Ainda faltava hora e meia |
Passeio pela Vila Velha |
Tranquilo, com o Afonso e a Cláudia |
Com os Run Lovers |
Aos 4Km |
Aos 8 Km |
Os meus alfinetes e, logo trás, João Fernandes, eheh |
“Dificilmente haverá prova mais
bonita” e aqui perto de casa! Claro que não poderia faltar.
Chego cedo a Sintra, deixo o
carro na Correnteza, mochila às costas lá vou, a pé, até à Volta do Duche, onde seria dada a
partida dali a uma hora e meia. Tudo ainda estava na fase dos preparativos,
como é bom de ver. Vou até à Vila Velha, passear e, quando regresso, começo a
encontrar a malta amiga. Os do costume. Da minha equipa, apenas o Afonso e a
Cláudia. Não nos podia faltar a Tranquilidade nesta prova emblemática que
Sintra deve preservar.
Rapidamente nos aproximámos das
9,30h, hora de saída das viaturas guarda-roupa. Sento-me no murete, para me equipar e colocar
o dorsal. Um jovem fez o mesmo ali ao lado e pergunta-me se eu tinha alfinetes
a mais, para segurar o dorsal. Reconheci-o: era o João Fernandes, da Casa do
Benfica de Faro, que tem vencido muitas Provas aqui na área, das quais destaco
a Meia Maratona de S. João das Lampas e Meia Maratona dos Descobrimentos.
Disse-lhe logo que era uma honra ter qualquer coisa meu a chegar em 1º lugar,
eheh. Riu-se e disse que hoje era só para conhecer o percurso que lhe têm dito
que era muito bonito, mas que ganhar não estava nos seus horizontes.
Entrego a mochila na última carrinha
e vou para a zona de aquecimento onde me juntei com o pessoal dos Run Lovers e
ali fizemos uns exercícios comandados pelo Caravaca e pelo Pierre.
Saímos na primeira partida, às
10h. Havia que ter calma para enfrentar os primeiros 3 km a subir, serpenteando.
Grupos de caminheiros a aplaudir, quando era preciso ânimo, fotógrafos a
registarem a passagem (Ventura Saraiva aos 4Km, Luis D. Clara, aos 8Km, Paulo
Sezílio aos 11Km). Era preciso ir guardando alguma energia para a temível subida
dos 10Km, na Peninha. Consegui fazê-la resistindo à tentação de me pôr a passo.
Depois disto, foi respirar, encher o peito, abrir a passada e deixar que a gravidade
me desse a velocidade que me falta em plano ( e muito menos em subida). Por
vezes corri muito perto dos 4/km.
Azoia. Agora é aguentar, que o
farol está à vista. 15Km, 16 Km, a lomba do farol e…voilà. Cá estamos, mais uma vez, no ponto mais ocidental da Europa
Continental. 1,32,58 de tempo líquido, 866º da geral e 15º do escalão.
Todos os resultados aqui.
Entro na tenda, bebo um chazinho
quente, cumprimento alguns amigos e vou buscar a mochila, cuja entrega foi
muito rápida. A surpresa estava para chegar. Começava a arrefecer e a precisar
de vestir roupa seca. Abro a mochila e… nem calças nem sweat! Ganda gaita! Esqueci-me da roupa em cima do murete da Volta
do Duche! A sorte foi que tinha uma t-shirt esquecida e uma espécie de manta
térmica na mochila, que serviu para aguentar o briol e ventania que se fazia
sentir por ali. Boleia do Nuno Marques até Sintra e… outra surpresa: uma
cartinha entre o vidro do carro e o limpa-pára-brisas com uma multa de estacionamento.
Eu a pensar que o pessoal da corrida estava isento… O que vale é que foram só 2
euros.
Ainda fui ver se a roupa estava
onde a tinha deixado, mas …nada. É que aquela sweat tinha um significado especial: era o prémio de totalista das
15 edições da Maratona do Porto, e que eu tinha um orgulho enorme em vestir.
Seja esta prova organizada nos
termos em que for, esta é uma das minhas preferidas e tenho-a em subida conta.
Mas há três reparos que gostaria de fazer:
1º Partidas desfasadas.
Percebe-se o fundamento, mas não me parece que essa seja a única forma de
controlar a “avalanche” humana na estrada estreita da Serra. Os que são rápidos
e alinham na 2ª partida vão ter muita dificuldade em progredir quando encontram
o grosso do pelotão da 1ª leva. Por outro lado, há muitos da 2ª partida que se
infiltram na 1ª, esquecendo-se que isso dá direito a desclassificação, o que é
desagradável tanto para o atleta como para a organização. Uma única partida,
com caixas de tempos (comprovados) devidamente controladas colocariam cada
atleta no seu andamento aproximado, sem necessidade de atropelos;
2º Transporte de regresso: O
pagamento do transporte de regresso parece-me penalizador para quem já suporta
uma taxa de inscrição que não é assim tão insignificante. A consequência menor é
a enorme coluna de corredores que vêm a caminhar no regresso até à Azoia (onde
têm as suas viaturas), cruzando-se com muitos corredores ainda em prova e
dificultando a saída ds autocarros. A outra consequência é a procura de outras
opções de corrida, por se tornar bastante dispendiosa a inscrição.
3º Medalha - porque é que não
há-de haver o raio de uma medalhita para uma prova tão carregada de simbolismo?
Percebe-se que uma prova com uma logística
extremamente complicada, consuma recursos que poderiam ser redistribuídos pelos
atletas de outra forma, mas parece-me injusto que a Câmara Municipal de Sintra
continue a pensar que se trata de uma Prova que se autofinancia! (Só se
autofinancia carregando na inscrição, o que deixa de fora a componente que
assiste à autarquia de apoiar o desporto que a promove).
Quanto ao resto, tudo perfeito.
Ah…esqueci-me de dizer que os
meus alfinetes não largaram o vencedor e chegaram com o João Fernandes, o tal
que ia só para ver a paisagem e, vai-se a ver, ganha aquilo em menos de uma hora! Parabéns para ele
e Parabéns para a Organização pelo elevado nível da Prova.