Cumpriu-se mais uma edição da Maratona de Lisboa, neste Domingo, 6 de Outubro, com partida de Cascais às 8;00H. Fui sozinho (pois não é fácil, no meu raio de acção (a não ser o Nuno e o Álvaro, que estão lesionados), encontrar compinchas para irem ali fazer uma corridinha de 42 Km). Mas, a verdade é que, segundo a Organização, estavam inscritos 8 mil "maluquinhos", que preencheram por completo o espaço junto ao Hipódromo.
Como me tinha visto aflito para estacionar, cheguei ao local já muito em cima da hora. Apenas tive tempo de entregar o saco no camião do guarda-roupa, "improvisar" um mictório (que as filas para as casas de banho eram infindáveis) e entrar na box 3. Já nem deu para procurar os meus outros 3 colegas da equipa Tranquilidade/Generalis, para a foto da ordem).
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À espera da partida. Vamos a ela. |
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8;00H. Dá-se início à Prova. Demorei cerca de 3 minutos a chegar à linha de partida. Acciono o meu relógio, para me ajudar a controlar a corrida, mas, pitosga como sou sem os óculos, (e aselha, também) não consigo ver se aquilo ficou a funcionar ou não. Carrego outra vez...e outra vez...e nada do que me aparecia no visor era o que eu queria. Desisti de tentar e logo ali, ficou determinado que o meu único orientador da Corrida seria eu próprio, atento aos sinais que o organismo me desse, consciente de que deveria controlar o ímpeto inicial, que é sempre perigoso. Vai com calma, mesmo que não saibas se vais a 5,30 ou a 6,15 o Km.
Guincho e volta, a grande oportunidade para me cruzar com os que iam à minha frente e atrás de mim, durante uns 11 Km. Vou vendo alguns amigos mas, nesta distância, não gosto muito de seguir outros ritmos que não seja o meu, sem perder o foco e a concentração, na procura constante de uma passada confortável q.b. para não me atrasar em demasia nem ir mais depressa do que aguantava e viria a pagar mais tarde. "Doucement", como o meu pai gastava de dizer sempre que queria travar o entusiasmo.
Saimos de Cascais, marginal fora e os kms iam ficando para trás. O tempo, embora encoberto, aguentava-se sem chover. Apenas uns borriços, coisa pouca.
Meia Maratona: 2h02m. Ok. Está dentro do previsto. Sentia-me bem, e ia comparando a forma como me sentia em relação a 2023, quando passava nos vários pontos do percurso e fiquei contente quando passo aos 30Km tranquilamente, quando no ano passado tive de fazer uma paragem forçada pelas náuseas que me fizeram perder alguns minutos e que, a partir dali ora andava ora corria e a graça da corrida tinha-se perdido um bocado. Agora não. Tudo estava bem, mesmo sem saber a que velocidade ia. Era a biologia que mandava no meu andamento. Entra-se na fase em que os que vão a andar são mais que muitos; outros vão fazendo alongamentos nas grades da recta do Dafundo; outros ainda, exaustos, recebem assistência, como uma jovem deitada numa paragem de autocarro, na zona de Belém.
Gostei dos abastecimentos. Aos 22Km tomo um gel e por volta dos 30 tomei outro. Confesso que não me sinto muito à vontade com os geis, pois, por vezes dão-me a volta ao estômago e estragam tudo. Desta vez, tudo tranquilo. Por 3 vezes tomei um copinho de isotónico de laranja, precisamente o meu preferido. Isto para além de levar sempre comigo a garrafinha de água que peguei no 1º abastecimento, ia beberricando e trocava-a no abastecimento seguinte, até ao final.
Cais do Sodré. 40 Km já cá cantam e cá o rapaz vai-se aguentando à bronca, que agora era só dar a voltinha pelo Jardim da Marinha, dar a volta à Praça do Comércio, Rua da Assunção, onde um corredor de baias nos separa dos corredores da Meia Maratona (que vinham da Ponte Vasco da Gama), a passagem no majestoso Arco da Rua Augusta e a chegada triunfante à passadeira azul e o Pórtico da Chegada no Terreiro do Paço.
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Já perto do final |
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Finalmente |
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Desconta aí 3 minutos |
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Desligo o relógio,apesar de tudo:"a guardar" dizia-me ele. E uma réstea de esperança nasce dentro de mim. Vou ver o que foi que "ele guardou". 90 metros, foi o que ficou registado, destes 42.195m! E eu ralado!!! Tiro uma foto para pôr logo no FB todo "cagão", medalhinha ao pescoço, duas garrafas de água, um geladinho espectacular, dois yogurtes na tenda da Mimosa, um Powerade e pronto, ziguezagueando entre a multidão que enchia todo aquele espaço, vou até ao Campo das Cebolas, onde estavam os camiões que transportaram os sacos da malta. Sem qualquer demora mo entregaram.
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"Ganharás o teu pão com o suor do teu rosto". O suor do meu rosto deu nisto. Não se come mas alimenta.
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Agora era ir até ao Cais do Sodré apanhar o comboio para Cascais, onde tinha deixado o carro. Cheguei a casa faltava um quarto para as três da tarde. Nada mau, para as previsões que tinha feito. Fui à Net ver os resultados : 4.09.31 (tempo de chip). Porreiro, tendo em conta que me senti bem durante toda a Prova, o que nem sempre acontece.
Que venha agora a 20ª Maratona do Porto, um marco importante no desporto da Invicta e um marco importante para mim que tive o privilégio de participar e completar todas as edições.
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