Tudo bem... |
...Tudo mal! |
Já tinha ouvido falar na Eco-Maratona, mas não estava a passar pela
minha cabeça tentar sequer, fazê-la, mas quando soube que a minha equipa
(Açoreana Clube Banif –ACB) iria estar presente, calhei a dizer que, se
soubesse disso, também alinharia. Responde-me, então o Guedes que, se assim o
quisesse, ainda era possível inscrever-me.
Então bora –disse eu.
Por outro lado, fazia-me jeito um treino longo como preparação para a
UMA que está quase a chegar e foi a pensar nela que resolvi entrar na
brincadeira.
Afinal fui o único a alinhar nos 42, pois o resto do pessoal optou
pelos bem mais sensatos 19Km.
De vez em quando, acontece-me disto : armar-me em campeão e depois dar
barraca.
É que uma Maratona sempre é uma maratona e deve ser encarada com respeito
sempre e nunca pensar que a experiência
que se tem e tal… dá para fazer aquilo “na boa”.
Mas a minha preparação andava mesmo muito por baixo e a forma como
encarei esta Prova, foi do tipo : “ver
se amanhã não me esqueço que tenho uma maratona para fazer”.
Lá me apresentei no cimo do Parque Eduardo VII (local da Chegada), onde
já estava o Victor Rafael, para aguardarmos a boleia do Paulo Moradias, para
Mosanto (local da Partida) .
19,30h – Após um compasso de espera
na conversa com o pessoal e uma pequena apresentação da prova, foi dado
o tiro de partida para os cerca de 300 corredores. Outros tantos ficariam à
espera das 21,30 para uma versão mais curta da jornada.
Era dito que o nome de “Eco-Maratona” pretendia chamar a atenção para a
importância de se correr sem necessidade de conspurcar o ambiente com as más
práticas de deixar no percurso, as embalagens utilizadas para a água ou para
alimentos. Por isso, e para evitar desperdícios, cada um deveria ser
responsável pelo seu próprio abastecimento, para além de dever estar prevenido com
frontal (com pilhas suplentes seladas) , manta térmica e apito. Porém, havia
abastecimentos normalíssimos, com água em garrafa, principalmente na 2ª metade
do percurso. Foi bom, mas muitos poderiam ter evitado irem carregados, de
soubessem disso.
Os quilómetros iniciais, embora em declive, disputavam-se em asfalto.
Num ritmo que me parecia adaptado à minha condição, lá fui progredindo, umas
vezes atrás, outras à frente de atletas que na esmagadora maioria das provas, ficam à minha frente. Muito à maneira dos
trilhos, em cada subida, via as pessoas a passo e eu, por não serem muito
grandes as inclinações, lá ia, em passo miúdo mas em corrida, subindo as rampas
que iam surgindo pela frente, admirado comigo mesmo.
E a verdade é que, até aos 30,
andei a sentir-me sempre bastante bem,
com as tais referências lá bem para trás. Mas a partir daí, as coisas
complicaram-se: aquilo que eu pensava que era uma passada controlada para 42Km,
afinal só deu para 30! Ainda faltavam 12 para me “arrastar” penosamente, ora
corricando, ora caminhando. E eu a vê-los passar, sem poder reagir.
Quando depois de passar por Campolide e avisto as colunas do Parque
Eduardo VII, onde estava a meta, pensei que estava quase e pensei fazer o
último km a correr, pois era uma desonra que um ” corredor de longa experiência”
chegasse à meta…a passo. Vinha a dar as últimas e a tentar pôr um sorriso minimamente
aceitável para a ocasião, quando me dizem que tinha que ir lá abaixo, contornar
o Parque e terminar a subir!!!! Caíu-me tudo. Para baixo ainda fui, mas quando
comecei a subir e as pernas a não obedecer…
só me apetecia ficar encoberto (com os pavilhões da feira do livro que
estavam a ser desmontados) para que ninguém visse aquela figurinha que já há muito tinha trocado o entusiasmo de
chegar à meta com ar feliz por ter concluído mais uma maratona, pelo desejo simples de acabar com aquele martírio,
cruzando a meta. A meta “desnaturada que,
vendo-me assim, foi incapaz de vir ao meu encontro!”
E pronto! Eis o “espectáculo” da minha triste participação na
Eco-Maratona de Lisboa-2014, onde fica bem demonstrado que não há milagres no
desempenho. O milagre está no facto de, passado um ou dois dias, me sentir
atraído por voltar a fazer idêntica distância! Mas com os ensinamentos que esta
me proporcionou e que tenho obrigação de registar.
2 comentários:
Uma maratona sempre é diferente da outra. Mas, o importante é completá-la e isso você fez muitíssimo bem. Parabéns.
Abraço e boas corridas.
tutta/Baleias-PR
www.correndocorridas.blogspot.com.br
Muito obrigado Tutta.
Grande abraço.
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