No retorno dos 7Km -C.Sodré |
No retorno dos 17Km (foto do Nelson Barreiros) |
Aos 19km (Algés) -Foto C.Lopes |
Gosto muito de sossego, da calmaria do campo, da corrida por
trilhos que nos fazem comungar com a Natureza e nos levam a saber valorizá-la
cada vez mais. Mas ontem era o dia da “Corrida da Ponte”, aquela clássica com
que se celebra a Corrida e se arrastam multidões, que se concentram ao lado do
santuário do Cristo Rei, no Largo das Portagens. Senti-me um grão de areia e
fiquei feliz por isso, mesmo gostando do sossego.
Para lá chegar, desta vez, não tive a comodidade de outros
tempos, em que a minha equipa - Tranquilidade Atletismo Clube - fretava autocarros que nos iam deixar à outra
banda. Mas foi fácil na mesma e a Festa começa logo nos autocarros da Carris que,
uns após outros, nos levavam até à estação de Campolide, onde o comboio da
Fertagus nos levava até ao Pragal. Sem nenhum aperto. Eram 9 horas, quando
chegámos ao Pragal.
Grande animação havia por ali : malabaristas em andas,
bandas a tocarem músicas divertidas que nos colocavam bem dispostos e vamo-nos
encaminhando para as portagens, a passo, calmamente. Um mar de gente
passeava naquela estrada. Por sorte, no momento em que cheguei à ponte do
Pragal, eram 9,30 quando encerraram ao trânsito o tabuleiro Norte-Sul e isso
permitiu que se utilizasse o 2º acesso. Sem stresses, nem empurrões, fui
andando e cumprimentando este e mais outro e outro… até que cheguei à “linha da
frente”, composta por seguranças que protegiam a zona VIP da invasão da “ralé”.
Esta linha, de 5 em 5 minutos, ia avançando, até que às 10,30 se tinha desfeito
porque ia ser dado o tiro da partida.
Apenas 30 segundos foi o tempo que demorei a passar no
tapete, podendo correr de imediato. Calhou-me ter de utilizar aquele
quadriculado metálico da faixa interior do tabuleiro, que não é muito
agradável, mas preferi isso a ter de mudar de direcção. “Deixa-te ir aqui”,
pensei eu. Reparei que estava a andar a cerca de 4,40, o que seria sol de pouca
dura, certamente, mas à chegada a Alcântara, trataria de me pôr no meu lugar.
Passo aos 5 Km com 24,40. Acabou-se a bateria do relógio. Aos 10Km ia abaixo dos
50m! E eu a pensar que tinha abrandado. Depois, não sei que contas fiz –tinha apontado
para 1,50 no final- e chego aos 20Km e levava 1,40! Como ???? E ainda mais
extraordinário: chego-me ao pé do meu amigo Albísio Magalhães que me deixa
sempre a milhas (bem sei que ele estava a reservar-se, mas mesmo assim, foi um
acontecimento muitíssimo improvável). Última curva e a meta ali, com a
passadeira vermelha a conduzir-nos até lá e o cronómetro a marcar 1,45,38 (o que dá um tempo de chip de 1,45,08).
Resultados completos aqui.
No percurso havia vários pontos de animação musical, mas
curioso mesmo foi terem passado por mim (uma vez aos 6Km, outra aos 10km) “carregadores
de música” que, com ela bem alto, incentivavam os companheiros de corrida a
marcarem o ritmo. Para mim, foi uma novidade que registo com agrado.
O dia estava excelente, mas trouxe à lembrança que, no ano
passado, tivemos de partir de Sete Rios, perante a ameaça do furacão Leslye,
que deixava a ponte insegura.
Mais uma edição cumprida e satisfeito por ter podido, mais
um ano, participar nesta Grande Meia Maratona.