A par dos deveres de cidadania, o intenso gosto pelo desporto pedestre. Sou um gajo que tem a mania do desporto e que desde os tempos do PREC pratica a Corrida, tendo feito uma incursão pelo Triatlo e que tem preferência pelas longas distâncias. Não corro nada de jeito, mas gosto disto, pronto... ...Ah, e escrevo de acordo com a grafia correCta.
A minha Lista de blogues
quarta-feira, 31 de dezembro de 2008
20ª Corrida de S. Silvestre dos Olivais
Nunca na minha vida de mais de 30 anos de corrida, tinha sido tão “silvestrino”.
É uma boa Corrida, que o tempo não quis ajudar. Gostei.
Como não me tinha inscrito, corri “sob pseudónimo” de um colega de equipa. Gostei da minha participação, tendo conseguido baixar dos 46 minutos (305º), mesmo sem forçar o andamento.
Quanto à Organização, acho que esteve bem, para as condições existentes e ter ultrapassado os mil atletas à chegada é bastante significativo. Parabéns à Junta de Freguesia dos Olivais por manter este evento ao longo de 20 anos!
15ª Corrida de S. Silvestre do Porto
As más notícias sobre as previsões atmosféricas, felizmente, não se concretizaram, o que proporcionou uma grande Festa Desportiva bem no centro da Invicta, com cerca de dois mil corredores na Prova principal e quatro mil na Mini.
Faltava uma hora para ser dada a partida e já estava tudo preparado, sinal de que a experiente Organização a cargo da Runporto, tinha pela frente, mais um êxito a registar.
Cumprimentei o grande amigo e Director da Prova, Jorge Teixeira, que revelava a tranquilidade de quem tem o evento controlado e outros amigos da Runporto e ainda o seleccionador nacional Prof. José Barros, que se admirou de me ver por aquelas bandas.
Quando já me tinha posicionado para a partida e já estava rodeado de corredores, vejo aproximar-se um grande crucifixo de madeira sobre as cabeças e a “bênção” : Aleluia, Irmãos”. Era o Confrade Trotamontes Moutinho, que me felicitou por estar ali e a quem retribuí a mensagem. Um pouco atrás, ouço chamar o meu nome . Era o Miguel Paiva, com quem tive a oportunidade de conversar um bocadinho naqueles minutos breves. Não muito longe dali, o Miguel (bem mais alto que a média) reconheceu outro amigo e gritou-lhe : - João! O João respondeu-lhe e ele disse-me que aquele é que era o “Leão de Kantawi”, o João Meixedo! Cumprimentei-o à distância, na esperança de que ainda nos viéssemos a aproximar, o que, infelizmente não veio a acontecer. Mas outras oportunidades surgirão.
Dado o tiro da partida, aquelas ruas que já tinham uma iluminação vistosa, ganharam uma outra vida ao serem percorridas por tanta gente. O público correspondeu, incentivando os atletas, escolhendo como local de maior concentração a Av. Dos Aliados, onde reservava uma estreita mas calorosa faixa para a passagem dos atletas, não se cansando de os incentivar. Foi bonito e isso ajudou a que as duas voltas se dessem sem se dar por isso (“sem se dar por isso”... é como quem diz!..., mas que o esforço se faz muito melhor quando se tem aplausos, ninguém há-de pôr em dúvida).
Fiz a Prova sem relógio, mas também não ia com a preocupação do tempo. Vim a saber que demorei 46 minutos e tal ! Talvez fosse por essa altura que se verificasse o maior nº de chegados à meta por minuto, mas não notei qualquer dificuldade na saída. Havia duas tendas a entregar os sacos e rapidamente todos eram “despachados”. Sim senhor.
Novidade, novidade era a 1ª Copa Ibérica, que confrontava uma selecção de 6 atletas ( 3 masculinos e 3 femininos) portugueses, com espanhóis. Ganhámos nós .
Tudo esteve 5 estrelas. Lembro, a propósito, um comentário que ouvi do atleta espanhol Pedro Nimo, a um seu colega, dizendo:- “Carreras no Porto, poden ser de sacos que yô estarê cá” !
terça-feira, 30 de dezembro de 2008
1ª S. Silvestre de Lisboa
Eu tinha ido ao WC da Estação do Rossio e apareci, de repente, atrás de dois amigos que, abrigados à porta, olhavam para a parte de fora, vendo os corredores a “aquecer” debaixo de uma chuva diluviana. Dizia um para o outro :
-Eh pá, eu gosto muito de desporto, mas com o tempo assim !!!…esta gente não pode ser normal !!!...
Pedi-lhes licença e ante o seu ar de espanto, lá fui também eu para a chuva, aumentar o número dos que “não batiam bem”!
Felizmente que o tempo aliviou e permitiu que enquanto se esperava pelo sinal da partida, não estivéssemos à chuva, mas… encharcados já estávamos todos !
Gostei da Corrida. Bom som, speaker conhecedor do assunto e que incutia algum entusiasmo à festa, portas de entrada com os tempos previstos (embora não respeitadas por muitos), marcadores de ritmo, partida sem problemas, quilómetros marcados, abastecimento a meio, chegada triunfal numa passadeira azul sobre a qual estava instalado um pórtico com um cronómetro.
Correr no coração de Lisboa em pelotão, livre de trânsito, dá-nos uma sensação de liberdade muito grande. E de domínio também. Conquistamos, com o poder simples das passadas que damos, a Baixa Pombalina! É verdade que em alguns sítios, o piso era torto e as poças de água lhe escondiam as irregularidades; também é verdade que em alguns sítios a iluminação era fraquita, obrigando a mais cautelas para ver onde se punha os pés. Mas o que é isso quando comparado com a importância desportiva desta grande “estreia” de uma Corrida de S. Silvestre na Cidade de Lisboa?
A Organização está de Parabéns, pois não terá sido fácil, debaixo de umas condições atmosféricas tão hostis, “montar” toda esta prova que tem “pernas para andar”!
Do que não gostei? Não gostei da dificuldade da saída do funil dos corredores (uma única tenda a dar os sacos, quando existem períodos com cerca de 100 atletas por minuto é …mais que certo que congestiona). E também não gostei ( e isso só vim a saber mais tarde) que muitos atletas não correram porque não lhes foi dado o dorsal (que deveria ter sido levantado com antecedência). Penso que a Organização ao ver que havia muitos dorsais por levantar, poderia – excepcionalmente, dado que se tratava de uma 1ª edição, tê-los levado para uma das tendas instaladas na zona da partida !
E a Organização está também de Parabéns por ter tido a humildade de pedir desculpa pelas falhas cometidas. Esta é uma nobreza de comportamento que importa realçar e que, só por isso, ganha “muitos pontos” na minha consideração.
Quanto ao meu desempenho foi satisfatório. Ainda faltou 1’’ para os 45’. No dia seguinte a trezentos e tal km dali a Invicta estava à minha espera.
sexta-feira, 26 de dezembro de 2008
Eh lá.!!! Duas seguidas ?!
Considero-me uma pessoa “comedida” nos esforços e que dá uma particular atenção ao repouso e recuperação física sempre que “puxo mais pelo canastro”.
Por essa razão, tenho-me contentado com uma, mas desta vez, o aumento da oferta - e a minha fraqueza em resistir - fez-me perder a cabeça e decidi-me : -vou às duas (uma num dia, a outra noutro).
Estou a falar de Corridas, como já perceberam.
Amanhã, dia 27 – S. Silvestre de Lisboa; Dia 28 –S. Silvestre do Porto !
Depois conto como foi.
quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Feliz Natal
Sou um escriba dos antigos, daqueles que só não usa mais a caneta porque teve a sorte de, ainda a tempo, conhecer as fantásticas vantagens do “word” aproveitando, ao mesmo tempo, a espantosa velocidade com que um qualquer apontamento que escrevinhe, pode chegar àqueles amigos e amigas que vão tendo a paciência de visitar este blogue.
Digo isto porque em termos de modernas tecnologias, não vou além do que disse e fico verdadeiramente “embasbacado” com o grau de evolução que vejo nos blogues amigos, enquanto o meu, é o que se vê : do mais simples que há, não porque não quisesse dar-lhe um “look” todo “xpto” mas é mesmo porque não sei mais. Mesmo assim, dou-me por satisfeito por poder dizer, com alguma vaidade, que “tenho um blogue”!
Com esta conversa pretendo dizer que se eu fosse “bom nisto” arranjava maneira de chegar a toda a família blogueira uma mensagem de Natal cheia de animação – porque eu sei que as há - e, desta forma poder apresentar a todos os meus votos de Boas Festas e retribuir esses mesmos votos àqueles que foram mais rápidos do que eu.
“Arranjei-vos” uma imagem alusiva à quadra e, visualmente, fiquei-me por aqui.
Mas como, no dizer do sábio, o essencial é invisível aos olhos, muito especialmente aos que aqui me visitam, quero que saibam que vos desejo, do fundo do coração,
Grande Abraço para todos.
segunda-feira, 22 de dezembro de 2008
Corrida dos 60 Anos do Metro
Corrida dos 60 Anos do Metro
Para ser franco, desabituei-me das Corridas curtas, pois deixei de ter (se alguma vez o tive!) ritmo para isso. No entanto, foi com prazer que alinhei na Corrida Comemorativa dos 60 anos do Metro de Lisboa.
O percurso é agradável e todo ele percorrido em pelotão compacto, pelas largas avenidas de Lisboa, proporcionando-nos uma enorme sensação de liberdade, numa manhã de Dezembro em que o ar estava calmo, o céu límpido, mas, mesmo assim, o sol não conseguia aquecer a temperatura ambiente. Só mesmo à conta da Corrida, o conseguiríamos fazer.
A partida era dada em Sete Rios e a chegada estava programada para a Praça dos Restauradores. Entre um ponto e outro, os atletas passavam pela Praça de Espanha, Campo Pequeno, Campo Grande (Viragem), Saldanha, Marquês e Avenida da Liberdade. Principalmente os 3 últimos quilómetros, favoreciam a obtenção de uma boa marca, mas isso… lá está, é só para quem tem um ritmo apuradinho que, obviamente não era o meu caso.
Senti-me satisfeito por ter feito a corrida em boas condições físicas, tendo terminado com 44m45s, posicionando-me na 620º posição.
Da Prova, digo que gostei, embora haja uns reparos que gostaria de fazer, mesmo repetindo aquilo que já foi dito por outros, principalmente a propósito da chegada. Mas o percurso, principalmente nos primeiros quilómetros (até Entrecampos) não era respeitado pelo grosso dos atletas que, por falta de balizamento e por falta de atitude cívica, encurtavam caminho. O percurso deve ser igual para todos.
À chegada, esteve instalada a confusão com os atletas a amontoarem-se à saída do funil, para receberem os brindes prometidos contra a devolução do chip. Funcionou deficientemente este sector, pois não previu que, uma prova curta é propícia a um acumular de gente, se não for assegurado um “escoamento” eficaz. Depois, há os que não têm paciência para se sujeitarem àquilo e “saltam fora” e surgem os mais exaltados a “descarregarem” a ira junto do rapaz que recebia os chips, vociferando impropérios tipo : “- isto está muito mal organizado! Tenho ido a muitas provas e não é nada disto! Eu, se acho que está mal falo, não é como alguns que vêem as coisas e ficam calados!” Perante isto eu, rodeado de gente e de “vapor”, por todos os lados não me contive, e disse-lhe:”- Concordo consigo, que isto está mal, mas você está a reclamar no sítio errado. Este homem (o dos chips) está a cumprir a sua função e não é ele que tem de ouvir os protestos. Acho bem que reclame, mas não aqui!” Ficou a olhar para mim e depois disse: “- Mas eu vou escrever para os gajos! Que isto é uma vergonha!”.
Não me competia – e até seria “arriscado” - estar ali a procurar defender o indefensável. Fiquei apenas a pensar como é fácil falhar em pormenores que são tão fáceis de resolver. Quantas questões complexas inerentes a esta Prova foram resolvidas sem que se desse por elas e depois, deixa-se que “escape” um detalhe que pode ser determinante na sua imagem?
Tive pena que isto tivesse acontecido. Se houver quem queira apurar responsabilidades, faça favor.
Em conclusão, detalhes são detalhes, mas a essência da Corrida esteve lá toda e eu gostei de lá ter estado. Voltaria se a Prova se repetisse.
sexta-feira, 19 de dezembro de 2008
O Ano de Nelson
“Eu estava do outro lado da pista e seguia atentamente a Prova ! No final, podia-me dar para exteriorizar a grande alegria que senti naquele momento, saltando, gritando, levantando os braços em sinal de vitória ! Mas não ! Fiquei ali, quietinho ! Não quis que a emoção me impedisse de sorver aquele momento! Interiorizei-o e vivi-o intensamente!”
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
Poema em Linha Recta
Hoje trago-vos um poema a sério
Nascido do grande génio pessoano.
Para reflectirmos um bocadinho :
POEMA EM LINHA RECTA (Álvaro de Campos)
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e erróneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
O Encontro a que faltei
Lançou no ciberespaço a sã corrida
Em breves testemunhos e a lição
De quem vê que o correr melhora a vida.
Formou-se assim uma “constelação”
Que nos céus de Tomar, aparecida,
Revelou seus poderes extraordinários,
Ou não fosse essa a “Terra dos Templários”?
E o pobre “cidadão” faltou à festa
Que a família blogueira prometia
E tendo lamentado, só lhe resta
Esperar p’la conjuntura noutro dia.
É que a “dança dos astros” nos empresta
Sólidas amizades e alegria.
Que cálculos complexos ditarão
O local para uma nova “observação”?
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
23ª Maratona de Lisboa - III
Tinha um velho professor que dizia que havia doenças que se curavam espontaneamente, outras por acção da terapêutica e outras ainda, apesar da terapêutica.
A verdade é que a Maratona de Lisboa cresceu e bateu um record de participações nunca dantes visto cá pelas bandas: mais de mil! Mas gostava que esse crescimento não tivesse sido "apesar da terapêutica"!
No essencial, posso dizer que a Organização esteve bem ( e não terá sido nada fácil organizar este "4 em 1" na capital ) mas, com toda a sinceridade, haverá aspectos que precisam ser melhorados.
Cada vez mais a componente lúdica de uma maratona vai assumindo um papel decisivo na sua interacção na comunidade e na apreciação final do evento. Não faltarão, por esse mundo fora, elementos que permitam fazer a comparação entre a grandiosidade de uns e a pequenez de outros e provado foi que muito mais de metade dos participantes na Maratona de Lisboa vieram da estranja e conhecem o que, neste tipo de eventos, por lá se faz. Vale-nos o facto de a cultura desportiva dos visitantes lhes permitir ficar satisfeitos com o "essencial", relegando para segundo plano a tal envolvência lúdica a que antes me referi. Têm, em Lisboa uma cidade bonita, barata, com uma temperatura amena nesta altura do ano - logo, um destino turístico-desportivo preferencial. Gostam de correr e… havia Corrida! Era o bastante! Foram centenas que quiseram vir demonstrar aos portugueses que não existe razão para se temer a maratona. Sem eles seriam umas escassas três ou quatro centenas de "desmiolados" lusos. Mesmo que não fosse por mais nada, (e também não é que tenha ouvido qualquer tipo de queixa) penso que Lisboa deveria tê-los acolhido de braços abertos, pois aliaram ao turismo uma função pedagógica que devemos reter.
Certamente que a Organização soube lidar com a situação mas, para os portugueses atentos , não era isso que transparecia. Nós sabíamos onde levantar os dorsais : na Rua do Arsenal, no Wellcomecenter , mas a porta de entrada passava despercebida (!) pois não havia qualquer elemento decorativo assinalando a festa. E eles ? Apenas um A4 em inglês e outro em francês, colados toscamente numa prancheta de expor os menus no exterior dos restaurantes. Entrava-se e aquilo que poderia ser um local de encontro proporcionado pela entrega dos dorsais, a "Feira da Maratona", apresentava-se nu. Os dorsais eram rapidamente entregues (ponto positivo), confirmávamos o chip, tomávamos um cafezinho para fazer horas, adquiríamos uma recordação no stand de merchandising, dávamos uma olhadela pelo mapa do percurso afixado na parede e pronto… já não estávamos ali a fazer nada.
Pareceu-me demasiado pobre a feira em contra-ponto com o crescimento que a Maratona teve este ano. Outros aspectos:
Pasta Party : A tenda na Praça do Comércio até serve, para o efeito, mas fica muito dependente das condições climatéricas, sempre inseguras. Quem estava à espera na rua, em caso de chuva, "desopilaria" e iria comer massa para outro lado mais abrigado. As "simpáticas sevilhanas" animaram o ambiente, mas… estamos em Lisboa pelo que seria mais apropriado mostrarmos qualquer coisa nossa.
Guarda-roupa : Não usei, pois deixei o carro relativamente perto. Mas vi que, quando estavam a ser 9h, havia uma fila interminável de atletas para entregar os sacos que seriam guardados na tenda. Não terá havido demasiada parcimónia na recepção dos sacos ?! É que, desde que identificados com o nº do dorsal (e isso seria elementar) os sacos poderiam ser arrumados depois pelos voluntários durante a prova.
Animação : Não dei por nada. Compreendo, no entanto, que as condições climatéricas complicariam qualquer acção, mas não se vislumbrou qualquer tentativa de actuação de um qualquer grupo musical.
Meia Maratona : Para os atletas apostados num tempo próximo do meu (3,30) acho que até foi bom usufruírem da companhia de colegas mais "frescos" nos últimos km, mas compreendo que, para os que iam mais rápido, não terá sido nada agradável, ziguezaguear num pelotão compacto que lhes surgiu pela frente. Fazer só a Maratona ? Fazer a Meia em sentido contrário ? É, de facto, difícil agradar a todos! Sair ao mesmo tempo, como era dantes (ou 5 minutos depois) parece-me o melhor, pois termina a Meia e os que continuam em prova sabe-se que pertencem à Maratona e o facto de "atravessarem o deserto" sem companhia, vai sendo menos notado, dado o aumento do número de maratonistas.
Estafeta : A grande novidade do ano. Parece que resultou, havendo apenas que acautelar mais o transporte dos atletas para as zonas de transmissão.
Mas o que envolve a organização de uma Maratona é todo um mundo de preocupações, do qual elenquei apenas alguns aspectos que me chamaram a atenção e que, se não se tivessem verificado teriam tornado o evento mais rico. Não sabemos o que a Organização terá para nos dizer acerca do sucedido. Certamente haverá razões que o justificam: orçamento escasso, dificuldades de pessoal. A minha dúvida é se terá havido um forte empenhamento da Organização, para suprir as lacunas apontadas. Se houve e não conseguiu, aplaudo o esforço como se o tivessem conseguido. Se não houve, parece-me que são pontos a merecer uma maior atenção no próximo ano. De qualquer das formas, manter este evento e fazê-lo crescer é merecedor de conversas de estímulo e não de desânimo, mas os louvores devem ser sinceros. É mais útil uma crítica honesta e bem intencionada do que elogios hipócritas.
"Apesar" do que disse a Xistarca está de Parabéns porque não falhou no essencial e o acessório… é acessório.
Perguntam-me agora, se com esta conversa, eu seria capaz de fazer melhor?! Não,não era! Por isso calo-me já.
terça-feira, 9 de dezembro de 2008
23ª Maratona de Lisboa -II
Tinha ido para Lisboa com o Carlos Neto e com o Manuel Faísca, que acabei por "perder de vista" depois que fui ter com os meus colegas de equipa, para a foto de família .
Em prova, no primeiro km chega-se a mim o Helder Francisco que, há duas semanas tinha feito a Maratona de Bangkoke (onde ele se encontra a trabalhar) e que me contou uma particularidade cuiriosa dessa prova: é disputada às duas da manhã (para evitar problemas de trânsito e fugir à poluição). Não está mal pensado, não senhor. Passo pelos meus colegas de equipa Tam Afonso e Virgílio Madeira, que iam mais à cautela". Estávamos a andar a 4,45 e, nisto, passa por nós o Luis Sousa, dizendo que assim dava para terminar em 3,16 ! é lá!!! ... e as contas até eram capazes de estar certas, mas sabia que seria um andamento "suicida". O Helder ficou, mas eu fui continuando pois sentia-me bem. A Maratona deve ser feita num andamento muito próprio sem a preocupação de nos regularmos pelo dos outros. Mas há sempre momentos em que nos parece que um corredor que nos acaba de ultrapassar, afinal até vai num ritmo bastante confortável e lá se fazem 2 ou 3 km "na cola" até que se toma a noção de que é capaz de ser "muito" e o melhor é não ir ao engodo. Após o retorno dos 10km aparece junto de mim o Venceslau Jesus, do Machada Runners, que ia num bom ritmo. Ainda fui com ele até aos 17km, mas deixei-o ir embora, pois vi que "era muita fruta". Entretanto já tinha passado o António Belo, em passo curto mas rápido que só dá para "ver ao longe" ( e acabou em 3,15!!!).
Aos 25 km.avisto o Luis Sousa que estava em forte quebra e deixou-me seguir. Com o retorno dos 27 km aumentavam as dificuldades, pois voltávamos a ter o vento de frente.
Eis que sou novamente "caçado" pelo Helder Francisco que soube dosear o esforço muito melhor que eu. Alí para as bandas do Cais do Sodré, cerca dos 35km passo o José Valentim que, ia mais lento. Em sentido contrário, vinham uma série de altetas que apontavam para as 3h, empenhadíssimos e concentrados, que nem respondiam ao meu grito(Herculano Araújo, Jorge Serra, Nuno Espírito Santo, Luis Mota) . Chego então ao desejado retorno dos 37km, na esperança que o vento desse uma ajudinha. E deu! pouca, mas deu! Vou vendo, agora, os que iam atrás de mim. Uns a ganharem-me terreno outros nem tanto. Eis que aos 39km (conforme disse no post anterior) aparece ao pé de mim o Joaquim Adelino, decidido a "fazer-me forte" para não claudicar nos últimos metros. Tirou-me o retrato e tudo (que ainda não consegui copiar do seu blogue ).Um pouco mais de esforço e …a entrada triunfal na Praça do Comércio.
Depois... acabou.
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
23ª Maratona de Lisboa - I
A manhã, não estava grande coisa, pairando no ar a ameaça de chuva. Mas o que choveu foi pouco. O vento foi mais perturbador.
Às 9h soa o tiro da partida e sai da Praça do Comércio em direcção ao Dafundo, o maior pelotão de maratonistas alguma vez visto em Portugal (mais de mil!). Até ao 1º retorno, aos 10 km, o vento, sendo “de caras” não facilitava as coisas. Valia-nos a esperança de que, ao virarmos, teríamos muitos kms em que beneficiaríamos de um empurrãozinho.
Pensava eu que, à Meia Maratona iria passar com 1,41 a 1,43, o que representaria cerca de 4,55/km! Contra o vento, reparo que estava a andar a 4,45/km! A favor não haveria razão para baixar. Ou haveria?
Meia Maratona : 1,39 ! Ah valente! Para quem andou p’raí a dizer que até à Meia, a Maratona devia ser encarada como um “aquecimento” estava “um rapazão”! Seria inevitável o estoiro, pois eu sabia bem que não tinha treinos longos e os que fiz foram curtos, fracos e poucos!
Abrando e ponho-me a andar a 5m/km, pois sabia que a partir do retorno dos 27Km, teria 10 km muito mais difíceis que os primeiros 10, porque a frescura não era a mesma e porque não havia tantos atletas para nos abrigar como no início. Os que iam “aparecendo” eram da Meia Maratona (que tinham partido 1,30h depois de nós) e para aproveitar o “abrigo” teria de reduzir o andamento, o que seria ruinoso. Procuro estar mais atento ao relógio, para me aperceber a tempo da esperada quebra de ritmo. Aguentei bem com 5,10/5,15 até final, tendo nos 3 últimos km recebido a ajuda preciosa do amigo Joaquim Adelino que não me deixou desmoralizar quando ia surgindo a decadência da vontade própria. Obrigado, Adelino! Aos 40km estava o meu colega Paulo Torrão, parado, pois tinha sido traído por caimbras (outra vez, Paulo?! É de galo. “Chega-lhe” com potássio e magnésio!!!). “Maratona para a esquerda, Meia para a direita” dizia o Joaquim Sobral para pôr ordem na chegada. Et voilà ! A passadeira, o “arco do triunfo”, um cronómetro pendente : 3,26,44 ! Missão cumprida!
Depois foi a descompressão, sentando-me numa cadeira para tirar o chip, cumprimentar alguns companheiros da jornada, um chazinho quente, 3 figos, um powerade, um saquito com uma banana , uma barra de cereais e um cubo de marmelada e... a medalha ao pescoço, testemunho fiel de mais uma “proeza” pessoal neste sedutor e mágico Mundo das Maratonas.
Voltarei para abordar outras questões .
domingo, 7 de dezembro de 2008
23ªMaratona de Lisboa-Algumas imagens
Todos os resultados :
http://www.revistaatletismo.com/maratona_files/res_marat08_geral.txt
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
A minha Equipa
Esta será a 3ª vez consecutiva que participo na Maratona de Lisboa, envergando a camisola da Açoreana, a única que passei a usar depois que em Dezembro de 2005, na 20ª Edição da Prova, o meu amigo Jorge Serra me convidou (para ser franco já não sei bem se foi ele que me convidou ou se fui eu me fiz convidado) para alinhar pela equipa. E fui ficando. Honro-me – embora com uma participação modesta - de pertencer a um grupo que foi crescendo, sendo um dos mais numerosos que animam as muitas provas de atletismo que se vão realizando no País e fora dele e nas várias distâncias possíveis, desde as curtas - mas saudáveis - caminhadas, até às ultramaratonas, sem se descurar a iniciação à corrida por parte das camadas jovens.Para lá da qualidade competitiva dos membros da equipa (e temos, no seu seio, grandes atletas) existe um agradável espírito de camaradagem que se vai fortalecendo em cada encontro. Cultiva-se a Amizade a par de se manter sempre vivo, em cada um de nós, o interesse pela prática desportiva regular.O Açoreana Clube Banif, ao reconhecer estes valores, está a prestar um importante contributo para o panorama desportivo nacional, marcando uma posição de destaque nas Provas em que participa e a dar ao grande público uma imagem simpática que deveria servir de exemplo a muitas outras entidades que se dizem “apostadas” em servir o Desporto.Se me é permitido, tiro o meu chapéu a quem segue tão notáveis princípios.
Eis a representação do
Açoreana Clube Banif na 23ª Maratona de Lisboa :
Na Maratona :
Rute Sousa
Francisco Pereira
Jorge Serra
Luís Sousa
Marco Malaguerra
Nuno Coelho
Nuno Espírito Santo
Paulo Pereira
Paulo Torrão
Rui Silva
Tam Afonso
Valter Cunha
Carolina Silva
Jorge Canteiro
Na Prova Aberta:
Ana Canaveira
A toda esta boa gente (eu incluído, pois claro) e aos outros amigos e amigas que irão participar, desejo uma excelente Prova.
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
Prémios Monetários nas Corridas
Fui dos que, durante muitos anos, achava que a atribuição de prémios monetários seria desvirtuante do espírito que se pretendia que as corridas para todos tivessem. Correria quem gostasse de correr e não quem quisesse fazer vida da corrida.
Porém, às tantas, acabei por vacilar neste princípio. Porquê?
É que o correr por gosto, sem exigir mais de nós do que aquilo que nos proporciona prazer, de facto, não precisa de dinheiro. Uma taxa de inscrição acessível já nos torna felizes e contentes.
Mas pensemos agora na modalidade Atletismo, na sua vertente do Fundo e Meio Fundo!
Os nossos primeiros planos, que para se manterem ao mais alto nível, precisam de treinar no duro, ter custos consideráveis com suplementação alimentar, etc, têm como único rendimento um magro subsídio da FPA. A menos que sejam mesmo “fora de série” e consigam umas receitas extra de publicidade e de cachés para participar em meetings. Teremos dois ou três atletas assim.
Ora, penso que as organizações, ao promoverem a corrida e torná-la ao alcance de um número crescente de pessoas, têm também o dever de colocar junto do pelotão os melhores valores que a modalidade tem, proporcionando-lhes, desta forma, a possibilidade de um rendimento extra que complemente, com inteira justiça, os magros subsídios federativos.
É que também cansa ouvirmos constantemente falar que o “Atletismo é o parente pobre do desporto nacional”.
Será errado que, à conta dos prémios para os primeiros, se descure o grosso do pelotão que apenas pretende ter um bocadinho de atenção por parte das organizações. Também será errado pensar que o que se poupasse nesses prémios iria contemplar muito mais gente.
Não nos esqueçamos que cada um tem o seu papel a desempenhar na modalidade.
Às organizações, como disse, competirá valorizar conforme lhe for possível, o esforço dos que melhor representam a modalidade. Se assim não fosse, as verbas que são colocadas à disposição dos atletas pela FPA, seriam manifestamente insuficientes para justificarem uma tal entrega à Corrida, que possibilite a todos nós, estarmos representados ao mais alto nível.
Devo dizer que existem grandes reticências por parte de alguns responsáveis, relativamente ao que acabo de referir. Há até quem considere que as Corridas de Estrada sejam referenciadas como factor de entrave ao desenvolvimento do nosso Fundo e Meio Fundo, pois se nas provas de pista não há prémios monetários, os atletas optam pelas de estrada...
No entender destes responsáveis, os atletas não precisariam de estímulo para atingirem a performance ideal. Discordo.
Em suma, os prémios monetários, na minha óptica, são uma espécie de justo contributo da “sociedade civil” para os nossos melhores atletas.
Porém, devo dizer que, se surgirem dificuldades financeiras às organizações, a primeira rubrica orçamental a ser reduzida, seria sempre a dos prémios monetários, nunca (ou só em último caso) qualquer das outras que se reflectisse no atleta de pelotão como perda de qualidade da prova .
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Mas há também as inquietações da vida que contribuem para a “perdição”, tirando-me o ânimo e a disposição para me meter às coisas.
O que vale é que vem aí a Maratona, que sempre dá para “espevitar” um bocadinho a pasmaceira em que me encontro. E, mais uma vez, lá vou eu correr os 42 e tal, com uma preparação muito…”repousada”. Se a coisa correr mal, de certeza que não será por “over training”, eheheh.
terça-feira, 25 de novembro de 2008
Lembrando a Maratona de Lisboa 2007
Em termos climatéricos, o dia esteve excelente : sol fraco, temperatura amena, sem chuva nem vento.
Cheguei cedo a Lisboa. Vou até à Praça do Comércio para me encontrar com o pessoal da equipa e outros amigos, receber o dorsal e o chip que ainda não tinha em meu poder. Nisto, estavam a ser 9 horas.
Saio com um certo cuidado na companhia do meu amigo Carlos Neto mas, apesar do cuidado, notámos que estávamos a andar a um ritmo muito mais rápido quer os 5'/km, pois a ideia era passar à Meia com 1,45 e terminar com 3,30.
Aos 10 Km, em vez dos 50' levávamos 46'! Mas, o que nos confundia era o facto de nos sentirmos bem e com margem. Chegámo-nos a uma dupla (atleta invisual e o seu guia) e vimos que aquela era uma passada muito bem controlada e optámos por ir ali.
Aos 15 km levávamos 1,09, mas começo a sentir uma leve pressão na planta do pé esquerdo e pensei logo : - acho que estou a arranjar uma bolha no pé. No Martim Moniz, aos 16km, resolvi parar e ajeitar a peúga, para ver se acondicionava melhor o pé. Pouco melhorou, mas deu para prosseguir, se bem que com um andamento mais moderado. Meia Maratona : 1,39! Lembrei-me que ainida há 3 semanas, na Nazaré, tinhas feito 1,43 e acabei prontinho! Não fora a bolha e continuava a sentir-me com força.
Aos 30Km, no abastecimento, páro,tiro o sapato e a peúga, lavo, volto a calçar e esboço uns passos de corrida. Terrível. Não dava. Tento ir descalço, mas ainda era pior, pelo que os 12 km que tinha pela frente iriam ser duros.
Aos 32, depois da passagem pela meta, vou ao carro, troco a peúga e o sapato e ponho na bolha, que tinha rebentado, uma coisa que eu pensava que era vaselina. Depois, pelo cheiro é que vi que afinal era um creme de massagem do Carlos Neto, que ardia, como o caraças. Com um sapato de cada casta, lá continuei a prova tentando, ao máximo, disfarçar a dor. Claro que, com tudo isto, o tempo fantástico que tinha feito na 1ª parte, já tinha sido todo deitado fora.
Porém, consegui manter uma passada mais lenta, mas regular, que me permitiu chegar à meta com 3,30,25, ou seja, apenas mais 25 segundos do que o objectivo que trazia e que, com toda a certeza, ficaria abaixo das 3,25, não fosse o infortúnio.
Mas fiquei satisfeito.
Da apreciação que faço desta prova, gostaria de realçar que a Pasta Party estava excelente quando comparada com 2006!
Terem utilizado copos com isostar nos abastecimentos, o que permite racionalizar melhor o produto e, na verdade, ninguém necessita de maior quantidade do que aquela que foi posta nos copos. É que é uma "dor de alma" o desperdício que se tem visto por aí. Quando se referem aos aspectos higiénicos parece-me que não são relevantes.
A única coisa que não gostei foi o excesso de zelo com que o abastecimento dos 35 km funcionou, proibindo que, após o retorno, aos 39Km, os atletas pudessem ter uma garrafinha de água, porque a teriam aos 40Km! Tratando-se de um período crítico para os atletas, seria um bom serviço que lhes se lhes prestava. Mas se, de todo, isso criasse confusão, seria melhor, fazer o abastecimento aos 34,5Km e aos 39,5Km, pois num único ponto refrescava-se os que iam e os que vinham.
A animação, já se sabe, não havendo dinheiro, "não há palhaços". Mesmo assim, viram-se alguns na 24 de Julho, que iam largando umas bocas (umas mais engraçadas que outras) que sempre divertiam os atletas.
Para já, é o que me ocorre dizer sobre a 22ª Maratona de Lisboa, mas não quero terminar sem dar os Parabéns à Organização por mais um excelente trabalho.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Maratona : Prós e Contras
Dei por mim a rever um interessante debate entre os defensores e os cépticos da maratona no forum de o mundo da corrida, em 2006. Aqui vos deixo o link para os que tiverem curiosidade . O tópico era denominado " Como cativar novos maratonistas!?" e constituíu um enorme sucesso.
http://www.omundodacorrida.com/phpBB2/showthread.php?t=3654
... e estaria ainda para durar...
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
PUUUUM !!!!!
(Da carta de Pêro Vaz de Caminha a El Rei D. Manuel, sobre o achamento do Brasil)
Qual mar imenso e qual casca de noz,
O blogue bem singelo em que me entrego
É garrafa que leva a minha voz.
Sem pressas, à deriva, eis que lá chego
À Terra, feita de benditos pós,
De Vera Cruz, mais tarde, do Brasil
Onde um que se semeia, vai dar mil.
domingo, 16 de novembro de 2008
Não é p'ra me gabar...
A dada altura, o Presidente da Associação de Atletismo de Lisboa referiu, entre outras coisas, que a crise do meio fundo e fundo se devia a factores intrínsecos à FPA e a factores exógenos, como a “atomização dos treinadores” ( quase que cada atleta tem o seu treinador), à “proliferação das provas de estrada”...
Eu gosto de passar despercebido, mas entendi que não podia deixar passar esta afirmação. Seria minha obrigação contestá-la, pelo que pedi a palavra e disse o seguinte :
“- Pretendo apenas referir-me à intervenção do Dr. Marcel Almeida, quando colocou entre os factores responsáveis pela crise do meio fundo e fundo, as provas de estrada. Posso estar errado, mas discordo desta afirmação pois entendo que se não fossem as provas de estrada o nosso atletismo estaria ainda pior.Não devemos esquecer-nos que o número de pistas existentes não cobre satisfatoriamente o território nacional. Eu próprio, que moro a 30 Km de Lisboa, se quiser correr em pista precisarei de andar 20 Km! “
O Dr. Marcel Almeida esclareceu que o que dissera era que as provas de estrada desviavam os atletas das pistas. (Será muito diferente?)
Da parte da mesa é feita uma intervenção por parte do Arq. Luis Leite, dirigindo-se especificamente ao presidente da APOPA dizendo que, “ tinha estado a analisar os números europeus e constatei que, em termos de meia maratona, em Portugal existem 10 atletas no top 40 da Europa, enquanto nas outras disciplinas existe apenas um ou dois. E mais não digo!”
Achei interessante esta informação, mas, com toda a franqueza, não vi relação com aquilo que eu tinha dito. Mas aquele “e mais não digo” deixou-me a matutar.
Já a caminho de casa é que se fez luz na minha cabeça e constatei que sou mesmo de compreensão lenta!!!
Lembram-se de um texto que eu pus no Cidadão de Corrida, quando o Samuel Wanjiru ganhou a Maratona dos JO de Pequim, texto esse que o Prof. Mário Machado publicou no último nº da Spiridon? Passo a transcrevê-lo :
O Samuel é um “chavalo” que hoje tem 21 anos, e que, desde muito cedo, se habituou a correr quilómetros e quilómetros lá pelos campos do corno de África. Há cerca de 2 anos, na Holanda , ainda com idade de júnior, cometeu a proeza de bater o record do Mundo da Meia Maratona !Agora, em Pequim, bateu , em quase 3 minutos, o Record Olímpico da Maratona, de que o nosso Carlos Lopes foi detentor durante 24 anos!Refiro-me apenas a dois espectaculares feitos do Samuel só para dizer que isso nunca teria sido possível se ele tivesse nascido em Portugal, onde um junior, não pode ter a “veleidade” de querer correr uma meia maratona!Entretanto, os resultados do nosso fundo e meio fundo, estão mesmo... a bater no fundo.Talvez o Samuel faça reabrir o “dossiê” da discussão em volta do tema.Se se provar que é a saúde do jovem atleta que corre riscos, então, que fique tudo como está. Mas o que parece claro é que esta teimosa interdição dos jovens em participar em provas com mais de 10 Km, impossibilita o aparecimento de novos valores na maratona.De ambos os lados da questão sei que existem sérias convicções, mas o que é visível é que no tempo de vigência desta lei , o “fundista” português é uma espécie em vias de extinção. Pode ser só coincidência, mas custava tentar ?
Ora, aquele “mais não digo” -suponho eu - era uma espécie de contraponto ao que eu dissera neste texto: Afinal, o nosso fundo não estava nada no “fundo”, pois havia 10 meio-maratonistas nos 40 mais da Europa. E isso é bom !
Subtilmente, o que o Arquitecto me disse, afinal, podia ter a seguinte leitura : “Olha lá, meu, andas p’raí com apontamentos desbocados, mas os números provam que afinal, o nosso fundo está bem melhor que qualquer das outras disciplinas, o que demonstra que estamos a trabalhar bem”.
Imaginam, agora, a minha cara de parvo a perceber isto só duas horas depois !
terça-feira, 11 de novembro de 2008
Nazaré e Guarda-louça
Permitam-me agora que brinque com os "Pratos da Vovó", que há algum tempo "passou" no Palavras de Corredor.
É que os pratos ganhos na Nazaré, por já serem tantos e ...nunca usados, fizeram-me lembrar o excelente poema de António Roberto Fernandes.
A moral da estória não tem nada a ver, mas... é só para "aparvalhar" um bocadinho.
Os Pratos do ... "Vovô"
Eu vou guardando, com muita alegria
Muitos pratos, lindíssimos de louça
Que ganhei como prémio pela “coça”
Que levei sempre que a “Mãe” por lá me via.
É que era a minha idade, ainda moça
Quando a “Mãe” me chamou, num belo dia
Para saber se a Meia aguentaria
Ou se eu iria fazer asneira grossa.
Corri. E desde então, pela Corrida
Faço a visita anual bem merecida
A quem lançou a ideia... ainda pirata.
Trinta anos passaram! Uma vida
Contada em tantos pratos, colorida,
E que a Corrida não deixou ser chata.
domingo, 9 de novembro de 2008
34ª Meia Maratona da Nazaré
Mas... o que me leva à Nazaré ? Muito provavelmente, serão as mesmas razões que assistem a muitos outros, sobretudo aqueles que assistiram ainda aos seus tempos áureos, em que uma Organização pioneira, bem preparada, conseguia, sem as tecnologias de hoje, dar conta do recado, controlando e classificando vários milhares de atletas. Confesso que fiquei, até, embasbacado com a gigantesca máquina organizativa daquela 4ª edição, em 1978 e seguintes!
Estamos, agora, em 2008! Da Edição deste ano, mereceram reparo alguns aspectos a que, a Organização, apesar de merecer justíssimas felicitações pelo seu empenho e pela longevidade da Meia Maratona da Nazaré, deverá estar atenta.
Começo por referir-me aos factores positivos :
-Inscrições : As inscrições on-line, facilitam bastante o processo e, temos que admitir, que a tendência será para uma massificação deste sistema;
-Dorsais Personalizados – Excelente! Não sendo novidade, é uma mais valia que contribui significativamente para um melhor conhecimento entre os intervenientes na Prova;
-Quilómetros bem marcados;
-Bons abastecimentos;
-Rápido funil de saída;
-Saco com a tradicional prato de porcelana, uma bonita camisola, um bloco de notas com o logo da prova e a revigorante broazinha de mel;
-Água sem restrições.
Factores negativos:
-Inscrições – elevado custo não só na Meia Maratona, mas também nas outras Provas acessórias.
-Perigo no Percurso : aos dois km, quando o pelotão circulava ainda bastante compacto, existência de diversas grades no meio do percurso com os quais os atletas eram surpreendidos e à menor distracção chocavam com elas, ferindo-se. Descuido que poderia ter sido evitado.
Sempre me senti bem tratado na Nazaré e irei continuar a lá ir. O que me entristece é ouvir comentários desagradáveis (alguns, com razão, como os que referi) que não se compadecem com o voluntarismo comprovadamente competente que tem sido exibido por uma Organização que vive, de uma forma muito intensa, todos os trabalhos necessários para pôr de pé esta Meia Maratona da Nazaré. Desde 1975 !
Não basta ter o Sítio ali ao pé. É preciso tê-los no sítio!
PARABÉNS, NAZARÉ !
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
Um Dia Negro
Eras o meu companheiro do ”Pão-por-Deus” com quem, em cada dia 1 de Novembro percorria as casas da aldeia em busca das guloseimas que, na altura, tanto escasseavam.
Fizemos um percurso muitas vezes juntos, desde a infância até hoje. Profundo sabedor de tudo quanto fosse Desporto, eras um amigo de forte personalidade que, mesmo sem gostar de correr, estiveste ligado ao nascimento da Meia Maratona de S. João das Lampas e até à 25ª Edição, sempre foste um dos seus principais dirigentes! E conselheiro. Guardo, de ti, muitas e boas recordações. Só não te perdoo um dia me teres dito que eu nunca seria um bom guarda-redes(!), mas… lá tinhas as tuas razões.
Hoje, subitamente, enquanto trabalhavas tirando medidas, caíste inanimado, para não mais dares qualquer sinal de vida. Sem o saberes, “medias” o tempo que te estava destinado. Companheiro e amigo “Ninhas”, chegaste ao fim da linha poucos dias após entrares na casa dos 53, que por pouco tempo, ainda é a minha.
A notícia correu célere e não havia quem soubesse, de fonte segura, se era verdadeira. Desejava-se que fosse um boato de mau gosto. Veio depois a confirmação violenta e cruel, como se nos tivessem tirado uma parte da nossa existência. Incrédulos, todos os que contigo privaram tantos momentos, vêem-se voltados para dentro, tomando consciência de quão breve e incerta é a nossa passagem.
Amigo, vais ser sempre lembrado por quem te conheceu pois deixaste a tua “marca” nesta terra e nos corações desta gente. Recuso-me a aceitar que tu partiste.
Um Grande Abraço.
Fernando Andrade
(Para ti, Roni Peterson)
5ª Maratona do Porto -III
Só próximo dos 40km acreditei que já não iria ter quebras e ainda me cruzo com o Torrão (que já vinha em sentido contrário), e que entretanto se tinha visto a braços com caimbras.
Continuava a sentir-me com força para subir aquele “restinho” da Avenida da Boa Vista onde várias pessoas nos incentivavam pronunciando o nome inscrito no dorsal. E que ânimo isso nos dava !
O pórtico, a última curva e… lá estava a Meta: 3.27.15 !!!
Medalha ao peito e eis-me na zona de descompressão, feliz da vida, sem as náuseas que às vezes me atormentam quando exagero no esforço.
Dois dedos de conversa com amigos enquanto se espera por outros, as merecidas felicitações ao Jorge Teixeira, saquinho ao ombro e lá vamos até ao camião-guarda –roupa antes de entrarmos no autocarro para o regresso ao hotel.
Caía o pano sobre esta extraordinária Maratona que conquistou um lugar de destaque entre as grandes provas internacionais e à qual, enquanto puder, não deixarei de marcar presença.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
5ª Maratona do Porto -II
Estavam a ser 9 horas! Num gesto que se regista com satisfação, os atletas, com uma prolongada salva de palmas, agradeciam à Organização, de uma forma simples, mas franca, o gigantesco trabalho e competência que é necessário para pôr de pé, esta Maratona que, com grande entrega, lhes era destinada.
Um helicóptero pairava sobre nós, preparado para captar imagens da partida. À frente saíam os da Maratona, a seguir os da Prova de 14 Km e por fim, os da caminhada, de 6 km.
Ouviu-se um tiro ! Um cumprimento ao Cláudio e ao Faísca e o desejo de uma boa prova a todos e... lá vamos nós enfrentar o “mostrengo” para muitos, mas que vem a revelar-se uma “atracção” cada vez para mais gente.
As contas estavam feitas (embora o Cláudio estivesse um bocadinho renitente em aceitá-las) : a 5 minutos por Km, faríamos a prova em 3,30h ! Como ele levava um cronómetro daqueles que apita em cada km, avisou logo que, o primeiro km ia demasiado lento. Não admira : pelotão ainda compacto e uma subida de cerca de 500m...Havia tempo para recuperar, mas abriu-se um bocadinho o passo e ao 2º km já estava tudo certinho. (Isto é coisa que não se deve fazer, mas pronto...). Estávamos a passar à Casa da Música quando passamos pelo João Hébil que ia calmamente com o seu amigo Javier e não se deixou impressionar pelo nosso andamento (e bem, pois no próximo Domingo vai fazer a Maratona de Nova Yorque e tinha de se controlar). Pela Avenida da Boa Vista abaixo, mesmo a travar íamos com um ritmo muito mais rápido que o previsto, mas como nenhum de nós ia em esforço –por ser a descer, certamente- lá nos deixámos ir a “amealhar”, dizíamos na brincadeira, porque sabíamos que poderíamos vir a ter de gastar todas as “economias” feitas. Aos 7 km, diz o Cláudio: - já “amealhámos” um minuto em 7 km! Daqui a bocado, vai ser 1 km em 7 minutos!”. Rimos, mas sabendo que era muito provável que assim acontecesse.
Na passagem pelo Edifício Transparente, quando nos cruzámos com os atletas que vinham em sentido contrário, “marcámos” alguns conhecidos que, até aos 15 km, conseguimos apanhar, pois ainda íamos na fase de “amealhar”. Passámos pelo Tigre, pelo Vitor Silva e Zé Magro e juntámo-nos a um pelotão com malta do Real Academia e onde iam os meus colegas de equipa, Jorge Serra e o Paulo Torrão que continuaram connosco mantendo o ritmo e o tal pelotão que tinha, talvez, uns dez atletas, desfez-se, ficando apenas nós cinco.
Meia Maratona : 1,40,30! O “mealheiro” ainda ia receber umas “moedinhas”. Entre os 21km (Afurada) e os 25km (Ponte D. Luis) assiste-se a cenas pouco recomendáveis, com ciclistas pouco atentos, a esquecerem-se que havia atletas nos dois sentidos.
-Estamos a “andar” para 3,20! dizia o Jorge Serra !
-Eh lá- disse eu
- Daqui a bocado ouve-se um estoiro, dizia o Cláudio.
–Estoiro vai haver de certeza - disse eu – ou rebentamos nós, ou rebentam foguetes por termos feito uma grande prova !
-Acredito mais na 1ª hipótese – disse o Cláudio.
Na Ponte, vejo o Paulo Quaresma, a passo e lembrei-me que, em 2007, tinha sido precisamente ali que me pus também a caminhar ...e ia com mais 4 minutos que este ano !
Mas agora sentia-me bem. Ainda ! Vejo o Luis Mota, que vinha do retorno dos 28 e pareceu-me que vinha em quebra, pois na Afurada ele tinha passado com outro andamento. Ainda lhe dei um grito, mas não sei se ele ouviu, pois já devia de vir a apelar a toda a concentração possível. Apanhámos o Zé Valentim (que se meteu em "aventuras de copos"na véspera) que vinha também em dificuldade.
O Jorge Serra diz ao Paulo Torrão para seguir no meu ritmo, que ele já recuperava e eu achei logo estranho: -mau! Estou mesmo a ir depressa demais-! Resolvi abrandar por vontade própria, antes que fosse obrigado a fazê-lo e perguntei ao Cláudio, que estava a revelar alguma dificuldade, como é que iam “as contas” :
-Já estamos a gastar do “mealheiro”! disse ele - vamos ver até onde é que chega!
O Torrão “desapareceu-me” da vista e o Jorge Serra arrancou atrás dele. Estávamos pelos 29km. Ainda havia muito km pela frente. O Faísca que parecia ter energia para ir para a frente, foi-se abaixo e o Cláudio abrandou. Pensei : -bom, se eu reduzo agora, estou feito. Vou ter de continuar com o passo que trago!
(...continua...)
5ª Maratona do Porto -I-
Talvez ainda estonteado pelo meu “tempo-canhão”(eheheh) na Maratona do Porto, e pela “acumulação de ácido láctico nos músculos e… no cérebro”(eheheh outra vez) lá vou eu adiando aquilo que tem de ser feito e que merece ser feito: um relato da minha 5ª participação nesta grande Maratona.
Faltavam 3 dias para a prova quando o meu amigo Carlos Neto me telefona desolado, a dizer que, por razões profissionais inadiáveis não podia mesmo ir ao Porto !
Lembrei-me então do autocarro que a Runporto tinha colocado à disposição dos atletas para viajar de Lisboa para o Porto e soube que havia ainda lugares disponíveis, pelo que o problema da deslocação ficava resolvido. E bem resolvido, pois constatei que uma facilidade destas posta à disposição dos maratonistas e acompanhantes, não é coisa comum de se ver.
Chegados ao Porto, o autocarro estaciona junto à Feira da Maratona, no Palácio de Cristal e é marcada a hora da partida para o hotel, com margem suficiente para se desfrutar daquele ambiente de que tanto gostamos e onde aproveitamos para levantar o dorsal e o kit da Prova, almoçar uma excelente “pasta”, visitar os stands de material desportivo, da Maratona de Madrid 2009, obter o diploma e rever imagens da edição anterior, exposição de automóveis, um enorme “mupi” anunciando já a 6ª edição (!), aconselhamento psicológico aos maratonistas, etc. Tive oportunidade de dar um abraço ao “pai” desta grande Prova, Jorge Teixeira que me deu a honra de ser apresentado ao Director da Maratona de Madrid.
O tempo passou rápido e, quando dei por mim já o autocarro estava à minha espera, para nos conduzir ao hotel.
Na manhã do dia seguinte – e tendo em atenção a mudança para a hora de inverno – às 7,30h seríamos levados, também de autocarro, ao local da partida.
Depois de uma noite bem dormida, o dia amanheceu sereno. Corria apenas uma ligeira brisa fresquinha mas que indiciava vir a transformar-se em calor lá mais para o meio-dia.
Combinam-se estratégias e, curiosamente, quase todos apontavam para as 3,30h como tempo desejado. Daria para se formar um bom pelotão a que só faltaria o balãozinho atado por um fio à cintura de um, como clássica identificação para o marcador de ritmo, que é importante principalmente para os estreantes – e eram muitos.
Cedo chegámos ao local da partida e, à nossa espera, lá estava a tenda do cafezinho. Naquela hora que antecedeu a partida houve oportunidade para reencontrar amigos e conhecer finalmente o Miguel Paiva, que se tinha preparado especialmente para fazer a sua estreia na maratona, tal como o António Almeida. Pudemos, então trocar algumas impressões sobre andamentos, margem de “reserva”, equilíbrio, combate à saturação, procurando ter presente que a prova só “começaria” aos 21km. Algumas fotos e, quando ia entregar o saco da roupa, encontro o Jorge Serra e o Paulo Torrão da minha equipa: Açoreana Clube Banif e com a máquina de amigos de Madrid (Javier Almenderia e João Hébil), ainda conseguimos um “boneco” da equipa, que espero, me seja enviado.
Era, agora, tempo de ir para a zona reservada aos maratonistas. Ainda ouvimos a Vanessa Fernandes, o Carlos Lopes e a Aurora Cunha darem o seu incentivo e a verdade é que, junto a mim, já só tinha os meus amigos Cláudio e o Faísca. Olhei em redor e não vi o Paiva nem o Almeida, pois tinha alguma curiosidade em acompanhar estas duas estreias, que tinham fortíssimas possibilidades de fazerem, connosco, um tempo a rondar as 3,30. Com pena minha, não os vi.
(continua)
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Recordando PORTO 2007
Em 2007, foi assim :
Antes da Partida com os amigos João Hébil,Zen e Ana Pereira
Na ponte, com o Cláudio
Agora, que estava a correr bem, acabou-se...
Tudo bem até meio, mas depois, "substituí" a corrida por um também agradável passeio na margem direita do Douro. Dos 25km até aos 35km caminhei 4 km (!!!) a recuperar energias que tinham sido mal calculadas. Depois, nos últimos km ate corri bem e acabei “em beleza”… e pelo meu próprio pé, como convém ! O tempo é que… coiso : 4,08,45(!) muito ao estilo da grande maioria dos atletas nas grandes maratonas internacionais.
Temos de encontrar sempre algo de positivo nas coisas que fazemos, mesmo que seja preciso “remexer muito”.
terça-feira, 21 de outubro de 2008
5ª Maratona do Porto
Vou à procura do "penta" !
É já Domingo que, na Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta Cidade do Porto percorrerei os 42195m a correr, para conseguir tão "importante galardão".
Não vai ser preciso travar grande luta. É tudo uma questão de saber esperar, correndo, com paciência e sobretudo, autocontrolo. Saber "travar" o entusiasmo inicial, para não me "arrastar" nos quilómetros finais. O encanto da Maratona está precisamente aí : em saber deixar uma "reserva" porque vamos, de certeza, precisar dela. E quem gosta de corrida retira mais prazer dela se for longa.
Marcar um objectivo realista, em concordância com o treino efectuado é outro dos factores a não descurar. Não adianta apontar para uma grande marca se se sabe que a preparação efectuada foi fraquita. Não irei esquecer uma ou duas saquetas de gel, pois a partir dos 20km já sei que é preciso um "reforço" energético.
Enfim, será com grande alegria que, mais uma vez, alinharei na Maratona do Porto.
A todos os que também lá forem, desejo que acabem a prova com a satisfação do "dever" cumprido e, principalmente para os estreantes na distância, quero dar as boas vindas ao fantástico Mundo da Maratona.
domingo, 19 de outubro de 2008
Corrida do Tejo
Já depois de 1,15h de prova
O show da Farra Fanfarra
À “margem”, na Marginal
Fui “ver” o Tejo. Não tinha conseguido a inscrição, mas não quis que isso fosse motivo para lá não ir. Deixei o carro em Oeiras, dei uma voltinha pela zona de chegada e, quando eram 8,20h pus-me a correr calmamente até Algés, para depois, acompanhando os dez mil (!) inscritos, voltar para Oeiras. Faria assim qualquer coisa parecida com 20 Km, óptimo treino para a Maratona do Porto.
O vermelho (ou encarnado, como queiram) ia ganhando expressão, enchendo as ruas e, de forma mais compacta, na zona da partida. A Farra Fanfarra, no Largo de Algés, estava a dar um verdadeiro espectáculo! Parei ali e fiquei a ver (e a ouvir) até que concluisse a actuação, o grupo que, de uma forma muito bem humorada, oferecia músicas bem conhecidas de todos e punha toda a gente bem disposta. Um primeiro sinal muito positivo.
Por razões óbvias, não entrei em nenhuma das portas de acesso à partida e fiquei cá por fora a observar. Queria tirar umas fotos, mas a bateria foi-se...
Dado o tiro da partida, passam “disparados” os primeiros atletas e, depois, de forma mais compacta, o enorme pelotão. Fui corricando pela berma, devagar, até que o andamento me permitisse integrar o “vermelhão”.
De dois em 2 Km havia animação. É justo que se diga que, das várias provas em que tenho participado no País, a Corrida do Tejo, em termos de animação, supera todas as outras.
Rapidamente chegámos à Praia da Torre. O cronómetro da meta marcava, 47,30.
Por tudo aquilo que constatei, é uma Prova que merece a nota máxima, a todos os níveis. Não lhe vi defeito algum.
Digam lá o que disserem acerca do Isaltino, em termos de desporto, de facto temos que reconhecer alguma verdade no slogan “Oeiras marca a diferença”.
A todos os que estiveram envolvidos nesta grande Organização, quero endereçar os meus sinceros Parabéns, desejando que continuem estimulados na arte de bem trabalhar a modalidade.
sábado, 18 de outubro de 2008
A compra
Como nos vão “bombardeando” com novos termos, acabamos por ser contaminados por eles. Qualquer coisa de novo que comece a “dar nas vistas” diz-se que é “emergente” ! Os preços mais ao alcance de bolsas vazias (ou lá perto) a que sempre chamámos “baratuchos” agora são “low cost” !
É, assim, num cenário de crise que “emergem” as “low costs”. Há que manter uma certa “finesse” nas palavras utilizadas. Tesos mas com “status”!
Fui comprar uns tenis, pois os que tenho ( três ou quatro pares que ainda estão no activo) já percorreram cinco ou seis vezes mais quilómetros que o recomendado. Sei que já devia ter feito isto há um mês atrás, pois falta uma semana para a Maratona do Porto e eu não gostava que me acontecesse o mesmo que na Maratona de Lisboa 2007 (em que tive de trocar um sapato aos 30 Km, ao passar perto do carro). Enfim, a “inexperiência” de quem fez 30 maratonas.
Era para levar uma cábula com os conselhos do nosso expert na matéria, Paulo Silva, mas resolvi resumir em poucas palavras o que precisava:
Sapato com estabilidade, amortecimento e dinamismo. Ah... e baratuchos !
Na loja, vi sapatos desde os 12 euros aos 120. Estabeleci logo que o limite estaria estaria sensivelmente a meio. Os que eram mais em conta estavam rotulados “para corredores ocasionais” e o design, sinceramente, não era nada apelativo. Os que diziam ser para “corredores de competição” estavam no topo e não me “serviam”. Por último, havia os sapatos “para corredores regulares”. Foi nesses que me detive e comparei.Todos tinham as suas características num catálogo e isso ajudava muito a decisão.
Eu, que sempre gostei de usar Asics (comprados em saldos, pois claro) desta vez, tive de me render a outra marca que “emergiu” – Kalenji – que, tendo as características que procurava, não eram assim tão “low cost”. Ainda me ficaram em 65€. ! Talvez tenham sido os sapatos mais caros que comprei, mas... uma Maratona sempre é uma Maratona e merece uma “extravaganciazinha”.
Assim que cheguei a casa, fui treinar com eles. Corri 1h20m, calmamente como gosto e... portaram-se bem. Será que temos sapato !?
sexta-feira, 17 de outubro de 2008
Corrida do Tejo
Pois é. Descuidei-me e quando me quis inscrever na Corrida do Tejo... já não podia.
Diga-se que também não me preocupei muito em tentar arranjar dorsal junto de algum inscrito que não pudesse lá estar. Aliás, não perguntei mesmo a ninguém.
É uma prova que gosto de fazer! Curta, mas agradável pelo cenário em que se desenrola e pela excelente organização que tem. Por isso não lhe falta procura e o estabelecer um “tecto” para o número de inscrições é a forma de não “perderem o pé” numa das mais participadas corridas do País.
Sou capaz de lá dar uma “saltada” para ver e, quem sabe, fazer uma “perninha” em preparação para a Maratona do Porto. Sou capaz...