Com o Zen e o Joaquim Antunes, antes da partida (já a seguir)
Nestes breves dias que anteced em mais uma edição do Raide Melides-Tróia, revivo momentos resultantes da experiência tida nestas andanças. Para quem tiver a paciência de ler, vou "falar-vos" do que vivi em 2006, na minha 2ª participação na prova .
Encontrámos um rodado de um tractor ! Era vê-los a colocarem-se em fila indiana por esse trilho, na esperança de que o tractor já tivesse calcado a areia. Lembrei-me do Aleixo naquela quadra : “Quando um náufrago se estafa / Julga ver, triste ilusão / Na rolha de uma garrafa / A tábua de salvação “ . A rolha, claro, era o trilho e o náufrago era uma “espécie de raider” (no caso, eu) que já ia com umas dores lombares desconfortáveis – e nem cinco Km tinha ainda feito! Como se isso não bastasse, os intestinos também se insurgiram contra mim.
Vejo lá à frente a bandeirinha dos 5,5 Km ! –“Acho que vou ter de fazer uma pausa”- mas sem querer levantar suspeitas aos membros da Organização que ali estavam, esperei que anotassem o meu dorsal e disse-lhes que iria alterar a minha rota para junto dos arbustos, mas que voltava. Havia uma certa curvatura da duna naquele local e eu, agachado, ia vendo as cabeças a passarem : “-Lá vai uma! Lá vai outra, outra…” e eu sem me apetecer sair dali! Foram, cinco minutos bem passados e, quando retomei o rumo, a disposição era bem melhor e voltei a ter um ritmo de passada mais a meu contento.
Nestes breves dias que anteced em mais uma edição do Raide Melides-Tróia, revivo momentos resultantes da experiência tida nestas andanças. Para quem tiver a paciência de ler, vou "falar-vos" do que vivi em 2006, na minha 2ª participação na prova .
Raide. Para a grande maioria das pessoas trata-se de um dos esforços mais inúteis que alguém pode fazer! Mas, para quem o fez, trata-se de uma conquista que não encontra equivalentes neste mundo. E é a prova de que a vida, para além da demanda a que nos habituámos, é recheada de outros grandes valores. Podem ser insólitos, inexplicáveis, bizarros. Mas o que é preciso é saber descobri-los, na certeza de que não valem menos que os convencionais. É, no fundo, o valor do ser-se capaz!
E foi assim, que no dia 30 de Julho, manhãzinha cedo, depois de uma contagem decrescente cheia de imaginação, 157 dos 164 inscritos, se apresentaram, à hora marcada, na Praia de Melides, para cumprir a dura (mas gratificante) missão que impuseram a si próprios.
Uns minutos de espera, a aplicação de um protector solar “rasca” que não veio a servir de nada, o reencontro com muitos amigos destas andanças e a satisfação de, finalmente ter conhecido o Zen ! Umas fotos a assinalar esses momentos e vou bebendo uns goles da garrafa de litro e meio de água que nos deram.
Nuns breves momentos de concentração vou até à beira da água para experimentar a areia. “–Isto vai ser lindo, vai !” – pensei cá para comigo, depois de ver que a maré não “estava a jeito” e escondia-nos a “passadeira” por onde pretendíamos correr. Por outras palavras : “puxou-nos o tapete!”.
Ouvimos com atenção as indicações da Organização e as palavras de incentivo do Senhor Vereador, enquanto não podíamos deixar de dar atenção aos diferentes tipos de indumentária com que cada um iria enfrentar o desafio. E lá estava o trio da Atlas Copco de Madrid “capitaneado” pelo nosso João Hébil, em grande estilo, impossível de passar despercebido. Uma iniciativa publicitária bem conseguida (João, vais ter direito a mais umas reuniõezinhas na estranja, na altura em que houver por lá uma maratona!)!
Soa o tiro da partida ! Pela areia plana, porém seca, o grupo foi-se dispersando, procurando inutilmente os locais onde houvesse maior firmeza do solo. Cada um foi encontrando o seu ritmo como pôde. De facto, era mau correr na areia solta, mas a verdade é que todos os que tentavam descer a “rampa” para correr junto à água, acabavam por voltar a subi-la, constatando que a grande inclinação não facilitava a corrida e que areia, embora molhada, “afundava” juntamente com o sapato. “-Não adianta” - dizia um – “é mau na mesma”! Tínhamos mesmo de continuar na areia seca.
E foi assim, que no dia 30 de Julho, manhãzinha cedo, depois de uma contagem decrescente cheia de imaginação, 157 dos 164 inscritos, se apresentaram, à hora marcada, na Praia de Melides, para cumprir a dura (mas gratificante) missão que impuseram a si próprios.
Uns minutos de espera, a aplicação de um protector solar “rasca” que não veio a servir de nada, o reencontro com muitos amigos destas andanças e a satisfação de, finalmente ter conhecido o Zen ! Umas fotos a assinalar esses momentos e vou bebendo uns goles da garrafa de litro e meio de água que nos deram.
Nuns breves momentos de concentração vou até à beira da água para experimentar a areia. “–Isto vai ser lindo, vai !” – pensei cá para comigo, depois de ver que a maré não “estava a jeito” e escondia-nos a “passadeira” por onde pretendíamos correr. Por outras palavras : “puxou-nos o tapete!”.
Ouvimos com atenção as indicações da Organização e as palavras de incentivo do Senhor Vereador, enquanto não podíamos deixar de dar atenção aos diferentes tipos de indumentária com que cada um iria enfrentar o desafio. E lá estava o trio da Atlas Copco de Madrid “capitaneado” pelo nosso João Hébil, em grande estilo, impossível de passar despercebido. Uma iniciativa publicitária bem conseguida (João, vais ter direito a mais umas reuniõezinhas na estranja, na altura em que houver por lá uma maratona!)!
Soa o tiro da partida ! Pela areia plana, porém seca, o grupo foi-se dispersando, procurando inutilmente os locais onde houvesse maior firmeza do solo. Cada um foi encontrando o seu ritmo como pôde. De facto, era mau correr na areia solta, mas a verdade é que todos os que tentavam descer a “rampa” para correr junto à água, acabavam por voltar a subi-la, constatando que a grande inclinação não facilitava a corrida e que areia, embora molhada, “afundava” juntamente com o sapato. “-Não adianta” - dizia um – “é mau na mesma”! Tínhamos mesmo de continuar na areia seca.
Encontrámos um rodado de um tractor ! Era vê-los a colocarem-se em fila indiana por esse trilho, na esperança de que o tractor já tivesse calcado a areia. Lembrei-me do Aleixo naquela quadra : “Quando um náufrago se estafa / Julga ver, triste ilusão / Na rolha de uma garrafa / A tábua de salvação “ . A rolha, claro, era o trilho e o náufrago era uma “espécie de raider” (no caso, eu) que já ia com umas dores lombares desconfortáveis – e nem cinco Km tinha ainda feito! Como se isso não bastasse, os intestinos também se insurgiram contra mim.
Vejo lá à frente a bandeirinha dos 5,5 Km ! –“Acho que vou ter de fazer uma pausa”- mas sem querer levantar suspeitas aos membros da Organização que ali estavam, esperei que anotassem o meu dorsal e disse-lhes que iria alterar a minha rota para junto dos arbustos, mas que voltava. Havia uma certa curvatura da duna naquele local e eu, agachado, ia vendo as cabeças a passarem : “-Lá vai uma! Lá vai outra, outra…” e eu sem me apetecer sair dali! Foram, cinco minutos bem passados e, quando retomei o rumo, a disposição era bem melhor e voltei a ter um ritmo de passada mais a meu contento.
(continua)
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