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sábado, 11 de janeiro de 2014

Ludovico e a Bela Moira






Um ano após esta história, houve festança e foguetes  nos arrabaldes do castelo. Os propósitos tinham sido conseguidos.
Outro ano se passou e  verificaram-se grandes mudanças : mudou o alcaide, que trazia muitas propostas novas para a plebe; mudaram os guardiões da bela moira. Desta não havia notícias e começava a pairar idêntico quadro ao que ocorrera dois anos antes. Iam-se verificando movimentações populares em redor do castelo. Queriam saber dela, e aqueles que lhe juraram fidelidade e protecção eterna, já se preparavam para entrar em acção.
A multidão foi crescendo e surge então o desejado anúncio de que tudo estava bem e a bela moira, saudável e encantadora como sempre.
Porém, Ludovico, que nunca se tivera  juntado ao grupo dos fiéis (para não prejudicar, dizia ele, pois tratava-se de uma figura nem sempre bem aceite)mas que à distância sempre dera algum apoio, desta vez, sozinho e pela calada, conseguiu seduzir os guardiões da desejada moira, pega-a ao colo e, sem que a multidão se apercebesse, levou-a consigo.
Faz-se depois anunciar que finalmente, ela poderia receber visitas. Todos esfregam as mãos de contentamento e acorrem ao local.  Era uma enorme tenda de circo e Ludovico pôs-se à porta:
- São 12 dinheiros para os primeiros a chegar e, quando eu entender passará a ser 15 e quando eu voltar a entender, serão 18… e 20!
 Não adiantava reclamar.
O pote, onde se iam deitando as moedas, encheu rapidamente e a tenda já abarrotava de gente. Mas Ludovico tinha mais potes para encher e o espaço na tenda havia de se arranjar logo que saísse de lá um primeiro grupo.

Fora da tenda era grande a celeuma: uns vociferavam, outros exibiam cartazes de indignação. Dentro da tenda, a multidão ia beijando a mão da donzela de olhar doce, mas aqueles que estavam verdadeiramente apaixonados por ela, estavam incrédulos por vê-la  convertida num produto de venda. Ela, que era de todos! E choraram. Outros nem tiveram coragem para entrar.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Mudam-se os Tempos, Mudam-se as Vontades



Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, 
Muda-se o ser, muda-se a confiança: 
Todo o mundo é composto de mudança, 
Tomando sempre novas qualidades. 
Continuamente vemos novidades, 
Diferentes em tudo da esperança: 
Do mal ficam as mágoas na lembrança, 
E do bem (se algum houve) as saudades. 

O tempo cobre o chão de verde manto, 
Que já coberto foi de neve fria, 
E em mim converte em choro o doce canto. 

E afora este mudar-se cada dia, 
Outra mudança faz de mor espanto, 
Que não se muda já como soía. 

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"
A que propósito vos trago este soneto ?  Ah, já sei. Depois falamos.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Eis que um velho...



Eis que um velho de aspeito venerando
Que comandara mal a nossa gente
Vendo este  povo em lágrimas, chorando
A perda do seu “ Rei” tão duramente,
Tomou o microfone . Eis se não quando,
Num estilo bem pior que antigamente
Ao “Rei” se referindo, mas sem jeito,
Tais palavras tirou de experto  peito  :

“-Era um bom jogador, mas sem cultura;
E era um homem bom, mas que bebia”…!
O povo ouvindo esta criatura
Já nem acreditava no que ouvia.
Perde então um pouco a compostura
Perante o desrespeito que sentia
Pelo ídolo que agora se finara
E que em grande homenagem recordara.

Alevanta-se, então um admirador
Que, sem se aguentar, ergueu a fala:
-O "Rei" fez tudo bem sem ser doutor,
É esta multidão que o assinala;
Se é o que sabe dizer em seu louvor…
Maior a gratidão p’r a quem se cala,
E  apetece-me dizer-lhe, sem que o peça:

-Vá lá, Sr. Doutor, DESAPAREÇA !" 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O Iconoclasta



Já poucos suportam a tua constante interferência no panorâmica político, tenhas ou não razão naquilo que dizes.  Já tiveste o teu tempo, - e não foi nada pouco – para mostrares o que valias, fazendo o que este Povo te incumbiu de fazer.  E fizeste? Lá terás feito alguma coisa boa, concerteza, mas de algumas asneiras que cometeste, muitos nunca tas perdoarão. Outros ainda te darão o benefício  da dúvida.
“-Oh Senhor guarda, desapareça!” – lembras-te desta frase a que achaste muita graça e que mostra bem o teu lado “humanista” e o respeito pela profissão de quem te protegia? Talvez conseguisse enumerar uns quantos “tesourinhos” deste quilate, que põem a nú o teu verdadeiro pensamento, mas isso poderá ficar para outra altura. Mas esta, a de hoje, foi forte! 
Tu, que o dirigiste, devias vergar-te perante quem o teu Povo se verga. Ao contrário, o que fizeste foi aviltar a memória de um Ídolo que o teu Povo adorou. Um ídolo que tu, se calhar, também pensaste que eras - e houve, certamente, quem tivesse fé em ti. Mas foste desiludindo e continuando a tapar o sol com a peneira para que,  continuassem a acreditar em ti. E que vemos hoje, da tua herança no comando dos nossos destinos? Achas que cumpriste?  Falemos agora do “Rei”.  Trasformou-se num Ídolo não por uma questão de fé, mas porque deu provas. O que ele sabia fazer, fê-lo com a mestria que o Mundo inteiro lhe reconheceu. O Povo contava com ele e ele correspondia. O Povo contava contigo e tu…desiludiste. Ao contrário,  ele nunca desiludiu. 
Sabes, Mário? Se a tua popularidade já andava pelas ruas da amargura, com esta afronta ao teu Povo, penso que fizeste um verdadeiro harakiri. É verdade que não tens ambições políticas nem precisas de demonstrar nada a ninguém, pois já  demonstraste  o que eras capaz de fazer. Mas tinhas uma respeitabilidade a manter  e não pugnaste por ela.
Entraste no templo e profanaste um ídolo só porque não eras tu. Nem os fiéis que já tiveste, te perdoarão.

domingo, 5 de janeiro de 2014

O Mistério do Trapinho


Lembro-me que era eu um puto e recebia do meu tio, as primeiras lições de hegemonia benfiquista,  nos primórdios dos anos 60, nos saudosos tempos em que o SLB conquistava  Taças dos Campeões.
Certa noite, ele apareceu em casa com uma pequena tira de um tecido encarnado e mostrava-nos aquilo com o entusiasmo de quem mostra uma jóia valiosíssima, querendo fazer-nos adivinhar o que seria aquele  trapinho.

Como não “íamos lá”, ele acabou por revelar a resposta : era um pedacinho da camisola do Eusébio, seu grande ídolo, numa das muitas noites de glória no Estádio da Luz.
Rei Eusébio, os ídolos não morrem. 

sábado, 4 de janeiro de 2014

E a palavra vencedora é… “BOMBEIRO”


Amigos meus, orgulhosamente Bombeiros
 ( em cima: O pequeno Gonçalo e o pai babado, Rui; em baixo  C.Cravo)
-Não lhes pedi autorização, mas sei que eles não se chateiam-

A competição está intrinsecamente ligada à condição do ser humano. Tudo serve para competir. Até o vocabulário. Existem palavras mais ricas ou menos ricas, palavras mais usadas ou menos usadas, tudo em função das circunstâncias verificadas num determinado período de tempo. Foi-nos dado um lote de uma dezena de palavras para que, de entre essas, pudéssemos eleger a que nos parecia mais adequada ao ano de 2013.  Ganhou, por larga margem a respeitosa, heróica e altruísta palavra “BOMBEIRO” !!! Eu, que sempre achei meio tonto este concurso, curvo-me perante a palavra escolhida, sinal claríssimo de que os votantes (e eu não votei, pois não sabia quais as palavras a concurso, nem como votar) têm um enorme respeito por aqueles que têm por lema “Vida por Vida”. Isto diz tudo.
O bom senso ditou a escolha óbvia, pois “BOMBEIRO” figurava numa lista, ao lado do hilariante “irrevogável”,  do surpreendente “papa”, do  oportunista “swapp”, do despautérico “inconstitucional”, da despreconceituosa “co-adopção”,  do inconsequente “piropo”, da ancestral e, ao mesmo tempo, ultramoderníssima “corrida”…
Já o disse, “BOMBEIRO” ganhou destacada e merecidíssimamente. Mas fica-me de certa forma “atravessado” que “corrida” tenha ficado nos últimos lugares, ao lado de “piropo”. Olhem que porra!  Ainda acredito que é por ter sido escrito com letra minúscula, eheh.

Mas o facto de “corrida” ter sido sugerida no lote dos vocábulos mais utilizados, significa que no ano de 2013, a força da Corrida foi notada. É verdade que pode ter sido “moda”, mas custa-me a crer que não tenha vindo para ficar. E fica ainda demonstrado que, também nesta competição, “ Corrida” existe para além da pretensão de querer chegar em primeiro. Estar lá, já é muito bom.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Balanço de 2013


a 1ª : Subindo a Serra de Sintra no GPFE

e a última de 2013: SS Olivais (foto de Manuel António AMMA)


Do Cabo da Roca aos Olivais, foram 22 as provas que fiz em 2013, e como está na altura de fazer um balanço do meu ano desportivo, aqui fica uma resenha . Devo dizer que, comparado com muitos "cavalões" que andam aí no pelotão, foi muito fraquito, conforme se pode ver a seguir:      


  1.      27,Jan.(17K-1,26,40) Grande Prémio Fim da Europa
  2.     10.Fev.(20K - 1,36,40) - 20 Km de Cascais
  3.        23.Fev. (?K 1,27,02-) Trilhos de Sintra à Noite
  4.        24.Mar. (21K-1,46,32) Meia Maratona de Lisboa
  5.        7.Abr. (15K-1.10.10) Corrida dos Sinos -Mafra 
  6.       14.Abr.(10K-45,30) Corrida do Benfica -António Leitão
  7.      1.Mai. (15K- 1,12,03) Corrida do 1º de Maio
  8.      18.Mai.(10K-51,18) Corrida BES Run-Sintra
  9.     26.Mai. (21K -1.51.20) Meia Maratona da Areia -Caparica
  10.       8.Jun.(10K -45.34)  Corrida Stº António -BES Run Lisboa
  11.         8.Jun.     (7,2K-32.21) Corrida do Ambiente-Sintra
  12.    16.Jun (15K -1.07.46)  Corrida de S. João -Porto
  13.    29Jun. (15K -1,08,16) Corrida das Fogueiras –Peniche
  14.    28.Jul.(43K -5.44.45) UMA -Melides - Tróia
  15.    3.Ago.(50K - 7.06.30)  5º UTNLO -Óbidos
  16.   6.Out. (42K – 3,52,22) Maratona de Lisboa
  17.    19.Out.(10K – 48.32) Lisboa Night Run
  18.   3.Nov. (42K – 3.42.21) 10ª Maratona do Porto
  19.   10.Nov. ( 21K – 1,45,25) Meia Maratona da Nazaré
  20.    8.Dez, (21K -1.40.30) Meia Maratona dos Descobrimentos
  21.   28.Dez (10K – 49,48) S. Silvestre de Lisboa
  22.   30.Dez (10K – 48,50) S. Silvestre dos Olivais

Ou seja, se fizer um resumo  destas 22 Provas, dá muitas curtas e poucas longas. Assim:

10K – 6 (Benfica – BES Sintra-BES Lisboa- NightRun Lisboa –S.Silv. Lisboa –S.Silv. Olivais)
15K – 4 (Sinos – 1º Maio – Fogueiras – S.João Porto)
20K - 1 (20Km de Cascais)
21K – 4 (Meia Lisboa – Meia da Areia – Meia Nazaré –Meia Descobrimentos)
42K – 2 (Lisboa –Porto)
43 K– 1 (UMA)
50 K – 1 (TNLO)
17K – 1 (GP Fim da Europa)
7K – 1 (Sintra Corrida Ambiente)
? K – 1 (Sintra Night Trail)

Portanto, quantas provas houve por aí, onde eu não marquei presença...??? Mas que 2014 não seja pior. Já devo dar-me por muito satisfeito por continuar com o privilégio de CORRER . Um Bom 2014 para todos, ou melhor, que em 2014 todos sejamos melhores.