Bem, tenho estado entretido e entusiasmado a ler o que outros vão escrevendo sobre a 20ª Maratona do Porto, que chego à conclusão que pouco poderei acrescentar ao que já li. Mas isso não é razão para ficar calado, pois a forma como vivi esta excelente Maratona só eu mesmo é que poderei descrever, pelo menos, naquilo que for capaz(e para quem estiver disposto a ler, claro está).
Em 2004, fui à "sessão inaugural" daquilo que é hoje a Maratona do Porto e, por me sentir atraído para esta Prova que tive o privilégio de ver nascer, fui, ano após ano, marcando presença e registava, com enorme satisfação, a evolução deste grande Evento que veio dar uma nova dimensão ao panorama desportivo da Invicta. Não fazia planos para o futuro, mas, vem mais um ano, mais outro, mais outro...e outro, até que chegámos às 20!Vinte edições. Um marco de "pedra e cal" que é impossível apagar. E se não tive dúvidas quanto à capacidade criativa, expansionista e inovadora da Organização para dar uma longa vida à Maratona do Porto e pô-la no lugar de topo, que lhe é devido, já teria sérias dúvidas em admitir que eu acompanharia o seu percurso e viria a estar presente nas 20 edições realizadas. Sinto-me com muita sorte pelo facto de as lesões ou enfermidades que sempre nos afectam, tenham "respeitado a agenda" da Maratona do Porto.
Sabia que a Organização pretendia partilhar com aqueles que estiveram em todas as edições, a satisfação de tão grata celebração dos 20 anos. Aliás, em todos os anos, os totalistas sentiram essa atenção por parte da Organização, que lhes que lhes atribui "dorsal amarelo" dá a oportunidade de se fazerem fotografar junto ao pórtico momentos antes do tiro da partida, num momento de vaidade boa, que nos enche o ego. Infelizmente, ainda não houve um ano em que estivéssemos todos na foto. Mas este ano, ia eu a dizer, a Organização pensou em dar realce aos totalistas, na conferência de imprensa em que foi feita a apresentação da Maratona à comunicação social.
Os totalistas presentes na apresentação da Prova |
Um momento que registamos com especial apreço e consideração. Também aqui, não se conseguiu reunir todos (compreensivelmente pois era uma 3ª Feira, dia normal de trabalho) Muito obrigado Runporto.
A lembrança da Organização para os totalistas |
Dito isto, chegado o dia 2 e à boleia do meu amigo e sempre disponível Nuno Marques, arrancámos para o Porto, Alfândega, onde chegámos por volta do meio dia. Visita à ExpoMaratona, levantamento dos dorsais, o abraço ao Director da Prova, Jorge Teixeira, ao seu colaborador de sempre José Silva, ao Tiago e Ricardo Teixeira, que herdaram do pai a responsabilidade desta enorme "embarcação". Depois, e como é bom de ver, cruzarmo-nos com diversos amigos destas andanças das corridas, para dois dedos de conversa. Aguardámos pela chegada do meu filho Duarte - que quis celebrar o seu aniversário assistindo à Maratona do pai - e da namorada Sara para almoçarmos na pasta party também na companhia das amigas Ana Pereira e da Maria Póvoa.
Na Expo Maratona (Maria, Ana, Hermínia, Jorge, eu e o Nuno) |
A seguir, fomos até ao hotel e combinámos que iríamos jantar a Matosinhos, a um restaurante que o Nuno bem conhece, antecipando assim, o aniversário do Duarte, pois no dia seguinte, não seria possível. Isto, depois do Farense - Benfica, que o Nuno não queria perder.
Foi óptimo o jantar de peixe grelhado para uns a açorda de marisco para outros. Estava uma noite excelente, daquelas que convidavam a andar a pé, mas era preciso ir deitar cedo.
Dia D às 6,45H sai o autocarro com destino à partida. Lá fomos juntamente com a "nata" do Atletismo mundial.
À espera da partida |
Chegámos rápido e agora, era só aguardar pelas 8 horas.
Ouvimos o speaker chamar os totalistas um a um, para a foto do costume. Era um bocadinho mais cedo que o habitual. Desta vez ia preparado com uma faixa, com que pretendia homenagear uma Organização que sempre foi atenciosa connosco.
Depois vem o tiro da partida. Como sempre, encosto logo para não estorvar a passagem dos mais rápidos mas a verdade é que, mesmo não parecendo, ia mais rápido que o devido. Na casa dos 5,15/Km. Nem pensar nisso. Tinha mesmo de afrouxar. Passo à Meia Maratona com 1,54H. Menos 6 minutos do que eu queria. Por volta dos 24Km aparece-me o meu filho, que veio a correr atr´s de mim, pois contava que o meu equipamento da Tranquilidade fosse o verde, mas há um mês foi mudado para vermelho como cor dominante e por isso não deu pela minha passagem, sendo a Sara a chamar-lhe a atenção. Um abraço de parabéns e...siga a viagem. Claro está que viria a pagar a factura do andamento inicial. Aos 32 sou apanhado pelo pace das 4,00H e notei que vinha a quebrar o andamento. Lá está, é sempre preferível abrandar por querer do que por não poder. Mas, vá-se lá dizer isto a quem vai cheio de energia no primeiro terço da prova? Pois...
Então pensei: vou parar no abastecimento dos 35Km e vou a passo um bocado para recuperar, pois não adianta vir a perder andamento ao ponto de me ficar a arrastar. Assim fiz, caminhei até aos 36Km e recomecei, agora numa passada mais decente, entre os 5,50 e os 6,00 e assim fui até ao Queimódromo, para aquele momento sempre épico da chegada, ante o aplauso do Duarte e da Sara. 4,08,19 era o que marcava o relógio.
E pronto, tá feita. Yessss!!! |
E assim chegou cá o rapaz |
Resultados Provisórios | Maratona do Porto
Medalha ao peito! E que medalha! Lindíssima e original. Sei que há quem diga : "- ah e tal, o que é que isso interessa? a medalha é para todos!" Nada mais falso. Esta é só minha.
À saída do "funil" de chegada, sou surpreendido com uma "imperial" divina, que os meus amigos, que chegaram antes tinham conseguido, para que eu não precisasse de estar na fila, e para brindarmos à saúde. Obrigado Pedro Vicente e José Amaro .O Luís Nunes chegou depois, pois não estava nos dias dele, mas bem disposto na mesma.
Entro depois na zona privilegiada, felicito a Organização e por ali ficamos enquanto esperamos pelo Nuno, que ainda tinha que fazer mais uns 2 ou 3 km. Sabíamos onde é que ele vinha graças à App da Maratona, que foi uma excelente inovação, pois permite saber onde é que vem qualquer atleta, bastando introduzir o número do dorsal. Lá vem ele a chegar, na casa das 4,50h pois ele fez a prova sem querer exagerar, pois ainda se encontra em recuperação de um problema de saúde. E vinha feliz com o seu desempenho.
Com o meu filho, aniversariante e a namorada Sara. Um casal de jovens e quem correu foi o velho, eheh |
A Sara a pensar: - isto é só malta maluca!!! |
Um que organiza a sério e dois que correm na brincadeira. |
Fica assim concluída com sucesso, a 20ª Maratona do Porto. Quero deixar aqui um abraço especial ao meu amigo Cláudio Gaspar que, até à 19ª edição partilhou sempre comigo a satisfação do que é ser totalista e que um acidente nas vésperas da Prova, o impediu de participar. Boa recuperação Cláudio.
O Cláudio, na 19ª com o dorsal 83 |
Pronto. Só faltava ir ao hotel e pormo-nos a caminho de casa, numa viagem que correu maravilhosamente bem, apesar do célebre "andar novo" sempre que saíamos do carro.
Quanto à Organização continua a brindar-nos com o que de melhor se vê por aí , pelo que, mais uma vez, está de Parabéns e um agradecimento especial pela atenção que nos foi destinada. Bem hajam.
Termino com um "ritual"de rimas (feito em 2011) que o dia seguinte ao da Maratona me recorda sempre:
Ando eu aqui com as pernas tão doridas Que em cada movimento faço um esgar E só o simples facto de ir c…gar Me faz soltar uns ais em voz gemida Ai,ui,ai,ui,ui, ai … se me levanto Ai, ui,ai,ui,ui, ai… se desço escadas E as figuras que faço com as passadas Que todos me olham com olhar de espanto ? Por ter feito a rainha das corridas E ter as sensações mais gloriosas Pago agora a factura em dor penada Mas desta felicidade incompreendida Acham que essas conquistas saborosas São como que um enxerto de porrada.