
Não sei o que se está a passar comigo, mas tudo me tem acontecido ultimamente. É verdade que podia ficar caladinho, até porque não me traz prestígio algum o que vos vou contar. Mas a minha “costela de palhaço” às vezes leva-me a partilhar este gostar de rir de mim próprio.
Hoje, à tardinha, resolvi ir fazer um treino de descontracção, que incluía a ida até à praia da Samarra, num percurso de trilho, em passada muito suave (em cerca de 40 minutos) estar por ali sossegado da vida (cerca de 30 m) e regresso, alternando caminhada com corrida lenta .
Estava tudo a correr conforme planeado, até que a cerca de 3km de casa, resolvi parar. A tripa não me estava a incomodar por aí além mas, aproveitando uma encosta com uma bonita paisagem, achei que era oportuno aliviar ali mesmo.
Agachado e sem pressas, achava-me um privilegiado e, envaidecido, dizia cá para comigo :
-“Haverá casa de banho tão espaçosa, tão livre e bela quanto esta ?”
E ali fiquei alguns minutos, observando a confluência de várias ribeiras que constituíam o sector nascente da Ribeira da Samarra :
“-Aquela traz a água das Areias; a outra traz a água de Bolelas, outra ainda traz a de S.João e todas vão confluir um pouco antes de Catribana...”
Quase toda a bacia hidrográfica estava identificada, enquanto eu ia deixando na natureza, matéria orgânica que já não me fazia falta (e ao terreno, se calhar, também não).
Estava eu a iniciar a parte “das limpezas” , quando sinto um insecto pousar no tornozelo. Era uma abelha que não perdeu tempo e espeta-me o ferrão ! A primeira reacção que tive foi lá ir com a mão que segurava o papel, mas controlei-me, pois apercebi-me a tempo, que o papel já não estava em condições. Abanei, simplesmente, mas eis que outra…e outra…e outra, atacam-me impiedosamente na perna e na nádega!:.. Queria sair dali depressa, mas os calções como estavam, obrigavam-me a dar passinhos curtos e elas não me largavam. Vinham atrás de mim.
A dor provocada por cada uma das picadelas ia aumentando e eu, lá consegui compor os calções e afastei-me dali o mais rápido que pude, deixando para depois… o que ainda não estava feito.
Pergunto-me : -“Terá sido castigo? Terei atentado contra a mãe natureza ?”
Já agora, “respondo-me”:- Acho que não, pois apenas fiz o que qualquer mamífero naturalmente faria. Mas, pelos vistos, eu tive menos sorte.
Como dizia o outro : -“Que mais me irá acontecer?”