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segunda-feira, 27 de julho de 2009

UMA Corrida "Infinitamente" longa e... linda




O "bigode" deu-mo ele (J.Adelino)


O que me aguardava neste dia 26 de Julho, obrigava a que madrugasse, mesmo que tivesse dormido pouco e a véspera fosse um dia stressante.
Assim estava agendado, assim tive que cumprir a agenda.
Às 6 estava em Setúbal para apanhar o primeiro ferry, que nos levaria ao autocarro que estava à nossa espera para nos levar (e largar) em Melides.
Diga-se que não sobrou muito tempo, desde o momento da chegada do autocarro e o da partida dos atletas, mesmo tendo-se registado um atraso de 15 minutos.
Como tinha comido as minhas papas de nestum às 4,30, aproveitei para tomar um cafezinho e comer um bolo, numa das roulottes que se encontram perto do parque de estacionamento da Praia de Melides.
Encaminhámo-nos para o secretariado para levantar os dorsais e onde nos deram uma garrafa de água, uma barras de cereais, uns cubos de marmelada e uma peça de fruta, para levarmos. Dei por mim, faltavam 10 minutos! tranquilizou-me o aviso de que o tiro da partida seria adiado por 15 minutos. Apliquei protector solar nas zonas que achava mais propícias ao escaldão, o que foi feito um bocado às cegas, conforme testemunham as marcas que hoje tenho atrás dos joelhos.
Da minha equipa, a ACB, apenas a Rute estava presente e com ela troquei umas breves palavras de circunstância.
E foi assim, à pressa que, enchi o depósito da mochila, carreguei-a com as trapalhadas do costume (que podem fazer, mas que não fazem falta!) e pus também uma bolsa para levar a máquina fotográfica e o telelé.
Feito o brieffing habitual , fomos pela passadeira de madeira, para o areal onde estava definida a zona de partida. Encontrei aí o Corredor das Palavras e o Pára que não Pára, que já se admiravam de não me terem visto ainda. Podia lá ser?! A Susana e a Isabel tiraram-nos umas fotos para registar o momento e um repórter ficou surpreendido (e sem saber como dar continuidade à entrevista) com a resposta que o João Hébil lhe deu, quando lhe perguntou se estava preparado. Tinha-lhe dito que não! Alguém deu o tiro de partida e pusemo-nos calcar areia. Inconformado, o repórter, foi atrás do João, para lhe arrancar mais algumas palavras. Ainda nos rimos à conta disso.
Algo se passava com a minha mochila, pois eu sentia as costas todas molhadas. Como não tinha tido tempo de ter feito a verificação do equipamento, pensei logo que me tinha esquecido de ligar o tubo ao depósito, ou ter deixado a tampa por enroscar. Mas não liguei, até porque o fresquinho nas costas e nas “cruzes” me ia a saber bem.
Havia que ser cauteloso no ritmo da passada e na escolha do piso. Já se sabia que os primeiros quilómetros eram muito maus. Até onde foi possível, ainda seguimos pelos trilhos das moto-4 da Organização, pois ali, a areia já tinha sido calcada, cedendo menos à passada. Quando o João me vem com a conversa de que se pisarmos as pegadas dos outros, era melhor, respondi-lhe que isso obrigava a um ritmo diferente do nosso. - Que se lixe o nosso ritmo – diz-me ele- a gente adapta-se ! Resolvi experimentar. De facto, achei que a progressão era melhor, mas tinha um grande inconveniente: obrigava-nos a estar concentrados no sítio onde íamos pôr os pés e perdíamos, assim, uma das componentes mais atractivas da prova que é a paisagem. Bom, mas como isto seria coisa para poucos quilómetros…
No ano passado, havia um pescador que, por esta altura, exibia uma mensagem de estímulo escrita numa placa de madeira (“Já o fiz ! Só vos digo: Heróis”). Este ano, lá estava, presumo que fosse o mesmo, com uma placa dizendo :”Esta é só para os duros”. Mesmo sendo mentira, estas coisas fazem-nos sentir fortes.
Um trio de muitos Km (eu, O Jorge e o João)

Continuando, mais cedo que o esperado, deu para escolhermos uma rota mais perto da água, com a areia mais compacta. Passámos a 1ª bandeira (5,5Km) com 42,30, mais ou menos no mesmo tempo que na edição anterior, mas sentia que o tinha feito com mais facilidade. Na verdade, a maré estava bastante baixa e o mar calmo, pelo que a água não tinha tendência para “invadir” as rotas seguidas pelos atletas, a menos que se fosse muito distraído, o que, diga-se, era fácil acontecer . Dali para a frente, o piso iria ser cada vez melhor, permitindo correr a uma velocidade igual à de chão firme e regular. Assim houvesse pernas.
Passámos pelo Jorge Pereira, que dizia mal da vida por ter vindo pela areia seca até ali, sentindo-se desgastado, desnecessariamente, até se ter apercebido que estava a ser ultrapassado por todos. Viemos com ele até onde foi possível. Olhei para trás e vi que o Pára “não parava mesmo” e estava ali, a vinte ou trinta metros, juntando-se a nós por algum tempo.
.../...

3 comentários:

ana paula pinto disse...

Parabéns!

já tinha vindo "espreitar", uma data de vezes, pra ver se chegava o relato do cidadão corredor. As fotos, já tinha visto...como não tenho pernas, (nem coisa nenhuma) para estas aventuras, limito-me a deliciar-me com aquilo que vou vendo e lendo:))

Fico à espera da continuação...

Um beijinho
Paula

joaquim adelino disse...

Olá amigo Fernando.
A conversa vai linda e fico a aguardar pelo que aí vem, mas tenho a sensação que vai endurecer até ao final, tal como na corrida.
Aquela do "bigode" divertiu-me imenso, fez-me bem ás dores.
Venha o resto.
Abraço.

José Xavier disse...

Olá Fernando;

Parabéns por mais este feito!
A companhia do Joaquim Adelino é fantástica.

Um abraco
José Xavier