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quarta-feira, 23 de julho de 2014

Teodoro, o poderoso indesejado






Nos meus tempos de miúdo, tinha um amigo que, mais do que qualquer outro, adorava jogar à bola. Tinha, no entanto, um problema: era pouco habilidoso e, com a bola nos pés, raramente lhe saía uma jogada de jeito. Mas era sempre o primeiro a chegar ao campo, mesmo sem estar agendada qualquer peladinha. Era o Pôpa.
Quando não havia gente que chegasse para um bom desafio de futebol, o Pôpa ia a casa dos amigos, fazer, pessoalmente, o convite para comparecer no campo. Acontecia que, por vezes, o número de “jogadores” acabava por exceder o necessário e isso obrigava a que, depois da escolha que os capitães faziam de entre os presentes, algum ficasse no banco. O sobrante, por norma, era o Pôpa, pois claro, que ficava a fazer figas para que algum tivesse que ir embora, proporcionando-lhe, assim, a sua oportunidade.

Um pequeno país do sul da Europa, visando uma maior expressão à escala mundial, resolveu criar uma comunidade agregando todos os que falavam a sua língua. Apareceram todos. Mas trouxeram um outro, liderado pelo Teodoro! Que era rico e que abria grandes expectativas económicas para a nova comunidade. Não partilhava dos mesmos princípios, mas isso não importava, tinha dinheiro; não respeitava a vida nem  os direitos humanos, mas isso não importava, tinha dinheiro; não sabia falar a língua, mas isso também não importava, pois o que mais contava era ter o dinheiro do Teodoro.

Diz-se que o tal pequeno país promotor do encontro, não gostou e não aplaudiu a entrada desse novo parceiro que foi apadrinhado por todos os outros. Amuou, mas não podia fazer nada. Os outros queriam lá saber!

Tal como o Pôpa, passou o promotor a ser aquele que menos controlo tinha sobre o jogo!

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