Já se esperaria alguma polémica em torno das declarações da Vanessa. Não devemos, no entanto, esquecer-nos de que elas são consequência de outras, essas sim, infelizes, de alguns atletas ( a do Marco Fortes ficará na história).
O empolamento dos media já preparava terreno para uma grande polémica em torno deste suposto “fracasso”olímpico. “Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão”. Valeu o excelente salto do Nelson para nos restituir o orgulho nacional e melhorar o aspecto do "subnutrido" medalheiro luso.
Voltando às declarações da Vanessa, penso que ninguém tem dúvidas de que ela é uma lutadora. Poderá haver quem pense que ela falou “de barriga cheia” mas será que foi despropositado “ter posto um ponto de ordem à mesa”, face a declarações pouco dignificantes para os atletas, que já tinham sido proferidas?
Diz –se que um minuto e tal de atraso em relação à primeira, deu-lhe prata, e o Bruno Pais, com um minuto e tal do primeiro, ficou em 17º. Logo, fosse idêntica a concorrência no sector feminino e a Vanessa teria vindo de mãos a abanar.
Mas isso não foi por falta de combatividade da Vanessa e ela própria elogiou o desempenho do Bruno e do Duarte. Lembremos que a Snowsill, durante o ano, poupou-se claramente para estar no pico de forma nos JO, enquanto a Vanessa, foi mais do género de ir a todas (aqui sim, haverá matéria para uma discussão sobre os critérios de exigência que lhe foram infligidos), para consolidar a sua posição no ranking.
Como ninguém é de ferro, os sinais de desgaste surgiram e, logo que ela se apercebeu que a australiana saiu “disparada” sem que ela tivesse forças para reagir, viu que tinha pela frente 10 km “intermináveis” para defender o 2º lugar. Fê-lo, controlando conforme podia, com garra, acreditando sempre.
Em suma, o que a Vanessa disse não foi nada que não aplicasse a si própria. Que o estatuto de “alta competição” implica responsabilidade e entrega, o que não era compatível com as declarações – ainda que empoladas - que outros atletas tinham proferido.
Quanto ao “desporto-lazer”, bem… nesse, até eu alinho !
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