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E atenção, muita atenção:
P’ra evitar que atletas
Vão até à exaustão
Há os tempos de passagem
E tempo p’rà conclusão,
Que vão fazendo a crivagem
Em restrita selecção:
Uma aos 20, outra aos 40
E aos 60, porque não?!
Veremos quantos resistem
A tal esforço e ambição,
Que é isto assim, meus amigos
Um Ultra Trail de eleição
Que não terá noutra prova
Termo de comparação.
Haverá quem goste disto
E poucos dirão que não
Mas quem quer o paraíso
Tem que ter a provação.
Vamos então concluir,
Em termos de exposição,
Porque depois desta prova
Sois vós, os que falarão
E espero ouvir comentários
Da justa apreciação.
A todos deixo o desejo
De plena satisfação,
Que a serra aguarda por vós
P’ra sua contemplação.”
Disse e fitou os atletas
Cheinhos de inquietação
E todos já preparados
Ninguém pôs qualquer questão.
E o som nobre de Vangelis,
Soando na escuridão,
Encheu a alma daqueles
Que não sabem dizer não
E é dada então a partida
Para a grande competição.
E lá se foram lembrando
Daquela dissertação
Quando o tempo ia passando
E os quilómetros não
Mas quando o dia, já dia,
Nos dava a grande visão
Da área já percorrida
E sua contemplação
Tínhamos à nossa frente
Uma séria explicação
Porque povos do passado
Deviam adoração
A quem tinha da montanha
A sua governação.
Se no conto do Vinício
O operário disse não
Aqui o bom do atleta
Não resiste à tentação
E vê-se então dominado
Pela mágica poção
Criada a partir da água
Levada no cinturão.
Era bem duro o caminho
Que ninguém tenha ilusão
Mas aquele que o seguir
Terá a retribuição
De conseguir atingir
Uma nova dimensão
E tudo a partir dali
Ter outra apreciação.
Um abraço p’ro Moutinho
E a quem lhe deu a mão
Também aos 4 Caminhos
Que abriram um novo portão
O de ganhar a corrida
Através da lentidão
De combater a fadiga
Usando contemplação
E em que até a desistência
Não nos traz a frustração.
Bendita sejas montanha
Esta é minha oração
A ti devo esta mudança
Digo-o com emoção.
Ao conhecer-te as entranhas
Fizeste a transformação
De um atleta construído
Num "trailer" em construção.
Que abriram um novo portão
O de ganhar a corrida
Através da lentidão
De combater a fadiga
Usando contemplação
E em que até a desistência
Não nos traz a frustração.
Bendita sejas montanha
Esta é minha oração
A ti devo esta mudança
Digo-o com emoção.
Ao conhecer-te as entranhas
Fizeste a transformação
De um atleta construído
Num "trailer" em construção.
6 comentários:
Relativamente ao seu incentivo, deixado hoje no meu blog que poderei dizer? Que foi por um convite seu que corri a 1ª Meia em memória da minha flha, já que não consegui cumprir a de S. João das Lampas em vida dela; Que tinha pensado este ano "embarcar" na aventura da UMA (apenas para fazer metade); E que é importante cada passo que dou, ainda que seja um esforço.
Agora pensarei na "Grande". Pense em dar-me os parabéns em Novembro, ainda que não consiga. Apenas por ter tentado:-) Já sabe...é uma honra e um orgulho imenso chamar-lhe "amigo".
Beijo
Muito me sensibilizam as suas palavras, Paula e terei um enorme prazer, em felicitá-la por ter feito a "Grande". E tenho a certeza que vai conseguir.
Grande beijinho, Paula
FA
Grande Fernando, a grandeza da veia está em conformidade com aquela maravilha que partilhámos juntos, tens manifestado o desejo de voltar, pois podes crer que não me sai da cabeça a mesma coisa, aquilo fascina qualquer um, oxalá o Moutinho permita que lá voltemos, mas para terminar.
Abraço.
Dizes bem, Adelino.
Temos que lá voltar, mas mais prarados e o Moutinho vai ter de aumentar os tempos de passagem. De resto, estamos prontos para o que der e vier.
Grande abraço.
FA
Fernando
Não há dúvida que o Moutinho tem razão. Quanto mais difícil for a prova, mais vontade temos em voltar para acabá-la.
Tudo o que foi escrito sobre a Freita e a sua dureza, é música celestial para os ouvidos do Moutinho. Eu pensava que Trail era outra coisa, pois perco-me, e paro, a ver as maravilhas da natureza, mas cheguei à conclusão que sou um sonhador.
Assim nunca haverá Freita para mim, nem para quem se senta num penedo e "canta" aquilo que a musa nos dita. Por mais que lá se volte nunca a Freita é acabada, a não ser que se deixe de sonhar.
Parabéns pelos versos, sempre com a chancela FA
Abraços!
Olá, Mário
Obrigado pelo comentário e não querendo "comentar o comentário" quero dizer-te que o encanto da Freita, para mim, não está em concluir-se a prova. Isso é outra estória. O seu encanto está em nos deixarmos envolver por ela, caminhando num percurso que nos faz sentir o domínio sobre as coisas. E estas sensações são de tal modo intensas, que nos ficam a "vibrar" por muito tempo, depois de a abandonarmos. O "sarro" que fica é "doce"!
Grande abraço.
FA
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