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domingo, 20 de outubro de 2013

Night...quê (?") de Lisboa

Entre o "noturna" e a "night"...venha o diabo e escolha. Salve-se a Corrida.


Embora com algumas reticências colocadas no início, posso concluir que, globalmente, gostei da Prova.
Terreiro do Paço com muita animação no período que antecedeu a partida para os 10Km e 5Km. Gostei da particularidade de terem transformado o pórtico da partida e chegada, num enorme palco, onde DJs com alto som e luzes em movimento projectadas para os céus de Lisboa, prendiam as atenções daquela gente que aguardava pela entrada na “porta” correspondente ao seu tempo declarado na inscrição. Aqui, surge a 1ª anomalia: é que ninguém nos tinha dado qualquer distintivo para aceder à porta desejada. Daí, que quando faltavam 10 minutos para as 21,00h,entrámos lá para o fundo, para o lado ribeirinho do Terreiro do Paço, perpendicular à posição do pórtico.
Dado o tiro da partida, fomos progredindo conforme podíamos, serpenteando entre participantes que, de saco às costas, começaram a prova a caminhar, Rua da Prata acima. Vai sendo difícil fazer crer a estes participantes – que são sempre bem vindos - que devem posicionar-se atrás do pelotão, por forma a não impedir a progressão dos que pretendem correr.
Praça da Figueira, Rossio, Restauradores, Av. Liberdade, quase Marquês de Pombal e retorno. Rua do Ouro, Praça do Comércio, Ribeira das Naus, 24 de Julho, retorno lá para a Infante Santo, Praça do Comércio novamente e fim.
Gostei do percurso, dos abastecimentos (aos 3 e 8 Km). Dei-me mal à chegada ao 9º Km (nauseei com um maldito bolo que comi meia hora antes da partida) e tive que abrandar, para terminar quando o relógio da meta marcava  48,30.
Não consegui entender a separação de homens e mulheres no funil de chegada, que talvez tenha contribuído para uma certa “congestão” no escoamento. Davam-nos uma medalha (fraquita, diga-se, pois entre o peso da medalha e o da fita, a coisa devia estar ela por ela), mas também não estamos ali para sermos recompensados em peso de metal. Digo isto porque quando comparei com a última medalha que recebi, precisamente na Maratona Rock’n’Roll de Lisboa – talvez a mais bonita da minha “carreira”, deixa muito a desejar. Dão-nos também um saco que continha fruta, uma barra de cereais e um voucher para massagens, e uma garrafa de água. Vim a saber que haveria também uma tenda onde era oferecida bebida isotónica “Monster”.  Não dei por nada, nem vi qualquer encaminhamento dos participantes para o local, mas contaram-me um episódio caricato: -havia ali pessoas que punham nos sacos 6 latas na frente do responsável pela distribuição e assim, rapidamente acabaram. Ao ser interpelado sobre o que é que ele estava ali a fazer, responde com a maior das naturalidades, que  – “estava  a controlar” . Perfeito!
Vários palcos onde decorriam cenas destinadas a “prender” os atletas enquanto aguardavam pelos que vinham mais atrás. Gostei particularmente das cenas de mímica. Também a entrega de prémios decorreu de forma digna e célere, tendo sido precedida de uma breve comunicação do Presidente da FPA, Prof. Jorge Vieira, que continha uma mensagem de forte incentivo aos praticantes desta que é a 1ª modalidade do nosso Pais. Pena que o arrefecimento e a necessidade de trocar de roupa, não nos tivesse deixado desfrutar, por mais algum tempo, de toda aquela atmosfera agradável que nos foi proporcionada.
Em suma, nesta Prova que, repito, me agradou, passava sem o seguinte : O nome de que já falei (dêem àquilo que é nosso, nomes nossos); o frontal (sendo disputada num percurso iluminado, o frontal não tem qualquer utilidade e talvez pudesse reduzir o preço da inscrição); as portas de entrada (ou o trabalho a montante – divulgação,  distribuição das pulseiras - era feito com eficácia, ou então podem gerar-se  injustiças ).
Mas isto são apenas alguns pormenores que não deslustram a grandiosidade desta 1ªEdição, de uma  Prova de “grande envergadura” que atraiu uns milhares de praticantes, muitos deles pertencentes à franja “iniciática” (foram poucos os conhecidos, quando comparado com as provas clássicas que temos) e isso são bons sinais de crescimento da modalidade.

Mas a maior curiosidade de tudo isto, a meu ver, para além de todo o espectáculo envolvente, está no facto de ser a FPA a apadrinhar o “Atletismo de rua”, onde cada um é um campeão à sua maneira.

Aqui estão os resultados provisórios.

7 comentários:

JoaoLima disse...

O que não ando a gostar nestas novas provas é o nome.
Night Run é mais "in" que Corrida Nocturna?
Beach Run é mais apelativo que Corrida na Praia?
Xmas Night Trail? Porquê?

Se forem provas internacionais... ainda se poderia compreender, mas para quê isto?

Aliás, parece que para muito boa gente, não somos atletas, mas sim runners! Toma e embrulha!
Ou deverei dizer antes "take and pack"?

Um abraço, Fernando

Fernando Andrade. disse...

Nem mais, João.
Se até na língua somos subservientes - e achamos que estamos a fazer coisa chique - como é que podemos estar contra à contínua perda de soberania?
Abraço.

Jorge Branco disse...

Pois a minha "guerra" contra esses atentados à língua de Camões e Pessoa é tal que não contem comigo para correr provas em Portugal cujo o nome não seja escrito em Português. nem para correr, nem para divulgar / apoiar nem nada!

RUN BABY RUN disse...

A separação entre homens e mulheres no final justificou-se pelo simples facto de cada saco, respectivamente, conter um desodorizante Rexona para homem e mulher.
Também senti que esta corrida teve o contributo de trazer para a rua os "iniciados". Faço votos que continuem para que esta modalidade cresça cada vez mais.
Boas corridas!

Tigas disse...

Caro Fernando. Não querendo fazer de "advogado do diabo", penso que o nome se deve ao facto da corrida ter sido importada do Brasil e daí, terem que manter o nome oficial (penso eu).
Quanto às caixas de tempo, no acto de levantamento do dorsal, mediante a apresentação de comprovativo de tempo, eram atribuídas pulseiras de cor diferente consoante os tempos.
No meu caso deram-me uma azul correspondente a sub50.
Penso que o maior erro foi não terem separado as partidas dos 10km e dos 5km (fisicamente ou por tempo). Quem queria correr e partiu lá de trás (como eu. Porque como ia acompanhar um amigo, não quis ir para a caixa dos sub-50), demorou 3 minutos a passar a linha de partida e logo com pessoal a caminhar desde o primeiro metro de prova.

Abraço e boas corridas.

Fernando Andrade. disse...

Grande Jorge é assim mesmo, há que defender a língua que nos identifica.
Abraço.

Fernando Andrade. disse...

Olá, "Run Baby". De facto já me foi dito que o desodorizante é que determinou "destinos" diferentes para os meninos e para as meninas. Que os novos "iniciados" passem a praticar a corrida mais regularmente é também o desejo que aqui deixo, pois isso dá-nos garantias de que atingiremos uma dimensão bastante maior.
Beijinho.


Caro Tigas
No Brasil também não haveria necessidade, pois também há a palavra "noite" e suas derivadas. Mas, pronto... são opções contra as quais me vejo na obrigação de me manifestar. Quanto às portinholas, no levantamento dos dorsais, ninguém me falou delas e, como não me lembrei disso, fiquei sem qualquer pulseira. E os caminheiros que arrancam na frente?!!! Espectáculo. Acredito que não seja por maldade mas é por completa falta de noção de como se desenrola uma corrida. Isto a pouco e pouco vai lá.
Abraço.