Era aqui que tudo iria começar...
Para estes "100Km era pouco"!!!
Para estes "100Km era pouco"!!!
Bem… é melhor concluir a estória, pois a prova já estava concluída.
Enquanto esperava pela boleia, sentei-me, à beira do caminho, sobre umas ervas secas e encostado ao muro de pedra, junto ao qual estava um arbusto “de sombra quente”, a 20 metros da tendo do abastecimento. Fui pedir outra garrafa de água e uma das meninas que ali estava diz-me “:- quando non se puede, non se puede! Mejor assi!” – Soube-me bem ouvir aquilo, pela sensatez demonstrada. Melhor que aquelas expressões de incentivo a que não conseguimos responder e que só servem para que nos sintamos pior.
Chega o João, que tinha ido dar uma enorme volta para conseguir chegar ali e já recolhera as mochilas de Colmenar. Entro no carro e…era o abandono. Irreversível.
Depois de tomarmos banho, fomos “hidratar” com umas cervejinhas e uns “biquerones”. Cerca das 19,30h liga-nos o nosso amigo Carlos Neto, a perguntar como é que nos estava a correr a prova. Disse-lhe que estávamos num, “abastecimento”, a descansar um bocadinho e que já levávamos perto de 70km,eheheh .Pretendia desmentir logo de seguida, mas como ele anda sempre a “entrar” comigo e vi que ele acreditou, resolvemos manter a encenação até ao próximo contacto.
Entretanto tínhamos de ir recolher as mochilas ao pavilhão de Três Cantos (55km) e a S.Sebastian de los Reyes (78). No primeiro, estava lá um amigo do João, com uma cerveja de litro, geladinha, que retirou de uma mochila que levava. Há quase duas horas (!) que ele ali estava e já estranhava de não aparecermos. Surpreendido, mas com a mesma boa vontade, lá nos passa duas canecas para a mão cumprindo, na mesma, a “missão” que ali o levara. A verdade é que àquela hora só ali tinham passado 27, quando em 2008 tinham passado mais de 50.
Já começava a cair a noite quando fomos ao pavilhão de S.S.Reyes. Tinha acabado de chegar o 2º atleta, que se sentou no chão, queixando-se (adivinhem…) do calor que teve de aguentar para chegar ali.
Durante a noite, veio trovoada e alguma chuva, apesar dos mais de 30º que persistiam.
O dia seguinte foi passado com uma visita à jovem e bonita cidade de Três Cantos e à tarde, tive o privilégio de uma visita guiada pela Serra, Santo Ildefonso e Segóvia, que muito me agradou.
Ponto final nesta aventura, em que a parte desportiva não correu bem não pelo meu abandono mas porque também levei o João à desistência .
Porém, como li no título de um blogue de um atleta que também abandonou:
“Antes cobarde de rodillas, que herói de camilla!”
Enquanto esperava pela boleia, sentei-me, à beira do caminho, sobre umas ervas secas e encostado ao muro de pedra, junto ao qual estava um arbusto “de sombra quente”, a 20 metros da tendo do abastecimento. Fui pedir outra garrafa de água e uma das meninas que ali estava diz-me “:- quando non se puede, non se puede! Mejor assi!” – Soube-me bem ouvir aquilo, pela sensatez demonstrada. Melhor que aquelas expressões de incentivo a que não conseguimos responder e que só servem para que nos sintamos pior.
Chega o João, que tinha ido dar uma enorme volta para conseguir chegar ali e já recolhera as mochilas de Colmenar. Entro no carro e…era o abandono. Irreversível.
Depois de tomarmos banho, fomos “hidratar” com umas cervejinhas e uns “biquerones”. Cerca das 19,30h liga-nos o nosso amigo Carlos Neto, a perguntar como é que nos estava a correr a prova. Disse-lhe que estávamos num, “abastecimento”, a descansar um bocadinho e que já levávamos perto de 70km,eheheh .Pretendia desmentir logo de seguida, mas como ele anda sempre a “entrar” comigo e vi que ele acreditou, resolvemos manter a encenação até ao próximo contacto.
Entretanto tínhamos de ir recolher as mochilas ao pavilhão de Três Cantos (55km) e a S.Sebastian de los Reyes (78). No primeiro, estava lá um amigo do João, com uma cerveja de litro, geladinha, que retirou de uma mochila que levava. Há quase duas horas (!) que ele ali estava e já estranhava de não aparecermos. Surpreendido, mas com a mesma boa vontade, lá nos passa duas canecas para a mão cumprindo, na mesma, a “missão” que ali o levara. A verdade é que àquela hora só ali tinham passado 27, quando em 2008 tinham passado mais de 50.
Já começava a cair a noite quando fomos ao pavilhão de S.S.Reyes. Tinha acabado de chegar o 2º atleta, que se sentou no chão, queixando-se (adivinhem…) do calor que teve de aguentar para chegar ali.
Durante a noite, veio trovoada e alguma chuva, apesar dos mais de 30º que persistiam.
O dia seguinte foi passado com uma visita à jovem e bonita cidade de Três Cantos e à tarde, tive o privilégio de uma visita guiada pela Serra, Santo Ildefonso e Segóvia, que muito me agradou.
Ponto final nesta aventura, em que a parte desportiva não correu bem não pelo meu abandono mas porque também levei o João à desistência .
Porém, como li no título de um blogue de um atleta que também abandonou:
“Antes cobarde de rodillas, que herói de camilla!”
12 comentários:
Acabei de ler toda a epopeia.
E pensar que um quilo de sal custa pouco mais do que 10 cêntimos ... ;)
Não tinha conhecimento da prova. A ideia - de não haver classificaçãp - parece-me muito meritória. Quem sabe um dia, daqui a uns anos, se eu continuar a treinar ...
Um abraço.
Fernando... para o ano que vem vamos os dois???
É verdade amigo Meixedo. O preço do quilo de sal justificaria um "enxerto de porrada" a quem apresentasse sinais de hiponatrémia como o "je". Umas pevides salgadinhas ou umas tapas de presunto também marchavam...
Quanto à não classificação também foi um dos factores que me fez alinhar. Os que chegam ao fim ficam ordenados por ordem alfabética e pronto (mas eles informam em que lugar se chega). Entregam um diploma em que se certifica que "o atleta fulano tal completou os 100Km faltando x horas e y minutos para as 24H".
Apesar de tudo penso que foi uma boa experiência, que recomendo a quem gosta de correr durante muito tempo.
Grande Abraço.
FA
A Meia Maratona das Cataratas de Iguaçu, pelos cenários que nos mostram, é uma corrida muito apelativa. Fosse ela mais perto...
Amigo Carlos Lopes
Já tenho um grupo de pessoas interessado em alinhar. Se quiser juntar-se já sabe!
Abraço.
FA
Pode Contar comigo.. agora sem o cigarrinho.. venham os Kms
Lendo melhor a descrição dos sintomas, acho que estavas quase desidratado. Bebe-se bastante agua e ela evapora-se através dos poros, do suor. Claro que os rins nem a vêem.
Um "truque" é fazer uma mijinha para ver o estado. Se estiver muito escura, cuidado: os rins estão a trabalhar mais que a conta. Mais agua e isotónicos (sais minerais para repor as perdas) para dentro. A mistura destes dois liquidos ajuda a hidratar sem arriscar uma hipoanetermia (excessiva diluição de sais no sangue).
Que te sirva de emenda para o raid.
Quem sabe se para o ano rumamos a essas 24H Madrid? Atenção : depois de fazeres a primeira de 100Km não vais querer outra coisa.
É viciante !!!
Ora... já temos pelo menos três "pré-inscritos". Bute lá.
Quanto à minha "perdição" pode ter sido desidratação, mas estou mais inclinado para a hiponatrémia (desculpa a correcção,Luis, mas é "hiponatrémia" -baixa concentração de sódio no sangue). Digo isto, porque eu bebia bastante água nos abastecimentos e levava comigo uma garrafa até ao seguinte. O problema é que a água começou a não satisfazer. Faltava mais qualquer coisa e a mochila, em vez de andar às costas para o que desse e viesse, "estava à minha espera" aos 38Km e eu a não conseguir lá chegar...
Por essa é que eu não esperava, pois até aí, trata-se de uma distância que eu conheço bem a correr, ora, a passear, mais facilmente lá chegaria sem precisar de nada de especial. A temperatura é que fez alterar o padrão das necessidades. Mas agora já sei : mochila verde-para temperaturas até 30º; mochila amarela, para 35º e mochila vermelha, para 40º ou mais.
Abraço.
FA
Hoje durante o treino conversava com o meu amigo ultramaratonista Paulo Rodrigues acerca destes posts, que curiosamente ambos tínhamos lido na véspera, e ele opinava que talvez a aplicação do protector solar ecrãn total tivesse tido as suas culpas no cartório. Houve aqui um colega maratonista que um dia destes veio paera o treino com protector solar e nem meia hora aguentou: queixava-se de que não conseguia respirar e também se sentia mal disposto.
Fica aqui mais esta pista.
Um abraço.
Obrigado amigo Meixedo.
Não tinha pensado nisso, mas sentia um certo desconforto com aquela "película" envolvendo a pele.Não sei como será o comportamento daquela "massa" no que respeita à defesa da necessária permeabilidade da pele. Olhem o caso do Francisco Lázaro (lagarto,lagarto!!!) se o protector fosse uma espécie de sebo...
O melhor mesmo é capaz de ser ir de mangas compridas.
Abraço.
FA
Amigo Fernando.
Eu só espero não vir a passar por uma coisa dessas no Raid de 26/7.
Após ler tantas epóteses e tantos "ses" a gente começa a ficar confuso, é que "aquilo" tem 43kms e o fernando foi-se abaixo aos 33,5kms. De qualquer forma fique sabendo que apesar de tudo estou muito motivado e confiante, agora ainda mais devido aos relatos que tem feito dessa odisseia que me têm ensinado bastante.
Amigo Fernando, Terça-feira vou fazer um longo à Caparica com início ás 7h. (a baixa-mar é ás 9h.). O convite está feito e dá para descontrair um pouco.
Um abraço.
Ah, e aceito outra sugestão, desde que não seja pela força do calor.
Abraço
Parabéns Fernando
Tal como tu que estavas na partida dessa passeio, também eu estava na partida do Trilhos do Tejo.
A minha proposta era chegar a Valada, 62km depois da partida.
Não deu.
Tentei tudo mas fiquei em Vila Nova Da Rainha. Comigo o Alex, e o que me custou que ele ali ficasse.
Também tenho as minhas desculpas, mas o que conta é que não fiz o que me propus.
Para a próxima temos os dois os mesmos trabalhos:
1. Estarmos na partida, primeira vitoria.
2. Chegarmos ao proposto, segunda vitoria.
Um abraço
Artur Marona Beja
Olha o Artur também anda pela "sala" do Fernando...
De VN Rainha até Valada era tranquilo. Tudo plano e, o melhor de tudo, SEM PLATANOS NEM VOLTA DO DUCHE ! heheh
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