"O Tejo é maior que o rio da minha aldeia,
mas o Tejo não é maior do que o rio da minha aldeia,
porque o Tejo não é o rio da minha aldeia..."
Na frente do pelotão (os que já passaram não contam) Foto do Prof.Mário Machado |
Sempre que vou à Corrida do Tejo, tenho de dizer isto, lembrando o poema do F.Pessoa (que aconselho a ler na totalidade), como se fosse uma oração, mal comparando, em forma de consolo, o gigante com o pigmeu.
Carro estacionado no Jamor e a ideia era fazer 2 ou 3 km até ao local da partida, fazer a prova, de 10 km, até Oeiras e regressar a "corrinhar" até ao carro.
As novas cores da Generalis-Tranquilidade |
No sitio do costume lá estava a minha rapaziada (eles e elas, obviamente, que isto agora é preciso ter cuidado com as coisas do gênero), farda nova, dois dedos de conversa com alguns amigos da equipa, a foto, um cafezinho gentilmente oferecido pelo João Serra e lá fomos andando para as portas respectivas.
Com o amigo Paulo Sousa |
Faltavam uns 10 minutos e ficámos um bocadinho na conversa até que o speaker inicia um discurso que se viu logo que era coisa séria, evocando uma enorme figura ligada ao Desporto, que tinha começado a sua carreira na Câmara de Oeiras e se distinguiu como docente universitário e autor de novos conceitos de encarar o Desporto abrindo-o à comunidade, tendo estado à frente durante muitos anos, do Comité Olímpico Português e que faleceu, precisamente nos últimos dias das Olimpíadas de Paris: José Manuel Constantino. Um minuto de silêncio em sua homenagem, seguido de um forte aplauso.
Seguiu-se o tiro da partida.
Aquela enorme massa humana, de cerca de 6500 pessoas, começou a "desembrulhar-se" num claro sinal de que, cada vez mais, se cumpre as caixas de tempos, de acordo com os ritmos que os corredores conseguem fazer. (Corredores? então e as corredoras, não se fala nelas? - lá estou eu).
Ia olhando para o relógio, para confrontar o modo como me sentia, com o ritmo que levava e vi que andava a roçar os 5´/km. Não estando habituado a isto, resolvi abrandar, mas vejo que os km seguintes, afinal, ainda tinha baixado dos 5. Pensei que fosse o relógio que estivesse a avariar, mas fui progredindo.
Em suma: foram excelentes as sensações, mas lá terei de admitir que por mais que queira "dourar a pílula" O Tejo é maior do que o rio da minha aldeia", o tal que "não faz pensar em nada. Quem está ao pé dele, está só ao pé dele".
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