Se há coisas que têm merecido aprofundados estudos, têm sido os sapatos de corrida, para que os nossos pés fiquem o mais confortavelmente possível, enquanto corremos. Grandes marcas têm feito enormes investimentos nessa procura e, diga-se, estão constantemente a surgir novos modelos que trazem qualquer coisa de novo aos anteriores. Sapatos mais leves ou mais pesados, com mais ou menos amortecimento, com maior ou menor controlo da pronação, etc.etc.etc. Tudo, com bases científicas, que ninguém põe em causa.
Surgiu, porém, agora, um outro ponto de vista, que promete virar tudo do avesso. É que se constatou que uma grande parte dos atletas que se lesionam, usam sapatos da gama alta, logo, dos mais caros, e que, supostamente, deveriam dar maior protecção aos pés! Então, a que conclusão se chegou? Que aqueles que correm descalços, ou com sapatos que proporcionem ao pé, um contacto o mais parecido possível com o do solo, não se lesionam. Porquê? Porque o próprio pé, acciona automaticamente os mecanismos que fortalecem os tendões e as estruturas ligamentares. Esse fortalecimento natural fica impedido se se atribuir ao sapato tal função!
Claro que este novo conceito colide com aquilo que nos tem sido “vendido”, ou seja, que não devemos correr mais de 800/1000Km com os mesmos sapatos (pois o desgaste retira-lhe as capacidades iniciais) defendendo que quanto mais gasto estiver o sapato, mais o impacto do pé no solo se assemelha ao de descalço.
Ora, para quem se interessar pelo artigo completo, recomendo o último número da Revista Atletismo (Suplemento do Mundo da Corrida) e fiquem intrigados como eu fiquei. A menos que eu não tenha entendido nada do que li.
“Portantos”, meus amigos, se já tinham posto de lado os vossos sapatinhos que já cumpriram a sua obrigação, não o façam já. Em nome do reforço das estruturas que sustentam o pé e da "sustentabilidade" da...carteira. Mas leiam…leiam o tal artigo.
8 comentários:
pois:-) devias era ter dito isso há uns 3 meses atrás:-))
estaria eu com os pés que eram um "mimo" e agora é o que se vê...:-) estão "desmimados" de todo.
Não há "sapato" que entre neste pé e me faça correr:-))
(beijinhos. boas provas. se não nos "falarmos" antes, um FELIZ NATAL)
É verdade Paula.
Acho que devíamos ter mais um bocadinho de consideração pelos sapatos que se adaptam aos nossos pés e se deixam consumir ao nosso serviço. Se a "paga" que lhes damos é deitá-los fora, ficamos sujeitos à "vingança" de "quem" foi tão nosso amigo, eheheh.
Beijinho, Paula
Melhoras rápidas e Boas Festas.
FA
Fernando, esse é um tema recorrente aqui no Brasil. Revistas especializadas sempre tocam no assunto. Existe até um livro (Born to Run) que foi traduzido para o Português, e que é uma leitura recomendada. segue link http://globolivros.globo.com/busca_detalhesprodutos.asp?pgTipo=AUTORES&idProduto=1393
Obrigado, Ricardo.
De facto, o artigo a que me referi, também se reporta ao "Nascido para Correr" e eu, lamentavelmente, não o referi como era devido. Também sei que o livro está à venda aqui em Portugal, embora ainda não o tenha conseguido.
Obrigado pelo link.
Então e este ano há " Rio Bonito" pelo Natal?
Boas Festas amigo Ricardo e obrigado pela visita .
FA
É um assunto deveras interessante e polémico!
Quando comecei a correr (no inicio da década de 80) estava sempre a lesionar-me nos pés até que um médico do Centro de Medicina Desportiva me desenhou umas palmilhas numa folha de papel para eu as ir mandar fazer!
Era um pronador severo coisa que na altura não fazia a menor ideia!
Depois vieram os ditos sapatos da área do controle biomecânico e lá dispensei as referidas palmilhas.
Enfim no meu caso sem uns sapatos adequados aos meus problemas morfológicos os meus pés nunca reforçariam a sua estrutura mas sim andariam sempre lesionados.
Recentemente descobri (descobriram) que tenho uma perna mais curta que a outra e voltei as palmilhas mas agora perfeitamente personalizada (embora só nuns sapatos que a crise não dá para mais!)
Sei que o meu caso é de extremos e que cada caso é um caso mas para alem de todas as teorias penso que cada atleta deve descobrir o que melhor se a adapta no seu caso e escolher o seu caminho.
Penso que nesta questão dos sapatos ainda não há verdades absolutas e universais, cientificamente provadas, que se aplicam a todos.
Com certeza Fernando, agora eu moro em Rio Bonito, e as rabanadas me esperam. Não sujo a boca por menos de 10 delas. Servido?
Olá Jorge.
É claro que eu "vendi o peixe pelo preço que o comprei" e, como diz -e bem- cada um deverá descobrir a melhor forma de correr em segurança. O que eu quis fazer, foi apenas alertar para a "psicose" de comprar os últimos modelos de sapatos, que custam os olhos da cara e os outros, podendo isso contribuir para a "preguiça" dos tendões. E como a inactividade provoca o atrofiamento, lá está, os tendões enfraquecem e a lesão tem mais probabilidade de se instalar. Mas que sabe bem um sapato "fofinho" e leve, ao invés de andar descalço ou com sapatos gastos, sem qualquer amortecimento, não há dúvida. Enfim, a distância que vai dos conceitos teóricos ao pragmatismo do dia-a-dia.
O caso das correcções individuais, isso aí, já é outra estória.
Grande Abraço.
Grande Ricardo
Força aí nessas rabanadas, de fazer água na boca.
Abração.
FA
Já agora vou meter o "bedelho", para recomendar um texto de minha autoria publicado na mesma revista e que tenta "desmontar" os argumentos apresentados pelos corredores descalços.....
Enviar um comentário