Na minha descrença em relação ao desacordo ortográfico, ainda vou tentando encontrar, entre os seus defensores, alguns argumentos sérios que tornem razoável a necessidade da sua aplicação. Mas nada de esclarecedor tenho vislumbrado por aí. Dizem que é obrigatório aplicá-lo nas escolas, porque aquela resolução tal e coiso assim o determina, o mesmo acontecendo às outras instituições públicas. Ao mesmo tempo, vamos sendo bombardeados nas televisões e nos jornais (salvo honrosas excepções) com as palavras mutiladas porque agora é assim que deve ser. Ninguém diz porque é que tem que ser assim, pois são muito mais fortes as razões para que fosse da outra forma.
Depois, há uma outra questão que cada vez assume maior importância. É que os incautos que cederam à chantagem, não querem agora reconhecer que se precipitaram ao não usar o seu sentido crítico ou aprofundado as consequências da sua opção. Como tal, não querem estar sós e tentam aliciar os resistentes, com o mesmo argumento de que “é obrigatório por lei”.
Para muita gente, pode até ser difícil admitir que cometeu uma asneira e, como tal, não pretende voltar atrás, por achar que a sua dignidade, o seu orgulho, podem sair feridos. Só que, para além de estarem a engrossar os números com que justificam a aplicação do AO90, estão a empobrecer uma língua secular, de regras bem definidas e internacionalmente credível.
Para concluir, confesso que não sei tanto quanto gostava de saber sobre a Língua Pátria, mas merecem-me muito mais confiança as vozes de quem sabe bastante - e não foi ouvido – do que as daqueles que a troco de interesses tão mal explicados (e de exemplo duvidoso), nos querem impor regras que adulteram o que nos foi ensinado e impede os que vêm a seguir de aceder ao mesmo conhecimento. Não. Não me parece que esses “mandantes” estejam legitimados para isso.
3 comentários:
Concordo plenamente!
Um abraço
Eu também concordo plenamente!
Um abraço.
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