Há quem não goste de “confusões” e fuja da Meia
Maratona de Lisboa para correr em ambientes mais maneirinhos, mais calmos, mais
aconchegados em vez de se transformar apenas numa infinitésima porção daquele
mar de gente que, saída do tabuleiro da ponte, varreu a capital, numa torrente
humana que expressa bem a dimensão que a Corrida assumiu na nossa sociedade.
Respeitando quem é mais pelo sossego de outras
provas –e eu também gosto muito de sossego – vejo na Meia Maratona de Lisboa
uma espécie de Celebração da Corrida.
Os que correm, de uma ou de outra forma, tendem
a considerar que esta prática será mais útil à sociedade se cada vez mais gente
a seguir. Quantos mais formos a correr, mais enraizada estará a Corrida e mais expressão ela terá na vida das pessoas.
Atingir-se esse ideal e não o comemorarmos porque
“é muita confusão” é como se recusássemos o resultado óbvio do reconhecimento das
massas, dos benefícios da Corrida.
Reconheço que, quanto maior a multidão, maior
número de “intrusões” de pessoas que não sabem estar na Corrida, que adoptam
práticas desrespeitosas que repudiamos. Mas não devemos valorizar esses actos a
pontos de recusarmos festejar a Corrida só para não corrermos o risco de
assistir a atitudes lastimáveis. Por cada um que atira a casca da banana para o
chão, há mil que sabem onde pô-la; por cada batoteiro que aparece há mil que o
condenam; por cada um que não compreende o que retirar da Corrida, haverá mil
que ficam rendidos à sua magia.
Por isso, faço questão de estar na Festa da
Corrida.
O meu desempenho não foi mau. 1,45, menos 7
minutos que em 2015. Resultados completos aqui.
3 comentários:
Muitos parabéns Fernando. Pela marca e pelo texto que concordo na íntegra
Um abraço
Muitos parabéns Fernando. Pela marca e pelo texto que concordo na íntegra
Um abraço
O mestre está forte.
Abraço,
António
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