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domingo, 15 de setembro de 2024

Corrida do Tejo-2024



Nesta manhã, de 15 de Setembro, esperava-se temperaturas elevadas, mas nada que impedisse de participar na grande Corrida do Tejo, tanto mais, que estava inscrito na partida das 9 horas, mais pela fresquinha.

"O Tejo  é maior que o rio da minha aldeia,

mas o Tejo não é maior do que o rio da minha aldeia,

porque o Tejo não é o rio da minha aldeia..." 

Na frente do pelotão (os que já passaram não contam) Foto do Prof.Mário Machado

Sempre que vou à Corrida do Tejo, tenho de dizer isto, lembrando  o poema do F.Pessoa (que aconselho a ler na totalidade), como se fosse uma oração, mal comparando, em forma de consolo,  o gigante com o pigmeu.

A convite do meu amigo Nuno Marques, em boa hora regressado às corridas depois de uma  pausa forçada de 3 meses e que, a pouco e pouco há-de retomar a sua boa forma física, fui de boleia até Algés, fazendo um pequeno desvio para levar connosco dois outros amigos: o Sandro e o Bruno.

Carro estacionado no Jamor e a ideia era fazer 2 ou 3 km até ao local da partida, fazer a prova, de 10 km, até Oeiras e regressar a "corrinhar" até ao carro. 

Estavam a ser 8;30H e ainda estávamos longe e eu, tinha o compromisso com a minha equipa Generalis-Tranquilidade, para receber o  dorsal e um novo equipamento e tirar a foto da praxe. Tive de apressar um bocadinho o passo, coisa que os meus amigos compreenderam. Voltaríamos depois a encontrar-nos no final, pois estávamos contactáveis.
As novas cores da Generalis-Tranquilidade

No sitio do costume lá estava a minha rapaziada (eles e elas, obviamente, que isto agora é preciso ter cuidado com as coisas do gênero), farda nova, dois dedos de conversa com alguns amigos da equipa, a foto, um cafezinho gentilmente oferecido pelo João Serra e lá fomos andando para as portas respectivas.

Saí nos sub-50 e a pensar: -querias (!), que já lá vai o tempo. Aí estava o meu amigo Paulo Sousa (que, curiosamente, me chama de  "mestre", como se eu tivesse algo para lhe ensinar, eheh). Mas, a coisa foi ficando e eu, embora indigno, fico vaidoso com esse tratamento.
Com o amigo Paulo Sousa

Faltavam uns 10 minutos e ficámos um bocadinho na conversa até que o speaker inicia um discurso que se viu logo que era coisa séria, evocando uma enorme figura ligada ao Desporto, que tinha começado a sua carreira na Câmara de Oeiras e se distinguiu como docente universitário e autor de novos conceitos de encarar o Desporto abrindo-o à comunidade, tendo estado à frente durante muitos anos, do Comité Olímpico Português e que faleceu, precisamente nos últimos dias das Olimpíadas de Paris: José Manuel Constantino. Um minuto de silêncio em sua homenagem, seguido de um forte aplauso. 

Seguiu-se o tiro da partida.

Aquela enorme massa humana, de cerca de 6500 pessoas, começou a "desembrulhar-se" num claro sinal de que, cada vez mais, se cumpre as caixas de tempos, de acordo com os ritmos que os corredores conseguem fazer. (Corredores? então e as corredoras, não se fala nelas? - lá estou eu).

Ia olhando para o relógio, para confrontar o modo como me sentia, com o ritmo que levava e vi que andava a roçar os 5´/km. Não estando habituado a isto, resolvi abrandar, mas vejo que os km seguintes, afinal, ainda tinha baixado dos 5. Pensei que fosse o relógio que estivesse a avariar, mas fui progredindo.

Km9: a última subida e a coisa estava feita. Chego lá acima e aí é que me surge um sinalzito de que ia a esforçar (o sinal é aquela náusea chata, que obriga a abrandar para... "não ir tudo fora"). Mas,  passou ao cabo de um minuto, talvez, e retomei o ritmo para os metros finais, feitos na passadeira azulinha, com que nos eram dadas as boas vindas a Oeiras. Estava feita.

Medalha ao peito, encaminho-me no sentido  do regresso, para aguardar pelos meus amigos e irmos, conforme planeado, até ao Jamor.

A minha classificação? Um espantoso 1320º entre 6384 que chegaram; 5º do Escalão, entre 87, com um inusitado tempo "canhão" de 50;05. Está visto que os  longões para as maratonas que aí vêm também dão jeito para corridas de 10 Km.

E pronto. Agora só faltava ir até ao Jamor, nas calmas, com uma brisa pela frente, que amenizava a temperatura, um abraço ao amigo Nelson Barreiros, que encontrámos no Passeio Marítimo, e que, como não tem podido correr, dedicou-se literalmente à pesca, recuperando o hoby que tinha antes das corridas.

Em suma: foram excelentes as sensações, mas lá terei de admitir que por mais que queira "dourar a pílula" O Tejo é maior do que o rio da minha aldeia",  o tal que "não faz pensar em nada. Quem está ao pé dele, está só ao pé dele".