A minha Lista de blogues

quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

O fácil balanço triste de 2020

 

Já vem de longe o hábito de, no final de cada ano, fazer o meu balanço desportivo do ano que termina, quase sempre com a sensação de ser bem mais fraco que o desejado. Mas, agora, quem me dera ter alcançado o pior dos resultados anteriores.

Em poucas linhas, foi isto:

26.JAN. - 30ª Corrida Fim da Europa – 1.33.05

09.FEV.  -4ª Montepio Meia Maratona de Cascais – 1.56.19

16.FEV.  -4º Terrugem Trail (25Km)– 3,15,16

21.JUN – A ÙNICA (Maratona entre o Rio da Mula-Sintra e Lisboa) Com 18 amigos

19.SET -  Meia Maratona S.J.Lampas “O Tanas é que não Corro”

27.SET -  10Km Be Active, no Jamor


 

 Quanto a treinos… foi proporcional. Acho que, desde que corro, nunca houve um ano em que tivesse corrido tão pouco e, para acabar a “Festa”, ao invés do frenesim das S. Silvestres, fiz um Dezembro com ZERO Km, ou seja, fiz tantos Km em treinos, como em provas. E o que me chateia é não me apetecer correr. Será isto o prelúdio do arrumar das sapatilhas? Vamos pôr essa “responsabilidade” para cima de 2021, que eu cá estarei para cumprir o que ele determinar.

Um Bom Ano para todos é o que vos desejo, desejando que os meus desejos sejam ordens.

domingo, 6 de dezembro de 2020

O desafio dos contrastes

 

Samarra "boa"

Samarra "má"

A estória que eu vou contar
Passou-se há uma semana
Num dia que fui treinar,
Mesmo muito devagar
Para  além de Catribana…
 
Estava feito para “desmentir” a legenda da foto da Praia da Samarra de há 7 anos, que publiquei, em que, num arremedo, quiçá, desrespeitoso do Luís Vaz, dizia:
“O mar cobriu o chão de areia fina
Que já coberto foi de pedra dura…”
 
O que eu queria dizer, agora,  era: 
 
“O mar mostrou o chão de pedra dura,
Que já coberto foi de areia fina…”
 
Mas para isso queria uma foto “fresquinha” e não de arquivo.
O que se passou a seguir, abona muito pouco em meu favor, mas como na vida, não devemos apenas contar aquilo que nos envaidece, aí vai.
E arranquei, até à Samarra, nas calmas, percorrendo os caminhos velhos do Trilho das Lampas, pisando poças, escorregando na lama, saboreando essa viagem até que chego à Praia, à  foz da Ribeira de Bolelas. Entro no leito da ribeira, transformado num empedrado irregular com água corrente. Fui caminhando, na direcção do mar, lavando os ténis e fazendo umas paragens para fotografar a praia, documentando a frase que estava preparada. Quando dei por mim, estava na linha onde a água da ribeira se juntava à do mar. Era tempo de voltar para trás. Mas, já agora, vai uma selfie, com o mar como cenário. Aponto o telemóvel, escolho o enquadramento e vejo-me no visor:” – fantástico… e até lá vem uma onda e tudo… parece que vou a surfar!:..” clico no botão e pronto. Estava feito o trabalho. Era só retornar pelo mesmo caminho. De repente, o mar ”deu-me” nos tornozelos e fez-me desequilibrar, mas aguentei-me. Uma segunda vaga, que me deu pelos joelhos, fez-me cair, mas tentando elevar ao máximo a mão que segurava o telemóvel, esticando o braço (qual Camões a salvar os Lusíadas) , mas vem uma terceira, que me embrulhou todo e me fez andar aos trambolhões, submerso, devolvendo-me aonde achava que era a distância que eu deveria ter guardado. Lá me levanto e, cambaleando, orgulho ferido, saio dali. Cheio de sangue no joelho e perna direitos e cotovelo direito. Telemóvel firme na mão, mas como era de prever, aquela banhoca não foi nada amiga das tecnologias e … lá se foram as fotos e lá se foi a utilidade do aparelho. Havia dois casais na praia, para os quais olhei, quando me levantei. Vi que não se aperceberam de nada. Apenas acharam estranho o meu estado, completamente encharcado e ensanguentado e eu, quando passei por eles, antes que me dissessem alguma coisa, disse eu, meio a sério e meio a brincar : “-É assim é que elas acontecem!”.
E é.
Quanto à “foto fresquinha”, eu é que fiquei fresquinho e a  foto teve mesmo de ser de arquivo.