A minha Lista de blogues

terça-feira, 12 de novembro de 2024

Ainda a 48ªMeia Maratona Internacional da Nazaré : Esclarecimento

 


Relativamente ao texto qua antecede e ao abrigo da lei da Imprensa...(estou a brincar), recebi a amável e oportuna resposta da Organização da Meia Maratona Internacional da Nazaré, que muito agradeço e que tenho todo o gosto em publicar.

É que, quando aparece um "sujeito" a dizer que era giro isto, era giro aquilo, era bom que se lembrasse que "quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro".  

Então, diz assim:

"Fernando Andrade Gratos pelo seu artigo e pelas sugestões de melhoria. Infelizmente, há coisas que já não conseguiremos recuperar, como é o caso da broa da Batel. Já não se fazem 🤷🏻‍♀️

O livro de prova implica só por si uma logística que, este ano, não conseguimos levar a cabo. Mas será algo a melhorar, se possível. Quanto ao prato da SPAL, devido a alterações de política de apoio da empresa, o seu preço de produção é muito elevado. Teríamos de aumentar muito o preço de inscrição dos atletas, algo que não nos pareceu correto. Esta é uma prova de e para todos, não apenas para quem tem mais algum poder de compra. Preferimos ter os atletas a ter o prato... É uma opção... Mas a esperança de voltar a ter esse brinde não morreu! Abraço."

E pronto. Deixo um enorme agradecimento a esta experiente Organização, a quem expresso a minha absoluta concordância com as opções tomadas em favor de uma taxa de inscrição mais acessível. Bem hajam.

domingo, 10 de novembro de 2024

48ª Meia Maratona Internacional da Nazaré

 










Se o velho aguentou a "dose inteira", no Porto, há uma semana, mal seria que, hoje, não aguentasse apenas "meia dose", sabendo, à partida, que tinha de levar as coisas controladas. 

Nazaré é, para mim, uma prova que me diz muito, não só por ser a primeira Meia Maratona em Portugal, como por ser aquela me deixou encantado pela movimentação de uma massa humana a correr, nunca por mim dantes vista.  Foi na sua 4ª edição, em 1978. Desde então, terei falhado uma meia dúzia de edições. 

 Apesar de outras ofertas desportivas terem surgido no panorama das corrida na mesma data, algumas bem mais perto de casa, acho que devo um tributo a quem me deu a conhecer a nova realidade da Corrida Popular. Foi no ano em que foi publicado o primeiro número da Revista Spiridon e ali distribuído gratuitamente aos corredores, com uma mensagem que sintetizo assim: "-Correi à vontade, sem nada temer, que aqui estaremos para vos aconselhar".

Estava uma manhã excelente, para os atletas e para os acompanhantes que, enquanto esperavam puderam desfrutar das belezas daquela típica Vila piscatória.

Dorsal levantado sem qualquer problema (e já passava das 9,00h quando fui ao secretariado) a foto da praxe com o pessoal da equipa Generali-Tranquilidade (não temos culpa de só sermos dois, mas assumimos a representação. Obrigado Dina). 

Esperámos um bocadinho e é dado o sinal da partida, através de uma sonora buzina. Volta à Nazaré e ir e voltar a Famalicão, com um ritmo a rondar os 5,30/Km e que consegui manter até ao final, quando apanho o meu amigo Sousa, que vinha a queixar-se do gémeo, e tive o gosto de cortar a meta junto com ele. Sem grande história, estava feita a 48ª Meia Maratona Internacional da Nazaré.

Os resultados estão todos aqui.

Gostei, mais uma vez, e anunciou-se que em 2025 se comemoram os 50 anos da Prova. Quero lá estar.

Apenas quero apontar dois pormenores cujo valor é relativo, mas que ainda assim, aponto:

1- Tempo oficial/tempo líquido - Sendo o registo de partida igual para todos, como o número de atletas em prova era significativo -felizmente- para muitos deles terão mais de um minuto de diferença, como se pode ver no vídeo publicado. E  que importância é que isso tem? -perguntarão. Nenhuma, respondo eu, mas era giro.

2- Este ano não houve revista da prova para ninguém. Tratava-se de uma oportuna publicação, desde as primeiras edições, onde havia informações alusivas ao evento, testemunhos de participantes, mensagens das entidades apoiantes, anúncios e coisas assim. Se houve, e por qualquer razão, não me foi entregue, este ponto não conta. E que importância é que isso tem?-perguntarão. Nenhuma, respondo eu, mas era giro.

3- O pratinho  com o logo da Prova, que, ao longo de tantos anos foi enchendo o guarda-loiça, não é a primeira vez, mas este ano também não houve. E que importância é que isso tem?-perguntarão. Nenhuma, respondo eu, mas era giro.

4- E a bendita broa de mel da pastelaria Batel, dada à chegada,  " a doce recordação", lembram-se?, com que ao longo de décadas e décadas, os atletas foram presenteados, e que sabia pela vida, este ano foi substituída por um pão doce, provavelmente dado com o mesmo amor do que lhe precedeu, e que se agradece, mas quando estamos mal habituados... é uma chatice. E que importância é que isso tem?-perguntarão. Nenhuma, respondo eu, mas era giro.

Pronto, falei. 

Mas, por favor, amigos da Nazaré, não levem a mal estas pequenas observações que em nada deslustram o vosso meritório trabalho. Como sempre, tiro-vos o chapéu por conseguirem levar tão longe a Meia da Nazaré, sabendo ultrapassar com sucesso, as dificuldades surgidas e que nós, do lado de fora, do lado de quem vai apenas usufruir da Festa, não sabemos nem sonhamos.

Parabéns Amigos. Em 2025 contem comigo. 


quinta-feira, 7 de novembro de 2024

"O Senhor das Maratonas" eheh

 Um "low profile" como eu,fico sempre meio atordoado com destaques como este, que o Jornal de Sintra, pela caneta do Ventura Saraiva, deu à minha participação na 20ª Maratona do Porto. Mas fico também um bocadinho vaidoso, pois claro. Muito obrigado, Jornal de Sintra, pela atenção.









segunda-feira, 4 de novembro de 2024

20ª Maratona do Porto

 


Bem, tenho estado entretido e entusiasmado a ler o que outros vão escrevendo sobre a 20ª Maratona do Porto, que chego à conclusão que pouco poderei acrescentar ao que já li. Mas isso não é razão para ficar calado, pois a forma como vivi esta excelente Maratona só eu mesmo é que poderei descrever, pelo menos, naquilo que for capaz(e para quem estiver disposto a ler, claro está). 

Em 2004, fui à "sessão inaugural" daquilo que é hoje a Maratona do Porto e, por me sentir atraído para esta Prova que tive o privilégio de ver nascer, fui, ano após ano, marcando presença e registava, com enorme satisfação, a evolução deste grande Evento que veio dar uma nova dimensão ao panorama desportivo da Invicta. Não fazia planos para o futuro, mas, vem mais um ano, mais outro, mais outro...e outro, até que chegámos às 20!Vinte edições. Um marco de "pedra e cal" que é impossível apagar. E se não tive dúvidas quanto à capacidade criativa, expansionista e inovadora da Organização para dar uma longa vida à Maratona do Porto e pô-la no lugar de topo, que lhe é devido, já teria sérias dúvidas em admitir que eu acompanharia o seu percurso e viria a estar presente nas 20 edições realizadas. Sinto-me com muita sorte pelo facto de as lesões ou enfermidades que sempre nos afectam, tenham "respeitado a agenda" da Maratona do Porto.

Sabia que a Organização pretendia partilhar com aqueles que estiveram em todas as edições, a satisfação de tão grata celebração dos 20 anos. Aliás, em todos os anos, os totalistas sentiram essa atenção por parte da Organização, que lhes que lhes atribui "dorsal amarelo" dá a oportunidade de se fazerem fotografar junto ao pórtico momentos antes do tiro da partida, num momento de vaidade boa, que nos enche o ego. Infelizmente, ainda não houve um ano em que estivéssemos todos na foto. Mas este ano, ia eu a dizer, a Organização pensou em dar realce aos totalistas, na conferência de imprensa em que foi feita a apresentação da Maratona à comunicação social.

Os totalistas  presentes na apresentação da Prova

Um momento que registamos com especial apreço e consideração. Também aqui, não se conseguiu reunir todos (compreensivelmente pois era uma 3ª Feira, dia normal de trabalho) Muito obrigado Runporto.

A lembrança da Organização para os totalistas

Dito isto, chegado o dia 2 e à boleia do meu amigo e sempre disponível Nuno Marques, arrancámos para o Porto, Alfândega, onde chegámos por volta do meio dia. Visita à ExpoMaratona, levantamento dos dorsais, o abraço ao Director da Prova, Jorge Teixeira, ao seu colaborador de sempre José Silva, ao Tiago e Ricardo Teixeira, que herdaram do pai a responsabilidade desta enorme "embarcação". Depois, e como é bom de ver, cruzarmo-nos com diversos amigos destas andanças das corridas, para dois dedos de conversa. Aguardámos pela chegada do meu filho Duarte - que quis celebrar o seu aniversário assistindo à Maratona do pai - e da namorada Sara para almoçarmos na pasta party também na companhia das amigas Ana Pereira e da Maria Póvoa. 

Na Expo Maratona (Maria, Ana, Hermínia, Jorge, eu e o Nuno)

A seguir, fomos até ao hotel e combinámos que iríamos jantar a Matosinhos, a um restaurante que o Nuno bem conhece, antecipando assim, o aniversário do Duarte, pois no dia seguinte, não  seria possível. Isto, depois do Farense - Benfica, que o Nuno não queria perder.

Foi óptimo o jantar de peixe grelhado para uns a açorda de marisco para outros. Estava uma noite excelente, daquelas que convidavam a andar a pé, mas era preciso ir deitar cedo.

Dia D às 6,45H sai o autocarro com destino à partida. Lá fomos juntamente com a "nata" do Atletismo mundial.

À espera da partida

Chegámos rápido e agora, era só aguardar pelas 8 horas.

Ouvimos o speaker chamar os totalistas um a um, para a foto do costume. Era um bocadinho mais cedo que o habitual. Desta vez ia preparado com uma faixa, com que pretendia homenagear uma Organização que sempre foi atenciosa connosco.

 

Depois vem o tiro da partida. Como sempre, encosto logo para não estorvar a passagem dos mais rápidos mas a verdade é que, mesmo não parecendo, ia mais rápido que o devido. Na casa dos 5,15/Km. Nem pensar nisso. Tinha mesmo de afrouxar. Passo à Meia Maratona com 1,54H. Menos 6 minutos do que eu queria. Por volta dos 24Km aparece-me o meu filho, que veio a correr atr´s de mim, pois contava que o meu equipamento da Tranquilidade fosse o verde, mas há um mês foi mudado para  vermelho como cor dominante e por isso não deu pela minha passagem, sendo a Sara a chamar-lhe a atenção. Um abraço de parabéns e...siga a viagem. Claro está que viria a pagar a factura do andamento inicial. Aos 32 sou apanhado pelo pace das 4,00H e notei que vinha a quebrar o andamento. Lá está, é sempre preferível abrandar por querer do que por não poder. Mas, vá-se lá dizer isto a quem vai cheio de energia no primeiro terço da prova? Pois...

Então pensei: vou parar no abastecimento dos 35Km e vou a passo um bocado para recuperar, pois não adianta vir a perder andamento ao ponto de me ficar a arrastar. Assim fiz, caminhei até aos 36Km e recomecei, agora numa passada mais decente, entre os 5,50 e os 6,00 e assim fui até ao Queimódromo, para aquele momento sempre épico da chegada, ante o aplauso do Duarte e da Sara. 4,08,19 era o que marcava o relógio. 

Ui,ui...isto começa a fraquejar...

E pronto, tá feita. Yessss!!!


E assim chegou cá o rapaz



Resultados Provisórios | Maratona do Porto


Medalha ao peito! E que medalha! Lindíssima e original.  Sei que há quem diga : "- ah e tal, o que é que isso interessa? a medalha é para todos!" Nada mais falso. Esta é só minha.

À saída do "funil" de chegada, sou surpreendido com uma "imperial" divina, que os meus amigos, que chegaram antes tinham conseguido, para que eu não precisasse de estar na fila, e para brindarmos à saúde. Obrigado Pedro Vicente e José Amaro .O Luís Nunes chegou depois, pois não estava nos dias dele, mas bem disposto na mesma.


Entro depois na zona privilegiada, felicito a Organização e por ali ficamos enquanto esperamos pelo Nuno, que ainda tinha que fazer mais uns 2 ou 3 km. Sabíamos onde é que ele vinha graças à App da Maratona, que foi uma excelente inovação, pois permite saber onde é que vem qualquer atleta, bastando introduzir o número do dorsal.  Lá vem ele a chegar, na casa das 4,50h pois ele fez a prova sem querer exagerar, pois ainda se encontra em recuperação de um problema de saúde. E vinha feliz com o seu desempenho. 

Com o meu filho, aniversariante e a namorada Sara.
Um casal de jovens e quem correu foi o velho, eheh


A Sara a pensar: - isto é só malta maluca!!!

Um que organiza a sério e dois que correm na brincadeira.

Fica assim concluída com sucesso, a 20ª Maratona do Porto. Quero deixar aqui um abraço especial ao meu amigo Cláudio Gaspar que, até à 19ª edição partilhou sempre comigo a satisfação do que é ser totalista e que um acidente nas vésperas da Prova, o impediu de participar. Boa recuperação Cláudio.

O Cláudio, na 19ª com o dorsal 83

Pronto. Só faltava ir ao hotel e pormo-nos a caminho de casa, numa viagem que correu maravilhosamente bem, apesar do célebre "andar novo" sempre que saíamos do carro.

Quanto à Organização continua a brindar-nos com o que de melhor se vê por aí , pelo que, mais uma vez, está de Parabéns e um agradecimento especial pela atenção que nos foi destinada. Bem hajam. 

Termino com um "ritual"de rimas (feito em 2011) que o dia seguinte ao da Maratona me recorda sempre:

Ando eu aqui com as pernas tão doridas Que em cada movimento faço um esgar E só o simples facto de ir c…gar Me faz soltar uns ais em voz gemida Ai,ui,ai,ui,ui, ai … se me levanto Ai, ui,ai,ui,ui, ai… se desço escadas E as figuras que faço com as passadas Que todos me olham com olhar de espanto ? Por ter feito a rainha das corridas E ter as sensações mais gloriosas Pago agora a factura em dor penada Mas desta felicidade incompreendida Acham que essas conquistas saborosas São como que um enxerto de porrada.







quinta-feira, 24 de outubro de 2024

20 Anos à moda do Porto

 



Já foi há 20 anos

Ainda eras uma promessa

Viemos ao Porto p’ra te ver nascer

Tinhas pouca gente

Trezentos e tal somente

Mas vimos que tinhas tudo p’ra crescer.

 

Então, vem a magia

E aquilo que se sentia

Era uma vontade forte de voltar.

Numa Prova diferente

Fomos dizendo presente

Edição a edição, sempre a somar.

 

Vem

Ao Porto p’ra correr

A Maratona e ser um Campeão

Corre

Desfruta e tem prazer

E no final vais ver

A emoção

 

20 anos mais tarde

Nesta tua/nossa Festa

Continuas presa ao nosso coração

E os poucos totalistas

Pedem-te que não desistas

Pois és a grande alegria do pelotão

 

Vem

Ao Porto p’ra correr

A Maratona e ser um Campeão

Corre

Desfruta e tem prazer

E no final vais ver

A emoção

 

Daqui a 20 anos

Certamente alguns de nós

Poderão já cá não estar p´ra te correr.

Mas ficas nas lembranças

Como bem-aventuranças

De quem por vontade não te quis perder.

 

Vem

Ao Porto p’ra correr

A Maratona e ser um Campeão

Corre

Desfruta e tem prazer

E no final vais ver

A emoção

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Maratona de Lisboa 2024

Cumpriu-se mais uma edição da Maratona de Lisboa, neste Domingo, 6 de Outubro, com partida de Cascais às 8;00H. Fui sozinho (pois não é fácil, no meu raio de acção (a não ser o Nuno e o Álvaro, que estão lesionados), encontrar compinchas para irem ali fazer uma corridinha de 42 Km). Mas, a verdade é que, segundo a Organização, estavam inscritos 8 mil "maluquinhos", que preencheram por completo o espaço junto ao Hipódromo. Como me tinha visto aflito para estacionar, cheguei ao local já muito em cima da hora. Apenas tive tempo de entregar o saco no camião do guarda-roupa, "improvisar" um mictório (que as filas para as casas de banho eram infindáveis) e entrar na box 3. Já nem deu para procurar os meus outros 3 colegas da equipa Tranquilidade/Generalis, para a foto da ordem).
À espera da partida. Vamos a ela.

 

8;00H. Dá-se início à Prova. Demorei cerca de 3 minutos a chegar à linha de partida. Acciono o meu relógio, para me ajudar a controlar a corrida, mas, pitosga como sou sem os óculos, (e aselha, também) não consigo ver se aquilo ficou a funcionar ou não. Carrego outra vez...e outra vez...e nada do que me aparecia no visor era o que eu queria. Desisti de tentar e logo ali, ficou determinado que o meu único orientador da Corrida seria eu próprio, atento aos sinais que o organismo me desse, consciente de que deveria controlar o ímpeto inicial, que é sempre perigoso. Vai com calma, mesmo que não saibas se vais a 5,30 ou a 6,15 o Km. Guincho e volta, a grande oportunidade para me cruzar com os que iam à minha frente e atrás de mim, durante uns 11 Km. Vou vendo alguns amigos mas, nesta distância, não gosto muito de seguir outros ritmos que não seja o meu, sem perder o foco e a concentração, na procura constante de uma passada confortável q.b. para não me atrasar em demasia nem ir mais depressa do que aguantava e viria a pagar mais tarde. "Doucement", como o meu pai gastava de dizer sempre que queria travar o entusiasmo. Saimos de Cascais, marginal fora e os kms iam ficando para trás. O tempo, embora encoberto, aguentava-se sem chover. Apenas uns borriços, coisa pouca. Meia Maratona: 2h02m. Ok. Está dentro do previsto. Sentia-me bem, e ia comparando a forma como me sentia em relação a 2023, quando passava nos vários pontos do percurso e fiquei contente quando passo aos 30Km tranquilamente, quando no ano passado tive de fazer uma paragem forçada pelas náuseas que me fizeram perder alguns minutos e que, a partir dali ora andava ora corria e a graça da corrida tinha-se perdido um bocado. Agora não. Tudo estava bem, mesmo sem saber a que velocidade ia. Era a biologia que mandava no meu andamento. Entra-se na fase em que os que vão a andar são mais que muitos; outros vão fazendo alongamentos nas grades da recta do Dafundo; outros ainda, exaustos, recebem assistência, como uma jovem deitada numa paragem de autocarro, na zona de Belém. Gostei dos abastecimentos. Aos 22Km tomo um gel e por volta dos 30 tomei outro. Confesso que não me sinto muito à vontade com os geis, pois, por vezes dão-me a volta ao estômago e estragam tudo. Desta vez, tudo tranquilo. Por 3 vezes tomei um copinho de isotónico de laranja, precisamente o meu preferido. Isto para além de levar sempre comigo a garrafinha de água que peguei no 1º abastecimento, ia beberricando e trocava-a no abastecimento seguinte, até ao final. Cais do Sodré. 40 Km já cá cantam e cá o rapaz vai-se aguentando à bronca, que agora era só dar a voltinha pelo Jardim da Marinha, dar a volta à Praça do Comércio, Rua da Assunção, onde um corredor de baias nos separa dos corredores da Meia Maratona (que vinham da Ponte Vasco da Gama), a passagem no majestoso Arco da Rua Augusta e a chegada triunfante à passadeira azul e o Pórtico da Chegada no Terreiro do Paço.

Já perto do final

Finalmente
Desconta aí 3 minutos

Desligo o relógio,apesar de tudo:"a guardar" dizia-me ele. E uma réstea de esperança nasce dentro de mim. Vou ver o que foi que "ele guardou". 90 metros, foi o que ficou registado, destes 42.195m! E eu ralado!!! Tiro uma foto para pôr logo no FB todo "cagão", medalhinha ao pescoço, duas garrafas de água, um geladinho espectacular, dois yogurtes na tenda da Mimosa, um Powerade e pronto, ziguezagueando entre a multidão que enchia todo aquele espaço, vou até ao Campo das Cebolas, onde estavam os camiões que transportaram os sacos da malta. Sem qualquer demora mo entregaram.
"Ganharás o teu pão com o suor do teu rosto". O suor do meu rosto deu nisto. Não se come mas alimenta.

Agora era ir até ao Cais do Sodré apanhar o comboio para Cascais, onde tinha deixado o carro. Cheguei a casa faltava um quarto para as três da tarde. Nada mau, para as previsões que tinha feito. Fui à Net ver os resultados : 4.09.31 (tempo de chip).  Porreiro, tendo em conta que me senti bem durante toda a Prova, o que nem sempre acontece.

Que venha agora a 20ª Maratona do Porto, um marco importante no desporto da Invicta e um marco importante para mim que tive o privilégio de participar e completar todas as edições.

terça-feira, 24 de setembro de 2024

3º Challenge Escadinhas da Saúde

Desta vez foi diferente. Não se tratou de uma corrida longa, com muita gente. Não foi em asfalto, não foi em trilhos. Não foi na areia da praia. Foi um desafio que me atraíu e que não passava simplesmente por correr. Refiro-me ao 3º” Challenge” das Escadinhas da Saúde, que ligam o Martim Moniz ao Castelo de S. Jorge. Num trajecto nada fácil, outrora percorrido pela moirama. Duzentos e tal degraus em duzentos e cinquenta metros, mais coisa menos coisa, uma iniciativa da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, com o apoio técnico da Xistarca. Convidado por amigos que iam testar um equipamento usado em situações extremas ( como o fácil não é para eles, decidiram, tornar a coisa ainda mais difícil, adicionando ao seu peso mais trinta e tal kilos!) lá fui, em contraponto, de sapatilhas, calção e t-shirt. Uma t-shirt especial. Dos BOMBEIROS. Vesti-a com orgulho, em sinal do enorme respeito que tenho por estes Homens e Mulheres que, particularmente nessa semana, passaram por tempos muito difíceis, vivendo os horrores das chamas impiedosas, que destruíram vidas, casas, florestas. “Junta-te aos bons” – diz o velho rifão. Embora indigno, foi o que fiz e integrei a equipa dos Bombeiros Voluntários de Sintra neste “Challenge”.
Às 9;00H lá estávamos no Martim Moniz: o Nuno, o João, o Bruno (de equipamento pesado), a Céu e eu (de equipamento levezinho). Juntou-se a nós, depois, pessoal dos Bombeiros de S. Pedro, com quem confraternizámos no final.
Saíamos aos pares, de 15 em 15 segundos para, numa primeira “triagem” se fazer o escalonamento dos grupos. Subíamos, éramos cronometrados, e voltávamos, calmamente para baixo a aguardar que fossem anunciados os grupos.
A seguir já era a eliminar. Escapei à eliminação e, como prémio, puseram-me a subir aquilo novamente. E uma 3ª vez! Esforcei-me, mas ainda bem que não consegui ir à final, se não…lá teria que ser, mas “os bofes já estavam a sair pela boca”.
Gostei muito. No fim, fomos até à Graça, que o Nuno conhece como ninguém e, com os amigos de S. Pedro, bebemos uma saborosíssima imperial, que nos soube pela vida. Foi uma manhã fabulosa pelo que agradeço aos Bombeiros Voluntários de Sintra (Direcção, Comando e Companheiros) o desafio que me lançaram e que me proporcionou uma experiência nova. E inolvidável.