Que diferença, entre o falar da Freita com base no que se ouve e falar dela depois de lá ter estado e de ter sentido na pele o que ela tem de belo e de duro …!
Eu tinha uma noção de que o desafio era grande e seria preciso um grande autocontrole para terminar o UTSF-Memorial Sálvio Nora. Não cometi excessos que pudessem comprometer os meus objectivos, mas a verdade é que tudo tem limite. E o meu, que foi sendo alterado ao longo da Prova, ficou-se pelos 40Km! Havia outro limite fixado pela organização, que era o do tempo de passagem naquele ponto, que seria de 9h. Tempo mais que suficiente, pensava eu, mas que se revelou curto. Mas ainda que me tivesse sido permitido continuar, eu não o faria! E depois de ter assistido à chegada de alguns atletas, a frustração da desistência deu lugar ao contentamento por ter tomado a decisão mais adequada. Afinal, o que eu queria da Freita, já tinha tido ao longo destes 40km. Os restantes 30 já só iriam trazer-me sofrimento e risco para a minha integridade física e isso não encaixava no pensamento de quem para lá foi, com o intuito de prestar um tributo ao Sálvio Nora (que não era sob a forma de martírio) e usufruir das paisagens únicas que aquela Serra podia proporcionar.
A experiência tida não dará apenas uma estória, mas muitas estórias, que falarão dos amigos encontrados, da beleza das paisagens que eu não conhecia, do ambiente no Parque de Campismo , da Prova, do que ela tem de paradisíaco que nos abençoa e de infernal que nos pune, da Organização, dos comentários feitos por quem concluíu a prova e de quem não a conseguiu concluir, etc.
Tentarei falar de tudo isso em próximos relatos.
5 comentários:
Olá Fernando,
Pelo relato dou conta que a prova não são favas contadas, bem mais dura que imaginava.
Primeiro a saúde depois tirar proveito neste caso a corrida,
Haverá mais oportunidades.
Forte abraço
Vitor
Caro Fernando;
Por vezes desistir numa prova poderá ser um sinal importante de uma vitória, como foi o seu caso.
Saber parar no momento certo é também um sinónimo de aproveitar e saberar o máximo possível do nosso organismo durante uma prova desportiva. Depois aproveitar da envolvência da natureza é algo fascinante.
Meus parabéns e força para a próxima.
Um abraço
Xavier
Olá Fernando,
Pelo que já ouvi e li, foi de extrema dureza e a pôr a pensar alguns pretendentes a "Freitianos"....Quere-se, penso eu, não tanto uma prova de elite mas sim uma mais consentânea com a realidade da maioria dos trailianos que somos. Fico à espera do teu relato. Que estejas bem é o que interessa acima de tudo.
Um abraço
Oh Fernando, que pena... no entanto, nada como manter a lucidez. Freitas e corridas há muitas. A nossa vida é que é única, e a saúde também. E a Corrida não se fez para nos matarmos nela.
Fez bem! Nem precisava que eu lhe dissesse, mas digo: fez bem parar, senão ainda para lá andava agora... perdido a tiritar de frio...
Temos de manter a consciência das situações e do nosso estado. Perder essa noção já não é loucura nem arrojo, é simples estupidez!
Um beijinho
Ana Pereira
Olá Vitor
Obrigado pelas palavras.Haverá, de facto, outras oportunidades.
Amigo Xavier
Sempre tive em mente que deveria gerir muito bem o esforço, ao longo do tempo da prova. Mas os limites de tempo (curtos) em pontos de passagem, pressionou bastante e retirou-lhe prazer.De qualquer forma eu não prosseguiria para além dos 40 (mas só nos últimos 2km tomei essa decisão).
Amigo Carlos
O grau de dificuldade imposto a esta prova limita muito a participação. Para um estreante, como eu, a serra tornou-se um pesadelo. Mas é linda! E quero voltar.
Olá Ana
Para dizer a verdade, não me sinto com pena de não ter terminado. A princípio talvez, mas depois, fiquei contente por ter desistido.
Está bem que é chato ver na classificação o nosso nome com um DNF à frente, mas pronto.
Talvez ainda se inventem provas tipo "comida a peso", em que a pessoa escolhe a quantidade de km que quer fazer,heheh.
Grande beijinho.
A todos um grande abraço.
FA
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