Decidi-me apenas na véspera, por
ter arranjado companhia para ir visitar a “veneranda” das Meias Maratonas. E lá
fui com o meu amigo João Casquilho até à Nazaré, na esperança de conseguirmos
uma inscrição de última hora. E conseguimos: eu para a Meia, ele para a
Caminhada.
Um chuvisco chato, brindava-nos à
nossa chegada e receávamos que se fosse agravando ao longo da prova. Mas não.
Fui para trás do pelotão e,
quando soou o sinal da partida, pusemo-nos em movimento. Pouca gente! Se
compararmos com os tempos áureos desta Prova, talvez um quinto dos
participantes e começo, enquanto ia correndo, a pensar nas razões que poderão
ter levado a este “desapego” dos atletas em relação à “Mãe das Meias”.:
Falta de divulgação ? – todos
sabem que a MMN é pelo S. Martinho. Este ano, até a página do FB funcionou bem.
Muitas provas ? – é verdade que a
dispersão ajuda pouco e, quando se deixa de ser a única para passar a ser uma
das mais de cem meias maratonas, o fascínio que a distância poderia representar
para muitos, encontrará equivalente com facilidade noutras paragens.
Fraca organização? – de forma
alguma. A equipa organizativa mantém o seu núcleo desde os primórdios,
continuando a evidenciar uma larga experiência, que se reflecte no figurino desta
Prova.
Poucos prémios? – não me parece.
Não sei os prémios que estavam reservados para os da frente, mas para a malta
do pelotão, o saco final estava até acima da média, contendo o tradicional
prato de louça, t-shirt, fruta, água e aquela broa de mel deliciosa da
pastelaria Batel. E ainda uma medalha ( de uma madeira sintética, mas bonita).
Que raio será? Não sei. Talvez a
simples tendência generalizada da redução dos números a que assistimos em quase
todas as provas.
Tinha-me esquecido do relógio.
Ainda bem, pois como não trazia qualquer objectivo, era escusado sentir-me
pressionado com o andamento. Assim, fui calmamente, ao ritmo que me parecia
mais confortável para a distância. No retorno, reparo que vinha a ultrapassar
gente que me tinha passado quando ia para Famalicão. Lembrei-me do estado em
que vinha quando, em muitas edições, passava pelos 18 ou 19 km!!! Agora
sentia-me fresco e continuava a ganhar posições. Terminei quando o cronómetro
da meta marcava 1,48,10. Foi-me atribuído o tempo de 1,47,59.Foi com este tempo
que passei à Meia na Maratona do Porto. Todos os resultados aqui.
Durante o retorno estranhei muito
só ter visto 3 ou 4 amigos destas andanças - e não é que fosse desatento . A
uns ainda deu para cumprimentar, outros já só de relance como foi o caso de 2
colegas da Tranquilidade (um pareceu-me o Sena, o outro não sei). Vi o Mimoso, Rangel, o Alex, o Luis Sousa e…pronto. Sei que
o Nuno Cabeça também lá esteve mas não consegui vê-lo. O que é feito desta gente que, tal como eu,
ainda vêem a Nazaré como eu a vejo, com o cunho indestrutível e a mística da
meia maratona original ? Meias Maratonas há muitas, mas Nazaré é só esta.
As provas complementares que têm
sido introduzidas no programa, como combate à perda de atletas, embora seja uma
medida a estimular, penso que precisa de readaptar a organização a essa nova
realidade, para evitar atropelos à chegada. Com a Volta à Nazaré (10Km) e a
Caminhada (6Km) que terminam no mesmo local, verifica-se que há um intervalo de
tempo em que os atletas, sem querer, causam atropelos uns aos outros no momento
da chegada. Trata-se de uma situação que, em minha opinião, deveria ser
revista.
De resto, tudo bem. Continuarei a
ser “devoto” da Nazaré, quer estejam presentes 4000, quer estejam 600. Não será só a organização que carrega a
responsabilidade de não acabar com esta Prova.
A nós cabe a responsabilidade de lhe dar corpo evitando que ela definhe e, com isso,
faça desanimar quem tanto tem feito por
ela. E se nós não formos lá, ela não pode fazer-se.
Um grande abraço à malta da
Nazaré e parabéns por enfrentarem todas as dificuldades que os tempos vos foram
colocando, mantendo de pé a “Mãe das Meias”.
3 comentários:
Parabéns Fernando!
Também não o vi, e ia atento em Famalicão.
Que rápido post! O meu ainda vai demorar...
De facto é uma questão de culto e mísstica e de não deixar que desistam, as modas passam e os bons ficam. Não há nada a a pontar à organização, até dão muito mais que algumas que andam por aí, divulgação acho que a fazem.
Abraço,
Esta prova é mítica e é uma pena não ter, desde há uns anos, a moldura necessária.
Não a costumo perder mas o facto de ter feito uma Maratona na semana anterior, não permitiu a minha presença.
Um abraço
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