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segunda-feira, 15 de junho de 2009

100Km/24h - I






O João na fila dos dorsais




As distâncias vão deixando de ser míticas à medida que vão sendo conquistadas. Os mitos vão caindo e cada vez mais um “cidadão” sem atributos especiais, sente que poderá também “derrubar um mito”.
Fui surpreendido durante a Meia Maratona da Areia, pelo convite do nosso amigo João Hébil para participar numa iniciativa com 15 anos, da Revista Corricolari, denominado 100km/24Horas, nos arredores de Madrid, em que não se fala de “corrida” mas sim de um “passeio” em que é dado o tempo limite de 24h.
Enchi-me de coragem e... aceitei o desafio e na véspera lá fui eu até à capital espanhola, onde, em consequência de um atraso do voo, cheguei por volta da meia noite, estando o João à minha espera.
No dia, por volta das 10h da manhã, fomos levantar os dorsais a Colmenar Viejos “quartel general” da prova. Voltámos a casa do João para nos equiparmos e trazermos as mochilas destinadas a ficarem nos pontos- chave da prova (Colmenar -38Km; Três Cantos-53; S.Sebastian de los Reyes -78). A temperatura já prometia e à medida que se aproximavam as 12h, mais “respeito” o calor nos metia! Protector solar bem aplicado (Factor 50) para ver se resistíamos à radiação violenta.
Concentram-se os mais de mil participantes no campo de futebol com relva sintética e é dado o tiro da partida à hora marcada. Ninguém tinha grandes pressas. Meia volta ao campo e saímos, tendo em mente só voltarmos ali na passagem aos 38km. O andamento era muito suave, talvez 6,30/km nos primeiros 2 ou 3 km fazendo parte dos planos caminhar sempre que o percurso se apresentasse a subir. À nossa frente, em fundo, a Serra. Era para lá que nos encaminhávamos, se bem que soubéssemos que não tínhamos de a subir. Bonita a paisagem e o perfume das alfazemas e de outras plantas aromáticas que ladeavam os caminhos, convidavam-nos a percorrê-los. Fomos tirando umas fotos e lá aparece uma primeira tenda com água fresquinha. Nessa altura estaríamos posicionados, talvez no top 40, mas gostaria de salientar que não íamos em esforço. É certo que não levávamos relógio, precisamente para não sermos influenciados pelo tempo que estávamos a fazer, mas como os km também não estavam marcados, nem os abastecimentos estavam distribuídos com rigor, até teria feito jeito, mas...
O sol ia aquecendo e rapidamente a garrafa de água fresquinha (retirada de bidons com gelo) aquecia. Quando apareceu a 2ª tenda, já fizemos “uma festa” muito maior pois o desejo era mais intenso.Os Caminhos de Santiago “passavam” por ali, pois vimos um marco (634Km).










Descrevemos um arco para a direita subindo ligeiramente e, depois uma descida abrupta até ao vale de Manzanares, onde havia gente à sombrinha, num parque de merendas de fazer inveja. E nós, ressequidos, tínhamos de prosseguir, agora subindo a passo e avistando ao longe a albufeira.
O desejo de água começava a tornar-me impaciente e não havia alternativa a não ser caminhar ao sol. Só de longe em longe se sentia uma brisa fraquinha, mas quando vinha sabia tãoooo bem! No topo lá estava mais uma tenda!

Já tive que me beliscar para me certificar que não era miragem. Para além de água, aqui havia glucosport.Agora fizemos uma curta paragem e tirámos mais umas fotos, até ganhar ânimo para novo troço. Junta-se a nós um jovem de Burgos que no ano passado tinha abandonado aos 78km, tentando este ano, fazer toda a prova. Deixou-se ficar para trás, mas dali a uns 3 ou 4km passou por nós e não conseguimos (eu é que não conseguia!)acompanhá-lo. O João ia-me dizendo que agora iríamos ver os que ainda vinham em sentido contrário, pois iríamos utilizar um troço comum do percurso, e isso iria dar-nos algum alento! Passámos por uma outra tenda (esta ainda muito próxima da anterior) . Mais água. E eu a lembrar-me da mochila que tinha aos 38 e que tanta falta me estava a fazer...

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4 comentários:

Jorge Cerqueira Souza Filho disse...

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Olá FERNANDO, boa noite, naõ fique triste pq não deu para completar essa ultra de 24 horas, com certeza na próxima vc conseguirá, pense positivo que tudo dará certo. Bom pelo menos essa ultra foi na cidade. Pois aqui no Rio de Janeiro em Novembro terá a 2ª Ultra de 24 horas dos Fuzileiros Navais, os amigos me chamaram para fazer essa ultra estou interessado em fazer. O pior é que essa ultra será na pista de atletismo a cabeça tem que estar muito boa para isso.

Desejo a vc uma boa semana e bons treinos.

Jorge Cerqueira
www.jmaratona.blogspot.com

amantes da corrida disse...

Olá Fernando!

Aplicando a minha filosofia de vida, temos sempre que tirar vantagem, das desvantagens,aprendemos sempre algo e crescemos sempre,a ultra poderá não ter corrido bem, mas decerto que da próxima conseguirá.

Um abraço e bons treinos/corridas!

Fernando Andrade. disse...

Caro Jorge
Esta ultra não foi na cidade mas sim entre a cidade e a serraria, numa paisagem bastante bonita, que não era nada monótona. O problema foi mesmo o calor.
Quanto a essa de que fala "24horas numa pista" é de se sair com a cabeça à roda. Essa não me atrai nada,eheheh.
Muito obrigado pelas suas palavras.
Grande Abraço.
FA

Caro Fábio
Obrigado pelas suas palavras. O importante é mesmo aprender algo com o que nos corre mal.
Grande abraço.
FA

BritoRunner disse...

Boa recuperação Fernando.

Com esse calor nem imagino correr, o possível calor foi o que me fez desistir da Ultra da Serra da Freita no próximo dia 5 nde Julho.

Quanto ao sal, eu na Ultra da Geira levava na michila um pacotinho que tive de consumir depois dos 38/39km, pois as cãimbras já faziam estragos...

Abraço e até à próxima aventura

JCBrito