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

A Fonte das Melíadas



Olhai bem esta imagem, em tudo bela,
E dizei-nos, depois, porque esperais
Para entrar completamente dentro dela,
Percorrê-la e senti-la muito mais?
Todo a mística que há nesta aguarela
Em suor e em passos, degustais
E deixareis vincado em vossa mente
Que um feito mais ousado mais se sente.

Na longa praia os olhos se alongavam
Pelo extenso areal que percorriam
P’ra encontrar o rio que adivinhavam
Junto à serra que ao longe distinguiam.
Os lá da frente já nem se avistavam
Enquanto os cá de trás se divertiam
Passando todo o dia a “curtir bué”
A dádiva do Edil e… da maré.





domingo, 8 de julho de 2012

36ª Meia Maratona de S.João das Lampas



Estão abertas as inscrições para a 36ª Meia Maratona de S. João das Lampas (e 9ª Mini-Meia que lhe está associada), que terá lugar no próximo dia 8 de Setembro, Sábado, às 17 horas. Este ano, a prova estará integrada nas Grandes Festas em honra de Nª Senhora da Saúde, numa benéfica associação de eventos. E que permitirá, a quem nos visita, tomar contacto com o que as festas tradicionais têm para oferecer.

Falar da Meia Maratona de S. João das Lampas, nesta pequena introdução, talvez não seja muito importante, pois quem nos conhece e gosta de estar connosco e voltará. A quem não nos conhece sugerimos que falem com amigos que já cá tenham estado, pois são os amigos que melhores sugestões nos apresentam.

Apenas uma palavrinha em relação aos tempos difíceis que atravessamos. É que não nos passou pela cabeça cancelar a Prova caso os apoios não surgissem (e ainda não sabemos com o que poderemos contar), pois um facto que nos apraz registar é a vontade manifestada por muitos, de que virão mesmo que nada tenhamos para oferecer em troca. Tal postura dos atletas é a maior garantia para a continuidade desta Meia Maratona.

Infelizmente, e conforme já vínhamos adivinhando, a nível das elites, a quem reconhecemos o duro trabalho que têm que desenvolver para atingir performances de topo, não temos condições para as compensar com os merecidos prémios, pelo que lamentamos ter de reduzir a tabela de prémios (que tão cedo quanto possível, anunciaremos).

Da nossa parte, tudo faremos para que gostem de estar connosco e empenhar-nos-emos para que a 36ª Meia Maratona de S. João das Lampas continue a granjear a vossa simpatia. Dia 8 de Setembro, cá vos esperamos. Até lá, desejamos a todos bons treinos e boas férias.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

33ª Corrida das Fogueiras


A grande representação da ACB em Peniche

Com o pessoal amigo do Portugal Running
Regressei a Peniche, depois de uns 4 anos sem lá ir, não que não goste, mas porque outros desafios me foram apresentados.


Gostei da Corrida e da forma como corri.

Da Corrida, há sempre aquele agradável ambiente familiar num cruzar constante com amigos enquanto se aguarda pela hora da partida. Depois, a espera de cerca de 20 minutos a aguardar o sinal e, mesmo assim, demorei mais de 30 segundos a passar pórtico. Mas como havia chip a contar o tempo real, tudo bem. Só não gostei da divisão feita com grades da avenida que dá acesso ao porto. É que, se já era estreita a zona da partida, o “gargalo” que se criou quando estava ainda compacto todo o pelotão, provocou alguns embaraços. Percebe-se que a divisão daqueles corredores fosse para proteger, à chegada, os atletas das Fogueiras, quando ainda muitos das Fogueirinhas vinham a caminhar, mas parece-me que isso poderia ser feito depois de todos lá passarem a 1ª vez.

De resto, tudo foi perfeito. E gostei do preciosismo de nos enviarem a classificação por SMS, pouco tempo depois de concluída a Prova.

Quanto à minha Corrida, também gostei. 1,08,16 (tempo oficial 1,08,48). Há muito tempo que não baixava de 1,10. Foi sempre a “aviar”. Sentia-me bem e aproveitava e, mais uma vez, sem a pressão do relógio. À chegada, logo saberia.

Parabéns à rapaziada de Peniche, que continua a dar cartas na organização de uma Prova das melhores que temos.

terça-feira, 3 de julho de 2012

Helsínquia 2012

Helsínquia 2012 – A sequência

(5000 – Triplo – 10000)


Escapou-lhe por tão pouco o ouro fino
E, num ápice, a reluzente prata,
Que mesmo sendo forte candidata
A Sara tinha o bronze por destino.

Surpresa ainda vem, no feminino
Com a prata da Patrícia, ainda novata,
A quem toda a nação vai ficar grata
Por um sucesso assim tão repentino.

Mas quando a forte Dulce “desengata”
Nesse grande momento vespertino
Melhora, ainda mais, o “figurino”.

Escreve-se Helsínquia a ouro nesta data
Com ele, a Dulce o Euro arrebata
E dá-nos a emoção de ouvir o Hino.


 
1.Jul.2012

sábado, 23 de junho de 2012

Lá vem...UMA





Já começa a sentir-se a adrenalina,

A bela inquietação e ansiedade
Que a alma aventureira determina
Fazer da sã loucura realidade.
Venha mais UMA, que nos desatina
Mas que “enche as medidas” de verdade.
Temos, p´la frente só um mês de espera
E eis a Prova que tanto se venera.

sexta-feira, 22 de junho de 2012

O Fascínio da Freita


Decidi-me. A Freita não vai ser ainda para este ano. No entanto, não fico indiferente a esta extraordinária prova que vai realizar-se a 30 de Junho e relembro a minha participação em 2010. Com nostalgia, pois claro.




Era a Serra da Freita, o Éden do Sálvio

Que um dia o chamou num desafio atlético

Correndo e caminhando por catorze léguas.



Às quatro da manhã com centos de noctívagos

Saíu do Merujal a multidão com lâmpadas

P’ra iluminar, no escuro, os caminhos graníticos

Que encantam os passantes com seu brilho mágico.



Saltou ou tropeçou em passo pouco rápido,

E subiu as encostas quase sem ter fôlego

Desceu na vertical como se fosse ébrio.



Molhou-se nos riachos e bebeu da água

Descalçou os ténis e com os pés húmidos

Retemperou seu corpo, respirou de alívio

E prosseguiu a rota cumprindo o calvário.



Atravessou aldeias que hoje são desérticas

E que já floresceram graças ao volfrâmio

E terras que são belas mas também inóspitas.



Parou lá num planalto agradecendo a dádiva

De ter no horizonte paisagens idílicas

E o tempo que passou não era o do relógio.



Apercebeu-se então que o seu exercício

Já durava há nove horas, mais que o tempo máximo

Que alguma vez pensou durar a resistência

E na Póvoa das Leiras declarou o términos.



Voltou ao Merujal na carrinha da Câmara

Atalhando o caminho que ficou incógnito

P’ra ver os seus amigos em esforço titânico

Subir a Mizarela p’ra chegar ao pórtico.



Viu sorrisos nos lábios como justos prémios

E prometeu voltar numa promessa válida

Quando ele tiver feito o seu trabalho físico.



Viu rochas parideiras dando à luz seus óvulos…



quinta-feira, 21 de junho de 2012

Marginal à Noite - 2012


Nunca tinha participado nesta Prova, pois a distância de 8Km no meio de uma multidão, por muito bonito que seja o cenário e atractivo o ambiente, foi coisa que nunca me seduziu muito. Tenho optado pela Corrida do S. João, no Porto, que tem sido sempre no fim de semana da Marginal à Noite.


E a verdade é que nem inscrito estava! Mas na véspera, em conversa com os meus amigos da ACB, lá me convenci a aparecer, nem que fosse só para ver como era. Tinha ido cedo para Stº Amaro de Oeiras, mas a dificuldade em estacionar, obrigou-me a deixar o carro num sítio qualquer que, não só era longe, como incerto. Sabia que ia gastar mais tempo a encontrar o carro, do que na Corrida. Mas o tempo urgia e eu tinha de me pôr em acção. Quando cheguei, já o pessoal da equipa tinha tirado a habitual foto de família, mas ainda me arranjaram o dorsal 2018, e lá participei sob “pseudónimo”.

Estive, talvez 1,30m para passar a linha da partida e, mesmo depois, tornava-se muito complicado correr, pois eram muitos os caminheiros que, erradamente se posicionam na frente só porque chegaram cedo. Mas isto não é nada a que, infelizmente, não estejamos habituados. A partir dos 3km já dava para correr. Até mais do que aquilo de que eu era capaz.

Gosto de me cruzar com quem já vem do retorno ou quem ainda vai para lá e são mais as saudações quanto o número de atletas presentes (basta que cada um cumprimente dois) e sentimos que, no meio daquela multidão compacta, estamos rodeados de gente amiga.

Como não tinha visto o “candeeiro” dos 7 Km, pensava, pensava que a seguir ao próximo, só havia mais um para correr. Afinal não. Lá estava o pórtico. A prova acabava ali. 36,20, era o tempo que indicava o cronómetro. Não foi mau.

Quem parte na frente consegue gerir bem o andamento, mas quem vem lá de trás…

Mas trata-se de uma prova muito bem organizada. Porém, tratando-se de uma distância tão curta, todos ganhariam mais se fossem destinadas zonas (já nem digo de tempos) destinadas a quem vai correr e a quem vai caminhar. De certeza que haveria menos atropelos e toda a gente correria em segurança e mais de acordo com as capacidades de cada um.

Açoreana Clube Banif - Uma equipa de amigos




Decorreu no passado dia 15, no Café Império, na Alameda D. Afonso Henriques, o jantar anual da grande equipa da Açoreana Clube Banif, a que muito me honro pertencer.

Não se pode dizer que seja uma equipa de atletismo, mas uma enorme família de amigos em que o espírito competitivo daqueles que têm mais condições para isso, se conjuga na perfeição com aqueles que, correndo por prazer, consideram a Corrida como uma saudável forma de estar na vida.

Este foi o momento em que, num agradável convívio, se estabeleceram contactos mais estreitos com os colegas e amigos, em que o grupo coordenador passou o testemunho e se fez um balanço da época. Vários foram os parâmetros avaliados pelo incansável António Guedes, que contabilizou em vários rankings, a participação de todos, no extenso calendário de provas existente: Mais provas, mais Km, melhor tempo nas diferentes distâncias. Um trabalho digno, que prestigia a equipa e, seguramente, satisfaz a estrutura empresarial que lhe dá suporte a Açoreana Seguros e o BANIF, que merecem uma palavra de reconhecimento e de felicitações por assegurarem a continuidade deste numeroso grupo de corredores e corredoras no meio do pelotão português.


Corrida de S. João 2012 | Runporto

Corrida de S. João 2012 | Runporto

Com muita pena minha, este ano não me foi possível participar na Corrida do S. João, uma das mais emblemáticas corridas da Invicta. Folgo em saber que, mais uma vez,  foi um enorme sucesso. Com a chancela RunPorto, evidentemente. PARABÉNS a todos.

domingo, 10 de junho de 2012

2ª Corrida de Santo António

Antes da partida com a Henriqueta Solipa e Carla André


Entrada no último Km

A chegada vista pelo José Carlos Sousa

Gostei desta 2ª Edição da Corrida de Santo António. Parti na zona dos 50minutos (onde finalmente, tive o prazer de conhecer a Henriqueta Solipa e a Carla André, e, com a conversa, rapidamente passou o tempo de espera). Foram 10Km feitos de trás para a frente até aos 6Km. A partir daí… foi ir gerindo o esforço o que ainda deu para passar alguns companheiros que iam em pior estado que eu. Concluí com o tempo de 45,35 (44,50).

Uma excelente Organização da HMSports, que nos vai habituando a uma qualidade acima da média nas Provas que organiza, todas elas com grande participação . Parabéns.

E lá vai uma "marcha":

Soa o tiro da partida no Rossio
Lisboa põe-se a correr
São dois mil que vão na direcção do Rio
E à direita volver
Os tambores marcam o ritmo das passadas
Desta gente da Corrida.
E nas ruas da cidade
Ao correr-se em liberdade
Lisboa ganha mais vida.

Lá vai Lisboa com tanta gente a passar
Quem pode vai a correr e quem não pode, a caminhar
Lá vai Lisboa, vai aos ombros do pelotão
Já que cada corredor a leva no coração.

(...e agora a má língua...)

Todos q’riam o cheirinho a manjerico
E era grande a ansiedade
P’ra mudar o intenso cheiro de penico
Nalguns pontos da cidade.
Lá diz o velho ditado
Onde mija um português
Mijam logo dois ou três
E dá neste resultado.

Lá vai Lisboa ...la-la-ra-la-la-ra-lai...




sábado, 2 de junho de 2012

Corrida pela Selecção



Foto do FB

Foto do João H. Faustino
Apesar de alguma animosidade em torno do tema, desde a primeira hora que aderi à ideia da “Corrida pela Selecção”. Bem sei que, para uns, se tratou de um aproveitamento do crescente impacto que, felizmente, a Corrida vem tendo, em apoio a um pequeno grupo de “habilidosos” que são pagos a preço de ouro para representar Portugal .


Mas, para outros, tratou-se de uma iniciativa para, através da Corrida, se unir o País e “dizer” aos futebóis, que temos algum peso que mereceria um tratamento mais a condizer.

Tenho a certeza que, dos 12500 que dizem que estiveram em Oeiras, não haveria um que concordasse com o que a FPF se propôs gastar com a Selecção. E no entanto estiveram lá. E correram ou andaram.

Pode parecer “brega” ( ou “foleiro”, que sempre é mais europeu) mas gostei de envergar a camisola da única equipa que esteve em Prova, a de Portugal. Já chamaram a isto “patrioteirismo”, mas eu quero lá saber.

Como ficou claro no jogo com a Turquia, esse enorme apoio das corridas de hoje, não se reflectiu no resultado, o que quer dizer que o seu valor foi zero. Mas a Corrida foi boa. Foi a parte positiva da coisa. E essa já ninguém nos tira.

Deixei o carro no Jamor e fui com os meus amigos e companheiros da ACB, a correr até Oeiras, numa agradável corridinha calma.

Lá chegados aguardámos pelo tiro da partida, num enorme mar de gente, com dois ecrans gigantes que passavam imagens alusivas ao evento, o que ajudava a passar o tempo. Partimos lá muito de trás, pois não havia a menor intenção de obter uma grande marca.

Cantámos o Hino Nacional e, ao tiro da partida dado pelo capitão da Selecção, pusemo-nos em marcha, rumo ao Nascente.

Sem história, quando demos por isso, estávamos no Estádio Nacional. Demorei 40,10m (42,18).

Tratou-se de uma Prova muito bem organizada pela HMSports, com uma logística muito complexa, mas que esteve muito bem em tudo e a quem dou os meus Parabéns.

terça-feira, 15 de maio de 2012

Ui, como isto anda!!!





Depois da Maratona dos 100 Amigos, feita no último Sábado, que me deixou um bocado abananado, só hoje tentei correr um bocadinho, para ver se ajudava a aliviar as dores musculares que tive ontem e hoje.

Afinal, não deu resultado. Equipei-me, sim senhor e arranco para a estrada. Como iam pesadas as pernas!!! E o estremecer de cada passada não era nada agradável. Saí com a intenção de fazer uma hora, mas resolvi atalhar caminho. Corri apenas 30 minutos e pus-me a andar durante 10. Ná… isto ainda precisa estar mais um ou dois dias em repouso.

Ah queres fazer duas maratonas em 20 dias?!?

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Corrida pela Selecção

Bem sei que o pessoal já deu para este peditório, mas seria uma oportunidade perdida se não aproveitasse a polémica para aligeirar (ou inflamar?) a discussão em torno do assunto. Lá vai:

Como não há vuvuzela

P’ra dar cabo da audição
Surge, este ano, em lugar dela
Uma nova solução
P’ra apoiar a Selecção.

Eis que o Ricardo Salgado
Um estratega de eleição
Quis que o pessoal apeado
Também lhe desse uma mão
P’ra apoiar a Selecção.

No Sul, no Centro e no Norte
Mobilizou a Nação
P’ra desejar boa sorte
Neste início de Verão
A correr p’la Selecção.

E o “Ricardito”, no Porto
Já sabia, de antemão,
Quem lhe dava mais conforto
P’ra tal organização
P’ra apoiar a Selecção.

Surgiu depois, para espanto
E quiçá, contradição,
Revolta e desencanto
Em onda de indignação
Neste apoio à Selecção.

É que em apoios já nadava
Quem nunca foi campeão
E a nós ninguém apoiava
O que é indigno de perdão.
Apoiar a Selecção ?

Se o Cristiano não precisa
E o Pepe também não
Vamos nós dar a camisa
Quando eles tão pouco dão
E jogam na Selecção!?

Mas se correr representa
A nossa grande paixão
Também isso se orienta
Em sinal de coesão
Seja ou não p’la Selecção

O Teixeira diz que sim
E o Vítor diz que não
O que belisca o festim
Da Corrida em multidão
P’ra apoiar a Selecção.

Quantas vezes bate à porta?
Quantas vezes ouve um não,
Será que isso não importa
Na justa apreciação
Do correr p’la Selecção

Mas por causa de um artigo
Que era só opinião
Não vejo que haja algum perigo
Antes, abre a discussão
Do apoio à Selecção.

Quem se queixa pela míngua
Do que à Corrida nos dão
Não venha a pagar p’la língua
Por terem dito que não
No apoio à Selecção.

Recusar, só pode ser
De quem lhe falta a noção
Do quão difícil é obter
Boa sponsorização
Seja ou não p’la Selecção.

Mas isto é uma reflexão
Que vou lançando na bruma
Correr pela Selecção
Não é asneira nenhuma
Porque a Corrida é só uma!



100 Maratonas com 100Amigos


Imponente local para a chegada (foto josé Sousa)

Ainda tentei arranjar desculpas para não ir, pois a Maratona de Madrid ainda estava fresquinha e a preparação vinha sendo muito poucochinha, tipo meia hora 3 vezes por semana. Mas por outro lado custava-me faltar a uma festa destinada a celebrar de forma tão original, a 100ª Maratona de conhecido atleta Luis Sousa, ainda por cima, por insistente convite do “centomaratonista”, que queria reunir à sua volta, pelo menos 100 amigos maratonistas. Não tive coragem de dizer que não e lá me atrevi a fazer uma nova maratona, apenas 20 dias depois.

Ainda bem que fui.

Conforme previsto, entre as 6,30 e as 6,45 era feita a entrega da linda T-Shirt amarela para os homens e rosa/lilás para as meninas, de excelente qualidade, que haveria de “fardar” os convivas no seu percurso. Reencontro com corredores de longa data e outros novos (abraço, Pedro Carvalho) e rapidamente se passou o tempo.

Às 7 em ponto, saem os autocarros, em direcção ao local da partida (Penha Longa). Logo aí, sento-me ao lado de um novo amigo, António Rebelo, que ia fazer a sua primeira maratona (e que eu não sabia que fazia parte dos Run4Fun). Conversa puxa conversa e de repente, estávamos no destino, onde lá estava o pórtico montado e o som a funcionar, com o Luis Jesus a pôr música e a fazer de speaker. Tenho então o prazer de conhecer o Ricardo Pereira, do blogue “o Arrumadinho”, que gosto de visitar, e que ia fazer também a sua estreia na distância.

Depois de umas breves palavras do homenageado e da foto de família, é dado o sinal da partida.

Nos primeiros 5Km havia duas subidas tramadas, mas a partir daí, ninguém teria razões de queixa do traçado: Malveira da Serra –Guincho-Cascais –Torre de Belém. Sempre que se podia, aproveitava-se o passeio marítimo, pois o trânsito não estava cortado e, por outro lado era mais plano e agradável. Km bem marcados e muito bons abastecimentos, de 5 em 5Km, com água, isotónico, barras energéticas.

Embora o tempo estivesse encoberto, a temperatura ia subindo, tornando a prova muito difícil a partir dos 25Km. A tentação de me pôr a passo era enorme. Passo pelo Luis Sousa, por volta dos 30Km. Ia a passo e eu estive mesmo para me pôr a passo também, só que, se o fizesse, seria para vir assim até à meta e eu também não queria isso. Vejo depois, a Analice que com os seus admiráveis 68 anos continua a enfrentar, com distinção, estas aventuras. Corrida lenta e penosa, lá me vou arrastando e chego, finalmente à Torre de Belém, onde estava o desejado pórtico da Meta. Nem vi o tempo que tinha feito (4,03,50). Vi depois, pela foto que o Zé Sousa me tirou. Estava mesmo exausto. Só queria sentar-me e refrescar-me. O Zé estava assustado comigo , pois achou-me em dificuldade e não me largou até se certificar que eu estava bem. Obrigado amigão!

Oh p'ra ele a acabar a prova :tá lindo, tá (foto do Zé Sousa)
Com o homenageado
(Muitas fotos aqui e na AMMA)
De facto, comparado com Madrid, a conclusão desta Prova foi bem mais difícil. Valeu o significado e os fins solidários que ela tinha, para deixar a felicidade sofrida estampada nos rostos dos que vinham chegando. E que bem soube estar ali um bocado naquela relva, bebendo ora água, ora cervejinha boa, conversando com a malta, e tomar conhecimento das estórias que cada um tinha para contar. Seguiu-se, depois um estupendo almoço-convívio em casa do Luis, que se prolongou tarde fora e onde o anfitrião, na sua comunicação da praxe fez sublinhar que “fazer 100 maratonas não é difícil. Está ao alcance de qualquer um. O que pode ter algum significado é correr durante 30 anos!”. É uma afirmação modesta, mas da qual partilho. E por falar em 30 anos : quantas maratonas se disputaram em Portugal neste período?



 A fabulosa "descompressão", com o Zé Sousa em grande estilo

Parabéns ao Luis Sousa pelas 100 maratonas que fez e pela forma original de as festejar, o que já lhe deu outra ideia que, em tempo oportuno ele divulgará. Parabéns a todos os que alinharam e sobretudo, àqueles que se estrearam na distância para quem correr passou a ter uma dimensão diferente.



Os 3 dígitos que motivaram a Festa (Foto Zé Sousa)http://www.100maratonas.com/

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Toma,toma,toma

Acho que a coisa virou-se.
Só pode ser maldição!
Ontem foi p’lo pingo doce
Hoje é pela Selecção.

Porque a opinião que é dada
É aquela que eu pondero
Estou só a "apanhar porrada"
De amigos que eu tanto quero.

Que esta "maré" vá depressa
Mas ninguém se vá calar
Que uma ideia quando expressa
Pode outra ideia encontrar.



Corrida pela Selecção


Embora sejamos unânimes em reconhecer os exageros nas mordomias que são prestadas ao futebol em detrimento das outras modalidades, acho que não devemos ser fundamentalistas.


É bom não nos esquecermos que, no fundo, a Corrida não é uma modalidade mas a base de quase todas as modalidades. Logo, a Corrida pode viver sem o futebol, mas o futebol não pode viver sem a Corrida (reparem que escrevo futebol com minúscula e Corrida com maiúscula). Só que, de uma maneira geral, a esmagadora maioria dos que correm também gostam do seu joguito de futebol, também têm o seu clube preferido, também gosta que os seus símbolos sejam bem visíveis. A Selecção de futebol é um símbolo que muito contribui para a coesão nacional, fazendo-nos esquecer o que nos divide e exaltando o que nos une. E não será apenas a selecção de futebol, bem entendido, mas todas as selecções.

Penso que o alvo do nosso descontentamento não estará na genialidade dos jogadores que nos representam, mas na comunicação social que os promove até à exaustão (mais as namorados, os filhos, as férias, os carros), esquecendo-se da tremenda injustiça que comete em relação aos grandes valores que temos noutras áreas, nomeadamente, no Atletismo, onde se atingiu o cume do prestígio mundial e o que surge na imprensa sobre esses grandes feitos, não passam de notícias envergonhadas.

Esta Corrida pela Selecção, na minha óptica, não deverá ser vista como uma intrusão do futebol na Corrida, mas sim como uma “massificação” ou como um “prolongamento” dos vinte e tal jogadores, a todos os desportistas nacionais. Ao suarmos as camisolas estamos imbuídos do mesmo espírito que os nossos craques (o que eles recebem por isso já é outra conversa).

Também não vejo que esta Corrida pela Selecção seja uma espécie de vuvuzela, de tão má memória.

Ora bem: nós gostamos é de correr, verdade? Então, o facto de surgir mais uma Corrida é motivo de satisfação, ainda por cima quando o “rei futebol” inclina perante nós um pouco da sua majestade.

domingo, 6 de maio de 2012

IV Meia Maratona na Areia -C.Caparica

Já tinha sido dada a partida, mas ainda havia tempo para a foto da Isabel Almeida
 À chegada (Foto de Zé Carlos Melo)
 Com o Nuno Alexandre a dizer-lhe que a Prova estava excelente  (foto Carlos Lopes)

Talvez tenha sido pela força da lua que nesta madrugada se mostrou com o maior círculo de luz reflectida de que há memória (dizem), agradada que estava com o culto que lhe é prestado por grande número de corredores nos treinos lunares. A verdade, porém, é que o areal da Caparica este ano, estava magnífico, como se fosse uma enorme passadeira, onde se corria com toda a facilidade. Assim houvesse pernas.


A temperatura estava agradável e não havia vento de espécie nenhuma.

Às 9,30 é dado o sinal da partida. Parti na cauda, com o meu amigo Orlando Duarte e foi com ele que fui até aos 5,5Km. Já há algum tempo que me parecia estar a “ir na conversa” do Orlando, pois estava a passar por atletas que sei que correm mais que eu, pelo que previa, lá mais para a frente,” ter de pagar o pato.” E assim foi, mas consegui, nos últimos 3 Km, recuperar o andamento e muitas das posições que tinha perdido.

Quanto à Organização, foi BRILHANTE. Não lhe aponto qualquer falha. Continuo, pois, a ter todos os motivos para continuar a ser totalista desta Prova. Parabéns ao Mundo da Corrida, sobretudo àqueles que fizeram o sacrifício de não correr, para que não nos faltasse nada.

Quem sabe, sabe. Agradeço a todos os que estiveram envolvidos na Organização, a excelente manhã que nos proporcionaram.

sexta-feira, 4 de maio de 2012

"Batam" leve, levemente...



Era para responder aos comentários do texto anterior, com um outro comentário. Mas achei melhor fazer um novo, para mais fácil visibilidade.

Eu sabia. Eu sabia que estava a pôr-me a jeito para levar tareia, pois a grande maioria dos meus amigos condena a campanha que foi feita. E eu, embora não pareça, em termos pessoais, também condeno. Mas não custa compreender que muita gente tenha visto nesta campanha, a oportunidade para abastecer-se como não o fazia há muito tempo. Houve excessos? Houve. Houve ganância? Houve. Houve gente a fazer compras que não precisava e agora vai ver-se aflito para pagar outras contas? Houve. Mas isso tem a ver com a mentalidade das pessoas, com a sua educação. E quem é que não sabe que o capital explora essa condição?

Ter-se escolhido o 1º de Maio? OK, também aceito que deviam ter escolhido outra data.

Quanto à "dignidade" é coisa que varia na razão inversa da "necessidade". Lembro-me que, em miúdo, o padre cá da terra, que juntava a criançada no salão paroquial em pequenas peças de teatro, volta e meia, lançava para o ar mãos cheias de rebuçados, que nós, em movimentos tão rápidos quanto possível, apanhávamos do chão. À distância, parece-me que o rastejar para apanhar rebuçados, é uma atitude indigna, mas na altura, o pensamento era simples: ou o fazia, ou não comia os rebuçados. Não pensava na perda da dignidade. Queríamos era que o padre atirasse mais rebuçados.

Infelizmente, sabe-se que quem está por cima joga com as necessidades dos outros.

A atitude indigna não estava no acto de dar os rebuçados, mas na forma como os dava e quem perdia a dignidade não era quem rastejava para apanhar os rebuçados, mas quem os atirava para o ar ou para o chão.

Ao dizer isto estou a dar razão aos meus amigos que comentaram, mas mantenho que, sob o ponto de vista de um povo necessitado, é compreensível que tenha aproveitado a oportunidade, ainda que ao fazê-lo, possam ter em mente:"-Porque é que estes cabrões não fazem isto todos os dias?", expiando com o palavrão, a dignidade perdida.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A chatice de pagar pouco


O dia era o do Trabalhador. Da exaltação da força do trabalho na criação da riqueza de um País onde as empresas têm vindo a fechar, onde tem crescido o desemprego, onde a acumulação da dívida está longe de ficar controlada. Onde o poder de compra dos que ainda vão ganhando algum salário, já começa a ter dificuldade em assegurar o básico. Mais do que nunca, se impunha gritar bem alto que era preciso inverter o rumo das coisas.


Eis que uma cadeia de supermercados, com a duvidosa intenção de ir ao encontro das necessidades de quem ganha pouco, decidiu comemorar este dia concedendo descontos iguais ao valor das compras efectuadas!

E agora? O que é que seria melhor? Ir para as “manifs” gritando os slogans que se impunham, ou arriscar umas horas de espera nas filas do supermercado, para reabastecer a despensa e poder ter um mês mais tranquilo? O dilema entre o virtuosismo idealista e a oportunidade palpável.

Surpreendentemente, aqueles que mais defendem os desfavorecidos, insurgiram-se contra esta campanha, invocando variadas razões (capitalismo selvagem, humilhação dos trabalhadores, transformar o Dia do Trabalhador no Dia do Consumidor, etc).

Aceito que a escolha da data pode “trazer água no bico”, mas também pode ser interpretada como uma forma de comemorar o dia, “duplicando” o valor dos magros salários que os trabalhadores recebem.

Aqueles que pretendem dar ênfase ao valor dos ideais, pois que o façam como sempre fizeram. Mas aqueles que dão “voltas às ideias” para conseguir dar de comer à família, não deverão ser criticados por terem aproveitado a oportunidade, independentemente do que esteja por trás dela.

Mas isto é mesmo assim: A J.M. acha que o mal que fez foi “atacar” os trabalhadores com uma campanha que lhes encheu as despensas por pouco dinheiro; Os outros acham que “com papas e bolos se enganam os tolos”.

O que é que isto tem a ver com Corrida? Tem! Porque se eu não tivesse ido para 31ª Corrida 1º de Maio (que falou mais alto) tinha ido logo cedinho ao Pingo Doce, ai não!…A selvajaria já é outra conversa.



terça-feira, 1 de maio de 2012

31ª Corrida do 1º de Maio -Lisboa


 Com o João Veríssimo (Foto António Melro)

 Na recta final (Foto Isabel Almeida)


Finalmente (Foto Zé Gaspar-AMMA)

Já de saco às costas (Foto Zé Carlos Melo)

1º de Maio. Habituei-me a celebrar esta data histórica, carregada de significado para todos aqueles que trabalham ou que gostariam de trabalhar mas que não lhes é permitido. Dizia eu que me habituei a celebrar a data, participando nesta Prova que começa e termina no renovado estádio 1º de Maio (lembro que, ainda em Dezembro, quando da Maratona de Lisboa, estava ele virado de pernas para o ar, com montanhas de chão onde hoje se encontra um belíssimo relvado sintético). Foram 1500 atletas que fizeram como eu, percorrendo 15 Km numa Lisboa quase deserta, não sei  se por causa dos pingos de chuva, (que eram pacíficos), se por causa dos pingos doces (que deu… em chapada em muitos casos).

Desta vez, a prova teve início no interior do Estádio, dando-se uma volta à pista, com a espectacularidade de uma bela moldura feita de uma multidão colorida e em movimento. Ganhou pontos com esta novidade.

Saí no terço traseiro do pelotão e os primeiros quilómetros foram feitos debaixo de chuva fria, que me gelou as mãos, até que o calor gerado pela corrida (e pelo fim da chuva) as normalizou. Sabendo eu que aqueles 3Km da Almirante Reis não eram pêra doce, tratei de gerir a coisa de forma a que, quando lá chegasse, estivesse em boas condições para a enfrentar. Por isso, tive que me conter nas agradáveis descidas da Fontes Pereira de Melo e Av. Da Liberdade. No Martim Moniz, então, ensaio um ritmo mais vivo e vejo que me dou bem com ele. Por isso, mantenho-o e vou subindo enquanto reparo que vou ganhando posições.

Areeiro: 12Km. Agora, as dificuldades do percurso já estavam para trás, mas preferi não insistir num andamento crescente, com receio de entrar no Estádio em quebra, o que seria desagradável.

Lá consegui chegar, em “bom estado”, embora não saiba quanto tempo fiz (os resultados ainda não estão disponíveis "Tenho o acesso bloqueado",eheheh), mas pelos tempos de amigos que chegaram por aquela altura, deverá ser qualquer coisa parecida com 1,10.

Quanto à Organização. Pareceu-me bastante bem, embora o traçado da Corrida não tenha sido exactamente igual ao que foi certificado. Daí que ficou encurtado em duzentos e tal metros, que pode ter sido chato para quem queria aferir a sua marca aos 15Km, mas que não teve importância nenhuma para quem estava ali pela Festa. E sei que foram praticamente todos. Por isso, é com total merecimento que dou os Parabéns à Organização e agradeço o facto de nos ter proporcionado participar nesta excelente Corrida.

Nota: Afinal já sei o resultado: 1,10,20 (561º). O resto está aqui.

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Rock around Madrid




Lá fui eu correr o Rock’n’Roll a Madrid
Nesta Maratona das melhores que corri
Toda a gente corre, toda a gente ouve o som
Fica comprovado que correr é que é bom

Bom-bom ,Oh yeah ; Bom-bom ,Oh yeah

Logo p’la fresquinha os corredores, aos milhares
Olham para cima e o que caía dos ares ?
Eram os páras que saltaram lá das alturas
Ficavam de pé em aterragens seguras.

guras guras - oh yeah/ guras guras oh yeah

Tiro da partida, começa a correria
E cobre a Castelhana de um manto que mexia
Logo ali, a meio, houve um primeiro sinal
Que todo o percurso iria ser bestial

Bestial, porquê? Oh yeah

Em cima de um palco estava lá uma banda
Confirmando o que dizia a propaganda
Com um som bem alto e ao ritmo da passada
Música p’ra todos, não há malta cansada


Ada-ada- oh yeah ;Ada-ada- oh yeah - ainda não

Ao longo da prova como que por distracção
Vou contando os palcos p’ra saber quantos são
Só que já são tantos e a cabeça já fraca
Perde-se nas contas e começa a ressaca

Aca-aca- oh yeah; Aca-aca- oh yeah

Mas por isso mesmo quando há mais uma banda
Há um novo alento que nos telecomanda
E se, por acaso te quiseres pôr a andar
O som da guitarra faz-te envergonhar

Nhar-nhar –oh yeah; Nhar-nhar –oh yeah; toca a correr

Primeiro disfarças ao marcar o compasso
Já não é com as pernas, mas ao menos com o braço
E em vez de fazeres uma Maratona muda
Nesta, o Rock’n’Roll deu-te uma valente ajuda

Uda-uda, oh yeah; Uda-uda, oh yeah

Com a meta à vista, perante a multidão
Vais treinando a face p’ra teres boa expressão
P’à fotografia, põe-te em pose e sorri
Que já tens mais uma Maratona em Madrid


Venha a medalha, oh yeah; venha a medalha, oh yeah.
Venha a medalha, oh yeah; venha a medalha, oh yeah.

Tchan-nan-nan-nan – oh yeeeeeeeeeeeeeeah!!!!!
Esta é do Paulo Pires (está mais à mão)