Eu não sei se já vos aconteceu – mas a mim já – encontrar uma citação de um qualquer pensador de renome e pensarem assim : “ – eh pá, com isto fazia um vistaço!”
Pois bem, encontrei uma. Copiei-a para um guardanapo de papel e passaram-se meses, se calhar, anos sem nunca a ter utilizado e, confesso, nem sequer voltei a lembrar-se dela.
Hoje, ao arrumar coisas, encontrei-a e achei que se encaixava muito bem na forma como encaro as minhas participações em maratonas. Minhas e de muitas outras pessoas e que, de certa forma, explica o “estranho” fenómeno de haver quem faça centenas ou milhares de quilómetros para ir correr uma maratona.
A sua autoria é atribuída a um tal Edmond Ronstavel, escritor francês (1868-1918), de quem nunca ouvi falar, nem encontrei nas minhas pesquisas.
Diz assim :
“- Não se luta apenas na esperança da vitória. É muito mais bela quando é inútil.”
É ou não é uma boa bandeira para a malta do pelotão ?
4 comentários:
Oh! Amigo Fernando!... Nunca vi tiro tão certeiro!
Deixou-me a reflectir no assunto por alguns minutos!
Mas, digo-lhe: Há coisas inúteis... muito belas!
Um abraço... e uma bela maratona!
Foi por causa de uma luta dessas inútil que eu estou aqui que nem consigo descer uma escada!
Mas teriam sido tão inúteis assim os meu 12 quilómetros e picos na corrida do Monge (serra de Sintra)?
Então e o gozo que aquilo meu deu a fazer? O convívio com os amigos? O almoço? A saúde que me é proporcionada por correr?
Inútil, inútil, talvez tenha sido aquele final assassino para na minha liga dos últimos conseguir deixar atrás de mim umas três criaturas ainda mais estropiadas que eu!
Mas quem podia resistir aquela descida final em “auto-estrada” depois de vir dos caminhos de cabras? A cabeça não tem juízo e o corpo é que paga!
Boa luta útil na mui nobre cidade invicta no próximo domingo nos mágicos 42,195 Km!
Olá Fernando!
Poderá ser inútil para muitos mas tornou-se peregrinação para alguns.
Uma boa semana,
Luís Mota
Amigo Carlos
Ainda bem que se revê na frase, que, já se sabe,é discutível. Não passa de um ponto de vista. No entanto, é salvaguardada pela palavra "apenas". Não se pretende, com ela, desvalorizar quem trabalha, em favor de quem tem preguiça. Uns lutarão com um objectivo determinado sacrificando o prazer, outros lutarão com o único propósito de recolher prazer (mas isso, dirão que não é luta. -já estragaram tudo!).
Amigo Jorge
Todas essas questões que o amigo coloca são mais que pertinentes. A frase funcionou e pôs-nos a reflectir. Claro que há sempre a "safa" de lhe darmos um significado mais lato ou mais restrito consoante as "conveniências" e aí está sempre certa. Parabéns pelo fantástico "final assassino" nos últimos metros do Monge. O preço? Olhe vai ter que o "pagar em suaves prestações".
Amigo Luis
É claro que este "inútil" é mesmo só para a malta da molhada e, mesmo assim, não é de certeza totalmente "inútil". Seria "inútil"
se o objectivo que se tivesse em mente fosse o de chegar primeiro. Nunca será "inútil" se o objectivo for o de fazer o melhor que puder numa actividade que se gosta, retirando prazer dela. Este "inútil" é à medida de cada um.
Abraço a todos
FA
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