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quarta-feira, 1 de maio de 2019

Prova nº 6 - 1ª Maratona Cidade de Aveiro


O fantástico "coração" da Maratona
Com amigos (José Sousa, Carlos Santo e João Paulo Félix)

Após o pequeno almoço com o Rodrigo G.Silva
Com o Carlos Fonseca( prontinhos para a viagem)



Tranquilos

E no fim, fica-se com esta cara...



Maratona em Abril

Saúdo o regresso de uma Maratona em Abril, depois daquela que deixou saudades em 2004, em Lisboa, para ser substituída por outra que acabou por ser “só fumaça” que durou 3 anos e que, apesar da força do nome de Carlos Lopes, não resistiu.
Logo que esta Prova foi anunciada, já no último trimestre de 2018, se, por um lado fiquei contente pela data e pelo local, deixou-me alguma “urticária” o nome que lhe foi dado: “Maratona da Europa”! A Europa é enorme! E Aveiro tem valor intrínseco que lhe dispensaria o uso, ainda que legítimo (ou não), da grandeza do continente.  Não nos esqueçamos que, na Europa, já existem as Maratonas de Berlim, Paris, Londres (esta, curiosamente, disputou-se neste mesmo dia 28 de Abril) para enumerar  apenas 3 de referência e ninguém terá dúvidas que, qualquer delas atingiu um estatuto de “orgulho europeu”. Por outro lado, julgo que seria da esfera de acção da EA – como acontece com os campeonatos da Europa – definir qual das Maratonas que se realizam na Europa, poderia usar o seu nome e, muito provavelmente, tal título mudaria  de cidade, de ano para ano. Em suma, a pretendida projecção internacional desta Maratona, poderia ser  conseguida, nunca numa primeira edição, mas nas seguintes, projectando o nome da Cidade de Aveiro, com tudo o que tem de belo e pitoresco e sem puxar de galões que ainda não tem autoridade para exibir. Que mal teria chamar-se-lhe “1ª Maratona Cidade de Aveiro” ?
Feito este “à parte”, que a sinceridade me obriga a fazer, quero, desde já, endereçar os Parabéns a toda esta organização da GlobalSport, liderada pelo amigo Paulo Costa (que sei não levar a mal esta minha observação) pela qualidade do trabalho realizado no terreno e cuja apreciação deixarei em meia dúzia de pontos.
Local da Partida e Chegada – de excelência ! Um enorme jardim junto ao Centro dos Congressos, onde funcionou o Secretariado . Um local espaçoso e de rara beleza. A partida e chegada ao mesmo local, representam sempre uma enorme mais-valia para qualquer prova, ainda mais, de uma maratona.
Secretariado e Feira do Corredor – Do que vi, notei agilidade no levantamento do dorsal e na entrega do kit do corredor. Já a Feira pareceu-me fraquita. Também ouvi algumas críticas pelo facto de o levantamento do dorsal no dia da prova não dar direito ao kit (que nem por isso  torna o processo muito mais moroso).
Partida- Foram instaladas boxes de partida, de acordo com os tempos. Tudo muito certo. Mas também havia uma Meia Maratona e uma Prova de 10 Km. Aconteceu que – e isso é que considero novidade - na mesma box, entravam tanto os atletas da maratona, como os da meia, como os dos 10Km ! Percebo que a moldura humana que é preciso apresentar aos patrocinadores, tenha levado a esta opção, mas parece-me mais equilibrado que se façam partidas desfasadas para cada prova. É que só a partir dos 9Km é que se separaram os dos 10 Km e a partir dos 15Km é que se separaram os da Meia e ficaram apenas os da Maratona. Partidas com 5 minutos que fossem, de diferença, entre as provas, dar-lhe ia mais verdade desportiva.
Percurso – Com toda a certeza, foi o possível. A organização terá ponderado as alternativas e encontrou esta solução, com partes mais bonitas que outras, ora com empedrado, ora com asfalto, ora subindo, ora descendo (seus malandros! disseram que era um percurso plano…), mas aí, nada a apontar. Km bem marcados e bem visíveis.
Abastecimentos – Cumpriu-se o que estava definido: Abastecimento de 5 em 5 Km. Parece-me, no entanto, que principalmente na 2ª Meia, se justificaria ser de 2,5 em 2,5Km, tanto mais que a temperatura começou a subir (com o dissipar do nevoeiro) e a necessidade de hidratação aumentava.
Chegada – Muito boa, se bem que a recta da meta seja curta, mas fazer-se os últimos 500 metros naquele jardim, aplaudido por tanto público, é muito gratificante. Corta-se a meta, o speacker vai dizendo umas palavras que nos fazem sentir importantes, põe-nos a medalha ao pescoço,  recebemos ovos moles,  refrescamento com cervejinha para quem quisesse –eu quis e soube pela vida – e a sandes de porco preto (para comer mais tarde, que o estômago ainda não aceitava bem)e que me serviu de almoço antes de me pôr ao caminho de regresso.
A minha Prova – Como fiquei hospedado a cerca de 500m, depois do pequeno almoço, vou andando até ao local e, como sempre, encontro vários amigos e os meus colegas de equipa para a foto das praxe. Éramos poucos, 8 (e 2 deles iam fazer apenas a Meia).
Os objectivos eram modestos. Sem treinos não há milagres. Se a coisa der para as 4 horas já devo ficar satisfeito. Arrancámos. O pacer das 4h ficou para trás e vejo-me a acompanhar o das 3,45. Diz-me o meu colega e amigo Jorge Serra, que aquele andamento ia muito certinho. Respondi-lhe que sim, mas não podia deixar-me ir no engodo, de forma que, por volta dos 8Km deixei-me ficar um pouco mais lento. Mesmo assim, andava a rondar os 5,30/KM  e continuava a ver a cerca de 100 m a bandeirinha. Entra-se no empedrado para cá e para lá, no Centro da cidade. Sabia que tinha de estar atento aos sinais do meu organismo e era só ele o meu orientador da Corrida. Uns vão mais rápido, outros mais lentos mas a minha opção era seguir um passo confortável.
Surpreendeu-me o público! Muito público a aplaudir…na Gafanha, na Barra …
Por volta dos 29Km, vinha no viaduto da Barra, o sol começou a apertar e vejo que o calor poderia complicar as coisas. Mas aguentou-se mais ou menos.
No abastecimento dos 40km apeteceu-me parar e andar um bocado. Foi quando notei a maior quebra. Mas que raio? Faltam 2km! Vamos lá mais um bocadinho. Corre-se mais devagar, mas corre-se. Último Km.  Agora era só entrar no jardim. O público numeroso e incentivador ladeava o passadiço de cimento colocado na relva e não se cansava de nos dizer as coisas que gostamos de ouvir naquele momento. Sentimo-nos os “maiores”! Faço a última curva à direita. Mais 100m. A passadeira azul está ali à espera para nos receber e o pórtico mostra o relógio imparável. Faltam 20 segundos para as 4;00H! Vale a pena acelerar? Ou será que dá? Deixo-me ir  para não esforçar. E por 1 malvado segundo escaparam as 4 horas! Mas sabia que o tempo de chip seria menos: 3,59,32. Todos os resultados aqui.
E foi assim a minha participação na 1ª Maratona Cidade de Aveiro (como lhe quero chamar). Gostei e quero voltar à 2ª Edição, já anunciada para 26 de Abril de 2020.
…E vão 83, das quais 66 em estrada.


Mais uma vez, Parabéns à Organização. Ter 1122 atletas à chegada na primeira edição de uma Maratona é um excelente e prometedor começo. Se alguns dos reparos forem tidos em conta, na minha modesta opinião, será positivo. Se não forem -porque há aspectos a ter em conta, que certamente me escapam, não será por isso que deixarei de recomendar esta Grande Maratona.

4 comentários:

Maria Sem Frio Nem Casa disse...

Muitos parabéns Fernando!
Uma muito boa e sensata análise, como seria de esperar da sua pessoa!

Partilho a opinião acerca do nome "...da Europa"?!Mas porquê?! Por querer dar uma ideia de grandeza?, "sobrepondo-se" às inúmeras Maratonas da Europa, porque na Europa se realizam?? Não faz sentido! Muito melhor, a projectar o nome de Aveiro na Europa e não só, seria a sua sugestão Maratona Cidade de Aveiro. Pode ser que reconsiderem, até porque defender a descentralização e promover o país que não é só Lisboa passa também por isso, no meu entender: Chamar à Maratona de Aveiro...de Aveiro! Simples e orgulhosamente! Porque Aveiro merece!

O nascimento de uma Maratona em Portugal, é sempre de louvar. Pelo trabalho já mostrado pela Organização em tantas outras provas (que conheço), esta Maratona (de Aveiro!) terá tudo para vingar e ser uma Maratona de referêncai! Assim espero, pois se este ano não tinha quaisquer condições para participar, no futuro, hei-de corrê-la!

Beijinho e boa recuperação! É admirável a sua resistência e capacidade!

JoaoLima disse...

Muitos parabéns pela prova e pela fantástica marca abaixo das 4!

Um abraço

Nuno Cabeça disse...

Como diz o slogan de um dos partidos que concorre agora às europeias "a Europa é aqui!"
Que grande colecção de maratonas! parabéns!
Pelo que tenho lido, a avaliação parece muito positiva, esperemos que dure... pelo meno até eu ir lá.
Abraço,

HappyRun Team disse...

Muito bom e esclarecedor relato de uma maratona.
Também na minha opinião não faz sentido esse nome de "Europa".
Como sugestão, chamar-lhe-ia " Maratona dos ovos moles".
Era diferente e sugestivo.
Fiz aí uma meia maratona e, já nessa havia muitos km no meio do nada (uma maratona ainda mais) mas, é de louvar o esforço e ter uma maratona em Aveiro é descentralizar.
Ah e, muitos parabéns pelo número impressionante de maratonas já nas pernas :)
Abraço
MIKE
Happyrun