Na Homenagem a
António TOMÉ
Caros amigos
Feitos os agradecimentos pela vossa
presença nesta confraternização em memória do nosso grande Amigo António Tomé,
que apesar de não estar fisicamente entre nós, continua bem presente nos
corações daqueles que o conheceram, como aquela pessoa pacata, que não gostava
de dar nas vistas, que gostava pouco de falar, mas que passou a vida a agir.
Enquanto uns diziam que era preciso fazer, ele fazia. As coisas apareciam
feitas. E quantas vezes se cometia a injustiça de nem sequer se perguntar quem
é que tinha sido que as fez. Mas todos sabiam. E o facto de se saber que havia
um Tomé, acomodou-nos.
Cada terra é o reflexo da vontade
da sua gente e as colectividades expressam bem essa realidade. As
colectividades serão mais dinâmicas quando as pessoas pensarem mais no
colectivo do que em si mesmo. O Tomé era disso um excelente exemplo. Foi-o
demais, há que dizê-lo. Para ele, o que importava era trabalhar em prol dos
outros, sobretudo, em prol desta terra, S. João das Lampas. Quantas vezes ele se
envergonhava perante o marasmo!? Quantas vezes ele espevitava os amigos para
que S. João das Lampas fosse motivo de orgulho e não um mau exemplo em que
todos se lamentam e ninguém avança. Não se lhe dizia que não, mas ninguém se
entregava às causas como ele e era ele que tinha de se multiplicar para que se
pensasse que toda a equipa trabalhou bem.
Sabia dar continuidade às coisas,
colocando nelas um entusiasmo contagiante. Foi na Meia Maratona (sendo seu
fundador), no Trilho, na Sociedade, na Marcha, na Festa da Srª da Saúde. E mais
eventos houvera ele lá estaria.
Esta casa teve a sorte de o ter
como sócio desde a sua adolescência e como director durante muitos e muitos
anos, até ao fatídico 20 de Maio de 2017. Desde então ficou um tal vazio, que
continua por preencher.
O Tomé era a simplicidade em
pessoa; aquele amigo que todos queriam ter; aquele com quem sempre se podia
contar; aquele que fazia o que era preciso ser feito; aquele que achava que só
cumpria a sua obrigação. Tudo de forma desinteressada porque, para ele, o
importante era que S. João das Lampas fosse uma boa referência, dando o mote
das boas práticas.
Assolava-o uma preocupação, que
dizia vezes sem conta e que acabou por levar consigo: “- é preciso trazer para esta casa a malta jovem porque se não, acaba
tudo”. E nunca encontrámos a fórmula para convencer os jovens a vir e
dizer-lhes que esta casa é para eles, para aquilo que eles entenderem que ela
serve.
Tinha um grande defeito, o Tomé.
Um enorme defeito: o de não pensar nele. Tudo estava primeiro que ele. E a nós,
pesa-nos muito termos permitido que isso acontecesse. Por isso, todo o tributo
que possamos prestar-lhe, em sua memória, será sempre pouco.
Terá algum propósito lembrar o que
disse Saint –Exupéry:
Aqueles que passam por nós, não vão sós;
Não nos deixam sós.
Deixam um pouco de si;
Levam um pouco de nós.
Mas as pessoas como o Tomé deixam muito de si e levam muito de nós.
Muito obrigado a todos.
A
Direcção.
S. João
das Lampas 17 de Fevereiro de 2019
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