A Maratona tem destas coisas: umas vezes
corre bem, outras mal. Mas corremos sempre. Prepararmo-nos bem não é garantia
que tudo vá sair conforme o esperado, mas se nos prepararmos mal, de
certezinha, que aquilo não pode correr bem. Apesar de tudo, há que ter a noção
de utilizar um andamento adequado logo de início, para retardar ao máximo, o
aparecimento da fadiga e o “estrago” ser o menor possível.
Ontem, sabia que muito dificilmente
poderia apontar para uma marca inferior a 4h. No entanto, há sempre aquela
ideia que levamos tudo controladinho e a passagem à meia, com 1,56, era um bom
indício, pois sentia-me bem. Aos 30km, porém, começo a baixar de ritmo e a
aperceber-me que a confiança se tinha ido toda embora e a única coisa que tinha
a fazer, era deixar-me ir, penosamente, até à meta, ainda por cima, na zona
menos atractiva do percurso.
Mas vamos ao início:
Impressionante o número de pessoas que
se concentraram junto ao hipódromo de Cascais, de onde iria partir a
Rock’n’Roll Maratona de Lisboa. Com quase 4 mil atletas, foi uma primeira
grande surpresa! Alguns problemas no som, apenas resolvidos no preciso momento
da partida, talvez tenham retirado algum do brilho inicial na animação que tão
grande concentração humana justificaria.
Tudo em marcha. Coloquei-me cá atrás e
já o relógio do pórtico marcava 2,30’ quando por lá passei. Tanta gente!
Utilizámos alguma parte do percurso dos 20Km de Cascais, antes de nos lançarmos
Marginal fora, até Lisboa.
Desta vez havia mesmo bandas ao vivo
fazendo jus à designação da Prova e logo aos 5Km, mais coisa menos coisa, já se
ouvia “It’s rainning men, aleluia…” e eu, aproveitando a música para me
moralizar, transformo-lhe a letra: “I’m a running man, aleluia…” e levo-a
comigo até aparecer a banda seguinte que cantava qualquer coisa dos Xutos.
Depois “Foram Cravos, Foram Rosas”, Pinck Floyd , etc e foi ao som do
“Let´s Twist Again” que entrei na Praça do Comércio para ir dar a voltinha aos
Restauradores. Apesar da música ser incentivadora, acho que foi aqui que me fui
abaixo das canetas.
Estação do Rossio e Restauradores:
recebo o estímulo da grande campeã Chantalle Xchervelle e do amigo Vítor Veloso
(este em funções de controlador), mas a coisa estava por pouco. Passa por mim,
o Tigre a lembrar que no ano passado, por aquela altura, fez a mesma
“gracinha”. À chegada a Stª Apolónia e notando que estava a reduzir muito o
andamento, achei melhor fazer uma paragem, à boa maneira dos Trilhos, em que o
tempo conta pouco (excepto para os “prós”). Bebo calmamente a água e dou uns
passos, para me pôr novamente a correr. Lá vem a malta da Meia (que tinha
partido 2 horas depois de nós) e, nos últimos 8 quilómetros corremos lado a
lado. Agora era aguentar. Meia para a esquerda, Maratona para a direita. O
almejado pórtico a marcar 4.06.55, registando o chip 4.04.29. No ar, o som
contagiante dos UHF, mas tinha que me vir embora.
Estava feita mais uma Maratona, que não
me deixou muito satisfeito, mas não tenho que me queixar a não ser de mim
mesmo, que não me preparei adequadamente. Que me sirva de 1º grande treino para
a Maratona do Porto.
Quanto à Organização, gostei muito.
Subiu muitos “furos” em relação à do ano passado. Só não gosto das “misturas”
da Meia com a Maratona, nos últimos quilómetros, não que cause confusões, pois
tudo estava bem controlado, mas há diferenças de ritmo que andam constantemente
“a bater” na nossa mente, tipo :” este vai fresco, é da Meia” ou “este vai de
rastos, é da Maratona”, sem que tenha que ser necessariamente assim.
Muito bonita, a Medalha - e pesadinha -
com as cores do circuito “Rock n’ Roll”, a merecer destaque na minha colecção.
7 comentários:
Fernando, provas há muitas, amigo, e nunca saem como queremos.
Forte abraço, e até ao Porto.
Bem ou mal, uma Maratona concluída é uma Maratona conquistada.
Muitos parabéns!
Um abraço
Parabéns por mais esta maratona completada Fernando.
Abraço e boas corridas.
tutta-Baleias/PR
www.correndocorridas.blogspot.com.br
Mais uma para o currículo, isso é que conta! Um abraço
Gostei Fernando. Do relato e principalmente de saber que terminaste mais uma Maratona, que é sempre um marco importante na carreira dum desportista, ainda por cima um desportista acima dos 50. Concordo com tudo o que escreves e revejo-me nas dificuldades que também foram as minhas. Tal como tu nunca me sinto com o treino adequado e tal como tu também fiquei sem 'combustível' aos 30. Parabéns uma vez mais e a gente vê-se por aí.
Fernando,como bem diz,mais uma maratona a juntar a tantas outras,boa!Parabéns! :)
Pois é Fernando a mim no domingo aconteceu um pouco do que acabas de escrever (na meia de ovar)mas os dias não são todos iguais .Excelente relato de uma prova estou certo não lhe vai ficar na memoria.Um GRANDE abraço e até ao Porto.
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