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segunda-feira, 29 de março de 2010

Trilhos do Pastor 2010 (II)



Gosto de correr e gosto da natureza. Quando se proporciona juntar estes dois gostos, o resultado é extasiante. É essa a sensação que trago comigo, depois de ontem ter participado nos Trilhos do Pastor, no coração da Serra d’Aire.
Numa extensão de 28 km, o percurso, que incluía a passagem pelas profundezas calcárias das Grutas de Alvados, levou-nos por caminhos de terra batida, junto à base, entre veredas da floresta que ia sendo substituída por vegetação rasteira e agreste à medida que íamos subindo a serra e os caminhos deixavam de o ser para passarem a estreitos carris. O piso era só pedra e mais pedra, de arestas vivas, como que a dizer-nos para vermos onde púnhamos os pés. Havia “traço contínuo”, isto é, quando alguém mais lento ia na frente, criava-se uma fila de corredores, que não podiam ultrapassar. Também, ninguém fazia questão, pois nada como uma boa desculpa, para dar descanso ao pulmão e às pernas, até nos recompormos. Lá no alto, junto ao moinho, a mesa de um primeiro abastecimento. Parámos, refrescámo-nos e olhámos em volta. Por instantes, achamos que a montanha nos “alarga” a vista, torna-nos o horizonte mais distante, sentimos a dominar o mundo.
Havia que descer, com cuidado. Atravessar a Pia do Urso, pitoresca aldeia (em pedra, como não podia deixar de ser) recuperada, onde a rua era feita de curiosos mosaicos de troncos de árvore “às rodelas”.
A dada altura (cerca dos 18km) a descida era quase na vertical, não fossem uns zigue-zagues . Lá em baixo, a aldeia do Reguengo, onde estava mais um abastecimento, este mais rico, com laranja, banana, marmelada e, claro, água. Depois, vinha o “Buraco Roto” (estranhei o nome, pois se alguém conhecer um “buraco”! que o não seja…) que obrigava à escalada de uma escarpa virada a norte. Terrível! Depois, um miradouro e novamente uma descida, também em escarpa, mas aqui havia umas cordas, que nos davam alguma segurança. Outra vez a subir. Outra vez a descer. Andámos nisto, uns bocadinhos a andar outros a correr e às tantas estávamos a chegar.
O tempo esteve seguro e a temperatura agradável. Isso contribuiu muito para o êxito deste evento. À chegada havia laranja (boa laranja, que não fosse o receio de me “dar a volta”, não parava de as comer) e água com fartura. E música a dar ambiente. Depois, foi a banhoca e o almoço. Diziam que era feijoada, mas a mim calhou-me entrecosto com arroz de feijão.
Nunca reparo nas classificações, mas vi que foram rapidamente afixadas e que eu fiz o tempo de 3,07,23. Não digo que não pudesse ter feito um bocadinho menos, mas acho que se tivesse feito um bocadinho mais, teria retirado mais proveito desta Prova que quero repetir e aconselhar aos meus amigos.
Relativamente à Organização, penso que merece nota máxima, pois o percurso esteve muito bem assinalado (eu, que sou novato nestas coisas, nunca tive dúvida no caminho a seguir) e notou-se uma grande atenção dos organizadores para com os atletas. Só faço um pequeno reparo: deram-nos uma t-shirt, da Câmara da Batalha e um prato do Clube de Veteranos da Serra d’Aire ! Nada fazia referência à 2ª Edição dos Trilhos do Pastor!
Uma pedra com uma etiqueta simbolizaria, na perfeição, esta maravilhosa prova e constituiria um troféu, a guardar com o mesmo afecto, que dispendiosos brindes que outras organizações nos oferecem: “Eu estive na 2ª Edição dos Trilhos do Pastor -28.MAR.2010” .

domingo, 28 de março de 2010

Trilhos do Pastor

No alto da montanha

Pertinho lá do céu...

Trago-vos algumas fotos

Só p’ra vos deliciar

Com paisagens desta serra

onde andei a passear

Estava a gente a preparar-se
Para nos pormos andar
Eis o Nuno e o Adelino
E o Brito a acompanhar

Vi um “Tigre” que, prudente,

P’ra as suas forças poupar

Naquela colina íngreme

Achou por bem caminhar





Pelas encostas da serra
Tantos em fila a passar
Atenção a pôr o pé
Pra não ir a rebolar

Lá vem o António Almeida
Que já me estava a alcançar
Mas lá no alto da serra
Ficou parado a observar

Também lá vem a Susana
E o Luis a acompanhar
Que o trilho era tão estreito
Mal dava p'ra se passar



Ora agora tiro eu (ao Zé Magro)

Ora agora tiras tu (a mim)



Ouvimos o Presidente
Que pouco q’ria falar
E c’um chocalho na mão
Deu ordem p’ra se arrancar

Passámos dentro da gruta
Sem poder fotografar
Dentro das “tripas” da serra
Mas p’ra ver mais devagar

Por caminhos pedregosos
Com os arbustos a arranhar
Havia muito a correr,
Escarpas altas p’ra trepar

Se nos trilhos onde andámos
Há gado a pastorear
Só com ventosas nas patas
Lá se pode segurar.

E acho que já está na hora
De me pôr daqui a andar
Arranjem-me algum remédio
P'ra parar de aparvalhar

No alto da montanha
Quem dera lá morar...
Demorei 3,07,23

sexta-feira, 26 de março de 2010

Trilhos do Pastor 2010






Ora então lá vou eu a caminho dos Trilhos do Pastor !
Depois de uma semana completa sem treinar (vou ver se já a seguir ainda consigo ir correr uma horita) vou-me meter numa aventura, mais para "saborear" as paisagens que me dizem ser divinas, do que para competir. Só espero ter tempo e não me perder, pois tenho esperança de que haverá outros que também não se preocupam se a feijoada acabar.
Vamos, então, percorrer os Trilhos do "Portugal escondido" .

terça-feira, 23 de março de 2010

Eu, o Record do Mundo e o "Dorsal 136"



Remotamente, meus amigos – muito remotamente – acho que tenho qualquer coisa a ver com o record do mundo da Meia Maratona que o Tadesse acabou de bater em Lisboa.
E, por favor, não se comecem já a rir de mim !
Também não pretendo justificar esta afirmação com o facto de ter estado na mesma corrida em que aconteceu esse grande feito, embora isso já fosse uma boa razão, comum a milhares de outros companheiros.
O que vos quero contar é outra coisa:

Estávamos em Setembro de 1989, e eu na organização da 13ª Edição da Meia Maratona de S. João das Lampas, quando veio “estrear-se” na distância, um atleta da estranha equipa “Triunvari-Zanussi”, que correu com o dorsal 136 e que terminou em 313º, com o tempo de 1,40,47 .
Em Março do ano seguinte, nasce a Meia Maratona de Lisboa ! E quem era o lider dessa gigantesca Organização? Ora, nem mais nem menos que o tal atleta com o dorsal 136, (que lhe calhou em sorte). Já adivinharam que era este atleta. Era mesmo Carlos Móia, o homem que ao longo de vinte anos, apostou forte na Meia Maratona de Lisboa, tendo sempre em mira que nesta cidade poderia vir a ser batido o record mundial da distância. Finalmente conseguiu, pelas pernas do Tadesse!
Parabéns Carlos Móia.

Eheheh...Então ? tenho ou não alguma coisa a ver com isto ? Hein?

domingo, 21 de março de 2010

20ª Meia Maratona de Lisboa


Realizou-se hoje a 20ª Edição desta grande festa da Corrida Popular. Estive lá e até consegui partir na linha da frente, pelo que tive oportunidade de assistir ao aquecimento dos VIPs e sempre se passou melhor o tempo enquanto esperava pelo tiro da partida. Pude correr logo de início o que, se é bom, por um lado, por outro, “obrigou” a um andamento que sabia não aguentar muito tempo. Corri os 2 primeiros km em 8,30 (!) , estabilizei a 4,50/km até aos 15; fiz alguns a 5,30 e os últimos 3, a 5minutos. Tempo final :1,41,30 .
Este ano, devido às obras na Praça do Comércio, não fomos ao Rossio, como é habitual, pelo que a compensação foi feita aumentando a distância entre os Jerónimos e o ponto de retorno.
No final soube que um tal eritreu, de nome Tadesse tinha batido o record do Mundo dos 20km e da Meia Maratona, na mesma Prova, tendo terminado com 58,23 ! E esta marca é homologada, resolvido que foi o problema do desnível. Só que – lá estou eu –foi numa outra prova : na 3ª Meia Maratona de Lisboa, que parte de Algés. Às 3 foi de vez : o record que tanto se desejava, foi conseguido.

Parabéns à Organização pela persistência e por ter, finalmente, obtido o estatuto de Meia Maratona mais rápida do Mundo.

sábado, 20 de março de 2010

Projecto Limpar Portugal


Para se chegar aqui



É feio passar-se por aqui

O meu excelente grupo (quase todo) após a última "carrada" de lixo


Gostei de ter participado nesta campanha, pela acção em si e pela mensagem de sensibilização nela contida, pelos resultados obtidos e pelos companheiros e companheiras de jornada.
O tempo passou rápido e todos ficámos com a consciência que muito lixo ficou por recolher, mas o empenho e o entusiasmo de todos os voluntários que aderiram à iniciativa, deixam no ar a ideia de que outras acções, ainda que de âmbito mais local, possam vir a acontecer em prol do ambiente.
Na Freguesia de S. João das Lampas, foram consideradas 5 áreas de acção, dirigidas por aqueles que melhor conheciam o terreno onde gente sem escrúpulos depositou os mais diversos tipos de resíduos, ferindo a paisagem, contaminando a Natureza.
A Natureza que, como alguém disse, acabará sempre por encontrar o seu equilíbrio!pode é esse equilíbrio já não ser compatível com a existência da humanidade.
E mesmo assim – permanentemente agredida pelos humanos- a Natureza procura “esconder as feridas” deixando que a vegetação espontânea encubra e disfarce os inestéticos montes de lixo. Fui hoje testemunha disso ao chegar a locais onde sabia da sua existência. Algum desse lixo mal se via, encoberto com o mato com que Ela o tapou. Noutros casos - a maioria – não conseguia mesmo “disfarçar” deixando que os nossos olhos fossem agredidos com arrepiantes e vergonhosos quadros reveladores de uma conduta merecedora das mais pesadas penas.
Não sei ao certo quantos éramos. Talvez uns 60 ou 70. Recolhemos cerca de 75 m3 de lixo.
Bem sei que haverá quem pense que fomos uns otários por andarmos a limpar os terrenos dos prevaricadores e que não lhes pesando a consciência, ainda se ficam a rir de nós. Mas o que é isso comparado com o sublime prazer de andar ou correr pelo campo verde, liberto de sinais dos que o não merecem?
E amanhã, cedinho, com o dia de hoje bem vincado na minha mente, lá vou eu até ao Pragal para, mais uma vez, correr a Meia Maratona de Lisboa, na grande festa da Corrida Popular que arrasta milhares de corredores e caminheiros que terão de passar a Ponte 25 de Abril.
Por último, quero deixar uma palavra de gratidão a todos os que aderiram a esta iniciativa com um reforço especial para aqueles que, não residindo na Freguesia de S. João das Lampas, a escolheram para Limpar Portugal. Bem Hajam.

sábado, 13 de março de 2010

O "conquistador"




Eram novos trilhos
Sonho de atletas
Que em horas a fio
Transpunham as montanhas
Sempre,sempre em longa correria,
Sem ligar à altimetria
E eu entristecido,
Por não ter lá ido
P’ra também ser conquistador.

Não fui ao Sicó
Nem ao Almourol
Só fui ao TNLO
Já sem haver sol,
Ai se eu falho o Pastor...
Que treta de corredor!


Gente de aventura,
sempre a descobrir
Paisagens de sonho,
em plena natureza
E correndo p’los vales e montes
E bebendo água fresca das fontes
É a loucura, ou a aventura
É o prazer de ser-se capaz.

Não fui ao Sicó
Nem ao Almourol
Só fui ao TNLO
Já sem haver sol,
Ai se eu falho o Pastor...
Que treta de corredor!!

Dizia o Moutinho
Há tempos atrás
Que o melhor caminho
É o que se faz
Percorrendo a Geira de outrora
E a Freita do Sálvio Nora
E os seus convidados
Ficam "apanhados"
Perante tamanho esplendor.

Muito tempo, minutos e horas sempre a correr
E também se caminhava, se não estava ninguém a ver

Quero ir ao Sicó
E ao Almourol
Voltar ao TNLO
Desta vez com sol
Ai, também ao Pastor
P’ra ser mesmo corredor.

Quero ir ao Sicó
E ao Almourol
Voltar ao TNLO
Desta vez com sol
Ai, também ao Pastor
P’ra ser mesmo corredor

Ser um corredor...ser um corredor...ser um corredor!

hihihihihi

terça-feira, 9 de março de 2010

O "corredor manhoso"



Isto de correr devagar, de não ter preocupações competitivas, de querer usufruir do prazer da corrida e das paisagens por onde a Corrida me leva, tem as suas vantagens, mas também tem os seus inconvenientes. É que qualquer um me apanha. Desta vez foi um “corredor” matreiro, dos tais que pensamos que vem ainda longe mas que, de um momento para o outro, nos alcança e…desmoraliza. Mesmo sem estar “inscrito”! Não aparece nas “start list” nem vem, depois, nas classificações, mas anda lá pelo pelotão a fazer das suas e tem de se ser forte para resistir aos seus “ataques”.

Já tentei, várias vezes, “conversar com ele”, procurando convencê-lo a “deixar-se destas coisas”, pois o pessoal que anda nas corridas não merece ser vítima dos seus métodos "paralisantes" para conseguir chegar à frente.

Não me ouviu e... cheguei a vias de facto. Por isso, venho fazer queixa dele, para que todos estejam atentos às suas “manobras nefastas” e não permitam que ele, em circunstância alguma, “corra” ao vosso lado. Pouco sei dele. Apenas descobri que se chamava Tédio.