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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Rock 'n' Roll Maratona de Lisboa

Com o Paulo Pires , +/- aos 6Km

Foto de Ventura Saraiva
Foto do Mário Lima



Com o Nelson, numa foto da Catarina Alegre

Com o entusiasmo de andar a ler o que cada um tem escrito sobre a Rock ‘n’ Roll Maratona de Lisboa, reparei agora que eu próprio ainda não disse nada sobre o assunto.
Fiz a Maratona, sim. Dizer que foi “mais uma” não é a melhor forma de começar, pois cada maratona tem as suas dificuldades, as suas condições. Cada uma é diferente da outra. Aquilo que faz parte do conhecimento comum a todas elas é a necessidade de um treino adequado, boa alimentação, bom descanso e, no dia D, prudência e ponderar bem o ritmo a seguir em função da marca que cada um acha que a sua preparação lhe pode garantir. São “verdades de La Palisse”, mas que nem sempre são tidas em conta, mesmo por quem já é “batido” na coisa.
Cascais. Comigo iam dois estreantes na distância, o Nelson Alegre e o Paulo Neves. O 1º bem preparado, o 2º nem tanto. Mas a vontade de correr a maratona era muita e nenhum deles gosta de virar a cara aos desafios.  Vamos em frente, então.
Posicionámo-nos lá para trás, no meio do grande pelotão e, à hora prevista é dado o tiro da partida (10,05h!!! – ponto a rever, pois esta hora não mereceu a simpatia de nenhum dos atletas que ouvi) . 1,30 minutos passámos a linha de partida, frente à Câmara Municipal de Cascais. O mar não se mexia e o Paulo a pensar lá para com ele “ este mar assim e eu em vez de ir mergulhar e apanhar uns polvos, venho para aqui sofrer!”. Mas agora era tarde e não havia volta a dar, a não ser correr, correr, correr até ao Parque das Nações. 
Nos primeiros 2 km não dava para escolhermos andamentos, pois estávamos condicionados pelo pelotão ainda compacto mas depois, lá para a zona do Casino do Estoril, quem tivesse pernas, que fosse mais depressa, mas exigia-se contenção do entusiasmo.  Mesmo assim, lá ultrapassámos o marcador do ritmo das 4h, que era o nosso amigo Carlos Lopes do Blogue “A minha Corrida”.  O Paulo prudentemente, tinha ficado para trás e eu e o Nelson lá fomos num ritmo que nos permitiria chegar antes das 4h.
Junto a nós surge o nosso amigo Albísio Magalhães, que andava a treinar e com quem tive o prazer de conversar um bocadinho sobre “projectos futuros para a excelsa colheita de 54”. Lá vinha o Paulo Pires, ainda a cheirar a Monte Branco, mas com um andamento de fazer inveja (com um “pedal balente” na expressão que um amigo nosso gosta de utilizar), que ia registando na sua máquina a “mímica” dos amigos que ousam meter-se nestas alhadas. Olha…o Manuel António também vai aqui – e fica no “boneco” também, ele que a maior parte das vezes fotografa, desta vez era fotografado pelo Paulo Pires.
Um ou dois kms mais à frente sou alcançado pelo Luis Gonzaga Nunes, um dos "estrategas" do UTNLO, este sim, "tresandava" a Monte Branco (pois voltei a passar por ele lá para os 30).
Entretanto começámos a ver o marcador das 3,45h seguido por um pelotão que não o queria largar. Estávamos por volta dos 10Km. – Calma, digo eu para o Nelson, - não precisamos forçar o andamento para lá chegarmos, pois se tiver que ser, isso acontece naturalmente. Porém, num abastecimento ou numa qualquer distracção, o Nelson avançou pensando que eu ia com ele. Achei que não o devia travar, porque sei que ele está muito melhor preparado que eu e um andamento difícil para mim, poderia ser fácil para ele. E como sabia que na UMA ele conseguiu segurar um andamento regular, não o chamei. Alcançou a bandeirinha das 3,45, andou por ali algum tempo e até foi para a frente dela ;e eu já estava a mais de 150m cá para trás. À passagem por Paço D’Arcos vejo o Nelson já atrás do grupo das 3,45 e pensei que ele optou por esperar por mim talvez sentindo-se inseguro. Na passagem pelo passadiço da Praia que antecede o túnel da Cruz Quebrada, passo pelo Nelson e vejo que ele estava em quebra! Só podia ser psicológica. Manteve-se próximo até à Meia Maratona, mas depois a saturação –o grande inimigo – foi-se apoderando dele. Havia um trabalho importante a ser feito neste domínio, que não o foi : o trabalho psicológico para manter a motivação em alta quando começa a notar-se a quebra física.
Para as bandas da 24 de Julho, vejo um atleta a correr calmamente de marcha atrás, como que à procura de alguém conhecido. Era o nosso amigo Pedro Amorim, que estava precisamente e recordar que naquele mesmo sítio, no ano passado, tinha caído quando tentava tirar uma fotografia. Um abraço e tive o privilégio de ser apresentado ao grande João Oliveira, brilhante vencedor da Spartatlon (245Km)entre Atenas e Esparta. Foi um momento alto desta maratona.
Passagem ao Cais do Sodré : o amigo Mário Lima estava “à coca” e apanhou-me numa excelente foto, com a Praça da Ribeira em fundo.
Continuando, lá se foram passando kms com bons abastecimentos, mas com troços do percurso um bocadinho monótonos (mas isso pode ser por já tê-los feito muitas vezes), excepção feita na ida aos Restauradores e retorno à Praça do Comércio (32Km)-lá estava o Jorge Branco a dar ânimo à malta- , mas a partir dali, voltou a ser difícil. Não só pelo acumulado de Kms mas porque a paisagem era pobre. Vejo o Jorge Serra e o Francisco Pereira, meus amigos e companheiros da ACB, a passo e eu cheio de vontade de lhes seguir o rasto. Aos 35km passo pelo Tigre, que ia a caminhar e eu nem o tinha visto . Viemos juntos um bocadinho, pouco, porque eu não me aguentei. Fez-lhe bem ter andado um bocadinho, que lhe recuperou as pilhas, enquanto eu lutava para não ter de me pôr a passo. Muitas foram as pessoas que optaram por caminhar a partir dos 32 km e, surpreendentemente, atletas de “outros campeonatos”.
Km finais, onde havia, finalmente, gente a aplaudir. Amigos e conhecidos que tinham feito a Meia  Maratona e estavam ali, na importante missão de nos dar força e a fazer-nos sentir que o objectivo estava prestes a concretizar-se. A dupla viragem à direita e já se avista o pórtico. O almejado pórtico. Uffffffa. Nem reparei bem quanto é que o cronómetro marcava, mas vim a saber que era 3,53,50.
Dão-nos água, uma linda medalha, um saco com coisas dentro e um gelado.
Agora era respirar um bocadinho, sossegado e… esperar pelos amigos.

A apreciação da prova tem que ficar para depois, porque já estou a esticar-me muito e depois, não haverá quem tenha pachorra para ler até ao fim.

7 comentários:

JoaoLima disse...

Muitos parabéns Fernando por mais uma :)

Um abraço

Jorge Branco disse...

Grande Fernando Andrade, com estes relatos a "coisa" até parece simples!
Um abraço.

Nuno Sentieiro Marques disse...

Mais uma...e que uma :)
Belo relato.
Obrigado pela partilha e parabéns.

A Cris ainda te sacou uma foto...publicamos no FB o link para o album...se não encontrares, avisa que te envio
Abraço

Anónimo disse...

Parabéns mestre por mais uma.
Abraço.
António Almeida

Alexandre Duarte disse...

Parabéns Fernando!!
Abraço

JH disse...

Não páras e nunca perdes a oportunidade de fazer mais uma... desde que esteja ao teu alcance...zás, está feita. Os meus parabéns, gostaria de manter essa motivação mas é evidente que não te chego aos calcanhares... Abraço

Fernando Andrade. disse...

Muito obrigado, amigos.
Conforme posso e me dá prazer, lá vou escolhendo as provas com esta maravilhosa distância.
Abraço.