Nos meus tempos de miúdo, tinha
um amigo que, mais do que qualquer outro, adorava jogar à bola. Tinha, no entanto,
um problema: era pouco habilidoso e, com a bola nos pés, raramente lhe saía uma
jogada de jeito. Mas era sempre o primeiro a chegar ao campo, mesmo sem estar
agendada qualquer peladinha. Era o Pôpa.
Quando não havia gente que
chegasse para um bom desafio de futebol, o Pôpa ia a casa dos amigos, fazer,
pessoalmente, o convite para comparecer no campo. Acontecia que, por vezes, o número
de “jogadores” acabava por exceder o necessário e isso obrigava a que, depois
da escolha que os capitães faziam de entre os presentes, algum ficasse no banco.
O sobrante, por norma, era o Pôpa, pois claro, que ficava a fazer figas para
que algum tivesse que ir embora, proporcionando-lhe, assim, a sua oportunidade.
Um pequeno país do sul da Europa,
visando uma maior expressão à escala mundial, resolveu criar uma comunidade agregando
todos os que falavam a sua língua. Apareceram todos. Mas trouxeram um outro, liderado pelo Teodoro! Que
era rico e que abria grandes expectativas económicas para a nova comunidade. Não partilhava
dos mesmos princípios, mas isso não importava, tinha dinheiro; não respeitava a
vida nem os direitos humanos, mas isso não importava, tinha dinheiro; não sabia
falar a língua, mas isso também não importava, pois o que mais contava era ter o dinheiro do Teodoro.
Diz-se que o tal pequeno país promotor do encontro, não gostou e não aplaudiu a entrada desse novo parceiro
que foi apadrinhado por todos os outros. Amuou, mas não podia fazer nada. Os outros queriam lá saber!
Sem comentários:
Enviar um comentário