Carta ao meu amigo “Ninhas”
Eras o meu companheiro do ”Pão-por-Deus” com quem, em cada dia 1 de Novembro percorria as casas da aldeia em busca das guloseimas que, na altura, tanto escasseavam.
Fizemos um percurso muitas vezes juntos, desde a infância até hoje. Profundo sabedor de tudo quanto fosse Desporto, eras um amigo de forte personalidade que, mesmo sem gostar de correr, estiveste ligado ao nascimento da Meia Maratona de S. João das Lampas e até à 25ª Edição, sempre foste um dos seus principais dirigentes! E conselheiro. Guardo, de ti, muitas e boas recordações. Só não te perdoo um dia me teres dito que eu nunca seria um bom guarda-redes(!), mas… lá tinhas as tuas razões.
Hoje, subitamente, enquanto trabalhavas tirando medidas, caíste inanimado, para não mais dares qualquer sinal de vida. Sem o saberes, “medias” o tempo que te estava destinado. Companheiro e amigo “Ninhas”, chegaste ao fim da linha poucos dias após entrares na casa dos 53, que por pouco tempo, ainda é a minha.
A notícia correu célere e não havia quem soubesse, de fonte segura, se era verdadeira. Desejava-se que fosse um boato de mau gosto. Veio depois a confirmação violenta e cruel, como se nos tivessem tirado uma parte da nossa existência. Incrédulos, todos os que contigo privaram tantos momentos, vêem-se voltados para dentro, tomando consciência de quão breve e incerta é a nossa passagem.
Amigo, vais ser sempre lembrado por quem te conheceu pois deixaste a tua “marca” nesta terra e nos corações desta gente. Recuso-me a aceitar que tu partiste.
Um Grande Abraço.
Fernando Andrade
(Para ti, Roni Peterson)
A par dos deveres de cidadania, o intenso gosto pelo desporto pedestre. Sou um gajo que tem a mania do desporto e que desde os tempos do PREC pratica a Corrida, tendo feito uma incursão pelo Triatlo e que tem preferência pelas longas distâncias. Não corro nada de jeito, mas gosto disto, pronto... ...Ah, e escrevo de acordo com a grafia correCta.
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quarta-feira, 29 de outubro de 2008
5ª Maratona do Porto -III
A 6ª Edição já está anunciada
Agora, a preocupação era procurar ter sempre um”bocadinho de reserva”; não correr no limite;.a luta era contra o desgaste psicológico de quase 3 horas de corrida. Entrávamos na zona em que aqueles que tinham calculado mal o esforço, estavam “a pagar a factura”caminhando ou correndo num andamento muito lento. Ir passando por estes atletas, ia-me dando algum alento, embora pensasse cá para comigo que, dali a pouco podia ser eu,; por isso, nada de pensar que “estava no papo”.
Só próximo dos 40km acreditei que já não iria ter quebras e ainda me cruzo com o Torrão (que já vinha em sentido contrário), e que entretanto se tinha visto a braços com caimbras.
Continuava a sentir-me com força para subir aquele “restinho” da Avenida da Boa Vista onde várias pessoas nos incentivavam pronunciando o nome inscrito no dorsal. E que ânimo isso nos dava !
O pórtico, a última curva e… lá estava a Meta: 3.27.15 !!!
Medalha ao peito e eis-me na zona de descompressão, feliz da vida, sem as náuseas que às vezes me atormentam quando exagero no esforço.
Dois dedos de conversa com amigos enquanto se espera por outros, as merecidas felicitações ao Jorge Teixeira, saquinho ao ombro e lá vamos até ao camião-guarda –roupa antes de entrarmos no autocarro para o regresso ao hotel.
Caía o pano sobre esta extraordinária Maratona que conquistou um lugar de destaque entre as grandes provas internacionais e à qual, enquanto puder, não deixarei de marcar presença.
Só próximo dos 40km acreditei que já não iria ter quebras e ainda me cruzo com o Torrão (que já vinha em sentido contrário), e que entretanto se tinha visto a braços com caimbras.
Continuava a sentir-me com força para subir aquele “restinho” da Avenida da Boa Vista onde várias pessoas nos incentivavam pronunciando o nome inscrito no dorsal. E que ânimo isso nos dava !
O pórtico, a última curva e… lá estava a Meta: 3.27.15 !!!
Medalha ao peito e eis-me na zona de descompressão, feliz da vida, sem as náuseas que às vezes me atormentam quando exagero no esforço.
Dois dedos de conversa com amigos enquanto se espera por outros, as merecidas felicitações ao Jorge Teixeira, saquinho ao ombro e lá vamos até ao camião-guarda –roupa antes de entrarmos no autocarro para o regresso ao hotel.
Caía o pano sobre esta extraordinária Maratona que conquistou um lugar de destaque entre as grandes provas internacionais e à qual, enquanto puder, não deixarei de marcar presença.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
5ª Maratona do Porto -II
Na Feira da Maratona com os meus amigos José Valentim e Manuel Faísca
Antes da Partida, com os amigos e colegas de equipa Jorge Serra e Paulo Torrão
Estavam a ser 9 horas! Num gesto que se regista com satisfação, os atletas, com uma prolongada salva de palmas, agradeciam à Organização, de uma forma simples, mas franca, o gigantesco trabalho e competência que é necessário para pôr de pé, esta Maratona que, com grande entrega, lhes era destinada.
Um helicóptero pairava sobre nós, preparado para captar imagens da partida. À frente saíam os da Maratona, a seguir os da Prova de 14 Km e por fim, os da caminhada, de 6 km.
Ouviu-se um tiro ! Um cumprimento ao Cláudio e ao Faísca e o desejo de uma boa prova a todos e... lá vamos nós enfrentar o “mostrengo” para muitos, mas que vem a revelar-se uma “atracção” cada vez para mais gente.
As contas estavam feitas (embora o Cláudio estivesse um bocadinho renitente em aceitá-las) : a 5 minutos por Km, faríamos a prova em 3,30h ! Como ele levava um cronómetro daqueles que apita em cada km, avisou logo que, o primeiro km ia demasiado lento. Não admira : pelotão ainda compacto e uma subida de cerca de 500m...Havia tempo para recuperar, mas abriu-se um bocadinho o passo e ao 2º km já estava tudo certinho. (Isto é coisa que não se deve fazer, mas pronto...). Estávamos a passar à Casa da Música quando passamos pelo João Hébil que ia calmamente com o seu amigo Javier e não se deixou impressionar pelo nosso andamento (e bem, pois no próximo Domingo vai fazer a Maratona de Nova Yorque e tinha de se controlar). Pela Avenida da Boa Vista abaixo, mesmo a travar íamos com um ritmo muito mais rápido que o previsto, mas como nenhum de nós ia em esforço –por ser a descer, certamente- lá nos deixámos ir a “amealhar”, dizíamos na brincadeira, porque sabíamos que poderíamos vir a ter de gastar todas as “economias” feitas. Aos 7 km, diz o Cláudio: - já “amealhámos” um minuto em 7 km! Daqui a bocado, vai ser 1 km em 7 minutos!”. Rimos, mas sabendo que era muito provável que assim acontecesse.
Na passagem pelo Edifício Transparente, quando nos cruzámos com os atletas que vinham em sentido contrário, “marcámos” alguns conhecidos que, até aos 15 km, conseguimos apanhar, pois ainda íamos na fase de “amealhar”. Passámos pelo Tigre, pelo Vitor Silva e Zé Magro e juntámo-nos a um pelotão com malta do Real Academia e onde iam os meus colegas de equipa, Jorge Serra e o Paulo Torrão que continuaram connosco mantendo o ritmo e o tal pelotão que tinha, talvez, uns dez atletas, desfez-se, ficando apenas nós cinco.
Meia Maratona : 1,40,30! O “mealheiro” ainda ia receber umas “moedinhas”. Entre os 21km (Afurada) e os 25km (Ponte D. Luis) assiste-se a cenas pouco recomendáveis, com ciclistas pouco atentos, a esquecerem-se que havia atletas nos dois sentidos.
-Estamos a “andar” para 3,20! dizia o Jorge Serra !
-Eh lá- disse eu
- Daqui a bocado ouve-se um estoiro, dizia o Cláudio.
–Estoiro vai haver de certeza - disse eu – ou rebentamos nós, ou rebentam foguetes por termos feito uma grande prova !
-Acredito mais na 1ª hipótese – disse o Cláudio.
Na Ponte, vejo o Paulo Quaresma, a passo e lembrei-me que, em 2007, tinha sido precisamente ali que me pus também a caminhar ...e ia com mais 4 minutos que este ano !
Mas agora sentia-me bem. Ainda ! Vejo o Luis Mota, que vinha do retorno dos 28 e pareceu-me que vinha em quebra, pois na Afurada ele tinha passado com outro andamento. Ainda lhe dei um grito, mas não sei se ele ouviu, pois já devia de vir a apelar a toda a concentração possível. Apanhámos o Zé Valentim (que se meteu em "aventuras de copos"na véspera) que vinha também em dificuldade.
O Jorge Serra diz ao Paulo Torrão para seguir no meu ritmo, que ele já recuperava e eu achei logo estranho: -mau! Estou mesmo a ir depressa demais-! Resolvi abrandar por vontade própria, antes que fosse obrigado a fazê-lo e perguntei ao Cláudio, que estava a revelar alguma dificuldade, como é que iam “as contas” :
-Já estamos a gastar do “mealheiro”! disse ele - vamos ver até onde é que chega!
O Torrão “desapareceu-me” da vista e o Jorge Serra arrancou atrás dele. Estávamos pelos 29km. Ainda havia muito km pela frente. O Faísca que parecia ter energia para ir para a frente, foi-se abaixo e o Cláudio abrandou. Pensei : -bom, se eu reduzo agora, estou feito. Vou ter de continuar com o passo que trago!
(...continua...)
Estavam a ser 9 horas! Num gesto que se regista com satisfação, os atletas, com uma prolongada salva de palmas, agradeciam à Organização, de uma forma simples, mas franca, o gigantesco trabalho e competência que é necessário para pôr de pé, esta Maratona que, com grande entrega, lhes era destinada.
Um helicóptero pairava sobre nós, preparado para captar imagens da partida. À frente saíam os da Maratona, a seguir os da Prova de 14 Km e por fim, os da caminhada, de 6 km.
Ouviu-se um tiro ! Um cumprimento ao Cláudio e ao Faísca e o desejo de uma boa prova a todos e... lá vamos nós enfrentar o “mostrengo” para muitos, mas que vem a revelar-se uma “atracção” cada vez para mais gente.
As contas estavam feitas (embora o Cláudio estivesse um bocadinho renitente em aceitá-las) : a 5 minutos por Km, faríamos a prova em 3,30h ! Como ele levava um cronómetro daqueles que apita em cada km, avisou logo que, o primeiro km ia demasiado lento. Não admira : pelotão ainda compacto e uma subida de cerca de 500m...Havia tempo para recuperar, mas abriu-se um bocadinho o passo e ao 2º km já estava tudo certinho. (Isto é coisa que não se deve fazer, mas pronto...). Estávamos a passar à Casa da Música quando passamos pelo João Hébil que ia calmamente com o seu amigo Javier e não se deixou impressionar pelo nosso andamento (e bem, pois no próximo Domingo vai fazer a Maratona de Nova Yorque e tinha de se controlar). Pela Avenida da Boa Vista abaixo, mesmo a travar íamos com um ritmo muito mais rápido que o previsto, mas como nenhum de nós ia em esforço –por ser a descer, certamente- lá nos deixámos ir a “amealhar”, dizíamos na brincadeira, porque sabíamos que poderíamos vir a ter de gastar todas as “economias” feitas. Aos 7 km, diz o Cláudio: - já “amealhámos” um minuto em 7 km! Daqui a bocado, vai ser 1 km em 7 minutos!”. Rimos, mas sabendo que era muito provável que assim acontecesse.
Na passagem pelo Edifício Transparente, quando nos cruzámos com os atletas que vinham em sentido contrário, “marcámos” alguns conhecidos que, até aos 15 km, conseguimos apanhar, pois ainda íamos na fase de “amealhar”. Passámos pelo Tigre, pelo Vitor Silva e Zé Magro e juntámo-nos a um pelotão com malta do Real Academia e onde iam os meus colegas de equipa, Jorge Serra e o Paulo Torrão que continuaram connosco mantendo o ritmo e o tal pelotão que tinha, talvez, uns dez atletas, desfez-se, ficando apenas nós cinco.
Meia Maratona : 1,40,30! O “mealheiro” ainda ia receber umas “moedinhas”. Entre os 21km (Afurada) e os 25km (Ponte D. Luis) assiste-se a cenas pouco recomendáveis, com ciclistas pouco atentos, a esquecerem-se que havia atletas nos dois sentidos.
-Estamos a “andar” para 3,20! dizia o Jorge Serra !
-Eh lá- disse eu
- Daqui a bocado ouve-se um estoiro, dizia o Cláudio.
–Estoiro vai haver de certeza - disse eu – ou rebentamos nós, ou rebentam foguetes por termos feito uma grande prova !
-Acredito mais na 1ª hipótese – disse o Cláudio.
Na Ponte, vejo o Paulo Quaresma, a passo e lembrei-me que, em 2007, tinha sido precisamente ali que me pus também a caminhar ...e ia com mais 4 minutos que este ano !
Mas agora sentia-me bem. Ainda ! Vejo o Luis Mota, que vinha do retorno dos 28 e pareceu-me que vinha em quebra, pois na Afurada ele tinha passado com outro andamento. Ainda lhe dei um grito, mas não sei se ele ouviu, pois já devia de vir a apelar a toda a concentração possível. Apanhámos o Zé Valentim (que se meteu em "aventuras de copos"na véspera) que vinha também em dificuldade.
O Jorge Serra diz ao Paulo Torrão para seguir no meu ritmo, que ele já recuperava e eu achei logo estranho: -mau! Estou mesmo a ir depressa demais-! Resolvi abrandar por vontade própria, antes que fosse obrigado a fazê-lo e perguntei ao Cláudio, que estava a revelar alguma dificuldade, como é que iam “as contas” :
-Já estamos a gastar do “mealheiro”! disse ele - vamos ver até onde é que chega!
O Torrão “desapareceu-me” da vista e o Jorge Serra arrancou atrás dele. Estávamos pelos 29km. Ainda havia muito km pela frente. O Faísca que parecia ter energia para ir para a frente, foi-se abaixo e o Cláudio abrandou. Pensei : -bom, se eu reduzo agora, estou feito. Vou ter de continuar com o passo que trago!
(...continua...)
5ª Maratona do Porto -I-
Talvez ainda estonteado pelo meu “tempo-canhão”(eheheh) na Maratona do Porto, e pela “acumulação de ácido láctico nos músculos e… no cérebro”(eheheh outra vez) lá vou eu adiando aquilo que tem de ser feito e que merece ser feito: um relato da minha 5ª participação nesta grande Maratona.
Faltavam 3 dias para a prova quando o meu amigo Carlos Neto me telefona desolado, a dizer que, por razões profissionais inadiáveis não podia mesmo ir ao Porto !
Lembrei-me então do autocarro que a Runporto tinha colocado à disposição dos atletas para viajar de Lisboa para o Porto e soube que havia ainda lugares disponíveis, pelo que o problema da deslocação ficava resolvido. E bem resolvido, pois constatei que uma facilidade destas posta à disposição dos maratonistas e acompanhantes, não é coisa comum de se ver.
Chegados ao Porto, o autocarro estaciona junto à Feira da Maratona, no Palácio de Cristal e é marcada a hora da partida para o hotel, com margem suficiente para se desfrutar daquele ambiente de que tanto gostamos e onde aproveitamos para levantar o dorsal e o kit da Prova, almoçar uma excelente “pasta”, visitar os stands de material desportivo, da Maratona de Madrid 2009, obter o diploma e rever imagens da edição anterior, exposição de automóveis, um enorme “mupi” anunciando já a 6ª edição (!), aconselhamento psicológico aos maratonistas, etc. Tive oportunidade de dar um abraço ao “pai” desta grande Prova, Jorge Teixeira que me deu a honra de ser apresentado ao Director da Maratona de Madrid.
O tempo passou rápido e, quando dei por mim já o autocarro estava à minha espera, para nos conduzir ao hotel.
Na manhã do dia seguinte – e tendo em atenção a mudança para a hora de inverno – às 7,30h seríamos levados, também de autocarro, ao local da partida.
Depois de uma noite bem dormida, o dia amanheceu sereno. Corria apenas uma ligeira brisa fresquinha mas que indiciava vir a transformar-se em calor lá mais para o meio-dia.
Combinam-se estratégias e, curiosamente, quase todos apontavam para as 3,30h como tempo desejado. Daria para se formar um bom pelotão a que só faltaria o balãozinho atado por um fio à cintura de um, como clássica identificação para o marcador de ritmo, que é importante principalmente para os estreantes – e eram muitos.
Cedo chegámos ao local da partida e, à nossa espera, lá estava a tenda do cafezinho. Naquela hora que antecedeu a partida houve oportunidade para reencontrar amigos e conhecer finalmente o Miguel Paiva, que se tinha preparado especialmente para fazer a sua estreia na maratona, tal como o António Almeida. Pudemos, então trocar algumas impressões sobre andamentos, margem de “reserva”, equilíbrio, combate à saturação, procurando ter presente que a prova só “começaria” aos 21km. Algumas fotos e, quando ia entregar o saco da roupa, encontro o Jorge Serra e o Paulo Torrão da minha equipa: Açoreana Clube Banif e com a máquina de amigos de Madrid (Javier Almenderia e João Hébil), ainda conseguimos um “boneco” da equipa, que espero, me seja enviado.
Era, agora, tempo de ir para a zona reservada aos maratonistas. Ainda ouvimos a Vanessa Fernandes, o Carlos Lopes e a Aurora Cunha darem o seu incentivo e a verdade é que, junto a mim, já só tinha os meus amigos Cláudio e o Faísca. Olhei em redor e não vi o Paiva nem o Almeida, pois tinha alguma curiosidade em acompanhar estas duas estreias, que tinham fortíssimas possibilidades de fazerem, connosco, um tempo a rondar as 3,30. Com pena minha, não os vi.
(continua)
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Recordando PORTO 2007
E pronto! Já só falta chegar ao Porto e esperar pelo tiro da partida .
Em 2007, foi assim :
Antes da Partida com os amigos João Hébil,Zen e Ana Pereira
Na ponte, com o Cláudio
Agora, que estava a correr bem, acabou-se...
Tudo bem até meio, mas depois, "substituí" a corrida por um também agradável passeio na margem direita do Douro. Dos 25km até aos 35km caminhei 4 km (!!!) a recuperar energias que tinham sido mal calculadas. Depois, nos últimos km ate corri bem e acabei “em beleza”… e pelo meu próprio pé, como convém ! O tempo é que… coiso : 4,08,45(!) muito ao estilo da grande maioria dos atletas nas grandes maratonas internacionais.
Temos de encontrar sempre algo de positivo nas coisas que fazemos, mesmo que seja preciso “remexer muito”.
Em 2007, foi assim :
Antes da Partida com os amigos João Hébil,Zen e Ana Pereira
Na ponte, com o Cláudio
Agora, que estava a correr bem, acabou-se...
Tudo bem até meio, mas depois, "substituí" a corrida por um também agradável passeio na margem direita do Douro. Dos 25km até aos 35km caminhei 4 km (!!!) a recuperar energias que tinham sido mal calculadas. Depois, nos últimos km ate corri bem e acabei “em beleza”… e pelo meu próprio pé, como convém ! O tempo é que… coiso : 4,08,45(!) muito ao estilo da grande maioria dos atletas nas grandes maratonas internacionais.
Temos de encontrar sempre algo de positivo nas coisas que fazemos, mesmo que seja preciso “remexer muito”.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
5ª Maratona do Porto
Vou à procura do "penta" !
É já Domingo que, na Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto percorrerei os 42195m a correr, para conseguir tão "importante galardão".
Não vai ser preciso travar grande luta. É tudo uma questão de saber esperar, correndo, com paciência e sobretudo, autocontrolo. Saber "travar" o entusiasmo inicial, para não me "arrastar" nos quilómetros finais. O encanto da Maratona está precisamente aí : em saber deixar uma "reserva" porque vamos, de certeza, precisar dela. E quem gosta de corrida retira mais prazer dela se for longa.
Marcar um objectivo realista, em concordância com o treino efectuado é outro dos factores a não descurar. Não adianta apontar para uma grande marca se se sabe que a preparação efectuada foi fraquita. Não irei esquecer uma ou duas saquetas de gel, pois a partir dos 20km já sei que é preciso um "reforço" energético.
Enfim, será com grande alegria que, mais uma vez, alinharei na Maratona do Porto.
A todos os que também lá forem, desejo que acabem a prova com a satisfação do "dever" cumprido e, principalmente para os estreantes na distância, quero dar as boas vindas ao fantástico Mundo da Maratona.
domingo, 19 de outubro de 2008
Corrida do Tejo
Já depois de 1,15h de prova
O show da Farra Fanfarra
À “margem”, na Marginal
Fui “ver” o Tejo. Não tinha conseguido a inscrição, mas não quis que isso fosse motivo para lá não ir. Deixei o carro em Oeiras, dei uma voltinha pela zona de chegada e, quando eram 8,20h pus-me a correr calmamente até Algés, para depois, acompanhando os dez mil (!) inscritos, voltar para Oeiras. Faria assim qualquer coisa parecida com 20 Km, óptimo treino para a Maratona do Porto.
O vermelho (ou encarnado, como queiram) ia ganhando expressão, enchendo as ruas e, de forma mais compacta, na zona da partida. A Farra Fanfarra, no Largo de Algés, estava a dar um verdadeiro espectáculo! Parei ali e fiquei a ver (e a ouvir) até que concluisse a actuação, o grupo que, de uma forma muito bem humorada, oferecia músicas bem conhecidas de todos e punha toda a gente bem disposta. Um primeiro sinal muito positivo.
Por razões óbvias, não entrei em nenhuma das portas de acesso à partida e fiquei cá por fora a observar. Queria tirar umas fotos, mas a bateria foi-se...
Dado o tiro da partida, passam “disparados” os primeiros atletas e, depois, de forma mais compacta, o enorme pelotão. Fui corricando pela berma, devagar, até que o andamento me permitisse integrar o “vermelhão”.
De dois em 2 Km havia animação. É justo que se diga que, das várias provas em que tenho participado no País, a Corrida do Tejo, em termos de animação, supera todas as outras.
Rapidamente chegámos à Praia da Torre. O cronómetro da meta marcava, 47,30.
Por tudo aquilo que constatei, é uma Prova que merece a nota máxima, a todos os níveis. Não lhe vi defeito algum.
Digam lá o que disserem acerca do Isaltino, em termos de desporto, de facto temos que reconhecer alguma verdade no slogan “Oeiras marca a diferença”.
A todos os que estiveram envolvidos nesta grande Organização, quero endereçar os meus sinceros Parabéns, desejando que continuem estimulados na arte de bem trabalhar a modalidade.
sábado, 18 de outubro de 2008
A compra
Como nos vão “bombardeando” com novos termos, acabamos por ser contaminados por eles. Qualquer coisa de novo que comece a “dar nas vistas” diz-se que é “emergente” ! Os preços mais ao alcance de bolsas vazias (ou lá perto) a que sempre chamámos “baratuchos” agora são “low cost” !
É, assim, num cenário de crise que “emergem” as “low costs”. Há que manter uma certa “finesse” nas palavras utilizadas. Tesos mas com “status”!
Fui comprar uns tenis, pois os que tenho ( três ou quatro pares que ainda estão no activo) já percorreram cinco ou seis vezes mais quilómetros que o recomendado. Sei que já devia ter feito isto há um mês atrás, pois falta uma semana para a Maratona do Porto e eu não gostava que me acontecesse o mesmo que na Maratona de Lisboa 2007 (em que tive de trocar um sapato aos 30 Km, ao passar perto do carro). Enfim, a “inexperiência” de quem fez 30 maratonas.
Era para levar uma cábula com os conselhos do nosso expert na matéria, Paulo Silva, mas resolvi resumir em poucas palavras o que precisava:
Sapato com estabilidade, amortecimento e dinamismo. Ah... e baratuchos !
Na loja, vi sapatos desde os 12 euros aos 120. Estabeleci logo que o limite estaria estaria sensivelmente a meio. Os que eram mais em conta estavam rotulados “para corredores ocasionais” e o design, sinceramente, não era nada apelativo. Os que diziam ser para “corredores de competição” estavam no topo e não me “serviam”. Por último, havia os sapatos “para corredores regulares”. Foi nesses que me detive e comparei.Todos tinham as suas características num catálogo e isso ajudava muito a decisão.
Eu, que sempre gostei de usar Asics (comprados em saldos, pois claro) desta vez, tive de me render a outra marca que “emergiu” – Kalenji – que, tendo as características que procurava, não eram assim tão “low cost”. Ainda me ficaram em 65€. ! Talvez tenham sido os sapatos mais caros que comprei, mas... uma Maratona sempre é uma Maratona e merece uma “extravaganciazinha”.
Assim que cheguei a casa, fui treinar com eles. Corri 1h20m, calmamente como gosto e... portaram-se bem. Será que temos sapato !?
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Corrida do Tejo
Pois é. Descuidei-me e quando me quis inscrever na Corrida do Tejo... já não podia.
Diga-se que também não me preocupei muito em tentar arranjar dorsal junto de algum inscrito que não pudesse lá estar. Aliás, não perguntei mesmo a ninguém.
É uma prova que gosto de fazer! Curta, mas agradável pelo cenário em que se desenrola e pela excelente organização que tem. Por isso não lhe falta procura e o estabelecer um “tecto” para o número de inscrições é a forma de não “perderem o pé” numa das mais participadas corridas do País.
Sou capaz de lá dar uma “saltada” para ver e, quem sabe, fazer uma “perninha” em preparação para a Maratona do Porto. Sou capaz...
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
O Chá dos Cinco
domingo, 12 de outubro de 2008
Fotodiplomas da 32ª Meia Maratona de S. João das Lampas
Se esteve na 32ª Meia Maratona de S. João das Lampas, ou conhece quem lá esteve, poderá fazer o download do fotodiploma de todos os participantes em
http://www.ammamagazine.com/Fotodiplomas/sjlampas2008/mmsjl2008.htm
É um serviço completamente gratuito.
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
20ª Meia Maratona Cidade de Ovar
Ao Km 8 (foto de J. Margarido)... só aí soube que ia com camisola ao contrário
Se há provas que me merecem um carinho muito especial, a Meia Maratona de Ovar está entre as primeiras.
Mas desta vez tudo se parecia conjugar para que não pudesse lá estar, tanto que nem tinha feito a inscrição. Porém, no sábado à noite, ligo para o meu amigo Carlos Neto para lhe perguntar se o desafio que ele me tinha feito há uns dias atrás e que eu tinha recusado, se mantinha de pé. Disse-me que sim ...
...e deixo-vos com isto:
Andava lixado
Com os nervos ao rubro
Por não ter feriado
No cinco de Outubro.
P’ra mais ajudar
E fazer mesmo “bingo”
A Meia de Ovar
Era neste Domingo.
Deixou de se ouvir,
Deixou de falar
Por não poder ir
À Meia de Ovar.
A noite caía
E antes de deitar
A ideia batia:
-“Eu quero ir a Ovar!”
Quando se lembrou
Que há dias, um amigo
Até o convidou
P’ra lá ir consigo.
Pega o té-lé-lé
Contacta com ele
Pergunta.-“como é,
Meu caro Bekele?”
-Achas que vai dar
P’r’amanhã, cedinho
Irmos p’ra Ovar
Mas... no teu carrinho?
-Oh meu companheiro
A quem chamo “inimigo”,
Deixa ver primeiro,
Depois já te digo!
Toca o té-lé-lé
Vem a confirmação:
-Tudo está de pé
Sá falta a inscrição!
-Isso, estou convencido
(Que embora em falta)
Eu ligo ao Margarido
E há dorsais p’rà malta.
Te-lé-lé e ligo
E do lado de lá:
-“Meu querido amigo
Que bom virem cá!”
-Em compensação
(Há sempre um porém)
P’ra desilusão,
A Maria não vem!”
- Que pena – disse eu –
Sei que ela gostava;
Pelo que escreveu
Até se pintava.
Obrigado Amigo,
Amanhã, então,
É p'raí que sigo
desde S. João.
Ficou a cismar
E dali não saía
Pois se ele ia a Ovar
Porque não a Maria?
E foi-lhe ligar
Dizendo que ia
E, havendo lugar ,
Se ela não queria !?
Assim, de repente
Renasce-lhe a esperança
E fica contente
Com aquela lembrança.
E não querendo abusar
Da gentil partilha
Falou de lugar
P’ro pai e pra filha.
Disse o nosso amigo
Rápido e expedito
-Pró pai e prá filha
E p'ró piriquito.
Acerta-se a hora
E onde passar...
Pouco após à aurora
Chegava-se a Ovar.
E mesmo no centro
Juntinho à partida
O estacionamento
Facilita a vida.
No café da esquina
Não falta lugar
Oito da matina
Está deserto Ovar.
Depois do café
Um curto passeio
Circulando a pé
No jardim do meio.
_________
Apelo a qualquer musa minha amiga
Que me livre da segue-a-regra rude
Pois eu já não sei mais o que vos diga
Que em versos tão pequenos algo ajude
Mas para que o relato aqui prossiga
Obrigo-me a mudar minha atitude
Pois sempre há qualquer coisa p’ra contar
Quando se corre a Meia em Ovar.
_________
Continuando, pois:
O encontro com amigos que ainda não tinha tido o prazer de ter cumprimentado pessoalmente: Luis Mota (e sua família de "tomaracorrida") e José Capela (das "pernasparaquetequero"); o feliz reencontro com o "Vareiro-Mor" Margarido, com o Jorge Teixeira e o Pinto, o Orlando Duarte, a Leonor, o Severino e a esposa,etc.
Apesar de estar no local duas horas antes, acabo por pôr o dorsal à pressa e vou posicionar-me no fim da fila um ou dois minutos antes do tiro da partida.
Tudo o que disser sobre a corrida, soará a repetido, quer por mim (em relatos anteriores) quer por comentadores que me antecederam.
Ovar tem uma ambiência propícia a que se goste de lá estar e, para quem está a fazer aquilo que gosta – correr – sente um duplo prazer em participar nesta Meia Maratona. Achamos que correu bem, quando fazemos 1,40; achamos que correu bem, quando fazemos 2 horas. Corre bem porque somos nós que corremos bem. Quilómetro, após quilómetro, vamos “medindo” o nosso desempenho e o nosso equilíbrio e vamos “bebendo” aquele enorme prazer ao longo dos 21 km.
É, sem sombra de dúvida, uma das melhores Meias Maratonas do País, estatuto conseguido graças a uma Organização cuidada que, se efectuou um trabalho imaculado no terreno, revelou algumas fragilidades nos aspectos técnicos. E custa-me dizê-lo, mas gostaria que tomassem a minha franqueza como um forte sinal de amizade. Devo referir que, para as minhas “exigências pessoais” não haveria lugar a qualquer reparo, mas como a avaliação deverá ser feita a outro nível, as “exigências” serão outras.
Então aí vai:
Em termos de Regulamento, de facto, é muito discutível a legitimidade da cláusula que só permite a participação de estrangeiros, por convite. Percebe-se o desejo de protecção dos atletas portugueses, mas não me parece que esta seja a melhor forma. Seria preferível uma grelha de prémios para os melhores portugueses, equiparados aos da classificação geral. E se se perguntar quantos foram os atletas estrangeiros convidados ficar-se-á com a confirmação de que os “convites” foram apenas uma espécie eufemismo para a exclusão de quem não tinha sangue luso.
Outro aspecto que vai merecendo reparo é a não utilização do chip para o processamento das classificações. Poderá esta questão prender-se com aspectos económicos, mas uma prova com mais de 1700 atletas à chegada teria outro “conforto” se os utilizasse, pois não precisaria de recolher os dorsais e não correria o risco de trocar os espetos onde eles iam sendo colocados, fazendo por isso alterar a correspondência entre a fita dos tempos e a ordem de chegada.
Tirando estes dois aspectos, que aponto, como disse, por amizade sincera, tudo o resto mereceu nota máxima.
Quem haveria de dizer que eu, (que sou do tempo em que deixava a máquina de escrever junto à meta, preparadinha com uma folha de stencil para o duplicador e, só quando chegava, depois de correr a Meia Maratona é que me ia pôr a fazer as classificações e ia ainda fazer a entrega dos prémios...) vinha pôr-me para aqui a dar palpites a uma Organização cheia de mérito e competência como a de Ovar!?!?
Esta Festa de Ovar foi concluída com um excelente almoço no Bosque, rodeado de amigos e de estórias que, não fosse a longa viagem de regresso, se prolongaria pela tarde e noite fora.
Não posso terminar sem deixar aqui o meu abraço de Parabéns ao AFIS pelo êxito desta 20ª Edição e para o seu excelente trabalho na mobilização de um número crescente de pessoas que vai aderindo ao “movimento”.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
segunda-feira, 6 de outubro de 2008
Ovar...
Ovar amado, tens a maioral
Das Meias de Portugal!
Para a corrermos, quantos viajaram,
Quantos ténis por ti passaram,
Quanta gente te pôde contemplar
E respirar a ria, o bosque, o mar ?…
Valeu a pena? Sim, valeu a pena
Ser figurante desta bela cena.
Quem quiser ser um simples corredor
Não precisa passar o Bojador.
Nenhum perigo espreitou quem te correu
Nesta terra de verde, de água e …céu.
"Le poeme avant le relate", ehehe
Das Meias de Portugal!
Para a corrermos, quantos viajaram,
Quantos ténis por ti passaram,
Quanta gente te pôde contemplar
E respirar a ria, o bosque, o mar ?…
Valeu a pena? Sim, valeu a pena
Ser figurante desta bela cena.
Quem quiser ser um simples corredor
Não precisa passar o Bojador.
Nenhum perigo espreitou quem te correu
Nesta terra de verde, de água e …céu.
"Le poeme avant le relate", ehehe
domingo, 5 de outubro de 2008
20ª Meia Maratona Cidade de Ovar
quinta-feira, 2 de outubro de 2008
9ª Meia Maratona Ponte Vasco da Gama
Qual guardião do tempo, nas alturas,
Por entre as nuvens, tendo em baixo o Tejo,
O Gama, marinheiro das lonjuras,
Olha a ponte entre aquém e além-Tejo,
Que o recorda na nomenclatura,
Conforme foi de Luso seu desejo:
Que os pátrios feitos e os seus autores
Sejam de um povo sempre seus credores.
E sobre o Mar da Palha viu milhares
Que do sul para norte, em movimento
Sobre a ponte de sólidos pilares
Corriam ajudados pelo vento.
Andei por lá, tranquilo e sem esgares
Na vivência de tal contentamento
Numa Meia replecta de emoções
Até chegar ao Parque das Nações.
Aí reencontrámos gente amiga,
Uns que correram e outros que aguardavam,
Entraram umas coisitas p’rà barriga
Enquanto mais atrás, outros chegavam;
Uma medalha ao peito nos instiga
A estar noutras que ali se anunciavam,
Que é bem grande a vontade de ir a todas,
Não fora a crise que não está p’ra modas.
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