Quando chegou a “madrugada”, o meu País tinha mais de 20% de analfabetos e, na minha região, quase chegava aos 30.
De então para cá, mais por força da natureza do que pelo trabalho de alfabetização (se bem que, em muitos casos, se tivessem operado notáveis acções para levar a instrução ao povo) os índices de analfabetismo caíram bastante.
Lembro-me bem das várias sessões de esclarecimento do MFA, nas colectividades, com as salas apinhadas de gente ávida de informação sobre a nova realidade em tudo tão diferente daquilo a que se estava habituado. Todos acreditavam que estava a nascer um País novo e esse sentimento era potenciado pela música e pelos poemas que, amiúde, passavam na rádio e na televisão. Os responsáveis por tudo quanto era mau tinham sido depostos. Tudo se encaminhava no sentido das novas oportunidades. Era a gaivota que voava, voava .
Surgem, então, os primeiros sinais de intervenção de rua (que pegou moda e tornou-se praga) com inscrições nas paredes, com o “diagnóstico” dos entraves ao desenvolvimento.
No autocarro para Sintra, a caminho da escola, encarava, diariamente, com uma dessas primeiras mensagens, escritas a tinta vermelha na casota da electricidade de uma horta.
A frase era esta :
“ASA BESDE RAPI
NA NÃO ESTAM
COM O 25 DE ABRIL “
Bastante me custou a “decifrá-la” o que só consegui, depois de descobrir que, para além da ortografia, não tinham sido respeitados os espaços nem a translineação. Talvez por isso tenha havido maior eficácia na memorização a que me obrigou (um pouco ao jeito daqueles anúncios que, de tão estúpidos, são fixados por toda a gente).
Nunca cheguei a saber quem foi o autor desta frase marcante, escrita por quem não era letrado mas que teve um efeito ao nível das citações dos grandes pensadores.
Passados estes anos, da frase, as letras estão quase extintas, mas ASA BESDE RAPI-NA, essas...
De então para cá, mais por força da natureza do que pelo trabalho de alfabetização (se bem que, em muitos casos, se tivessem operado notáveis acções para levar a instrução ao povo) os índices de analfabetismo caíram bastante.
Lembro-me bem das várias sessões de esclarecimento do MFA, nas colectividades, com as salas apinhadas de gente ávida de informação sobre a nova realidade em tudo tão diferente daquilo a que se estava habituado. Todos acreditavam que estava a nascer um País novo e esse sentimento era potenciado pela música e pelos poemas que, amiúde, passavam na rádio e na televisão. Os responsáveis por tudo quanto era mau tinham sido depostos. Tudo se encaminhava no sentido das novas oportunidades. Era a gaivota que voava, voava .
Surgem, então, os primeiros sinais de intervenção de rua (que pegou moda e tornou-se praga) com inscrições nas paredes, com o “diagnóstico” dos entraves ao desenvolvimento.
No autocarro para Sintra, a caminho da escola, encarava, diariamente, com uma dessas primeiras mensagens, escritas a tinta vermelha na casota da electricidade de uma horta.
A frase era esta :
“ASA BESDE RAPI
NA NÃO ESTAM
COM O 25 DE ABRIL “
Bastante me custou a “decifrá-la” o que só consegui, depois de descobrir que, para além da ortografia, não tinham sido respeitados os espaços nem a translineação. Talvez por isso tenha havido maior eficácia na memorização a que me obrigou (um pouco ao jeito daqueles anúncios que, de tão estúpidos, são fixados por toda a gente).
Nunca cheguei a saber quem foi o autor desta frase marcante, escrita por quem não era letrado mas que teve um efeito ao nível das citações dos grandes pensadores.
Passados estes anos, da frase, as letras estão quase extintas, mas ASA BESDE RAPI-NA, essas...
2 comentários:
E eu, não ganho nada por ter sido o milésimo visitante?
O prémio já eu o recebi, amigo Zé Duarte, ao ter recebido a 1000ª visita. Os 4 dígitos já cá cantam. Obrigado por teres "cá vindo" e, para não "ires de mãos a abanar", tens garantido um cafezinho na 1ª oportunidade.
Grande abraço.
Fernando
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