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segunda-feira, 24 de maio de 2010

5ª Meia Maratona do Douro Vinhateiro

Crucificar ou não crucificar ?

Oh Douro amigo que nos acolheste
No seio das tuas margens esplendorosas
Toda a água que havia, tu bebeste,
E deixaste as gargantas sequiosas.
Com esse gesto tu surpreendeste
Com desidratações tão perigosas…
Bem sei que nos dirás, cheio de carinho:
“-Pr’a que q’reis água, se podeis ter vinho?”


Agora a sério: sem querer desculpabilizar uma falha grave da organização, penso que o pior que se pode fazer é pôr de lado a participação nas futuras edições desta Prova.
É certo que não estive lá, pelo que não senti na pele a indignação que tem sido referida por tantos participantes. Mas se lá tivesse estado, acho que a minha postura seria a mesma.
Lembro que a Organização fez um trabalho exemplar em matéria promocional e na mobilização de recursos que lhes permitiu um orçamento invejável, o que é, sem dúvida, a parte mais difícil. Porém, nos aspectos ligados à montagem da prova aí houve aspectos negligenciados, de que a falta de água é o que maior gravidade assumiu. Também é verdade que a capacidade de tolerar os erros varia na razão inversa do grau de dificuldade do parâmetro em causa, ou seja, no que é simples, não se admite que se falhe. Mas, se quem lá foi este ano, não quiser lá voltar e se se lançar uma campanha negativa descredibilizando uma Organização, que falhou num ponto fácil de resolver, poder-se-á estar a aniquilar uma prova de uma região lindíssima que nunca é de mais dar a conhecer. Não dar a oportunidade de para que se reabilite a imagem da Prova também não é prestar um bom serviço à Corrida.
Por isso, meus amigos, todas as críticas que contribuam para melhorar têm, obviamente, um efeito positivo na Prova e a organização estará (deverá estar) atenta às sugestões apresentadas por quem vive e faz a Prova, que são os atletas.

22 comentários:

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Uma boa sugestão que farei chegar a quem deve, é a Organização oferecer as inscrições gratuitas a TODOS os atletas da Meia Maratona.

Porque pagar 10 euros, não trazer nada (nada!!!), que aconteceu a muito boa gente, e não ter sequer água desde o km 8, é mau demais, e ter coragem é garantir que para o ano tal erro não se repete, e pedir (sim, pedir!) que as mesmas pessoas participem, tendo para isso inscrição gratuita, como forma de atenuar (é possível? é!) a porcaria que fez este ano.

Muitos mais pontos há a corrigir e melhorar (desenvolverei na casa da Maria, mais logo), mas este (abastecimento) é fatal! Absolutamente fatal. E daqueles que não pode falhar, com risco demasiado elevado, que é a saúde e a própria vida dos atletas.

Muito sinceramente, gostaria de ir lá de novo para o ano. Que a prova continuasse. Mas não assim!
A paisagem é linda, de arrebatar a respiração, o percurso é fácil, o Douro e as suas margens emprestam à prova um brilho difícil de igualar.

Veremos...

Ana Pereira

Anónimo disse...

Este post é de quem claramente não esteve na prova ... eu fiquei pelos 16 mas tive de caminhar até ao carro ... a minha mulher estava em total stress sem saber como eu estava.. a organização pedia ambulâncias! Pessoal a apanhar garrafas do chão para beber! Isto é triste! Isto põe em causa a integridade física dos atletas ... não é uma questão de falhar um abastecimento mas sim TODOS!

Nem vou falar da falta de casas de banho, dos atletas da meia ficarem presos no meio da mini, etc., etc....


DOURO NUNCA MAIS

Jorge Branco disse...

Para já informo que não estive presente.
Compreendo as, sábias, palavras do Fernando Andrade sempre a tentar fazer uma critica pela positiva e a dar uma segunda oportunidade à prova. Também comungo com ele essa maneira de estar na corrida, e na vida.
Compreendo o desespero de quem sofreu na pele as graves falhas organizativas.
Mas eu queria por outra questão: Quem é o Paulo Costa e quem é a empresa que ele dirige (que foi a responsável pela organização)?
Eu não a conheço mas sei que há para ai muitas empresas que querem realizar todo o tipo de eventos, não tem nenhuma ligação com o atletismo e depois dão “grandes barracas” quando são contratadas para organizar provas!
Deve-se ser muito criterioso na escolha de uma empresa para organizar uma prova.
Outro problema que vejo em toda esta triste situação é não encontrar gestos de humildade e pedidos de desculpa pelo que aconteceu.
E já ouvi dizer que em anos anteriores houve igualmente problemas.
Outra questão que ponho é se uma empresa é contratada para organizar uma prova, e paga para isso, se cometo erros enormes ao ponto de destruir a imagem da prova não deve ser responsabilizada por quem a contratou. Enfim trata-se de um contrato que não foi cumprido como devia ser. Mas em Portugal não há justiça mas isso é outro problema.

Fernando Andrade. disse...

Olá, Ana
Tenho muita pena que esta prova, que me tem andado a "fazer cócegas" há tanto tempo, tenha merecido tão pouca atenção por parte da organização, num aspecto fundamental, como é o caso dos abastecimentos. Também não se pense que o meu texto pretende defender o indefensável. Apenas me parece que o corte radical com esta prova (que só precisa de corrigir o que é fácil) também não será uma boa medida.

Caro anónimo
compreendo a sua indignação, mas não quero que pense que sou pela defesa da organização. Defendo sim a Corrida que, tendo falhado este ano, ensinará à organização que não pode deixar de pensar em estabelecer prioridades nos seus trabalhos, para que escape o mínimo possível.

Mas lamento que a organização tenha apresentado desculpas "esfarrapadas" em vez de, humildemente, reconhecer uma falha tão primária.

Fernando Andrade. disse...

Caro Jorge Branco
o seu comentário cruzou-se com o meu, mas não quero deixar de lhe dizer o seguinte:
Paulo Costa é gerente de uma empresa de turismo sediada na região do Douro, a Globalsport. Conheço-o vagamente, pois estive com ele uma vez, a propósito da APOPA, uma associação que tadda a entrar em funcionamento. Pois, dizia eu, Paulo Costa, conhecendo a corrida como importante veículo turístico, associou a esta lindíssima região, uma meia maratona que fez agora 4 anos, apenas. Talvez a sua dinâmica na sponsorização e promoção da Prova tenham estado ao mais alto nível. O mesmo, porém, não se pode dizer em relação aos aspectos básicos, o que muito se lamenta, pois isso pode descredibilizar todo um projecto de grande potencialidade, o que seria uma pena.
Julgo que, havendo "peças na engrenagem" da organização que travem o sucesso da prova, deverá repensar-se a estrutura, dando a parte técnica a quem domine esses aspectos, pois, ao que parece,os recursos financeiros não são problema -por enquanto!
Correr é bom. Correr rodeado de paisagens deslumbrantes é maravilhoso. Embore eu subscreva a indignação de quem lá esteve, acho que sria uma pena que este caso tivesse como consequência o fim da Meia Maratona do Douro Vinhateiro.

ana paula pinto disse...

Pois, não vale a pena "bater mais no ceguinho", como dizemos em bom português, ou será que vale? Até porque aqui ninguém foi cego!
Eu também estive lá. Vi e senti. Senti a agonia de quem corre (ou desiste disso) sob um sol escaldante sem uma gota de água. Vi a procura de "gotas de água" em qualquer garrafa abandonada. Vi o desespero de quem esperava sem saber como chegaríamos. Mergulhei num cenário caótico e inimaginável, apesar da beleza indescritível da paisagem e dos "incontaveis" patrocínios.

Douro Vinhateiro? Sim. A rota, os vinhos e as gentes. Recomendam-se...

A prova? Bem, só se for a de vinhos...

Fernando Andrade. disse...

Olá Paula
Pois... é uma pena! Já li o seu excelente relato no Mundo da Corrida e a transformação de um cenário idílico numa paisagem dantesca, valendo a mangueira salva-vidas dos 17km.
Não sei como é que a organização se vai livrar desta, mas tenho a impressão que, em trinta e tal anos que temnho de corridas, nunca ouvi um tal coro de protestos. Costumo pôr-me dos dois lados e tentar compreender as razões que assistem a ambas as partes. Se existe clareza nos atletas, o mesmo não se passa em relação à organização que, com este silêncio, apenas agrava o mal que fez. Deve haver humildade quando se erra e ainda não a vi.

Jorge Branco disse...

Obrigado amigo Fernando pelo esclarecimento.
Assim dá para entender que a parte técnica da prova estava nas mãos de quem não entende nada do assunto.
E como o Fernando sabe muito melhor que eu organizar uma prova não é “pêra doce”! Enfim tenham a humildade de entregar a parte técnica da prova a quem sabe!
Se como o Fernando diz até há dinheiro então que paguem, e já agora dêem trabalho, a quem é profissional do ramo.
Para recuperar o prestígio da prova só vejo uma solução: um pedido de desculpas público a todos os participantes e a garantia que a prova no próximo ano vai ter a orientação técnica de alguém credenciado para o fazer e que seja muito respeitado entre os atletas.
Com está organização é complicado recuperar o prestígio da prova ate porque entendo o medo das pessoas a meterem-se noutro sarilho!

JH disse...

Lá vou eu voltar a bater no ceguinho ... mas o facto de juntar 2 provas que no fundo pouco têm entre si embora nos empenhemos em que sim, muitas vezes termina em desastre. Doa a quem doer uma mini (ou os seus participantes) nao tem cultura desportiva para saberem que quem corre necesita de água. Se a isto juntamos uma organizaçao que nao está habituada a estas coisas, passa o que tem que passar.
A soluçao é prever 5 litros do que quer que seja por cada participante das mini e ainda assim nao sei ...
E isto sou eu a especular, e agora estou satisfeito por nao ter ido. Estive noutra meia maratona com pouco mais de 150 participantes (felizmente sem minis, que ai já nao vou), e sem querer comparar se fez mais ou menos calor além do abastecimento de 4 (sim quatro) Km's ainda havia quads a distribuir garrafas de agua a quem necessitava.
Sejam felizes.

Jorge Almeida disse...

Caro Fernando Andrade,

Eu, o anónimo (Jorge Almeida)digo que a prova está condenada (pelo menos para mim) por uma simples razão: Uma coisa é um erro que não coloque os atletas em risco, outra é algo que coloca o atleta em perigo! Hoje a treinar comentava com os colegas: Nunca na vida tive tanta sede, fazer uma curva e pensar é já ali e nada …. Ver pessoas a beber água de garrafas do chão … a minha mulher em grande stress sem saber se eu estava bem … inacreditável!
Jorge

Fernando Andrade. disse...

Amigo João
Sei bem do que falas e também sabes que concordo contigo, embora não sendo tão radical quanto à existência das minis.
É um facto que o slogan da prova apelava a que toda a gente fosse até ao Douro : "A correr ou a caminhar, eu vou lá estar" ..."SEM ESTORVAR", acrescento eu.
De facto, a multidão que se cria nas minis, onde poucos são os que têm noção das necessidades de quem faz a corrida principal, nada se importam com quem vem a seguir, esgotando os abastecimentos, criando sérias dificuldades aos atletas. Defendo que os percursos das minis devam ser distintos da prova principal. Assim se evitam atropelos e assambarcamentos. Mas estas questões deveriam estar perfeitamente previstas pela organização.

Caro Jorge Almeida
obrigado por deixar o anonimato, o que, certamente só aconteceu por distracção.
Mas volto a sublinhar que, corroboro inteiramente tudo o que tem sido dito sobre a gravidade de desta falha organizativa. E também me incomoda o silêncio de quem deveria ter sido o primeiro a fazer um mea culpa. O que me faz pena é a possibilidade de ver cair por terra um projecto que outros, com os mesmos ou muito menos meios, mostraria as terras do Douro através da realização de uma bonita meia maratona. Nem precisaria ser a "mais bonita do mundo" pois isso coloca a fasquia de quem observa, num patamar muito alto.

joaquim adelino disse...

A indignação está generalizada amigo Fernando, e numa altura em que a participação popular nestas corridas está em crescendo esta õcorrência vem manchar o esforço de muitos que tudo têm feito para que os atletas se sintam bem e seguros. Não fui lá mas arrepia-me as histórias que vou lendo, só os dois exemplos aqui (e no Mundo da Corrida)deixados pela Paula Pinto e tambem pelo Jorge Almeida deixam uma pequena amostra, pelo que o melhor é pensarmos um pouco sobre o grande oportunismo que vai grssando dentro da nossa modalidade. Os traços mais negros e negativos estão a aparecer, nada melhor que a promoção da prova através da Televisão e de outros meios mais poderosos, juntar 10.000? promover a Região e que se lixem os figurantes, para mim caro Fernando penso que o que se passou não foi premeditado, mas se o foi aquela gente responsável por este horrível erro merecia era a prisão.
Abraço.

Fernando Andrade. disse...

Caro Adelino
é uma pena que tenha sido na Corrida que se tenha generalizado um tão grande descontentamento, quando a Corrida é um desporto de paz.
A verdade é que eu não gostaria nada de estar no papel desta organização.
O comunicado que saíu é muito soft no tratamento da questão. Esperava mais.

SARA disse...

Boa noite,

na minha opinião é o seguinte, em 1º compreendo a hora de partida da prova, uma vez que a maioria dos atletas e caminheiros vêm de zonas distanciadas da régua como do Porto, Aveiro e muitos outros e se muito mais cedo fosse a partida seria complicado neste aspecto, contudo penso que seria bem possivel darem inicio à prova às 10h ou 10h30.
Em 2º lugar, pelo que soube no 1ºabastecimento apenas se encontravam duas senhoras a distribuir água, ou seja, aos 5km todos os atletas vêm muito juntos e em grupos, sendo necessário muito mais pessoal a distribuir o abastecimento.
em 3º : como é possivel ao longo de tantos kms não existir ninguém da organização para acudir em qualquer tipo de urgência, pelo menos de km a km, no máximo 2km deveria existir alguém da organização, uma vez que também tomei conhecimento de vários casos de pessoas a sentirem-se muito mal no percurso e só os atletas se ajudavam uns aos outros...
4º: a caminhada deveria sair meia hora antes da partida da meia maratona, ou então, a partir de certo momento dividir a faixa da estrada para a caminhada e outra para os atletas, pois no momento em que os atletas da meia entraram na ponte, esta encontrava-se totalmente cheia de atletas da caminhada, impressionante, que estes não se arrumaram, infelizmente, tive de ser eu e uma colega a pedir a todos eles para se encostarem ao lado esquerdo da ponte para darem passagem aos atletas porque não se encontrava absolutamente ninguém da organização e que nunca chegou lá ninguém da organização...contudo,os caminheiros lá "obedeceram" e tudo ali correu bem melhor.
5º: permaneci na ponte a ver os atletas a passarem e completamente esgotados a pedirem água e eu sem nada puder fazer, a não ser procurar garrafas no chão que tivessem água e lá foi dando para ajudar alguns atletas e ouvir muitos e muitos "desabafos" de desespero de todos eles

SARA disse...

6º Quanto ao facto de criticarem os que participaram na caminhada, concordo que alguns deles não respeitam os atletas, mas não os culpo pela falta de água, pois numa prova de atletismo o mais popular que esta seja, com todo o respeito, existem pessoas a distribuirem água, e estas são responsáveis por apenas oferecerem uma garrafa de água por pessoa e não mais como fizeram, porque fiz a caminhada a correr, fui das primeiras pessoas a chegar ao fim e lá não faltava água e ainda me ofereceram mais garrafas de água, so não peguei em mais porque não quis....mas então que tipo de instrucçoes têm estas pesssoas por parte da organização?! contudo, sinceramente, se sabia tinha levado comigo uma embalagem de água comigo e oferecia aos atletas na passagem pela ponte porque foi muito triste ver todo aquele desespero e não puder fazer nada.
7º também não é desculpa nenhuma dizer que não esperavam tamanha multidão, porque bem sabiam do nº de inscrições antecipadamente, duvido que a maioria tenha se inscrito no dia, logo, mesmo que estivesse um dia de chuva teriam obrigatoriamente, de ter abastecimento suficiente para todos os atletas nos sitios adequados e necessários.
8º já as classificações, que sairam hoje no site da meia maratona, contém muitos erros, porque houve muita gente que não fez a ultima parte do percurso e ficou-se logo pela 1º passagem da meta e no entanto o seu tempo e classificação é como se tivessem feito toda a prova, então pergunto-me para quê as passagens pelo controlo dos chips em outros pontos da prova?! mas isto é o menos.
9º Julgo que a prova deveria continuar porque é lindo todo o percurso mas claro sem erros destes, porque toda a gente erra mas errar pela segunda vez não (pois à 2 anos aconteceu algo do género, houve falha num abastecimento porque alegaram que roubaram a água, e então ninguém ficou a "vigiar", quem iria entregar a à gua aos atletas ?! o que valeu naquele ano é que não estavm 30º graus :))
E penso que não faltariam voluntários para ajudarem a organização nesses postos abastecimento e moutras coisas sem terem de lhes pagar, enfim.

Peço desculpa pelo enorme comentário mas muita coisa fica por dizer e espero que não interpretem mal alguma coisa que tenha dito mas é apenas a minha opinião, nada mais :)

Saudações desportivas.

Anónimo disse...

Boa noite,
Não sou habitual nestes fóruns nem um corredor com experiência. Contudo, tenho vindo a ganhar o gosto pela corrida e a 5ª meia maratona do Douro iria ser a minha primeira 1/2 maratona.
Terminei a prova em grande esforço e parte a andar pois depois de ter tido o único abastecimento de água aos 5 kms, quando cheguei aos 14kms não consegui continuar a correr devido ao calor. Fui a andar até aos 15kms, para o ponto de abastecimento de água mas aí nada. Voltei a correr para tentar chegar rápido ao próximo abastecimento e somente um senhor simpatico com uma mangueira e vários populares me ajudaram a acabar a prova.
Infelizmente, não me ficou qualquer boa recordação ou paisagem maravilhosa mas somente um sentimento de abandono, revolta, raiva e alguma preocupação pois começava a sentir o meu corpo a denotar problemas.
Obrigado e assim, nestas condições e com esta Global Sport, não me voltam a apanhar numa corrida. O Sr. Paulo Costa deveria fazer a prova a andar sem qualquer água e ver o que é. Se é normal.

PauloL disse...

Caro Fernando,
Aprecio a forma ponderada e a lucidez que habitualmente pautam os seus posts e comentários. No caso da prova do Douro Vinhateiro, assiste-nos o direito à mais profunda indignação pelo descalabro em que se tornou o evento, o qual deveria ter sido uma celebração desta actividade que a todos nos liga. Quem ficou a perder em primeiro lugar? O atletismo como actividade de recreio e espaço de convívio. Quem sofreu as consequências da incúria de um pseudo-organizador? Todos nós, as centenas de atletas amadores que se viram metidos naquele pesadelo. Esta era uma prova da qual gostaria de ter saído com uma experiência positiva. Infelizmente a organização deitou tudo a perder. Voltarei? Talvez. Mas com pessoas que saibam organizar uma prova deste calibre.

PauloL
kmepalavras.wordpress.com

Fernando Andrade. disse...

Olá Sara
Quero agradecer os seus comentários a propósito da sua vivência dramática, numa prova que tinha todas as condições para ser um êxito. Infelizmente aconteceu o contrário. Qualquer que seja a organização deve, em 1º lugar, respeitar os atletas que reúne e não usá-los como matéria prima de um outro tipo de produto. Até nisto, o resultado será muito negativo.


Caro anónimo
é pena que a sua primeira meia maratona, em vez de uma experiência agradável que ficasse na sua memória, acaba por se assinalada por uma luta pela sobrevivência. Foi mau de mais, mas a Corrida (com maiúscula)não tem nada a ver com o que se passou. Outras meias maratonas há por aí e verá que o trauma que esta lhe deixou, não passou de um incidente.

Caro PauloL
Muito obrigado pelas suas simpáticas palavras e quero dizer que subscrevo, inteiramente o que diz, pois foi prestado um mau serviço à Corrida e aos atletas. Pelo comunicado que saíu, dá a ideia que a autoavaliação que a organização fez é positiva, se bm que admitam "insuficiência dos abastecimentos". Mas isso é muito pouco. Falta aqui a solidariedade para com quem passou pelos problemas. A falta de humildade aumenta a culpa.
Se numa primeira impressão, dei a ideia que estava a ser tolerante com a organização (mas não era isso- apenas achava que seria uma pena acabar-se com uma prova que, até à hora de começar, tinha apresentado um trabalho bastante meritório) quero deixar bem claro que estou quinhentos por cento, pelo lado dos atletas. Há qualquer coisa que vai ter de mudar, se se quiser reabilitar a Meia Maratona do Douro Vinhateiro que, por incúria grosseira, a organização transformou de "excelente" em "medíocre ou mesmo má".

Unknown disse...

Eu estive lá! Bebi aos 5km e não voltei a ver água, até perto dos 18km, graças a um senhor à beira da estrada com uma mangueira. Bebi 2 golos e dei a vez. Mais à frente outros populares com uma mangueira, a apanharem garrafas do chão e a encherem-nas e darem-nas aos atletas. Chegada à Régua eram as pessoas da assistência que nos davam água. Chegada à meta após 2h15' ( o meu pior tempo era 1h55'), nem uma gota!
Desisti de correr aos 15km , quando percebi que não haveria água e que ninguém a viria trazer. Vi um atelta desfalecido no chão a ser acudido por outros atletas.
Tinha participado na 2ª e 3ª edições e tinha gostado bastante, é uma prova lindissima.
Mas esta será inesquecivel, mas pelo pior motivo. Não só a falha incompreensivel no abastecimento,pois a inscrição foi cara, sabiam o nº atletas que teriam, sabiam o calor estava previsto fazer, é incompreensivel; mas também é incompreensivel a falta de capacidade de resposta à falha havida. Não há hipermercados na zona onde pudessem ir comprar água?!
Acredito que quem lá esteve este ano, dificilmente volte!

Fernando Andrade. disse...

Olá Cristina
Obrigado pelo seu comentário neste espaço onde é sempre bem vinda.
Partilho da sua opinião relativamente à tristeza de uma prova que poderia ser cheia de encantos e deixar boas recordações.
Foi uma pena. Apareça sempre.
FA

José Capela disse...

Amigo, Fernando

Gosto de corrida e adoro a região do Douro.
Todas as denúncias feitas em foruns, blogs e comentários em artigos de jornais tem sentido!
Aquilo foi mesmo dramático!
A organização da prova foi incompetente negligente, não há como fugir a isto.
Não me parece que queiram matar a corrida, querem sim é que a organização seja entregue a quem saiba organizar!
Na conferencia de imprensa da apresentação da prova, aparecem imensas pessoas de organismos ligados ao Douro e essas pessoas através dos organismos que tutelam, deveriam apresentar desculpas aos atletas e dizer que para o ano seria outra empresa diferente a liderar o evento!

Quando alguém contrata uma empresa para desenvolver um projecto e esta não dá conta do recado, a solução é prescindir dos serviços dessa empresa.

Abraço

José Capela

Fernando Andrade. disse...

Olá, Amigo Capela
Peço desculpa por só agora ter visto o teu comentário, que espelha bem a justa revolta de quem lá esteve e se sentiu maltratado.
Contudo, penso que sendo fácil corrigir o que falhou, pouco se ganharia em colocar no terreno uma organização que tivesse que começar do princípio. O muito que de bom foi feito, teria continuidade, enquanto outra organização, para pegar na prova, teria de começar pelas bases. Percebo que a mudança de organização seria uma forma de castigar esta, que não cuidou de aspectos básicos. Mas a chuva de críticas ( e até de ofensas ) que caíu sobre ela não será já castigo bastante ?