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terça-feira, 24 de setembro de 2024

3º Challenge Escadinhas da Saúde

Desta vez foi diferente. Não se tratou de uma corrida longa, com muita gente. Não foi em asfalto, não foi em trilhos. Não foi na areia da praia. Foi um desafio que me atraíu e que não passava simplesmente por correr. Refiro-me ao 3º” Challenge” das Escadinhas da Saúde, que ligam o Martim Moniz ao Castelo de S. Jorge. Num trajecto nada fácil, outrora percorrido pela moirama. Duzentos e tal degraus em duzentos e cinquenta metros, mais coisa menos coisa, uma iniciativa da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior, com o apoio técnico da Xistarca. Convidado por amigos que iam testar um equipamento usado em situações extremas ( como o fácil não é para eles, decidiram, tornar a coisa ainda mais difícil, adicionando ao seu peso mais trinta e tal kilos!) lá fui, em contraponto, de sapatilhas, calção e t-shirt. Uma t-shirt especial. Dos BOMBEIROS. Vesti-a com orgulho, em sinal do enorme respeito que tenho por estes Homens e Mulheres que, particularmente nessa semana, passaram por tempos muito difíceis, vivendo os horrores das chamas impiedosas, que destruíram vidas, casas, florestas. “Junta-te aos bons” – diz o velho rifão. Embora indigno, foi o que fiz e integrei a equipa dos Bombeiros Voluntários de Sintra neste “Challenge”.
Às 9;00H lá estávamos no Martim Moniz: o Nuno, o João, o Bruno (de equipamento pesado), a Céu e eu (de equipamento levezinho). Juntou-se a nós, depois, pessoal dos Bombeiros de S. Pedro, com quem confraternizámos no final.
Saíamos aos pares, de 15 em 15 segundos para, numa primeira “triagem” se fazer o escalonamento dos grupos. Subíamos, éramos cronometrados, e voltávamos, calmamente para baixo a aguardar que fossem anunciados os grupos.
A seguir já era a eliminar. Escapei à eliminação e, como prémio, puseram-me a subir aquilo novamente. E uma 3ª vez! Esforcei-me, mas ainda bem que não consegui ir à final, se não…lá teria que ser, mas “os bofes já estavam a sair pela boca”.
Gostei muito. No fim, fomos até à Graça, que o Nuno conhece como ninguém e, com os amigos de S. Pedro, bebemos uma saborosíssima imperial, que nos soube pela vida. Foi uma manhã fabulosa pelo que agradeço aos Bombeiros Voluntários de Sintra (Direcção, Comando e Companheiros) o desafio que me lançaram e que me proporcionou uma experiência nova. E inolvidável.

domingo, 15 de setembro de 2024

Corrida do Tejo-2024



Nesta manhã, de 15 de Setembro, esperava-se temperaturas elevadas, mas nada que impedisse de participar na grande Corrida do Tejo, tanto mais, que estava inscrito na partida das 9 horas, mais pela fresquinha.

"O Tejo  é maior que o rio da minha aldeia,

mas o Tejo não é maior do que o rio da minha aldeia,

porque o Tejo não é o rio da minha aldeia..." 

Na frente do pelotão (os que já passaram não contam) Foto do Prof.Mário Machado

Sempre que vou à Corrida do Tejo, tenho de dizer isto, lembrando  o poema do F.Pessoa (que aconselho a ler na totalidade), como se fosse uma oração, mal comparando, em forma de consolo,  o gigante com o pigmeu.

A convite do meu amigo Nuno Marques, em boa hora regressado às corridas depois de uma  pausa forçada de 3 meses e que, a pouco e pouco há-de retomar a sua boa forma física, fui de boleia até Algés, fazendo um pequeno desvio para levar connosco dois outros amigos: o Sandro e o Bruno.

Carro estacionado no Jamor e a ideia era fazer 2 ou 3 km até ao local da partida, fazer a prova, de 10 km, até Oeiras e regressar a "corrinhar" até ao carro. 

Estavam a ser 8;30H e ainda estávamos longe e eu, tinha o compromisso com a minha equipa Generalis-Tranquilidade, para receber o  dorsal e um novo equipamento e tirar a foto da praxe. Tive de apressar um bocadinho o passo, coisa que os meus amigos compreenderam. Voltaríamos depois a encontrar-nos no final, pois estávamos contactáveis.
As novas cores da Generalis-Tranquilidade

No sitio do costume lá estava a minha rapaziada (eles e elas, obviamente, que isto agora é preciso ter cuidado com as coisas do gênero), farda nova, dois dedos de conversa com alguns amigos da equipa, a foto, um cafezinho gentilmente oferecido pelo João Serra e lá fomos andando para as portas respectivas.

Saí nos sub-50 e a pensar: -querias (!), que já lá vai o tempo. Aí estava o meu amigo Paulo Sousa (que, curiosamente, me chama de  "mestre", como se eu tivesse algo para lhe ensinar, eheh). Mas, a coisa foi ficando e eu, embora indigno, fico vaidoso com esse tratamento.
Com o amigo Paulo Sousa

Faltavam uns 10 minutos e ficámos um bocadinho na conversa até que o speaker inicia um discurso que se viu logo que era coisa séria, evocando uma enorme figura ligada ao Desporto, que tinha começado a sua carreira na Câmara de Oeiras e se distinguiu como docente universitário e autor de novos conceitos de encarar o Desporto abrindo-o à comunidade, tendo estado à frente durante muitos anos, do Comité Olímpico Português e que faleceu, precisamente nos últimos dias das Olimpíadas de Paris: José Manuel Constantino. Um minuto de silêncio em sua homenagem, seguido de um forte aplauso. 

Seguiu-se o tiro da partida.

Aquela enorme massa humana, de cerca de 6500 pessoas, começou a "desembrulhar-se" num claro sinal de que, cada vez mais, se cumpre as caixas de tempos, de acordo com os ritmos que os corredores conseguem fazer. (Corredores? então e as corredoras, não se fala nelas? - lá estou eu).

Ia olhando para o relógio, para confrontar o modo como me sentia, com o ritmo que levava e vi que andava a roçar os 5´/km. Não estando habituado a isto, resolvi abrandar, mas vejo que os km seguintes, afinal, ainda tinha baixado dos 5. Pensei que fosse o relógio que estivesse a avariar, mas fui progredindo.

Km9: a última subida e a coisa estava feita. Chego lá acima e aí é que me surge um sinalzito de que ia a esforçar (o sinal é aquela náusea chata, que obriga a abrandar para... "não ir tudo fora"). Mas,  passou ao cabo de um minuto, talvez, e retomei o ritmo para os metros finais, feitos na passadeira azulinha, com que nos eram dadas as boas vindas a Oeiras. Estava feita.

Medalha ao peito, encaminho-me no sentido  do regresso, para aguardar pelos meus amigos e irmos, conforme planeado, até ao Jamor.

A minha classificação? Um espantoso 1320º entre 6384 que chegaram; 5º do Escalão, entre 87, com um inusitado tempo "canhão" de 50;05. Está visto que os  longões para as maratonas que aí vêm também dão jeito para corridas de 10 Km.

E pronto. Agora só faltava ir até ao Jamor, nas calmas, com uma brisa pela frente, que amenizava a temperatura, um abraço ao amigo Nelson Barreiros, que encontrámos no Passeio Marítimo, e que, como não tem podido correr, dedicou-se literalmente à pesca, recuperando o hoby que tinha antes das corridas.

Em suma: foram excelentes as sensações, mas lá terei de admitir que por mais que queira "dourar a pílula" O Tejo é maior do que o rio da minha aldeia",  o tal que "não faz pensar em nada. Quem está ao pé dele, está só ao pé dele".