Para ti, Luis Vaz
O dia em que partiste, amargurado,
Consagrou-to a pátria que foi tua!
E ao seres da lei da morte libertado
Pões a Nação em festa, pela rua.
O teu espólio é o mais rico legado
Com que o resto do mundo se habitua
A ver tão estranha gente com o respeito
Com que a cantou teu sábio e experto peito.
Consagrou-to a pátria que foi tua!
E ao seres da lei da morte libertado
Pões a Nação em festa, pela rua.
O teu espólio é o mais rico legado
Com que o resto do mundo se habitua
A ver tão estranha gente com o respeito
Com que a cantou teu sábio e experto peito.
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Mas hoje, bom Luis, se aqui estivesses
Neste aflitivo tempo, que é moderno
Talvez outros poemas tu fizesses
A tão confuso mundo e seu governo.
Mesmo q'rendo teu fado que sofresses
Em vida o vil degredo, no inferno,
A brava gente que tão bem cantaste
São hoje, os bimbos, por cruel contraste.
Neste aflitivo tempo, que é moderno
Talvez outros poemas tu fizesses
A tão confuso mundo e seu governo.
Mesmo q'rendo teu fado que sofresses
Em vida o vil degredo, no inferno,
A brava gente que tão bem cantaste
São hoje, os bimbos, por cruel contraste.
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"Os Bimbíadas"
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Os bimbos deste canto, desmandados
Por quem lhes merecera a confiança,
Já c’os bolsos vazios, endividados,
(A grande maioria sem fiança)
Sem emprego, conforto e esfomeados,
Tudo tão diferente da esperança,
Já só querem que os astros, seus amigos
Não venham infligir-lhes mais castigos.
Procuram pôr de lado a coisa triste
Saboreando, enfim, a côdea dura
Dando valor ao pouco a que se assiste
Que tão distante está do que se augura.
Como é que tanta gente assim resiste
Passando a felicidade a amargura
Sabendo que a riqueza produzida
Está cada vez mais mal distribuída?
Por quem lhes merecera a confiança,
Já c’os bolsos vazios, endividados,
(A grande maioria sem fiança)
Sem emprego, conforto e esfomeados,
Tudo tão diferente da esperança,
Já só querem que os astros, seus amigos
Não venham infligir-lhes mais castigos.
Procuram pôr de lado a coisa triste
Saboreando, enfim, a côdea dura
Dando valor ao pouco a que se assiste
Que tão distante está do que se augura.
Como é que tanta gente assim resiste
Passando a felicidade a amargura
Sabendo que a riqueza produzida
Está cada vez mais mal distribuída?
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...E por aí fora, por aí fora...
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