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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

XXX Maratona Cidade de Sevilha



Mais uma vez, participei na fantástica Maratona de Sevilha, na sua 30ª Edição.

A Viagem

O “ataque” a Sevilha foi organizado pela minha equipa ACB e comandado pelo meu amigo e  companheiro Pedro Burguette, num trabalho irrepreensível, que mereceu rasgados elogios de todos os atletas e acompanhantes, pois tanto a viagem, como o hotel escolhido, como os momentos de convívio, foram do agrado de todos. E depois, com um motorista ( um agradecimento especial para ele, o Jorge) que conhece os cantos a Sevilha, tudo ficou facilitado.
Saímos do Parque das Nações às 8h de Sábado e chegámos a Sevilha pelas 14h locais.

Levantamento dos Dorsais

Desta vez quer a Expomaratona quer a Pasta Party decorriam no Palácio dos Congressos, um espaço maior a que a Organização, em resultado do enorme crescimento da Prova, teve que recorrer para conseguir dar resposta aos 9000 inscritos.
À hora a que chegámos, não havia qualquer fila para levantarmos os dorsais. Demos uma voltinha pelos stands ali representados (lá estava a XI Maratona do Porto, a realizar no dia 2 de Novembro, a marcar presença, e sempre deu para estar ali uns minutinhos à conversa com o seu grande mentor Jorge Teixeira e mais uns amigos).

O Almoço

Para tentar manter o processo controlado, a organização distribuiu senhas com horários diferentes. Calhou-nos às 15,30, tendo este grupo que aguardar a hora de entrada. Formou-se uma grande fila, mas que não demorou muito tempo a despachar. A refeição do costume em que só temos que ir a uma ponta do balcão, pegar num tabuleiro vazio e ir deslocando o dito até à outra ponta, onde chega cheio com meio copo de gaspacho, um prato de massa saborosa, fruta, sumo, chocolates. Colocado o tabuleiro na mesa, era só ir até ao balcão das bebidas, onde havia cerveja com ou sem álcool, coca-cola, água. Tudo à “fartazana” e quem quisesse podia repetir. E música ao vivo.

O Passeio

Terminado o almoço, fomos, no autocarro até à zona da Praça de Touros  e combinámos a hora do reencontro. Entretanto demos uma voltinha pelo centro histórico, Avenida da Constituition, Catedral, Judiaria e demos com o negas a alguns condutores de charretes que nos queriam impingir um passeio pela zona. Coisas de gente fina, que não estavam nos nossos planos. Tirámos umas fotos e regressámos ao local para que o autocarro nos levasse ao hotel que ficava a uns km dali. Pelo caminho, deixámos uns companheiros de viagem que já tinham feito reserva em hotel diferente.

O Hotel

Hotel da Bela Vista, situado na avenida do mesmo nome. Check In rápido pois as identificações tinham sida dadas previamente. O Pedro só teve que distribuir as chaves das “habitationes” pelo pessoal. Entretanto estavam a ser horas do jantar. Enquanto aguardávamos, achámos curioso que, à porta do hotel estivesse estacionado um autocarro especial da equipa de ciclismo do grande Eddy Mercx que ali pernoitava. Lá dentro, alguém repartia em diferentes boiões poções energéticas (?) para os ciclistas .
Seguiu-se o jantar em que todos tínhamos à disposição grande variedade de comida. Conversa agradável com os amigos e, quando estavam a ser 11h, caminha, que às 6,30h, tínhamos de estar ali novamente para o pequeno almoço e sairmos para o Estádio Olímpico, a cerca de 15 km dali.

A Maratona

Aconselhavam-nos a estar na zona de partida, pelas 8,30, para evitar confusões com a implementação das portas de acesso às diferentes zonas de tempos, que estavam bem patentes nos dorsais, que tinham uma cor diferente para cada uma das zonas. O dia estava bonito, mas àquela hora, ainda estava frio. Mas já tinha estado bastante pior. Decidi-me a correr com uma t-shirt de manga comprida por baixo do equipamento da ACB.
Tirámos umas fotos e fomos para o local que este ano era fora do estádio (já no ano passado parece que também foi). Tem vantagens ser fora do estádio, pois é muito menor a diferença entre o tempo oficial e o tempo de chip ou, por outras palavras, todos demoram muito menos tempo a passar a linha da partida. A saída pelo túnel estrangulava a passagem quando eram 3000, agora, com 9000…
Muita gente amiga e conhecida (lembro que estavam 900 portugueses inscritos na Prova).
Às 9,00 é dado o tiro da partida e, em resultado do posicionamento dos atletas consoante os tempos, rapidamente se entra em ritmo de corrida. Não queria exagerar.
Fui fazendo a minha prova calmamente, numa passada confortável. Sabia que a preparação era fraca (quase que não há maratona em que não venha com esta desculpa) pelo que não dava para arriscar. Por volta dos 6 ou 7 Km passa o Rui Silva, de Almada, que me diz assim :”isso vai bem:4,52” – Eh lá- respondi eu –tenho que “levantar o pé”.E assim foi. Passagem aos 10Km com 47, e não voltei a saber a que velocidade ia até que passei à Meia Maratona (1,46,50). Mesmo já tendo abrandado há muito tempo, sabia que não conseguiria apontar para um tempo na casa das 3,35. Retardar ao máximo o”estoiro” era o pensamento que tinha que ter presente. E para isso tinha que pensar que a Maratona é uma prova de paciência. Não dava para ir mais depressa, mas indo mais devagar não iria cansar-me menos. Só tinha que saber esperar e manter o andamento. Senti uma “marretada” leve, por volta dos 30, mas tentei ignorá-la e voltei a apelar à paciência. Muita paciência: “Se te sentes bem, só tens que ter calma”. O apoio popular ia sendo “incorporado”. A animação musical, com bandas ao vivo, na 2ª parte da prova foi fantástica e pensei :- Sevilha não faz parte do Circuito Rock’n’Roll das maratonas, mas tem muito mais Rock´n´Roll que Lisboa (não é elegante estar a fazer comparações destas, mas também não se perde nada em referir esta constatação, mesmo que “doutos varões dêem razões subidas”). Usei 3 géis : aos 15, aos 25 e aos 33, para me ajudarem, ainda que talvez por efeito placebo, a manter-me firme. Aos 39 entra-se no Parque de Alamillo e é ali que nos capacitamos que “está no papo”. Diz-me o Rui Pedro Julião (que ia a acompanhar um amigo) que ia com tempo para 3,40 (!). Achei muito. Já ficava satisfeito se não tivesse quebra nos 3 km que faltavam. Animei-me (talvez porque via muitos a claudicarem) e vejo a placa dos 41 “O Km prometido ao amigo Jorge Branco”. Contorno o estádio e entro no túnel ante os aplausos do muito público ali presente. Depois da sombra do túnel, a luz do estádio, o ecran gigante a dar-nos as boas vindas e a volta triunfal para chegar ao pórtico final: 3,42,37 indicava o cronómetro a que corresponde o tempo de chip de 3,41,42.Feita. Bem feita. E vão 14. É dourada e bonita a medalha.
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8 comentários:

Jorge Branco disse...

Excelente relato em que se fica por dentro de tudo o que diz respeito à vossa ida a Sevilha.
Quanto à sua prova por alguma razão eu o trato por Mestre!
Dá dedicatória do seu último quilómetro só posso dizer que não o mereço! Mas que me comoveu isso comoveu! Um grande abraço deste modesto corredor de pelotão quase reformado e muito "deformado"!

JoaoLima disse...

Muitos parabéns Fernando por mais uma e agora que a conheci, percebo bem porque já foste 14 vezes a esta prova em que o público é uma ajuda inacreditável!

Um grande abraço

Filipe Torres disse...

Excelente! Parabéns por mais uma, e como sempre um prazer ler os relatos!

Anónimo disse...

Renovo os parabéns Mestre.
Quanto a Sevilha ter tido mais bandas que Lisboa, olha que não, olha que não...Mestre.
Quanto ao apoio sem dúvida muito mais o somatório de todas as maratonas realizads em solo Luso.
Abraço.
António

Fernando Andrade. disse...

Obrigado, Jorge. O prometido é devido além de que o últumo Km é o mais desejado, eheh.

Obrigado, João.
Olha que gostei muito da tua reacção ao nosso estímulo, quando te ias pôr a andar junto ao parque de estacionamento. Por mais uns metros, de facto, não valia a pena pores-te a passo. A Maratona sonhada estava feita. Parabéns.

Obrigado, Filipe Torres.
As coisas já estiveram melhores, mas não se pode pedir muito. Dou-me por muito satisfeito assim.

Grande António.
Com que então Lisboa dá mais música! Continuo a dizer que não me parece. Em Sevilha a música era ao vivo (só na 2ª parte, é certo), mas viste quantas tendas havia em Lisboa em que apenas estava um DJ com uma aparelhagem a debitar som?
Não é a mesma coisa, amigo. Ali havia alegria e interacção com os atletas. Na passagem, aplaudi todas as bandas, por reconhecer o excelente trabalho que estavam a desempenhar. Mas eu queria muito que a Maratona de Lisboa fosse melhor que a de Sevilha. Parabéns por mais esta, António.

A todos um grande abraço.


Anónimo disse...

Parabens Fernando.
Por mais uma grande maratona e um belissimo texto a comprova-la, e um tempo fantástico.
Um abraço
Mário Lameirão

Isa disse...

Os meus parabéns Fernando.
Mais uma no seu currículo. É um exemplo para todos nós.
Beijinhos

SlowRunner disse...

Parabéns por mais uma, Fernando!