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quarta-feira, 5 de novembro de 2014

XI Maratona do Porto, a Maratona!

 Entre esta...
foto obtida Fernanda Silva, quando faltavam 192m!!!

 ...e esta, decorreram 10 anos. 

E vão ONZE! Cada uma com a sua história, ou melhor, cada uma com tantas histórias quantos aqueles que nela participaram.

Sobre a Prova que fiz, tenho pouco que contar. Uma enorme constipação que me afectou nas vésperas aconselhava-me a ficar em casa e não a gastar as poucas resistências que tinha naquele grande desafio que é correr uma maratona. Mas esta não era uma maratona qualquer. Nenhuma é! Mas esta merece-me um carinho muito especial e mereceria também que, mesmo debilitado, contasse comigo para percorrer aqueles maravilhosos 42 km que a Cidade do Porto e o Douro tinham preparados para os cinco mil (!!!) que se inscreveram na 11ª Edição da Maratona do Porto. A grande verdade, porém, é que esta Maratona me fazia muito mais falta a mim do que eu a ela! Fazia-me falta assistir à concretização de um sonho em que uma equipa altamente competente e batalhadora sempre acreditou desde que se lançou neste projecto.

Dez anos depois, eis um resultado inimaginável para muitos mas não para a Runporto.com que teve a feliz ideia de dotar a Invicta de uma Maratona que se equiparasse às grandes provas mundiais: não lhe faltava um percurso enquadrado num cenário de grande beleza natural e histórica; não lhe faltava vontade; não lhe faltava o crer nas suas capacidades organizativas. Havia só que trabalhar nesse sentido, acreditando sempre.

Mais tarde ou mais cedo, os resultados apareceriam. Ei-los.

4042 corredores puderam sentir aquele ”gostinho” tão especial e carregado de emoção, que é passar a linha da meta, numa envolvência digna de um grande momento: a grande passadeira colorida, o pórtico, o cronómetro, o som, os fotógrafos, os aplausos e os incentivos para aqueles metros finais. A Medalha.

Ter sido um destes 4042 encheu-me de vaidade, tal como ter sido um dos 317 que deram o “pontapé de saída” há 10 anos, na 1ª Edição. Nessa altura, a qualidade da Prova já lá estava. Pena foi que tivesse sido aproveitada por poucos (mas poucos mais maratonistas havia).

2 de Novembro de 2014, “…le jour de gloire est arrivé!”.  Não encontro palavras com que possa felicitar condignamente esta extraordinária equipa da Runporto a quem toda a “comunidade” da Corrida muito deve pelo que tem feito em prol da modalidade, tornando-a popular, interessante (numa primeira fase) e apaixonante (na fase seguinte). O “País Desportivo” ganhou outra dimensão. Muito obrigado, Runporto,  por nos apresentarem provas de tão grande qualidade.

Por ter a certeza que foram muitos aqueles que fizeram a Maratona pela 1ª vez, gostava de lhes dar os parabéns, porque sei que entraram num mundo em que o “ser-se capaz” é a norma. Lembrei-me –e com isto  termino este primeiro apontamento - de vos trazer um texto que fiz após a 1ª Edição, que dedico aos que adquiriram agora a elevada condição de MARATONISTA:

O Meu Herói,

Porto. 17 de Outubro de 2004.

Após quase 6 horas de corrida, chega à meta o Maurício. Poucos se lembrarão do nome dos primeiros a chegar, mas o Maurício, que só tinha feito duas provas na vida, ficou famoso ao concluir a 1ª Maratona do Porto. Isto, porque, para além de um acompanhamento exclusivo na 2ª metade da Prova, teve a sua aventura narrada a preceito por Joaquim Almeida, através de uma história bem contada – porque vivida – por um homem conhecedor do esforço de longas distâncias que, ao mesmo tempo que ia vigiando os sinais do esforçado atleta, ia-o também incentivando nesta aventura, insurgindo-se até com aqueles que apelavam à sua desistência. A sua chegada, ao cabo de 5 horas e meia,  foi celebrada com abraços emocionados de ambos com o dinâmico Director da Prova, Jorge Teixeira. Tinham conseguido. Tinham todas as razões para sentir o alívio do dever cumprido.

O Maurício, de Penafiel, ficou-me na memória, como o grande herói da jornada: a sua estreia na distância fica associada à estreia da Maratona na Cidade do Porto. Uma estreia sofrida, mas que ilustra bem a fibra com que se fazem as pessoas persistentes. Ele sabia que na Maratona todos eram vencedores e que nada teria o sabor da grande vitória que era chegar ao fim. Parabéns, Maurício.



7 comentários:

JoaoLima disse...

Muitos parabéns Fernando e excelente texto sobre o Maurício!

Um grande abraço a um dos totalistas da Maratona do Porto :)

Jorge Branco disse...

Muitos parabéns MESTRE Fernando Andrade!
Nem um constipação valente o faz parar!
Forte abraço.

Carlos Cardoso disse...

Muitos parabéns Fernando Andrade! Eu tenho muito orgulho de fazer parte desta grande família de atletas que se encontram ano após ano no Porto para celebrar a Maratona. No meu caso, este domingo foi a 4ª e enquanto puder estarei presente no futuro.
Muito bonita a história do Maurício que não conhecia...um grande herói como muitos outros anónimos entre o enorme pelotão deste domingo.
Grande abraço

PSousa disse...

Muitos parabéns, Fernando! Pela proeza, pelos relatos que ainda mais nos motivam a sair para correr! Grande abraço

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Um totalista tem responsabilidades :) E sei que é sempre com todo o prazer que volta à Maratona do Porto e a vê crescer, o Fernando que a viu nascer, ainda embrião até.

Parabéns por mais esta meta cortada e para o ano lá estaremos, o Fernando na Maratona por certo e eu...algures :)

Joaquim Costa disse...

Ó AMIGO FERNANDO lamento a altura em que pela primeira vez o vi em pessoa...o amigo ia a passar um mau bocado , sempre pensei que ia consigo, fica para a proxima .um grande abraço

Isa disse...

Muitos parabéns por mais uma maratona! (Mas o Fernando não para?)
E parabéns por ser totalista. Factos incríveis de um atleta absolutamente fantástico e muito acarinhado por todos.

Um beijinho