Carta ao meu amigo “Ninhas”
Eras o meu companheiro do ”Pão-por-Deus” com quem, em cada dia 1 de Novembro percorria as casas da aldeia em busca das guloseimas que, na altura, tanto escasseavam.
Fizemos um percurso muitas vezes juntos, desde a infância até hoje. Profundo sabedor de tudo quanto fosse Desporto, eras um amigo de forte personalidade que, mesmo sem gostar de correr, estiveste ligado ao nascimento da Meia Maratona de S. João das Lampas e até à 25ª Edição, sempre foste um dos seus principais dirigentes! E conselheiro. Guardo, de ti, muitas e boas recordações. Só não te perdoo um dia me teres dito que eu nunca seria um bom guarda-redes(!), mas… lá tinhas as tuas razões.
Hoje, subitamente, enquanto trabalhavas tirando medidas, caíste inanimado, para não mais dares qualquer sinal de vida. Sem o saberes, “medias” o tempo que te estava destinado. Companheiro e amigo “Ninhas”, chegaste ao fim da linha poucos dias após entrares na casa dos 53, que por pouco tempo, ainda é a minha.
A notícia correu célere e não havia quem soubesse, de fonte segura, se era verdadeira. Desejava-se que fosse um boato de mau gosto. Veio depois a confirmação violenta e cruel, como se nos tivessem tirado uma parte da nossa existência. Incrédulos, todos os que contigo privaram tantos momentos, vêem-se voltados para dentro, tomando consciência de quão breve e incerta é a nossa passagem.
Amigo, vais ser sempre lembrado por quem te conheceu pois deixaste a tua “marca” nesta terra e nos corações desta gente. Recuso-me a aceitar que tu partiste.
Um Grande Abraço.
Fernando Andrade
(Para ti, Roni Peterson)
9 comentários:
Muitas pessoas irão entrar e sair da sua vida
mas somente verdadeiros amigos deixarão pegadas no seu
coração.
Quem perde dinheiro, perde muito,
Quem perde um amigo, perde mais.
(Fabiano Lustosa)
Os meus sentidos pêsames.
Um Abraço.
Orlando Duarte
Caro Fernando
lamento a perda do seu amigo "Ninhas".
Forte abraço,
António Almeida
Amigo Fernando
A recordação que fica deste seu amigo que partiu irá com certeza dar-lhe alento para manter vivo o ideal que partilharam ao longo das vossas vidas. Você permanece e irá continuar sem desânimos a obra que sempre abraçaram juntos.
Olhemos em frente meu amigo e até breve.
Que dizer?
Que na natureza nada se perde, tudo se transforma? Que quem passa por nós, deixa sempre alguma coisa - mantendo-se "vivo", e de nós alguma coisa leva? Que a vida só tem valor enquanto "viva"? Que as vivências no dia-a-dia são o que de facto vale? Todos os minutos, todos os segundos, todos os gestos, todos os olhares, todas as palavras. O que damos de nós aos outros. O que recebemos. O instante. Depois... tudo se apaga e ficam apenas marcas, as que deixamos... e as que deixam em nós
Desculpe, mas não há palavras certas... não sei que dizer...há apenas a tentativa de as compilar e transmitir sentimentos...
Um abraço Fernando
Ana Pereira
Fernando,
Lamento o falecimento deste seu amigo de infância.
Que a recordação dos momentos passados em conjunto lhe dêem força para superar tão difícil momento.
Forte abraço,
Luís Mota
Bem, pensei vir ao seu blog ler o resto da Maratona e apresentar os parabéns (embora fosse um lugar cmum). Nunca se sabe com aquilo que se conta. O propósito inicial fica agora ridículo e sem sentido.
Parece que Fernando Pessoa disse ou escreveu que "a morte é a curva da estrada. A pessoa que morre apenas deixa de ser vista". Li esta referência há pouco tempo, num livro qualquer, de que nem sequer me lembro o título. Chorei. é isso mesmo. Quem parte, apenas deixa de ser visto. Oculta-se aos nossos olhos, numa curva de estrada. Porém, permanecem no coração de quem os ama. Ficam nas memórias e nas recordações mais simples. Cada dia, cada lugar, cada livro, filme, paródia ou dificuldade, passa a ter um duplo significado e uma dupla vivência: a experiência do real, vivida nesse tempo passado a dois, a três a quatro... e a emoção com que se revive neste tempo presente, quando há sempre um lugar a mais e uma pessoa a menos.
Sentidos pêsames.
E "acelere" em todas as próximas corridas, pelo Ninhas e por todos os Ninhos que a curva da estrada ocultou.
Quando o Ronie Peterson faleceu (era eu pouco mais que uma criança) chorei. Senti muito a sua morte. Era apaixonada por Fórmula1 desde pequenita. Já chorei, igualmente, po outras pessoas que nunca vi pessoalmente, mas que entram no nosso mundo, porque lhes abrimos a porta.
O Fernando é um dos que entrou no meu pequeno mundo, mal eu quis entrar no "mundo da corrida".
Lamento a sua perda.
Com carinho
Paula Pinto
Saudade...
É esta a palavra que resume o sentimento de todos os Amigos, que tiveram o prazer e o orgulho de partilhar os momentos das nossas vidas com o nosso Amigo "Ninhas"...
Tantos momentos lembrados, entre os Amigos, em que a sua forma de pessoa alegre e de bem com a vida, contagiava quem por perto dele vivia...
Perdemos um Amigo um conselheiro e acima de tudo uma pessoa justa, que a única coisa que o preocupava era a injustiça deste mundo...
Não consigo, por mais palavras que escreva, resumir o meu sentimento ...
Nunca serás esquecido pelos teus Amigos e ficarás para sempre no nosso coração...
... onde quer que te encontres, serás sempre o nosso NINHAS...
aje
Meu amigo Fernando
Hoje,dia de recolhimento e de tristeza pela perca de um homem valioso e de grande carácter é o dia do adeus ao Ninhas. Expresso aqui o respeito perante a sua memória e a grandeza que ela personificava. Estou convicto que ele partiu feliz com a vida e com os seus e também com os amigos.
Para ele um até sempre.
Agradeço a todos, do fundo do coração, as palavras amigas que aqui me deixaram e creiam que a solidariedade nelas expressa constituiu uma importantíssima ajuda para ultrapassar com mais serenidade, estes momentos. É “suave” a imagem da “ curva da estrada” em que caminhamos. Muito obrigado a todos.
Grande abraço.
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