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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Dose Dupla e Piriquita


Já tem 7 anos esta "estória" que era um fadinho daqueles com música de cordel e remonta-se aos primórdios das loucuras dos treinos em dose dupla. Avizinhava-se mais uma edição do Grande Prémio Fim da Europa e estávamos em Janeiro de 2007 , altura em que se travavam interessantes diálogos no Forum do Mundo da Corrida que, infelizmente, sofreu um "apagão" que lhe retirou os conteúdos arquivados.
O Tigre lançou o barro à parede para ver se alguém o acompanhava e logo se mobilizaram 2 dezenas de "corajosos", incluindo um alentejano que se tornou nosso amigo, o Amílcar, que logo se alistou, mas que ficou surpreendido com o "prémio prometido".
Como ontem, foram bastantes aqueles que fizeram a versão dupla da Prova, lembrei-me de ir ao baú, para sacudir o mofo do tal "fadinho".
Vamos e ele?

Por estar já farto da monotonia
Comunicou à plebe a sua ideia:
-Que tal, malta, arranjarmos um dia
P´ra fazermos de um treino uma tareia ?

Assim falou Luís, de aberto peito,
Num dia em que se achou mais inspirado
E quem q’ria porrada pôs-se a jeito
E pôs-se à espera do comunicado.

- Que tal correr na Serra verdejante,
Respirando o ar puro que provoca
Numa paisagem linda, deslumbrante,
Desde o Paço Real até à Roca ?

- E depois de corrermos até lá
Indo sempre nas calmas e com sorte
Teremos todos que voltar p’ra cá
E já ninguém precisa de transporte!

Então não é que a malta concordou?!
Surgiram “bebe-chás” e “machadinhas”
E bem depressa um grupo se formou,
Já eram bem perto de vinte alminhas.

Contente vem o Luís, todo lampeiro,
E quis tornar a coisa mais bonita:
-Quando chegarmos, vai um travesseiro;
É que ninguém resiste à Piriquita!

Um alentejano que já estava inscrito,
Ficou surpreso com tal desempenho:
E disse :- agora é que vai ser bonito!
Onde é que eu me meti? P’ra onde venho?!

E disse, então na net, à sua “tropa”
Lá do seu Alentejo tão profundo:
- Se de Sintra p’ra lá é o Fim da Europa
Para lá e para cá é o Fim do Mundo!

E sem o menor sinal de cansaço
Põem a cerejinha na desdita
E digam lá, senhores, o que é que eu faço
Se ainda falam em ir à piriquita?!

Talvez seja o meu fim, estou desgraçado;
Talvez tal aventura não repita;
Talvez logo a seguir caia p’ro lado
Mas nunca disse não à piriquita

Talvez logo a seguir caia p’ro lado
Mas nunca disse não à piriquita.

domingo, 26 de janeiro de 2014

XXIV GP Fim da Europa

Apanhado na partida pelo meu amigo Luis Parro 

Depois de muita polémica, a forma como decorreu este 24º Grande Prémio Fim da Europa, tem o condão de fazer com que os cépticos se rendam às evidências. Eu incluído. Participei, gostei de participar e gostei do que vi. Afinal, a “temível” moldura humana não teve outras consequências a não ser dar um vistoso compacto colorido a toda aquela estrada que Serra a dentro e acima e abaixo, nos levou de Sintra ao Cabo da Roca. É verdade que não chegaram, a ser os tais 3000 de que se falou, mas andou perto dos 2000 à chegada.
Há, pois, que felicitar a Organização pelo sucesso alcançado. Em tudo aquilo que tive oportunidade de ver, não encontrei falhas: nova imagem, novos pórticos de partida e chegada, novas placas de marcação de km bem visíveis, grande mobilização de voluntários nos abastecimentos e na chegada, a grande tenda/abrigo, o farnel e chazinho quente, a distribuição das mochilas-a que não assisti, rápida entrega dos prémios, autocarros de regresso à Azoia e a Sintra em quantidade satisfatória, rápida disponibilização dos resultados provisórios e diplomas.
O tempo é que não se quis juntar à festa, "vestindo" a Serra com um manto de nevoeiro e chuva miudinha que, se nos retirava a possibilidade de contemplarmos as paisagens, envolvia-nos num cenário também belo,  do misticismo a que os “mistérios das estradas de Sintra” nos habituaram.
Portanto, meus amigos, fico contente por se terem dissipado as reservas que tinha e podermos continuar  a contar com o GPFE em  todo o seu esplendor.
Repare-se, porém, que mantenho o que disse em relação às questões suscitadas pelo critério de agravamento das taxas de inscrição e a falta de transparência envolvida no processo e continuo a achar que se trata de matéria a rever e à qual a Câmara certamente irá estar atenta na próxima edição.
Renovo os meus votos de Parabéns à Organização e a toda a gente envolvida na Prova.

Quanto à minha participação, foi modesta, como sempre achei que iria ser: 897º com 1,31,48, a par do meu amigo Nelson Alegre e depois de termos feito o percurso inverso desde a Azoia, “a meter kms para Sevilha”.

Obs. Não foi preciso acender a vela. 

sábado, 25 de janeiro de 2014

Amanhã, vou acender uma vela na Muchima






Ponha aqui o seu pezinho,
Depressa ou devagarinho
Nesta Serra que é tão grande
Que eu tenho uma carta escrita
Para a Prova mais Bonita…
Amanhã, talvez a mande!

Já foi tanta a “judiaria”
Ao invés do que se queria
Em matéria de inscrições,
Mas isso é assunto morto
Se isto não correr p’ro torto
Chovam felicitações.

Mas há coisas sem perdão
Por não ter em atenção
Que a Corrida é popular,
Correram com a malta tesa
Que sem ganhar para a despesa
Já não podem alinhar.

Mas a Serra que é de todos
Não sei se gostou dos modos
Que neste ano introduziram,
Amanhã, se saberá
Seis mil olhos haverá

P’ra nos contar o que viram.


sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Um dorsal com direito a... Heráldica




A nobreza tem destas coisas :

Foram escolhidos os símbolos claramente identificadores do percurso, tendo em fundo a Serra de Sintra em silhueta azul e o Palácio da Vila em silhueta negra, ponto de partida de três milhares de corredores.
Em chefe, no cantão direito, o palácio com as suas imponentes chaminés sobressaindo de um círculo amarelo representando a Lua, em alusão à antiga denominação de serra “Monte da Lua”; ao centro a inscrição Sintra-Câmara Municipal, entidade organizadora do evento e no cantão esquerdo do chefe, sobre rectângulo roxo, o horário da partida a amarelo. Em flanco à direita em extensão, inscrição de leitura ascendente com o nome e idade do portador; a negro, número árabe com quatro algarismos representando a ordem de inscrição. No flanco esquerdo em extensão, o esboço a cinza do Farol da Roca, local  “onde a terra acaba e o mar começa”, destino dos corredores também aí representados em silhueta policromática.
Em ponta, a inscrição a branco sobre fundo negro: XXIV G.P. FIM DA EUROPA associado a um elemento destacável e personalizado.


Longe vão os tempos da plebe.

sábado, 18 de janeiro de 2014

É política...


Um dos princípios que, desde muito cedo, interiorizei para nortear o meu comportamento ao longo da vida foi o de não fazer aos outros aquilo que não gostaria que os outros me fizessem.
Ora, tendo sempre por base que sou pessoa que cometo erros, se eu tiver sido tolerante com os outros, poderei esperar deles alguma tolerância quando falho.
Porém, chego à conclusão que  pensar assim é coisa de ingénuos. É que surgem outros valores a interferir naquilo que parecia inquestionável e que assim fica relegado para segundo plano. São os interesses políticos. De outro modo, como é que se consegue compreender que aqueles que, enquanto poder,  pretendiam que os seus adversários tivessem uma atitude cooperante no essencial, desvalorizando algumas falhas de pormenor, trocando de lugar, considerem graves e muito graves as erros de idêntica importância, só porque agora estão do outro lado!?
E quando eu sabia que os erros eram meus, custou-me que eles estivessem a servir de arma de arremesso. Por isso, legítima ou ilegitimamente, “saltou-me a tampa”.

É que “…serei tudo o que quiserem, mas “assistente” castrado NÃO!” Faz hoje 30 anos que morreu Ary dos Santos .
De acordo com a frase que celebrizou Octávio Machado, "vocês sabem do que falo"! Mas quero pedir desculpa aos que não sabem.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

“Duas ou Três Coisas que Eu Sei Dele”




Se me tivessem pedido para fazer uma lista de pessoas amigas que escrevem regularmente e que nunca iriam aderir ao malfadado AO90, há um que eu colocaria no topo: JM, um amigo que tive o prazer de conhecer na net, onde contemplei os seus belíssimos e sábios escritos com quem tanto aprendi, que me incentivou a escrever os meus próprios apontamentos e que tive e tenho o grato privilégio de conhecer pessoalmente.
Fazia tempo que não visitava o seu blogue, que se transformou numa referência nacional na divulgação de uma modalidade desportiva e cultural na Natureza, em crescente expansão. Hoje fiz-lhe uma visita e fiquei “engasgado”, quando dei por mim a “tropeçar” em palavras “amputadas”, palavras com que ele trabalha de forma encantadora!
Meu querido amigo JM, tu que sempre deste provas de saber resistir à agressão, de lutar por causas justas, de não te deixares influenciar por interesses obscuros, tu que sempre foste mais fiel aos teus princípios do que àqueles que te impõem… que fizeste às palavras que tanto respeitas e que são delicadas ferramentas com que tão bem trabalhas?
Querido Amigo, sei que as tuas responsabilidades editoriais são bem diferentes das minhas e pelas “Duas ou Três Coisas que Sei de Ti”, nunca eu teria a ousadia de censurar as tuas opções, mas não resisto a fazer um reparo sincero, mesmo que inconsequente.

Um grande e forte abraço, meu Amigo.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

E vão duas



Vai  com a cabeça onde nem  com a mão
O guarda redes consegue chegar;
Coloca a bola com tal precisão
Que só nas redes ela vai parar.
Em cada golo salta a multidão
E  ergue os braços para festejar
E grita forte :-Cristiano, Cristiano
Tu és o novo orgulho Lusitano.

P'lo mundo inteiro , onde tens brilhado
Conquistaste o respeito de um colosso
Fazes lembrar as glórias do passado
Quando outros heróis de carne e osso
Outros mundos ao Mundo tinham dado.
Teu talento, surgido ainda moço
Deu-te  arte e engenho que sobeja
E um Mundo que tanto te deseja.

E no palco onde  foste premiado
E  exibiste o troféu de um Campeão
Vimos teu lado humano associado
Sem conseguires conter a emoção.
E no bom Português por ti falado
Exaltaste o brio de uma Nação
Que contigo chorou, mas de alegria
Pois o que tu sentiste ela sentia.