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sábado, 12 de novembro de 2011

8ª Maratona do Porto

Qua fantástica Francesinha, na companhia de amigos (foto de Ana Pereira)

A 2ª Equipa mais numerosa, a minha -ACB

...mais 300m e já está (foto da Paula Fonseca)

…EXISTE UM RIO
A SINA DE QUEM NASCE FRACO OU FORTE
O RISCO, A RAIVA E A LUTA DE QUEM CAI
OU QUE RESISTE
QUE VENCE OU ADORMECE ANTES DA MORTE…

Acho que quem fez esta fantástica canção (letra e música) - José Luis Tinoco – não estaria a pensar que alguém, um dia, a evocasse a propósito de uma maratona. Da Maratona do Porto. Mas, para mim, encaixa-se na perfeição.

A minha Prova:

Não levei relógio, precisamente para me guiar unicamente pelo meu organismo. Sabia que tinha feito uns treinozitos que talvez dessem para objectivar 3,40, mas sabia que tinha que passar à meia com margem. Sentia-me bem, mas vinha-me a fazer alguma confusão que o marcador de ritmo das 3,30 viesse atrás de mim (e já estava a sair da Av da Boavista) . O Zé Carlos Melo dos Run4Fun, sem que nada estivesse combinado, acabou por ser o meu companheiro de percurso até à Meia, ora ligeiramente atrás, ora ligeiramente à frente. Confesso que, quando ele me disse que “tudo quanto fosse abaixo das 3,50 era bom” achei que, àquele ritmo iríamos para menos de 3,30, o que seria impensável para mim. Era uma marca que eu gostava muito mas que não deveria obcecar-me, pois ainda havia muita corrida. Aos 20, o Zé Carlos avança e eu não reagi, pois acima de tudo, queria manter-me “fresquinho”.No retorno da Meia já ele me levava uns 40m e o balão das 3,30 continuava talvez com uns 150m atrás de mim.

Mantive o andamento, ultrapassei alguns que já me tinham passado e, talvez animado pelos muitos amigos que ia saudando ao cruzarmo-nos, comecei a acreditar. Passo os 25 e entro na ponte. Lembro-me sempre do grande estoiro que dei ali na edição em que acabei com 4,08. Agora ia bem. Ida ao Freixo. No retorno noto que estou a perder terreno para alguns e a ganhar a outros. Os meus colegas Cabrita e Valter passam por mim num andamento vivo. Como eu ainda estava com alguma “margem” ainda reagi e fui com eles algum tempo e cheguei junto ao Zé Carlos. Mas achei melhor não arriscar, pois as 3,30, ainda estavam atrás e não havia necessidade de esforçar mais. Passo pelo meu colega Carlos Souto, que vinha em dificuldade.Aos 30, paragem para um xixi (não que estivesse aflito, mas basta-me pensar que é melhor, para já não andar a pensar noutra coisa, e já vinha nisso há 10Km).

Aos 35, no abastecimento em que tive que parar para ir buscar isotónico, sou caçado pelo balão e pensei que se ficasse para trás deixaria de ter referências e seria o descalabro e, afinal, ainda não tinha “batido em nenhum muro”. Pensei em manter uma distância controlada de cerca de 20m, pois ainda tendo reservas, não havia necessidade de abandalhar o andamento. Sem querer, agrupo-me ao pequeno pelotão que acompanhava o balão e deixo-me ir ali. O rapaz que o levava, olhava vezes sem conta para o relógio e isso tranquilizava-me, pois ele deveria levar a coisa controlada. À chegada aos 40, ele aumenta de ritmo e aí, achei que seria exagerado tentar ir com ele. Ao fim e ao cabo, em 2Km não havia de perder muito. Deixei-me ir num ritmo mais moderado, o que me permitiu acabar a prova tranquilo, quando o relógio da meta marcava 3,33,07.

Vim depois a saber que passei à Meia com o tempo de 1,45 e uns segundos, o que quer dizer que o tempo perdido na 2ª metade, foram naqueles 2 km finais. Fiquei contente pela Prova e por me manter totalista.

Quanto à Prova, tudo o que há a dizer é que foi excelente em todos os aspectos e merecedora dos maiores elogios. Qualquer pequeno reparo que se possa fazer, não passa de ninharia e é quase atrevimento, face à grandeza que a Maratona do Porto alcançou.

Obrigado RunPorto pelo que têm feito em prol do atletismo na Invicta e pelo papel determinante na desmistificação da distância que tem conhecido cada vez mais adeptos.

Toda esta fabulosa equipa, sabiamente dirigida por Jorge Teixeira, de quem muito me honra ser amigo, é merecedora das mais efusivas felicitações. Muitos parabéns a todos quantos contribuir para este grande sucesso e a todos os atletas que a fizeram (ou tentaram fazer), com um voto sincero de Boas Vindas ao Mundo da Maratona, a todos os estreantes que, a partir de agora, “entraram noutra dimensão”.

6 comentários:

tutta disse...

Texto curto, mas objetivo Fernando.
Me "colocou" dentro da prova. hehe
Parabéns pelas 3h33. Um excelente tempo.

Grande abraço e sucesso a você por aí.


tutta-BALEIAS/Pr
www.correndocorridas.blogspot.com

Anónimo disse...

Eu, que nem uma 'meia' fui ainda capaz de fazer, quando leio isto, até julgo que é fácil :) Sei bem que não é assim. É a prova raínha do atletismo, que precisa de muito esforço e dedicação para ser superada. Muitos parabéns por essa marca

Fernando Andrade. disse...

Amigos
Tutta e Bluewater
muito obrigado pelas vossas simpáticas palavras.
A maratona não é difícil. Apenas precisa de muito autocontrolo (para não se ter de lutar muito contra o desgaste psicológico) e ter uma noção da marca que pode fazer em função da preparação efectuada.
Felizmente, cada vez há mais gente que se sente tentado a experimentá-la e depois... depois não quer outra coisa.
Abraço.

Alexandre Duarte disse...

Excelente artigo e excelente prestação Fernando. Mais que isso tudo, mantenha esse gosto em correr. É contangiante e faz-me bem lê-lo de vez em quando. Cumps

paulo alexandre disse...

Parabéns pela prova e pelo relato!

Fernando Andrade. disse...

Obrigado, Alex e Paulo
é sempre um prazer a vossa visita ao "cidadão".
Espero estar à altura da vossa visita ao meu "território" na próxima 6ª Feira (O Paulo já sei que não pode, mas o facto de lançar o apelo mobilizador no "exército" R4F já merece o meu agradecimento.
Grande abraço a ambos.
FA